sábado, 29 de setembro de 2012

Futeboladas na política local

Somos, como se sabe, uma grande potência futebolística. Nunca ganhámos nada de jeito, perdemos com a Grécia uma final e até já empatámos com o Luxemburgo; mas pronto! Somos uma grande potência! Onde em tempos um grande clube despediu o Mourinho, por considerar que era mau treinador. Não espanta por isso que a política esteja cheia de especialistas de futebol, quase sempre também treinadores de bancada. Vai daí, volta não volta transferem para a arena política práticas da relva futebolística.
Acaba de acontecer na Assembleia Municipal de Tomar. A oposição, por uma vez unida, votou maioritariamente uma Moção de censura ao presidente e à mesa. Leu bem: uma Moção de censura. Na qual acusam o presidente que alguns elegeram de ser o responsável pelo triste estado a que isto chegou e, sobretudo, embora não o admitam, de estar a falhar na outra equipa que também treina em Lisboa. Agindo assim, PS, IpT, CDU e BE branqueiam de facto a incapaz troika executiva tomarense, apesar dos sucessivos e graves erros que vem cometendo. Em simultâneo, procuram sacudir a água do capote, uma vez que em tempo oportuno se mostraram incapazes de provocar a queda do executivo, seguida de eleições intercalares, apesar de disporem de todas as condições para isso. Mostraram assim estar tolhidos pelo receio de que o eleitorado os mandasse dar um volta...
Meses mais tarde, ei-los que descobriram o prego com a cabeça do outro lado: Se a equipa está a jogar mal, a culpa é do treinador. Implicitamente: A equipa executiva até é boa, o treinador é que não presta. Vantagem desta posição: Pôde ser aprovada sem perigo, pois não tem qualquer consequência prática. É uma moção inócua, só para dar espectáculo e portanto ir entretendo o pagode. Numa altura em que os senhores civilizados da grande metrópole, ungidos pela graça do Espírito Santo, decidiram descer às berças para tentar explicar aos indígenas calhordas como se pode desenvolver o povoado. 
No fundo, tudo cidadãos respeitáveis e bem intencionados, mas que não se enxergam nem conseguem entender um mundo em mudança cada vez mais acelerada. Os resultados aí estão para o provar. 
Pobre terra! Pobre gente!

3 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Sempre a mesma coisa, a mesma irresponsabilidade, o mesmo oportunismo.

Será o actual presidente o responsável?

E os outros...? Escolheram o elo mais fraco e isso não é bonito.

Arre Burro... Que amanhã é sábado disse...

Na atual conjuntura social e económica, alguém tem pachorra para levar a Assembleia Municipal a sério?
Já não há pachorra!...
Esta democracia não nos leva a lado nenhum! À miséria!
Os deputados municipais fazem-me recordar a orquestra do Titanic. o barco afundar-se, e os músicos continuavam a tocar! É exatamente o que nos está acontecer ao nosso país.

Isabel Miliciano

Isabel Miliciano

Unknown disse...

-Plenamente de acordo com a Isabel Miliciano.
-Só que desta vez bem mais grave e desatroso, pois não é o titanic com 3000 pessoas, mas sim um País com cerca de 10 milhoes de pessoas...
-PERGUNTO EU: Como é possivel num País tão pequeno existir tantos Drs,Engºs e seus derivados que conseguem ser tão imcompetentes, irresponsaveis, ladroes entre outros adjectivos que não vale a pena enumerar, pois toda a gente percebe(digo eu).