quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Discordâncias

Tive o prazer de ler aqui, no blogue do meu prezado amigo Luís Ferreira, mais uma opinião inflamada, desta vez apoiada numa tomada de posição de José Manuel Pureza, um daqueles maiorais do Bloco de Esquerda, cujo futuro dirigente, o médico João Semedo, revela hoje numa entrevista ao PÚBLICO que "o  problema da esquerda é o PS estar poluído por concepções neoliberais". Conquanto não seja de modo algum o caso de Luís Ferreira -antes pelo contrário- como não concordo, nem pouco mais ou menos, com o posicionamento de Pureza, já ia a responder ao meu conterrâneo socialista quando me recordei de uma crónica do também professor universitário Carlos Fiolhais, no Público de hoje. Aqui a deixo, sem qualquer comentário suplementar. Boa leitura!


1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

O Dr. Rebelo sabe que não costumo abusar em trazer para aqui textos de outros blogues. Como já vou fazendo parte da mobília desta "casa", conceda-me a liberdade de transcrever aqui um genial texto do melhor blogue de acompanhamento diário da política nacional e seus muchachos. Refiro-me ao Câmara Corporativa" (http://camara corporativa.blogspot.com). Um artigo genial, pela forma simples, assertiva - quase científica - como consegue caraterizar tão bem Miguel Relvas e Passos Coelho - os homens que governam Portugal. O autor do texto é Miguel Abrantes, um dos gestores do blogue, que não conheço (quase ninguém conhece): escreve maravilhosamente bem e revela possuir grande cultura. Previno, para os que o não conhecem, que é de tendência socialista, mas ele é lido diariamente por jornalistas, políticos de todos os quadrantes, intelectuais, etc., e, se estivermos atentos, marca frequentemente alinhamentos em jornais e televisões.

O texto é este:

«Da série "A Fenomenologia do Ser"(1)-[15]

PPC tenta sistematicamente disfarçar a sua evidente impreparação e as suas notórias limitações adoptando um estilo ora palavroso, ora pomposo, aparentemente rebuscado, mas repleto de lugares comuns e de afirmações redundantes. Qualquer observador atento detecta facilmente neste estilo, que é, aliás, típico, a vacuidade intelectual do protagonista e a notória incapacidade em articular com clareza e com objectividade o que pensa – se é que pensa – e o que pretende dizer, se é que tem algo para dizer.

MR é um caso semelhante mas elevado à enésima potência. Um estilo palavroso, pomposo, incoerente, ora vazio, ora estereotipado, torrencial e sem nexo lógico entre as afirmações. É um caso típico de alguém que aprendeu o léxico mas que tropeça a cada passo na sintaxe e que da semântica tem apenas uma vaga ideia.

O mesmo estilo, as mesmas limitações na gramática básica, a mesma pobreza de espírito, a mesma vacuidade, numa palavra a mesma escola, ou antes, a falta dela….»


(Seguem-se dois dircursos, um de Passos, outro de Relvas, para exemplificar.... Para não tornar longo este comentário, remeto o leitor para o blogue "Camara Corporativa")

E continua Miguel Abrantes, gestor do blogue, que não conheço:

«De facto, PPC e MR são as duas faces da mesma personalidade política. MR fingiu que estudou. PPC fingiu que leu.

Quanto a MR nada há a fazer. Quanto a PPC, o autodenominado leitor de obras inexistentes de Sartre, e que por isso nada aprendeu sobre a má-fé e o que significa querer passar por aquilo que não se é, talvez ainda vá a tempo - e já que é dado à ‘histeria’ - nada como ler e tentar compreender que

Le bovarisme c’est l’hystérie, em
J.-P. Sartre, L’Idiot de la Famille, (Gallimard, III, p. 781)»

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¹ Obra filosófica que o actual primeiro-ministro afirmou ter lido na sua juventude, desde então, perdida.
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P.S.: Aconselho a leitura diária deste blogue a todas as pessoas, de todas as tendências partidárias, porque ele representa neste momento em Portugal um serviço público de informação", denúncia, crítica e análise.