Tal como era previsível, foi ontem chumbada na Assembleia da República a resolução apresentada pelo PCP, que propunha a suspensão da reforma do CHMT. Com a muito significativa particularidade de o PS ter votado contra, juntamente com o PSD e o CDS. Apesar disso, a Comissão de Saúde unitária da AM de Tomar não desarma, sabendo embora que a citada reestruturação está concluída.
A Rádio Hertz noticia aqui que "Ainda assim, este projecto nada tem a ver com a discussão da petição, que ainda será votada na A.R." E acrescenta: ..."serão apresentados diversos argumentos de peso por parte da delegação tomarense."
A Rádio Hertz noticia aqui que "Ainda assim, este projecto nada tem a ver com a discussão da petição, que ainda será votada na A.R." E acrescenta: ..."serão apresentados diversos argumentos de peso por parte da delegação tomarense."
É claro como a água que o projecto de resolução apresentado pelo PCP, a recepção dos tomarenses na A.R. pelo seu vice-presidente António Filipe, por acaso também do PCP, bem como a coincidência da pretensão -a suspensão imediata da reforma do CHMT- não passa disso mesmo. Coincidência fortuita, sem dúvida alguma. Tal como o estilo e o vocabulário de suspeita, conspiração e rancor, apanágio de bem conhecidas práticas e adoptado nas manifestações levadas a cabo em Tomar.
Dado parecer-me que alguns elementos, senão mesmo a maioria da Comissão de Saúde de Tomar, ainda não perceberam que estão a ser manipulados, nem compreendem ou simulam não compreender as reais implicações daquilo que reivindicam, o melhor é abrir o livro. Parcialmente, por enquanto.
Os argumentos da comissão unitária tomarense poderão ser realmente de grande peso, mas a própria comissão não tem peso algum. Nomeadamente porque apareceu tarde e tem trabalhado mal, pelo que perdeu três oportunidades soberanas. Ei-las:
1 - Nos limites da legalidade
Desde Fevereiro de 2008 (para não dizer antes), que se tornou claro haver no Hospital de Tomar determinadas práticas no limite da legalidade, tendo por fim designadamente o pagamento de chorudas somas provenientes de horas extraordinárias, que eram da ordem de 980 euros/funcionário/fim de semana. Este autêntico maná era tão apetitoso que os seus beneficiários até conseguiram ir protelando a implementação da "Reforma Correia de Campos", que acabava com "a mama".
Mais recentemente, quando o actual Conselho de Administração conseguiu trucidar algumas práticas mais onerosas, até houve ameaças de chantagem entre cidadãos que fizeram o juramento de Hipócrates, o que mostra bem, não o peso da argumentação, mas o dos interesses em jogo.
A Comissão de Saúde Unitária nunca até agora se incomodou com estas situações. Porque será?
2 - Reivindicativos mas muito atrasados
Se a Comissão de Saúde Unitária estivesse genuinamente preocupada com a saúde e com a população tomarense, logo que tomou conhecimento da tomada de posse do actual Conselho de Administração do CHMT, teria procurado garantir que a reforma a implementar não seria a de Correia de Campos tal e qual, por haver dúvidas de que a mesma pudesse vir a beneficiar Abrantes e Torres Novas, autarquias socialistas e da área de influência de Jorge Lacão, no governo aquando da publicação do citado diploma, em detrimento de Tomar, mal gerida pelo PSD, mas já com Miguel Relvas entretanto no governo, o que poderia fazer toda a diferença.
A Comissão de Saúde nunca até agora se interessou por este aspecto. Desde o início, apenas lhe parece interessar a suspensão imediata da reforma. Ao mesmo tempo que a CDU pretendeu destituir Relvas da presidência da AM. Porque será?
3 - Uma atitude agreste e uma linguagem inadequada
Nas democracias ocidentais, desde há muito que a negociação é permanente, discreta, cordata, entre gente lhana e de boa companhia. Como sempre deveria ser, pois ninguém quer dar o braço a torcer em público. Mas infelizmente não é isso que tem acontecido por estas bandas. A Comissão Unitária de Saúde, para além da sua estranha composição com gente do PS e do PSD a votar contra os respectivos partidos, sempre tem tido atitudes e usado um vocabulário rude, conspirativo, de suspeita, de rancor e de confronto, totalmente inadequado para os fins que os eleitos locais dizem pretender alcançar. E que culminaram com alguns dos seus membros a usarem a velha retórica do tipo "quem não é por nós, é contra nós", ao saberem da composição da Comissão de Ética. Porque será?
Abreviando, "tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado!" E não prestigia ninguém. Nem Tomar, nem os eleitos, nem quem os elegeu. Pobre terra!
1 comentário:
Professor
Julgo que já ninguém duvida da génese e objectivos da esclarecida comissão. Vão agonizando e depois piram-se de fininho assobiando para o lado e disponiveis para mais gloriosos exercicios de cidadania.Podem mesmo nem mudar de correia.
O motivo de grande curiosidade neste momento será saber qual PS chumbou na AR a proposta de decisão dos comunistas sobre o CHMT : o do Largo do Rato ou o que se passeia nas margens do Sena? Aí temos uma questão para tirar o sono a alguns amigos do PS local. Porque razão: ponham as barbas de molho porque a chave do enigma pode determinar alguns futuros politicos.
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