A batalha cada vez mais violenta que se trava em Tomar contra os novos ventos da história já começou a produzir deserções em pleno campo de batalha. Em pelo menos dois casos, os desertores transitórios até se bandearam com o inimigo. Na recente parvoice do abono das despesas de representação, Graça Costa absteve-se, mas terá feito constar que pretendeu votar contra, assim beneficiando a troika laranja e, naturalmente, irritado Pedro Marques, cuja idiossincrasia se não adequa de forma nenhuma com tais atitudes. Agora, segundo a Rádio Hertz, foi a vez de José Vitorino. Pela primeira vez neste mandato, juntou-se à relativa maioria, votando favoravelmente mais um pedido de empréstimo, enquanto Luís Ferreira e os IpT votaram contra.
Considero que, tanto num caso como no outro, se trata de baixas para as futuras listas a apresentar às eleições de 2013. Claro que tanto socialistas como independentes virão com a habitual música: somos uma formação política democrática, com pessoas que pensam pela sua cabeça e são livres de votar como entenderem... Pois! Mas o facto é que houve ruptura pública, atitude imperdoável no nosso acanhado microcosmo político. Pelo que José Vitorino e Graça Costa se podem considerar desde já fora de combate. É pena, pois todos fazem falta para tentar desatolar a carroça tomarense, cada vez mais atascada.
A Assembleia Municipal tem agora de discutir e votar pelo menos duas "batatas quentes". No caso das despesas de representação, creio que o bom senso acabará por imperar, graças aos votos conjugados de PS, IpT, CDU e BE, visto que é absolutamente imoral aumentar lateralmente quem já tem vencimentos confortáveis, quando a esmagadora maioria dos funcionários tem as remunerações e progressões congeladas. Só se os presidentes de junta também já tiverem sido habilmente pressionados...
No caso do pedido de empréstimo, o comportamento da troika executiva só pode trazer água no bico. Numa autarquia que se poderá queixar de tudo menos da falta de funcionários de secretária, porque será que não houve tempo para preparar e distribuir TODA a documentação indispensável ao debate do assunto? Não convinha? Há esqueletos nos armários que ainda não convém expor? Consideraram que mais vale colocar a AM perante o facto consumado, obrigando-a a decidir numa matéria parcialmente desconhecida?
Se por improvável acaso, que as chantagens são muitas, vier a constitui-se uma maioria contra a aprovação do empréstimo, por falta de informação suficiente, que irá fazer a relativa maioria?
Muito provavelmente continuar a receber pacatamente os seus vencimentos, como até agora. Com um ou outro alarde por aqui e por ali, para fingir que ainda governam, quando afinal apenas se governam.
1 comentário:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Estão a desertar? Para onde?!
Vamos a elas Rebelo (às eleições)? Está tudo a fujir.........? Nãããã... - com tantos seminários e congressos!!!
Se houver falta de pessoal, contem comigo.
Condições: posição de vice-presidente (segundo na lista), pelouro garantido à minha escolha (Dinamização Económica e Área Cultural), 750 euros mensais (o resto para associações de apoio social), sem telemóveis(*), sem viatura, horário 08H30/18H00 (sagrado), refeições onde viver (nenhuma refeição à borliú). Representação da autarquia é com o presidente. Fora daquele horário não estou para ninguém sobre problemas autárquicos, exceto qualquer tipo de calamidade. No meu ganinete só entro eu (mudo a fechadura)e o presidente(este tem que me pedir para lá entrar, sempre na minha presença), cuja limpeza será feita por mim ao fim de semana.
Só aceito participar em listas do PS ou do PCTP/MRPP.
Levarei comigo 87 votos certos, fora os que virão depois.
É pegar ou largar.
E serei o melhor autarca que Tomar algum dia teve.
Aproveitem, que estou a dar o berro.
(*)Só a partir das 18H00 o meu telemóvel pessoal estará operativo (mas só para a família).
(tudo isto por causa das intrigas - e não desviar as atenções...)
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