ACUSAÇÕES FORTES

Foto Rádio Hertz

Causaram forte impacto no acanhado meio político nabantino as declarações de Graça Costa, em nome dos IpT, nas quais considera, nomeadamente, que o Conselho de Administração do CHMT "Não tem condições nem credibilidade para o exercício do seu mandato." Tais considerações podem ser lidas clicando aqui. Delas resulta que os Independentes por Tomar estão inconformados com a actual gerência do CHMT, porque os seus membros nem sempre respeitarão a verdade e ainda não fundamentaram as suas decisões.

Trata-se de acusações graves, sendo a última até algo surpreendente. Com efeito, logo no pórtico do Despacho 5414/2008, de 28/02, pode ler-se que "A audição pública foi intensamente participada, tendo sido objecto de apreciação por um número elevado de autarquias, instituições, partidos políticos e cidadãos. ... ...

As sugestões feitas permitiram ainda... ...adaptar a proposta inicial, por forma a que, em articulação directa com algumas das autarquias visadas, fossem reconhecidas determinadas especificidades que justificam a decisão agora tomada. ... ...

... O presente despacho permitirá desde já, em consonância com o imperativo constitucional que obriga o Estado a garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o País que ... ...se deve adaptar permanentemente às condições da realidade nacional, às suas necessidades e aos seus recursos..."

Por outro lado, ao conferir posse à actual equipa dirigente do CHMT, o Ministro da Saúde foi claro. Após referir expressamente a "excessiva capacidade instalada"  e a dívida acumulada de 60 milhões de euros, acrescentou designadamente que "não há nenhuma organização que possa viver assim", pelo que a administração empossada "deverá concentrar-se na necessidade de racionalização de serviços, nomeadamente no que toca aos três serviços de urgência."

Tendo tudo isto presente, não se vislumbra sustentáculo credível para a alegada falta de fundamentação das medidas tomadas. Estamos numa democracia a funcionar com normalidade, onde por conseguinte os governantes e os responsáveis por eles designados têm toda a legitimidade para implementar no respeito pela Lei  as decisões que julguem mais adequadas para obter os resultados finais pretendidos. No caso presente a perenidade do CHMT, uma vez resolvida a questão do crónico desiquilíbrio da sua exploração. Assim sendo, as declarações de Graça Costa revelam algum despeito, para não dizer má-fé. Enfermam afinal do mesmo mal de que os IpT acusam os dirigentes do CHMT -falta de fundamentação adequada e atempada.

Tomar a dianteira sabe que esta intempestiva intervenção dos IpT pode estar relacionada com o facto de  se encontrar pendente no Ministério Público de Tomar uma queixa crime por injúrias públicas a servidores do Estado no exercício das suas funções, contra Pedro Alexandre Ramos Marques e outro. Resta aguardar os inevitáveis desenvolvimentos, para melhor perceber tudo isto.