terça-feira, 6 de março de 2012

Mais uma infelicidade carrónica

O grande problema de quase todos os políticos sem mundo (e até de alguns com) é a falta de abertura às ideias alheias, a intolerância básica, também designada por espírito tacanho. Cidadão pecuniariamente sério, Carlos Carrão singrou na política numa altura de facilitismo exacerbado e de evidente escassez de valores a nível local, dispostos a servir de lacaios a António Paiva. Outro cidadão prendado, com mundo e com competências várias. Mas cá com um feitio...
Entrados na era da crise, da austeridade e da penúria, está a acontecer com Carrão e com quase todos os políticos o mesmo que sucedeu aos militares de patente durante a guerra em África. Ao fim de certo tempo no terreno, começou a ser evidente que havia excelentes quadros de gabinete (a chamada "guerra do ar condicionado") que eram nulidades absolutas como operacionais, e vice-versa. Assim é com o actual alcaide tomarense. Numa situação de decadência galopante e com dificuldades de toda a ordem, em vez de aceitar dialogar, como seria lógico e curial, resolve resmungar, fazer pirraças, ameaçar de forma implícita. Citado pela Rádio Hertz aqui, eis Carrão esplendorosamente furioso, para gáudio dos seus opositores: "É evidente que dava jeito a muita gente que eu saísse. Não só não saio como já anunciei que serei candidato no próximo ano."
Após semelhante bravata desafiatória, pedindo licença para usar o mesmo estilo rústico, direi que, caso a oposição os tenha no sítio, está agora obrigada a responder ao presidente com factos: Uma vez que não quer sair a bem; sai a mal! Caso o não façam, passarão a ser uns moles aos olhos do eleitorado, dispostos a aturar eleitos caracteriais só para continuarem a ocupar as cadeiras do poder. Ou do que dele resta...

PS - Os leitores mais interessados nas peculiares polémicas politicas nabantinas gostarão certamente de saborear um excelente texto do vereador Luís Ferreira, muito ponderado e revisto com todo o cuidado em termos de fundo e forma, em vamosporaqui

4 comentários:

alexandre leal disse...

Caro Professor Rebelo

Não concordo consigo na crítica exagerada ao actual Presidente da Camara.A menos que se imagine uma figura nova no panorama politico do burgo, muito tacanho como será consensual,a verdade é que com os actores actuais nao vejo diferenças objectivas em relacão aos vereadores do PS. Mais bem falantes? Imagem mais cuidada? Mais politica de laboratório? Diga-me Professor se vê nalgum aptidões para resolver problemas que existem.De caras!
Quanto ao projecto unipessoal acho que é mais seguro e prudente ter o Carlos Carrão.Julgo que estaremos de acordo neste ponto, a começar pelo sr. vereador Luís Ferreira...

Cumprimentos

Anónimo disse...

Prezado amigo Doutor:
"Em democracia há sempre alternativas" não passa de frase feita, ainda assim válida na actual situação. Conforme já referi, não está em causa o cidadão Carrão. Apenas o desempenho POLÍTICO do actual líder da relativa maioria, que é mesmo miserável sob todos os pontos de vista, excepto na entrega e na honestidade pecuniária.
Julgo que terá interesse em ler quanto antes o comunicado dos IpT no site da Rádio Hertz.
Sobre outros candidatos, há vários possíveis. Eu próprio, como já escrevi antes e alhures, não me excluo, se os tomarenses me derem a entender de forma clara que não tenho outro remédio senão servir a nossa tão maltratada terra. Continuo a aguardar.

Cordialmente

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Pelo que tenho lido na Internet, está a decorrer no concelho de Tomar uma Mostra de Teatro por grupos cénicos tomarenses. Gostaria de estar por aí nestes dias. Deve ser um acontecimento cultural de importância. Mas estou a ser alvo de confisco dos meus rendimentos, abusivamente incluido no mundo do funcionalismo público, a que nunca pertenci. Estou agora reformado do setor económico privado. Estas coisas deviam tocar a todos, não só aos funcionários públicos - é sinceramente a minha opinião. Nem que a participação se limitasse a um euro para os de menor rendimento.

Proponho, assim, que se desvie o tiro da crítica sobre os autarcas e autarquias, porque isso é fazer o jogo do jagunço político "tomarense", para o concentrar no governo que temos, que anunciou uma coisa no Prólogo que não corresponde nem ao primeiro Episódio da Tragédia nacional em curso nem aos que se seguem.

Deixem o senhor Carrão cumprir a sua missão até ao fim do mandato, e preparem-se alternativas desde já para a DATA DEMOCRÁTICA. Nada de golpes, como aconteceu no dia 5 de Junho de 2011.

Entretanto deixo uma ideia de Dinis Diderot (séc. XVIII), a propósito da Mostra de Teatro Tomarense:

“Indo ao teatro, os homens se esquivarão da companhia dos perversos que o cercam; e lá que encontrarão aqueles com quem gostariam de viver; e lá que verão a espécie humana tal qual ela é, reconciliando-se com ela”.

E convidem-se uns aos outros, vão ao Teatro em grupos, e deixem-se estimular pela ADMIRAÇÃO que as personagens provocam, a tal que estimula o raciocínio, a cogitação, a controvérsia - e a Filosofia, como dizia o Filósofo.

A Tragédia de Portugal está no actual governo. Pô-lo na rua é imperativo nacional, por um

GOVERNO DEMOCRÁTICO E PATRIÓTICO DE SALVAÇÃO NACIONAL!

JÁ!

alexandre leal disse...

Caro Professor Rebelo

O artigo do vereador Luis Ferreira foi bem preparado e saiu bem.
Quanto ao comunicado do Dr.Pedro Marques nenhuma surpresa.Maçador e repetitivo como se esperaria.
O problema será meu mas honestamente a garra ,determinação e capacidade necessárias nem se pressentem ,por muito boa vontade que tenha.O que digo e terei de manter salvo prova em contrário será que com os que estão na fila há anos tudo vai ficar na
mesma.Perdão,deixe-me rectificar:com o Dr.Pedro Marques ficamos seguramente pior.Obviamente que esta opinião envolve aspectos exclusivamente politicos. (Esclarecimento dedicado aos espiritos esclarecidos que confundem o genero humano com o manuel
germano).Pessoalmente nada me move contra a pessoa e tenho mesmo particular estima por membros próximos da sua família.
Mas os colaboradores nem valor acrescentado lhe trazem.

E ninguém esquece o seu segundo mandato.