terça-feira, 25 de setembro de 2012

Garotices na autarquia


No post Agrava-se a polémica, de 23 do corrente, abordou-se o dislate de quatro eleitos do executivo ao votarem favoravelmente o pagamento de despesas de representação a três directores de departamento e nove chefes de divisão. Um acréscimo mensal de despesa da ordem dos 2.800 euros, numa altura em que o funcionalismo público vê congelada a sua progressão na carreira, negados os aumentos e agravados os impostos.
Nessa mesma reunião, os quatro vereadores da oposição apresentaram e aprovaram uma proposta no sentido de recomeçar a compra de jornais e revistas para a biblioteca municipal. O insólito da situação foi o voto contra da troika laranja, sem qualquer efeito prático porque minoritário. E daí, é bem possível que venha a servir para boicotar a deliberação. Com semelhante tropa, tudo é possível.
Temos assim uma indesmentível garotice, num contexto particularmente delicado para a cidade e o concelho. Eleitos que se julgava serem minimamente sensatos, votam numa mesma sessão duas enormidades:  a favor de um acréscimo mensal de despesa de 2.800 euros, mas contra 140 euros mensais para a compra de jornais e revistas. Mostram assim que estão às ordens dos técnicos superiores da autarquia, ao mesmo temo tempo que se estão marimbando para os eleitores mais modestos, que usualmente liam os jornais diários e revistas na biblioteca municipal.
Com atitudes como estas e tendo como horizonte apenas os fins de mês e as próximas eleições, os actuais sete magníficos, uns mais outros menos, correm o risco de transformar o executivo nabantino em algo de tão patusco que dificilmente alguém com envergadura moral, intelectual e política ousará apresentar-se ao sufrágio popular em 2013. Isto porque, a todos os níveis, há sempre duas hipóteses extremas: pessoas que dignificam os lugares e lugares que dignificam as pessoas. Neste momento, é minha opinião, fundada no ocorrido nestes três anos, que a presidência  do executivo nabantino não prestigia de modo algum o seu titular, que por sua vez também não prestigia o lugar. Todos sabemos porquê.
Cabe à direcção local social-democrata agir no sentido de pelo menos tentar limitar os estragos, sem o que pode muito bem vir a perder as futuras eleições locais. Será isso mesmo que a actual troika laranja pretende? Se não é, pelo menos assim parece...

1 comentário:

Unknown disse...

Sr Professor Rebelo

Como muitos dizem:"ainda a procissão vai no adro".

Infelizmente o próximo ano de 2013 não nos vai trazer nada de bom:
-Mais impostos
-Menos rendimento
-Uma Câmara na sua caminhada para o abismo
-Uma cidade, que cada vez é menos cidade, e mais aldeia
-Partidos politicos na sua tarefa continua de enganar e mentir aos eleitores e portugueses em geral
-Portugueses, que apesar de enganados,enxovalhados, ignorados e espezinhados pelos partidos politicos lá continuam a votar sempre nos mesmos.( O Português não tem mesmo juizo, pois não!?, ou então é do estilo sadomasoquista-"quanto mais me bates mais gosto de ti".)

No fim, vai o sr perguntar: Muito bem e alternativas, não é!?
-Penso eu de que, havendo umas eleições, e isto sou eu a "delirar" onde os portugueses não fizessem voto útil nos partidos agora vigentes o "sistema" teria obrigatoriamente de mudar as coisas.
-Atenção que este mudar não se refere à imposição/obrigação do voto através de Lei.