sábado, 22 de setembro de 2012

Está em estudo...


E à terceira edição, ao que parece, fez-se luz. Carlos Carrão, Rosário Simões e Eduardo Mendes já confirmaram que está em estudo a alteração do modelo do Festival de Estátuas Vivas até agora em vigor. Aceitam finalmente que haja entradas pagas, embora falando de "preço simbólico". Metido assim o dedo na engrenagem dos novos tempos, é pouco provável que consigam ficar-se pelo aludido preço simbólico, pois são múltiplos e complexos os problemas a resolver, resultantes da cobrança de entradas: como vedar o recinto, como controlar eficazmente as entradas e saídas de visitantes e moradores, modelo dos bilhetes, locais e formas de aquisição, preços, respectiva contabilização rigorosa, imperativa devido à inevitável cobrança de IVA e posterior entrega ao Estado... Com tudo isto, se a preço for mesmo simbólico, o produto das entradas não vai chegar sequer para pagar as novas despesas. E se é para consumir ainda mais verbas orçamentais, então mais vale estar quietos.
É muito fácil escrever "Tudo aponta para que a 3ª edição do Festival de Estátuas tenha atraído a Tomar cerca de 100 mil pessoas." Trata-se de fraseado pronto a usar e que rigorosamente ninguém está em condições de contradizer. Contudo, vários comerciantes contactados concordaram ter feito negócio "mas nada que se pareça com 100 mil pessoas; nem metade." No mesmo sentido, tomarenses de raiz, daqueles que ainda se lembram dos jogos com os grandes, quando o União estava na 1ª divisão nacional, também não concordam com os ditos 100 mil "nem coisa parecida". Acrescentam que "O estádio levava 15 mil pessoas antes do Paiva ter mandado destruir as bancadas e nesses jogos estava sempre à cunha. Antes e depois dos jogos aqui na cidade a gente quase não se podia mexer. E eram só 15 mil pessoas. Agora imagine quase sete vezes mais. Esta malta nova não sabe o que diz. Têm a mania das grandezas. São os mesmos que apregoam 500 mil pessoas nos Tabuleiros; como se isso fosse possível..."
Em que ficamos afinal? 100 mil? nem metade? muito menos? A resposta é importante e a ter em conta quando se estuda o problema das entradas pagas. Quanto mais não seja porque há uma ordem de grandeza a respeitar. Seria puro desperdício mandar imprimir 50 mil bilhetes e depois vender menos de 10 mil. Tal como seria lastimável ter mandado fazer apenas 15 mil e depois não chegarem para as encomendas. Urge por conseguinte estudar bem o problema, o que não se afigura nada fácil com o  executivo que temos, quando se constata nomeadamente que, graças à habitual boa vontade de Pedro Marques, conseguiram uma maioria circunstancial para aprovar a manutenção do pagamento mensal das despesas de representação aos técnicos superiores da autarquia, mesmo quando não houve quaisquer despesas desse tipo, mas continuam sem orçamento aprovado para este ano, numa altura em que já devia estar em discussão o de 2013. Se nada conseguirem antes de Janeiro, vão entrar em ano eleitoral com duodécimos de 2011? Os tempos não estão para malabarismos contabilísticos e outros, mesmo feitos por técnicos com direito a despesas de representação, que recebem mas não fazem.

4 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada


Um preço não superior a 3/4 euros, preços especiais para famílias com mais de 3 pessoas.

Bilheteiras na Várzea Grande, Estádio Municipal e Pavilhão Desportivo e em todas as juntas de freguesia (e há ainda a internet).

As coletividades cultura e recreio que recebem subsídios da câmara destacam cada uma dois colaboradores voluntários para controlarem as entradas no dia do evento.

Cada Junta de Freguesia destaca dois funcionários voluntários por dois dias (sábado e domingo), com direito a 3 dias de folga.

Estes colaboradores distribuidos por N restaurantes e cafés da cidade, que lhes servirão almoço e jantar à borliú.

Eis algumas medidas de improviso. Uma equipa de 3 pessoas encontrará ainda melhores soluções e tudo correrá com eficácia e simplicidade.

Objetivo desta experiência: custear as despesas, teste para futura festa dos Tabuleiros.

Foi o que me saíu assim "darrepente"...

Atitude positiva!

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrafa

O tempo e complexidade numa decisão que me parece simples para pessoas que andam na política há tanto tempo!

Imagina sobre a decisão de uma Grande Obra! A natureza das dificuldades é a mesma - a do mercado de votos.

O que se segue é sobre o "Novo Aeroporto de Lisboa" e a polémica que nunca mais acaba.

Deixo aqui este escrito meu, mal alinhavado,que não se destinava ao teu blogue, sobre um artigo de hoje no "Público", matéria com que caçaram Sócrates:
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Foi a mais demagógica e envenenada arma utilizada contra José Sócrates, empunhada por uma corja de oportunistas, e malandragem da pior espécie, que campeia no seio dos partidos de direita (e não só...), na caverna onde se banqueteiam muitos dos nossos chamados intelectuais e parte das nossas elites habituadas a mamar nas tetas da Vaca Nacional. Entre eles está o actual Presidente da República. Foi uma vergonha o que se passou em torno da questão do Novo Aeroporto.

A IATA-International Air Transport Assotiation (Associação de Transporte Aéreo Internacional), que representa 240 companhias aéreas mundiais, entre elas as mais importantes e poderosas, arrasa as opções deste governo, de grupos de interesse instalados há muitos anos no nosso País, e de um magote de refinadíssimos oportunistas, que não pararam de se armar ao pingarelho, com pareceres mal estudados, viciados e improvisados em programas como o "Prós e Contras". A IATA tenta convencer agora este governo de aventureiros a abandonar a opção de "Portela+1" e a centrar-se na recuperação da solução defendida pelos governos de José Sócrates - um Moderno Aeroporto Internacional na área de Lisboa. A oposição política (especialmente PSD e CDS-PP) e todos os que se opuseram ao novo aeroporto na altura, fizeram-no só para poderem ir ao "pote". Sacanas!

O alerta que a IATA faz agora ao governo, tem subjacente uma coisa muito simples: não façam já um Aeroporto à maneira e, um dia destes, a médio prazo, vamos proibir, solenemente, o aumento de tráfego aéreo para Portugal. Tão simples como isto! Como já o fizeram algumas vezes para outros destinos. O facto de não se ter continuado com as obras do Novo Aeroporto, atirou a TAP-Air Portugal por terra, agora prestes a ser vendida a preço de saldo, uma das mais belas jóias do nosso património de Conhecimento, Tecnologia, Diplomacia, Cultural, know how, etc., e um símbolo de um povo espalhado por todo o mundo.

A IATA sublinha várias coisas, que parte da sacanagem que esteve contra conhecia:

-"Não acredita que o novo aeroporto complementar [à Portela] deva continuar a ser considerado" - sem meias tintas.

-"O investimento num aeroporto complementar será considerável (....), nenhuma das actuais infra-estruturas militares é adequada ou poderá ser utilizada para aviação comercial".

-"E mesmo que uma das bases seja adequada, é improvável que o número de passageiros e de companhias dispostos a sair da Portela suporte o investimento necessário"

-" Que as companhias "low cost" que têm preferência ou modelos de negócio assentes na utilização de aeroportos principais na Europa estejam dispostas a suportar o choque e os custos de transferência para uma localização remota. As companhias não são obrigadas a mudar-se".

-"A criação de uma infra-estrutura low cost implica geralmente que serão oferecidas taxas [aeroportuárias] mais reduzidas às companhias. E, a não ser que seja garantido acesso livre a todas as empresas, esta opção será encarada como discriminatória".

-OS POTENCIAIS INVESTIDORES NA TAP SERÃO DISSUADIDOS PELO FACTO DE HAVER PLANOS PARA CONSTRUIR UM AEROPORTO "LOW COST" (COM DIFERENÇAS MUITO PROVÁVEIS NAS TAXAS) a operar em concorrência e com proximidade ao da portela ou de Alcochete. a médio prazo".
-Alerta ainda "que os candidatos à venda da Ana serão dissuadidos pelo facto de terem de investir em três aeroportos em simultâneo (no actual, no complementar e no novo)".

......CONTINUA

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

......CONTINUAÇÃO

Agora, em jeito de resenha dos últimos três parágrafos do artigo do "Público", assinado por Raquel Almeida Correia, usando algumas das suas pavras e frases que não assinalo, e citações que insere do parecer da IATA:

O documento destaca o facto de prever que a concretização do projeto "Portela+1", " vá demorar "pelo menos três a quatro anos", exigindo investimento na Portela para fazer face aos actuais constrangimentos, e termina dizendo ao Governo que "adiar novamente o compromisso de construir um novo aeroporto em Lisboa só vai aumentar a escala, a complexidade e os custos da infra-estrutura necessária para suportar as operações em Alcochete"; a IATA diz ter "preocupações crescentes" que esse adiamento "reduza o potencial crescimento das companhias de aviação que operam em Lisboa" e mostra-se confiante de que "o Governo português vai ter em consideração" o parecer que fez chegar ao Ministério da Economia. A IATA pede ao Governo que "tome a decisão correta", e que não se distraia "com soluções de curto prazo que têm o potencial de criar mais problemas do que aparentemente pode resolver". Também a equipa da ANA, nomeada por este governo em Janeiro para estudar a opção "Portela+1", conclui que a solução de um grande aeroporto na área de Lisboa seria a solução correta.

Este parecer da IATA é, de facto, arrasador e desmascara os oportunistas, que, direta e indiretamente, contribuíram para apear do poder o melhor Primeiro Ministro de Portugal desde 1820, no momento em que mais precisávamos de um líder da sua estirpe, raros no nosso País.
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(escrito todo ele elaborado após leitura do artigo de Raquel Almeida Correia, ´Público" de Hoje, 22/09/2012, "Associação mundial da aviação arrasa opção do governo pelo "Portela+1". Citações retiradas do artigo e usadas algumas frases da Jornalista não assinaladas. As ilações de natureza política são minhas e de minha responsabilidade).

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

CORREÇÃO: dele ler-se

IATA-International Air Transport Association