Jornal de Leiria, 08/03/2012, página 2
Nota de Tomar a dianteira: ACISO - Associação Empresarial Ourém-Fátima
"Ao lado de uma elite pedante e parasita, existe um povo espantoso"
João César das Neves, professor universitário, Diário de Notícias
Os leitores desculparão decerto a insistência. É enquanto o ferro está em brasa que convém malhar. Neste caso para demonstrar que não é por em Tomar se continuar a dormir à sombra da bananeira estatal, agora já quase sem folhas, que na região todos seguem o nosso exemplo. Paulatinamente, de concelho perdido e esquecido na paisagem agreste, Ourém tem vindo a progredir. De tal forma que actualmente é já o segundo do distrito em vários indicadores (população, telemóveis, automóveis, empresas...). Por causa de Fátima? Certamente. Mas também e sobretudo devido ao retorno de centenas de emigrantes, já com as cabeças devidamente arejadas pelos ventos da Europa do norte. Exactamente o que faz falta em Tomar -Ideias arejadas, tolerância, sentido de entreajuda. Entre outros atributos.
Infelizmente, a qualidade de vida no microcosmo nabantino tende a agravar-se. Nem podia ser de outro modo. Desde há longos anos que temos todos os lugares ocupados. Uns por eleição, outros por concurso, outros ainda por escolha a dedo. Salvo raras excepções, continua porém a faltar quem desempenhe cabalmente as funções inerentes a cada cargo. Somos em suma vítimas de afigurações alheias. Gente respeitável cuida que... e depois é o que salta à vista de todos. Excepto de alguns portadores de óculos partidários. Ou ideológicos.
Para não alongar: Somos há longos anos espectadores passivos de um triste espectáculo, que devia ser de música erudita, caso os pianistas em funções soubessem solfejo, ou pelo menos tocassem de ouvido. Mas nem uma coisa nem outra. Nesta circunstância, o Vladimiro, que continua a ter alguns admiradores ferrenhos por estas bandas, perguntaria uma vez mais: Que fazer?
Identificar o problema, dividi-lo nos seus inúmeros componentes, estudar uma solução para cada um e começar a aplicar. Estão à espera de quê? Que a bananeira estatal volte a dar sombra? Não é possível. A crise queimou-lhe as folhas. Emprego para toda a vida, progressões automáticas, aumentos anuais, férias pagas a dobrar, assistência médica gratuita, boa vida, mãos limpas, rendimento mínimo garantido, direitos sindicais exorbitantes, crédito fácil... Tudo isso ou já passou à história, ou não tardará a passar. Não há dinheiro! E falta saber até onde isto irá. Com ou sem greves gerais. Com ou sem políticas de embalar.
1 comentário:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Muito bem visto, sim senhor!
Um projeto excelente que deve mobilizar os tomarenses e os partidos políticos.
Sem pretender armar em carapau de corrida, já várias vezes defendi (até neste blogue) uma via que se encaixa neste projeto de "Arco Patrimonial": "Tomar-Fátima-Batalha-Alcobaça-Nazaré-Óbidos" (e Leiria).
No "Turismo Religioso" - e Cultural - deve ser incluída a religião Judaica, o que dava pano para mangas, em aspetos históricos, culturais e filosóficos, tendo a Sinagoga como marca histórica da cidade e do País, para recuperação e divulgação de grandes pensadores portugueses judeus, como Uriel da Costa, que muito admiro, porque admiro sempre todos os Heterodoxos.... portugueses, seja na religião seja na política.
Este projeto ligaria Tomar ao Litoral, o que é coisa boa de ouvir, descolava Tomar da influência de Santarém, no meu ver com muitas vantagens. Santarém, a Tomar nunca fez nem nunca fará bem. Roubar-lhe-á sempre protagonismo.
Lembro mais uma vez que a UE aceita até fim do ano propostas de projetos culturais a realizar entre 2014 e 2020, para o que dispõe de cerca de dois mil milhões de euros. Também já referi isto aqui neste blogue.
Por isso a delegação de Turismo na R. Serpa Pinto nunca deveria encerrar, pois, tenho a sensação que tem vindo a dar contributos importantes para este projeto.
Sá quero ajudar...., nem que seja só a aplaudir. E há muita gente válida em Tomar e no País que precisa muito de aplausos, para não se deixar levar pelos que se alimentam de desgraças e bota-abaixismo. E a dar coices a torto e a direito no povo que os pariu, alimentou e educou.
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