quinta-feira, 22 de março de 2012

FALTA DE TEMPO LIVRE

Assoberbado com assuntos familiares, não tenho tempo para responder adequadamente, como desejava,  a alguns conterrâneos que, para surpresa minha, se transformaram repentinamente em palermitas, mesmo não tendo nascido nem vivido em Palermo, capital da Máfia calabresa. Mas não perdem pela demora. Largos dias têm cem anos e as autárquicas são já o ano que vem. Logo que tenha algum vagar, tratarei de encomendar um bom fusil para afiar facas...(em sentido figurado, já se vê).
Entretanto, conviría que os estrénuos defensores da moral política nabantina, alguns dos quais até estão no PS, mas nunca levantaram um dedo sequer para apontar esse portento de estadista e paradigma de honestidade, chamado José Sócrates Pinto de Sousa, conviria -escrevia eu- que lessem e meditassem esta posição recente do "Marocas", do alto dos seus oitenta e muitos anos:
Jornal i, 22/03/2012, última página

Perceberam? Ou querem que vos explique a coisa em BD? O PR do "direito à indignação", proclama agora que "o caminho não é a revolta, mas a mudança". Por isso, em vez de fingir que se indignam, que se revoltam, mudem! Não maltratem os outros. Dêem finalmente o corpo à curva. Quando não, ainda acabam espatifados contra os rails de protecção da auto-estrada do futuro. E seria uma pena, tratando-se de tão excelsos democratas, amigos dos seus amigos, fraternos e nada invejosos. Sobretudo nada invejosos. Abençoada terra que tais filhos gerou!
Num país com duas centrais sindicais, onde só uma resolve decretar uma greve geral e ninguém protesta, nunca se sabe o que poderá vir a acontecer...

7 comentários:

alexandre leal disse...

Caro Professor

Não acredito que esteja surpreendido! Talvez decepcionado como socialista de quatro costados.
O que se passa não me causa qualquer espanto. Esta malta que gravita à volta do PS ,com honrosas excepções, tem tanto a ver com o PS fundado à 40 anos, por Mário Soares e outros democratas como eu com lagares de azeite.
Valores como solidariedade,tolerância , lhaneza,etc são coisas antigas, de gágás sem qualquer préstimo.
Bons mesmo são os xicos espertos encartados , tipo Sócrates e sus muchachos, alguns despontando em Tomar.
E muito e carinhosamente gabados por comentadores deste espaço(até lhe chamam "Zézito").
E o senhor continua a acreditar nestes párias?

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

(Aviso prévio: O comentário que se segue é pura filosofia...)
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Também tu Rebelo?! Agora exegeta das interpretações do jornal "i"? - a interpretar como melhor convier os discursos "sagrados" de Mário Soares? É por isso que os textos clássicos e bíblicos nos chegam polvilhados de dúvidas, quase sempre como deus quer....

Então tu não sabes ler nas entrelinhas?! e acabas a ferroar o José Sócrates?! Foi a Comissão de Ética que te passou... definitivamente, de onde nunca deves ter saído ideologicamente? Lembro-me daquela tua indelicadeza para com o "Cidade de Tomar", recusando-lhes um convite para escreveres um texto a comemorar um aniversário do jornal. Que copiem o que escrevi no blogue, se quiserem... Quão injusto e ingrato foste! Estavas a fingir. Nós somos o País da Saudade, saudade do futuro e do passado como futuro... Saudade do que fui, do que pensei, saudade do que podia ser e nunca será. Somos, salvo seja: certas elites é que são, e tu não fazes parte delas, não dás bom exegeta, talvez um conveniente membro de comissão de Ética ao serviço de Miguel Relvas. Bem pouco para o que vales (ou parecias valer).

Assim obrigas-me a navegar na ciência da exegese, sem ter remos para isso. Vês ao que me obrigas!!!

Sabes lá tu, ó exegeta Rebelo, interpretar as alegorias das palavras "sagradas" de Mário Soares!! Nunca soubeste e nunca saberás. Ou por outra, começas a saber..., começaste há tempos atrás..., mas fazes isso muito mal.

Vamos ao Mário.

""Espero que quem detém o poder legitimamente, e que tem de ser respeitado, perceba que o que se está a passar com as populações é mais importante do que as dívidas e os interesses dos mercado".

«[Mário Soares] Recorda também que a situação do país é séria, "e que o caminho não é a revolta, mas a mudança"»


-Quem é que tem a responsabilidade do "poder legítimo"?
-A quem cabe respeitar essa legitimidade?
-O que é que tem de ser respeitado?
-A quem cabe perceber o que se está a passar com as populações?
-O que é que é mais importante para as populações?
-O que é que há de ilegítimo?
-O que é que pode levar à revolta?
-Que "mudança" propõe ele?

Se fosses capaz de aprofundar a coisa, descobrias neste conjunto de palavras uma alegoria:

Rua com este governo!
-Para não haver revolta.

Estou a transpirar de vergonha. Exegeta eu?! Ele sempre me acontece cada uma!

Prontos. Foi um exercício... Levantei apenas questões. Anda, completa lá, sem meteres o meu Zézito na coisa, se fores capaz...

Mas não te esqueças: ele (J.Sócrates) nem é o deus nem é o diabo. Muitos exegetas resolviam assim dúvidas complexas, quando não conseguiam encontrar a malvada da substância das coisas.....

....NEM A CAUSA PRIMEIRA!

alexandre leal disse...

Este ilustre cantoneiro esmaga-nos com tanto saber.
Há múltiplas formas de terapia menos maçudas.

Mas indo ao que interessa Professor, se são estes os
actuais valores de solidariedade e esta a bitola de inteligência de tão sapientes e convencidas criaturas...
Antes a bafienta esquerda dos ano 60, de preferencia sem estar transvestida de modernismos de ocasião.

Vai-me desculpar Professor! Se fossem um bocadinho melhores diria que com amigos destes o senhor
devia prescindir dos inimigos. Mas acho que nem será por mal.Estão nos limites! Perdoe-lhes...

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Para o senhor Alexandre Leal
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Porque faz hoje um ano....
(só um ano!)

Extrato de um artigo de Pedro Silva Pereira, jornal Económico, hoje, 23/03/2012

"Faz hoje precisamente um ano que uma estranha coligação PSD/CDS e PCP/BE se uniu no Parlamento para rejeitar o PEC IV (apoiado formalmente pela Comissão Europeia e pelo BCE), mesmo sabendo que isso iria arrastar o País para uma perigosa crise política em plena crise das dívidas soberanas."

(...)
"É sabido o que se passou a seguir ao chumbo do PEC IV: descida abrupta dos ‘ratings' da República, dos bancos e das principais empresas (com custos financeiros elevadíssimos); subida inusitada dos juros da dívida pública; fechamento total dos mercados de financiamento do Estado e da economia. Por consequência, em menos de quinze dias, a 6 de Abril, Portugal foi forçado a pedir ajuda externa. A luta do Governo socialista de conquistar o apoio do BCE para que Portugal se mantivesse fora dos constrangimentos de um programa de assistência financeira, no grupo da Espanha e da Itália, foi derrotada por uma coligação partidária que não se importou de atirar Portugal para a companhia da Grécia e da Irlanda na ânsia de satisfazer, de uma assentada, o protesto da extrema-esquerda parlamentar e a impaciência pelo poder dos partidos da direita."

alexandre leal disse...

Amigo e Senhor Cantoneiro,
Depois de ter tido oportunidade de ler muitas intervenções suas como comentador dos escritos do Professor Rebelo , e não só ,a mais recente não me espanta.
O senhor é sincero e julgo que não se limita a repetir as fábulas e rábulas de Sócrates,P.Pereira,e outros tanguistas encartados que nos desgraçaram.
O problema é que o meu Amigo acredita mesmo nas histórias que escreve !!!

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Caro Alexandre Leal,

Não pretendi convencê-lo de coisíssima nenhuma. Apenas lembrá-lo.

alexandre leal disse...

Amigo Cantoneiro confundiu!

Onde leu no meu modesto escrito a afirmaçao de que o senhor me quereria concencer do que quer que fosse ?
Cumprimentos