quinta-feira, 8 de julho de 2010

OPOSTAS MANEIRAS DE VER

Como era de esperar, a peça sobre o acampamento cigano e sobre o inquilino das retretes de S. Gregório desencadeou reacções assaz assanhadas. Entre elas, esta de um partido com existência legal, que formalmente respeita o nosso enquadramento constitucional, mas na verdade incita à intolerância e até ao ódio racial. Indo por partes.
"Com autoridade e pulso de ferro..." Não por acaso, o nosso leitor esqueceu-se de acrescentar, como seria desejável no caso, "e nos estritos limites do enquadramento jurídico-legal em vigor". Percebe-se porque assim procedeu. Não existe nas leis portuguesas qualquer norma que proiba o acampamento em terrenos baldios... Na situação em debate há até um aspecto ainda mais importante a considerar -Como bem sabem os juristas da nossa praça, ao fim de X anos de ocupação pacífica, contínua e sem oposição de quem quer que seja, como é o caso, os ocupantes até podem declarar a plena propriedade do ocupado por usucapião.
Carece por conseguinte de fundamentação jurídica, e até de simples bom-senso (para já não falar de conveniência política), este autêntico incitamento à violência, à intolerância e ao racismo objectivo, por parte de um órgão do poder local: "O que a autarquia tem que fazer é TIRÁ-LOS DE LÁ, para onde não interessa. Desde que saiam dali..."
E se, uma vez expulsos, de forma sumária e necessariamente violenta, resolverem vir acampar na Praça da República? Ou no Mouchão? Ou no Parque de Campismo?
No debate dos problemas convém nunca perder o sangue-frio, a urbanidade, o sentido de tolerância, de fraternidade. A ideia milenar, segundo a qual "Amarás o próximo com a ti mesmo..."
Claro que aqueles acampamentos têm de ser eliminados. Já duram à demasiado tempo, por desleixo e falta de coragem dos sucessivos autarcas. Mas há maneiras e maneiras para tudo. Nestas coisas das comunidades humanas, cada reacção tende a desencadear, ampliando-a, a sua homóloga, como bem sabem os sociólogos encartados. São até demasiado frequentes os casos em que "quem semeia ventos, colhe tempestades." Responder à violência de modo violento, é agravar a situação.
Paira um cheiro nauseabundo no zona do acampamento cigano? Pois paira. Mas esperavam o quê, numa terra como Tomar, onde nem para os turistas existem instalações sanitárias em quantidade e qualidade? Alguém dos serviços sociais da autarquia, alguma vez se deu ao incómodo de ir visitar o acampamento e explicar de forma acessível aos seus ocupantes que é conveniente abrirem latrinas, que devem fechar, uma vez cheias? Alguém lhes facultou balneários e sanitários, naturalmente provisórios? Alguém se preocupa com a sua situação de saúde, ou com a das suas crianças?
É extremamente fácil acusar, reprovar, repelir, excluir... Difícil é ter coragem e ousar fazer as coisas da forma menos gravosa possível. Difícil é abandonar a nossa tradicional posição de brandos costumes, que consiste em acusar os outros de não se quererem integrar, ao mesmo tempo que nada se faz para facilitar essa mesma integração.

Talvez porque, entre outras coisas, andei na guerra em África e padeci para a defender, conquanto tenha sido obrigado a fazê-lo, faz-me impressão quando vejo a nossa bandeira de pernas para o ar. Acho uma violência, uma falta de respeito e de amor-próprio. Por isso, tratei de indagar o que teria levado alguns membros da comunidade cigana do Flecheiro a praticar semelhante desacato. Tratar-se-ia de condenável forma de protesto, tentando achincalhar um símbolo que sempre deve permanecer acima de tudo e de todos?
Estabelecido o diálogo, concluí que se tratava de simples ignorância crassa. Não sabiam como é que a bandeira devia e deve sempre ser içada. Ninguém lhes explicara que a parte redonda do escudo das quinas deve ficar sempre para o lado de baixo. Tal como também nunca lhes explicaram que devem sempre lavar as mãos antes de comer, que é conveniente tomar banho pelo menos todos os dias, que se deve mudar de roupa com frequência, que não se limpam os macacos do nariz com os dedos, que há métodos contraceptivos, que cada ser humano tem o dever moral de angariar os seus meios de subsistência (ou pelo menos de para isso contribuir),
que em Portugal, como em qualquer outro país, cada cidadão tem direitos, desde que também cumpra ou tenha cumpridso as suas obrigações para com a sociedade...
Como querem que aprendam, se não há quem lhes ensine? É difícil? É ingrato? É preciso ter uma paciência de Santo? Leva tempos infinitos? Ninguém diz o contrário. Mas se nem sequer há coragem para começar a tentar...

Ouvida a sucinta explicação, com palavras o mais simples possível, logo se apressaram a emendar o erro, pelo qual até pediram desculpa, por se considerarem portugueses e tomarenses.
Só conversa? É o que falta demonstrar. Dêem-lhes condições e depois exijam-lhes obrigações. Mas só depois. Se realmente pretendem evitar sentimentos de extrema-direita exacerbada, do tipo dos veiculados implicitamente pelo comentário de "Bravura Lusitana". A exemplo do passado, quando de começam a ouvir barulhos de botas, o melhor é ir-se pondo a pau. O 25 de Abril foi apenas a admirável e honrosa excepção. Mas foi feito por operacionais cansados do capim. Os do ar condicionado nem mexeram uma palha...e na autarquia há ar condicionado, o que pode explicar muita coisa. Tanto em sentido próprio como no figurado.

15 comentários:

Anónimo disse...

OPOSTAS MANEIRAS DE VER
Bom título para o post.
Aí vai outra informação que também passa por Tomar.

O Diário de Notícias de hoje publica, em grande destaque, uma carta do Dr. Sérgi Martins, titulada:

"O NEGÓCIO PT/TELEFÓNICA E A "GOLDEN SHARE"

Escreve o DN: "Negócio. Leitor do DN apoia decisão do Governo português de intervir usando a "golden share" no diferendo entre a PT e a Telefónica por causa da Vivo".

A direcção do PSD Passos Coelho/Miguel Relvas contesta a existência e o uso da "golden share" por parte do Governo português na defesa do Interesse Nacional. Alguns dirigentes do PSD apoiam o Governo no conflito PT/Telefónica. O mesmo acontece com o Dr. Sérgio Martins, miltante do PSD. Isto demonstra das divisões no seio do partido, e ainda a procissão vai no adro...

A comunicação social reconhece que, com este conflito com os espanhóis, José Sócrates está a saír reforçado.

A questão do interesse dos espanhóis na PT preocupa organizações internacionais como a NATO, e outras, por motivos de geoestratégia.

Todos os conflitos passados, presentes e futuros entre Portugal e Espanha passam sempre por Tomar. Tomar tem grandes responsabilidades na defesa do interessa nacional. O que é difícil para um Concelho que não consegue defender os seus interesses.

É tocante ver a bamdeira portuguesa num acampamento de ciganos em Tomar. Uma lição para os tomarenses e os portugueses.

Luis disse...

Caro "Sebastião Barros",

trata-se de facto de uma enorme batalha inserir esta etnia na sociedade, contudo é pelo que diz que se deve começar, pela sua educação, formação, insistir e persistir no diálogo cívico. Não é fácil, pois muito deles são os próprios as excluírem-se da sociedade, mas há que que batalhar nesse sentido, há que criar condições para tal.
Há relativamente pouco tempo, deslocava-me diariamente por vários concelhos do país, entre eles, no Nordeste Transmontano, precisamente em Mirandela, existe também uma comunidade cigana, onde na minha opinião a autarquia se tem esforçado na sua inclusão social, medida que se tem visto melhorias.

Qualquer um pode pesquisar na net sobre este desenvolvimento em Mirandela, ou então pode aceder a uma das páginas daquele município conhecer melhor o que por lá se faz em prol de todos.
A página pode ser vista aqui:
http://www.cm-mirandela.pt/index.php?oid=3907

Podem pelo menos dizer que tentaram e contribuíram para a inserção desta comunidade.

Cumprimentos e boa continuação!

Anónimo disse...

O facto da bandeira estar de pernas para o ar deve-se apenas e somente ao facto de o responsável pela sua colocação ser analfabeto na verdadeira acepção da palavra.

PS- De acordo com o acordo ortográfico deve escrever-se "acepção" ou "aceção"?

Anónimo disse...

Caro sr. Luis Ribeiro,

É muito bonito falar para a plateia invocando chavões mais ou menos na moda sobre as etnias que por cá andam, sobre as minorias que sustentamos, etc, etc. Fica bonito, não há dúvida! Até é politicamente correcto, sobretudo em época de campanha eleitoral! Mas quer V.Exa dar o exemplo dando o primeiro passo nesse sentido e promovendo a instalação duma família cigana num apartamento do seu prédio? Para isso até pode recolher os testemunhos dos nossos vizinhos entroncamentenses que têm a "felicidade" de ter como vizinhos nos seus prédios famílias ciganas. Posso desde já adiantar-lhe que existe um caso em que uma família até decidiu perder o emprego para "legalmente" declarar insolvência e entregar a chave do seu apartamento ao banco, no caso o Montepio. A sua felicidade era tanta que preferiram perder tudo o que já tinham pago em 12 anos, e foram viver para uma casa alugada na Meia Via.
Já agora não se importa que lhe relate alguns pormenores. Desde defecarem no hall de entrada do prédio, dormirem no mesmo hall no Verão por causa do calor, encherem o prédio com mais de 50 indivíduos sempre que havia festas, música em altos berros até às 6 da manhã, deitarem lixo pelas escadas abaixo e das janelas para a rua, até fazerem lume na varanda, era tudo um cvenário idílico de felicidade transbordante. Uma vez parece que uma vizinha por cima deles pôs a máquina de lavar roupa a trabalhar às 10 da noite e quiseram arrombar-lhe a porta para lhe baterem por causa do barulho! Constou-me que nesse prédio houve quem pusesse o próprio andar de 4 assoalhadas com garagem à venda por 6.000 contos e ninguém lhe pegou!
Voltando à nossa realidade, se houver uma família cigana disposta a alugar um andar o senhor não se importaria de ser avalista deles, pois não? Penso que não deduzindo das suas palavras! Se isso acontecer num prédio com garagem colectiva o senhor cobriria os danos provocados pelos ciganos nas outras viaturas?

Anónimo disse...

Para anónimo em 14:00

Foi exactamente o que se escreveu na peça, só que por outras palavras. Mantém-se a questão -Analfabeto porquê? Por opção? Ou porque ninguém o ajuda a ultrapassar tal condição, sobretudo pelo exemplo?
Respondendo à sua pergunta,aqui no blogue foi decidido manter a ortografia anterior ao acordo ortográfico, por não se ver qualquer vantagem na adopção das novas regras...

Bravura Lusitana disse...

Agradeço a publicação do meu comentário e a análise, embora negativa, que foi feita. Pena que no texto em que comentei, o humilde escrito tenha sido removido pelo autor do blog. Como penso que não ando aqui a espalhar doutrinas fundamentalistas, e muito menos incentivo, directa ou implicitamente, ao ódio e à violência, como sou acusado, não encontro explicação para a remoção dos meus comentários. O tempo da censura e da caneta vermelha remonta, de facto, ao pré 25 de Abril...

Quanto às questões jurídicas, sei muito bem de todas as hipóteses envolventes em causa. Mas, para que conste, o instituto referido só se exerce como aquisição originária quando adquirido de uma forma pacífica. Não me parece que, depois de várias repressões policiais, em que foram encontradas armas de elevado calibre, droga, etc, e em que já por duas vezes nos últimos cinco anos as forças de autoridade mandaram, LITERALMENTE, as barracas ao tapete, ordenando a saída da comunidade cigana daquele espaço, se possa aqui falar de pacifismo, muito menos da aquisição por usucapião. Era o que mais faltava, já agora começavam a colonizar os terrenos em frente ao politécnico, o terreno baldio ao lado da Praça de Touros, por aí fora. Daqui a 20 anos eram donos de metade do perímetro urbano...

Obviamente que se saíssem daquele espaço, teriam que ser levados para outro lado qualquer. Caso acampassem na Praça da República, como exemplifica, estavam a fazê-lo num local que pertence à edilidade, podendo assim ser utilizada a força para os retirar dali.

As questões da educação da comunidade cigana são muito bonitas. Mas até que me mostrem um (só peço um, para ver como não sou exigente...) exemplo em que tal tenha dado certo; até ao dia em que eu olhe para um determinado indivíduo, de etnia cigana, e pense: "Ena pá, este gajo é um marco da sociedade tomarense, farta-se de trabalhar e de ajudar a construir um futuro melhor", vou continuar a pensar da mesma forma. Eu e muita gente, mesmo que a maioria não seja militante nem simpatize com o meu partido. Mas também não simpatizam com os ciganos...

Por Thomar, Por PORTUGAL, SEMPRE ! Com a bandeira na posição correcta, claro está.

Anónimo disse...

Para Bravura Lusitana:

Sobre a supressão do seu comentário, esclarece-se que a mesma foi efectuada apenas para evitar repetições, uma vez que figura na nossa peça. Se outra tivesse sido a intenção, ter-se-ia procedido de forma a não aparecer a indicação em causa.
Quanto à questão de fundo, penso que devemos continuar a tentar, apesar do pouco sucesso. Ou está convencido que é pela força bruta que conseguiremos uma sociedade melhor?

Bravura Lusitana disse...

Não sei se será pela força bruta. Mas acho que as outras hipóteses estão completamente esgotadas. São décadas a mandar tiros no escuro. Não lhe parece... ?

Anónimo disse...

Lidar com os problemas da etnia cigana não é fácil. É mesmo difícil.
Lidar com os problemas das comunidades ciganas não é tarefa só do poder político. É bom não esquecer que quem mais sofre com a situação actual são os membros da etnia cigana, a começar pelas crianças, pelos jovens e pelas mulheres, as mulheres ciganas são a componente fundamental para levar por diante qualquer projeto, e os seus líderes reconhecidos são quase sempre o maior obstáculo, os que mais reagem, por interesses tradicionais e receio de perderem poder. Mas têm de ser chamados a colaborar.

Depois, não é tarefa para "amadores". As pessoas que integrarem uma comissão para conduzir o processo (com representantes das escolas, universidades locais, saúde, recreio e cultura, etc.) têm de frequentar, previamente, cursos e seminários sobre como lidar com estas situações, para que se possa salvaguardar a sua história, cultura e costumes). A aculturação demora muitas dezenas de anos e nunca será total (felizmente, senão o trabalho estaria errado), o processo é longo e por isso o poder autárquico tem aqui um desempenho importante no apoio e incentivo a esta Comissão. Sem serem ajudados pelas comunidades locais, os ciganos nunca resolverão o seu problema (e o dos outros). Continuarão a ser objeto da mais assanhada violência racista. Não é neles que está a dificuldade, a maior está em nós.

É preciso interiorizar que a etnia cigana não tem possibilidades de resolver os seus problemas, por si mesma, para se acomodar ao meio humano onde se pretende integrar.
Tem que ser ajudada, sem imposições de costumes e culturas. É o elo mais frágil e sofredor. Mas seria trágico se essa comissão trabalhasse neste processo com o espírito de quem quer resolver os problemas dos ciganos, ajudá-los... Na verdade o que se procura é resolver os problemas das duas comunidades, com a colaboração das duas partes.

Nestes acampamentos, a primeira coisa a fazer é construir no seu centro um espaço para reuniões da comissão sua representante e da comissão multidisciplinar constituída (não me ocorre outro nome). Esse espaço deve ser agradável, simples, barato (entra aqui um arquiteto), inspirado na sua cultura. Retirar de lá a Bandeira Nacional, que isso é coisa de provocação... Aquele espaço funciona como ponte com o poder local e as outras comunidades e simbolizará (se houver bom trabalho) o voo mais desejado pelos ciganos, durante o qual vão incorporando os objetivos que ambas as partes desejam.

Eles até são portugueses

Anónimo disse...

Para Bravura Lusitana:
Em qualquer grupo social mais ou menos homogéneo, encontraremos sempre um pouco de tudo, entre o excelente e o péssimo, em quantidades variáveis. No caso dos ciganos, embora constatando problemas e insucessos vários, uma vez que são portugueses como nós, com iguais direitos, que lhes havemos de fazer? Procurar ajudá-los, no sentido de os integrar tanto quanto possível e da melhor forma? Ou marginalizá-los ainda mais, com o ferrete da alegada inadaptação aos nossos costumes?
Aqui reside o nó do problema, sendo certo que ninguém lhes poderá exigir o que nunca lhes foi ensinado.
Peguemos agora no método implícito por si proposto. Se por acaso o uso da força, o tal autoritarismo, também não desse resultado, como seria muito provável, a seguir teríamos o quê? A deportação? Para onde? Os campos de concentração, outra vez?
Há ciganos felizes em muitos países europeus, tanto no norte do continente com aqui ao lado. Leva o seu tempo, exige persistência, audácia e muita coragem, mas vale a pena ser tentado. Não só porque, como disse Pessoa, tudo vale a pena se a alma não é pequena, mas também e sobretudo porque, apesar dos seus inúmeros defeitos, uma democracia é bem melhor do que uma sociedade ditatorial.Seja de que tipo for.Digo-lho eu, que conheci Portugal bem antes de 74, Berlim, Praga, Varsóvia e Moscovo antes da queda do muro; Havana, Pequim, Hanói, Rangoon e Vientiana, mais recentemente. O tal saber de experiência feito...

Anónimo disse...

Para 18:27

Obrigado pela sua valiosa colaboração. Vai-me desculpar, mas às vezes acontece que tenho dificuldade para compreender certas coisas que oiço ou leio. É o caso da sua frase "Retirar de lá a Bandeira Nacional, que isso é coisa de provocação." Provocação? A nossa Bandeira? Palavra de honra que não percebo patavina. Importa-se de ter a gentileza de esmiuçar a afirmação?
Aceite os meus antecipados agradecimentos e cordiais cumprimentos.

Anónimo disse...

Senhor Sebastião Barros,

Confesso que a sua pergunta assim tão de chofre, deixou-me de calças na mão. Porque não há-de estar lá a bandeira?! - Aqui também é Portugal! Nós também somos portugueses!

Reparou que terminei, reconhecendo-os, de forma inequívova, como tal, e sobre isso não haja sequer a mínima suspeita.

Porque escrevi "Retirar de lá a Bandeira Nacional, que isso é coisa de provocação..."?

Teria sido bem melhor não escrever aquela frase, que, pelos vistos, estragou o ramalhete...

Pensei, pensei, e concluí que essa frase só poderia ter resultado do sentido da substância que julgo ter deixado (vontade não me faltou...) em todo o penúltimo parágrafo do meu comentário: a moral, a ética, a política, o humanismo, a concórdia, a solidariedade. Ou seja: aquele ponto central onde se encontrariam e dialogariam as duas comissões; logo (embora mal acomparado), substituiria com vantagem a Bandeira Nacional afirmativa, denunciadora e acusadora - e nunca provocadora..., claro está.

Sabe, eu sou um esgravulha a escrever.

Anónimo disse...

Para Bravura Lusitana.
Antes do 25 de Abril a censura não era feita com caneta vermelha mas com lápis azul.
A paranóia salazarista era tal que era quase proíbido usar ou falar do vermelho; o Salazar não gostava do SL e Benfica por isso mesmo.

Já agora: o Salazar nunca foi nacionalista nem fascista. Era um conservador católico autoritário e anti-nacional, porque nunca pretendeu o desenvolvimento de Portugal. A causa do nosso atrazo deve-se muito a ele, e aos seus filhos e netos que vieram com o 25 de Abril.

Anónimo disse...

Todas as pessoas têm DIREITOS. Direito a educação. A saúde. A subsídios quando cumprirem determinados requisitos. Direito a usufruirem das infra-estruturas públicas que são de todos nós. Direito a reclamar.
No entanto tendemos a esquecer que estes DIREITOS também originam OBRIGAÇÔES. Obrigação de pagar impostos, sobre o rendimento e património, obrigação de zelar pelo bom público e pelas infra-estruturas de todos. Obrigação de respeitar os nossos concidadãos. Admito adequar os Direitos dos cidadãos de Tomar (mas que nem sei se estão registados em Tomar...) em função das obrigações que os mesmos têm com a comunidade. Mas não me peçam mais do que isso. Não admito que lhes ofereçam casas (ou apartamentos) quando tenho vizinhos que vivem também miseravelmente mas a quem reconheço uma vida de trabalho e sofrimento.
As prioridades sociais não podem ser organizadas em função do poder de chantagem e/ou pressão dos seus protagonistas. mas infelizmente...


Ps - Nas obrigações não referi uma que considero importante e que curiosamente nem sequer está definida enquanto tal: a OBRIGAÇÃO de participação cívica; A obrigação de Votar. Não entendo como somos rígidos com o pagamento de impostos e não o somos com a participação das pessoas na nossa vida cívica. Mas isto será tema para outro assunto...

A.A.

Anónimo disse...

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As prioridades sociais não podem ser organizadas em função do poder de chantagem e/ou pressão dos seus protagonistas. mas infelizmente...
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