Esteve animado o Mercado biológico, cuja primeira edição ocorreu esta manhã ao fundo da Corredoura. Inicialmente uma ideia do então vereador do turismo e da cultura Luís Ferreira, foi felizmente retomada e agora implementada pela sua sucessora Rosário Simões. Participaram 12 vendedores, praticamente todos de fora do concelho, com legumes, fruta, compotas, azeite, pão, bolos, vinho e ervas medicinais. Tudo cultivado ou feito com produtos ecológicos, sem a utilização de adubos de síntese ou pesticidas.
Em conversa com a troika PSD que dirige a autarquia, foi referido que futuramente haverá em cada banca um certificado de garantia de organismo idóneo, de forma a evitar eventuais abusos. Por seu lado, o presidente Carlos Carrão manifestou o seu interesse em vir a facultar pequenas hortas comunitárias aos munícipes, para que nelas possam praticar agricultura biológica, tanto para consumo próprio como para venda, justamente neste mercado, que terá lugar na manhã do último sábado de cada mês. Se assim vier a acontecer, será mais uma acção a encorajar, tanto mais que os citadinos tomarenses não parecem muito interessados numa actividade manual, que faz calos e suja as botas. Uma vez que ninguém gosta de ser qualificado de borrabotas, logo se verá se há candidatos suficientes para as hortas ecológicas a disponibilizar pelo município. Mas não é fácil...
Sobre o local escolhido para a colocação das bancas -ao fundo da Corredoura, quando durante séculos o mercado se realizou na Praça D. Manuel I, agora Praça da República, a vereadora Rosário Simões referiu ter assim decidido por causa da sol. Já um munícipe tomarense bem conhecido, mas que deseja manter o anonimato, achou muito bem a nova localização e pediu calma. -"Como nunca mais arranjam o outro, já foi muito bom virem até aqui, logo na primeira vez. Agora, com um pouco mais de paciência, ainda veremos outra vez o mercado em frente à câmara. Tem de se ir a pouco e pouco!"
4 comentários:
Convém referir ainda que a proposta das hirtas comunitárias, apresentada no executivo pelos Vereadores do PS e constante no seu programa eleitoral, continua a marinar.
Felizmente que agora Carrão, em pré-campanha para tudo, irá naturalmente fazer o que nunca foi feito em 14 anos. Boa! Cá estaremos para aplaudir. Penso é que vem já tarde...
Bom saber que há um mercado biológico em Tomar.
Segundo parece, foram os Freires de Cristo, quem fez as primeiras experiências dessa agricultura, agora tão na moda. Talvez por isso, Dona Maria II, numa ida a Tomar, gabou as frutas e hortaliças, dizendo que nunca as tinha comido tão boas.
Maria
Outros tempos, outros hábitos. Em 2012 (por enquanto?)sem os agricultores/vendedores vindos de outros concelhos, não haveria sequer mercado. Os freires de Cristo, expulsos em 1834, fizeram muita falta. E não só na agricultura...
Lá querem assassinar a pequena agricultura de qualidade e subsistência com exigência de certificados, sendo mais papistas que o papa.
Dificilmente uma horta comunitária pode obter certificação biologica. É um paradoxo, mas a complexidade da certificação é tal, que apenas médios e grandes produtores conseguem vencer os custos e trâmites de tal burocracia. E os paradoxos da agricultura dita biologica (pq desconheço agricultura sintética), é que em vez de aceitar tranquilamente conceitos de permacultura, com fertilizantes e compostagem natural, fomenta o uso de fertilizantes "certificados".
Misturar o conceito de hortas comunitárias com agricultura biológica revela simplesmente ignorância e ingenuidade nos conceitos, associada a uma demagogia fácil.
Se quem tiver meia duzia de alfaces em excesso, uns quilos de tomate e pepino, tiver que gastar centenas de euros com certificações, é obvio que manda tudo para as galinhas.
E por esse motivo, a agricultura dita biologica é uma moda pseudo-gourmet que substitui a geração light. E como esta autarquia laranja anda sempre uma década atrasada (durante dez anos anunciou um site que ainda hoje funciona mais lento que um comboio a vapor), lá vem agora a reboque das modas.
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