Total de eleitores inscritos
C. DA RAINHA OURÉM TOMAR
1999 38.753 36.525 39.671
2011 44.414 43.528 38.070
+ 5.661 + 7003 - 1.601
Fonte: Ministério da Justiça - Cadernos Eleitorais
PORQUÊ???
A resposta pode estar numa entrevista de Fernando Costa, PSD, presidente da Câmara das Caldas da Rainha há 27 anos, ao JORNAL DE LEIRIA de 06/09/2012. Eis os principais excertos: (Os dados entre [ ] são de Tomar a dianteira)
"JL - Não esconde o orgulho por Caldas da Rainha ser dos municípios com taxas e impostos municipais mais baixos do país. Ainda há margem para reduzir esses valores?
FC - Ainda. No próximo ano vamos baixar o IMI. A dívida da câmara ronda os cinco milhões de euros (quatro milhões à banca e um a fornecedores) e temos quatro milhões de euros em depósitos a prazo, que rendem mais que os juros que pagamos .[Câmara de Tomar tem uma dívida global superior a 40 milhões e não consta que tenha depósitos a prazo.] Com esta situação financeira e num momento em que as pessoas têm cada vez mais dificuldades é um erro tremendo subir os impostos. Na Caldas, o IMI é entre 25% a 35% mais barato que em Leiria ou Lisboa. Abdicamos de parte do IRS a favor dos munícipes, os transportes públicos são muito baratos e o preço da água e do saneamento é dos mais baratos do país. Enquanto há municípios a cobrar cada vez mais às pessoas, muitas vezes para gastar sem critério, eu prefiro descer os impostos e fazer menos obra.
JL - O memorando da troika prevê a redução de autarquias, mas o governo pretende apenas mexer nas freguesias. Não deveria ir mais longe e avançar com mexidas nos municípios?
FC - O Governo começou mal esta reforma. Deveria ter chamado o PS à mesa das negociações e começado pela redução de municípios. Temos câmaras a mais. Entre 120 e 150 chegavam [são 309]. A população de Caldas da Rainha, Alcobaça, Nazaré, Óbidos, Bombarral e Peniche teriam muito a ganhar se houvesse uma fusão de municípios. Ao juntarmos três ou quatro concelhos, as pessoas pagariam metade do IMI e menos IRS, teriam água e recolha do lixo mais baratas e melhores transportes. A fusão de municípios permite que as pessoas paguem menos por melhores serviços. No futuro, os munícipes terão de perguntar ao presidente da câmara como vai reduzir os impostos e as taxas e não que obras pretende fazer. O tempo que aí vem não é para concretizar muitas obras, mas para baixar os impostos e as tarifas às pessoas.
JL - Isso não é muito aliciante para os autarcas, que em geral gostam de apresentar obra.
FC - Hoje, a meta de um autarca deve ser aliviar os custos às pessoas e gerir bem os impostos que os munícipes pagam. Os munícipes não podem pagar impostos para as câmaras gastarem em festivais de gosto duvidoso ou em provas desportivas sem aceitação da população. Não faz sentido promover espectáculos quando depois não há dinheiro para ter as escolas a funcionar. O meu orgulho como autarca não é fazer muita obra, mas pôr as pessoas a pagar menos à câmara. Em Caldas da Rainha, uma família paga, em média, menos mil euros por ano em água, IMI, recolha de lixo e transportes do que nos concelhos vizinhos.
JL - Tendo em conta a polémica que tem havido em torno da agregação de freguesias, não lhe parece um pouco utópico avançar para a fusão de municípios?
FC - Essa agregação será inevitável. Dentro de um ou dois mandatos grande parte das câmaras estará na falência. O Estado não tem dinheiro para dar às câmaras e estas não conseguem sustentar as máquinas avassaladoras que têm. Castro Marim, Alcoutim e Vila Real de Santo António estão já a iniciar um processo de fusão. Se três câmaras se juntarem, pode haver uma poupança entre um e quatro milhões de euros só no funcionamento do município. Se essa poupança se reflectir numa redução de custos par a população, esta poderá aceitar a fusão. Foi fácil fazer obra e criar serviços, mas será muito difícil manter as câmaras com as estruturas actuais em termos de serviços, equipamentos, funcionários, assessores e boys dos partidos. Isso vai acabar porque não há dinheiro. A câmara das Caldas funciona com três chefes de divisão e sem qualquer director de departamento. [A câmara de Tomar tem 13 chefes de divisão e 3 directores de departamento.] Conheço uma autarquia com metade da dimensão de Caldas da Rainha que tem 30 chefes de divisão. Se as pessoas soubessem os gastos supérfluos que há em algumas câmaras, com pessoas que não fazem nada, corriam com os presidentes!
JL - Como viu a posição da câmara de Leiria, que rompeu com a Lei dos Compromissos para garantir o arranque do ano lectivo?
FC - Não gostaria de falar desse caso particular. Esse é um problema das câmaras com muitas dívidas. A culpa não é da Lei dos Compromissos, mas das câmaras que estão cheias de dívidas e que não pagam aos fornecedores. A Lei dos Compromissos está a ser usada como desculpa. Se não tivesse dinheiro para pagar as refeições escolares, não ia contratar espectáculos ou fazer obras, porque o funcionamento das escolas é primordial. Concordo em 90% com a Lei dos Compromissos, que vem com 20 anos de atraso. Se a lei existisse há mais tempo, o endividamento público não seria tão grande e alguns já teriam ido parar à prisão. Portugal andou em desvario, por não haver controlo financeiro. Reconheço que a lei tem alguns aspectos de execução difícil, mas é preciso pôr ordem nesta pouca vergonha como o dinheiro público tem sido gasto."
Entrevista conduzida por Maria Anabela Silva, Jornal de Leiria, 06/09/2012, páginas 14/15
Selecção e destaques de Tomar a dianteira
Conclusão: Um presidente do das Caldas!!!
6 comentários:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Este senhor diz muitas verdades, mas, manhosamente (poderosíssima arma dos portugueses para se protegerem dos malefícios das governações, usada também para sacudir a água do capote), esquiva-se a chamar os bois pelos nomes. Intercala a demagogia a esmo. Que seria das populações e da boa qualidade de vida existente na maioria dos concelhos, se não fossem as autarquias? Quase tudo o que de melhor se construíu nos últimos 38 anos deve-se às autarquias, com os municípios à cabeça.
Este presidente das Caldas parece-me um bom presidente. Sempre tive essa opinião. Mas raspa-se de uma realidade que ele conhece muito bem... e com a qual convive (não o acuso de nada ilegítimo): O PSD é, essencialmente, um partido autárquico na sua dimensão intermédia, e de grandes negociatas no seu topo, num e noutro caso esbanjador de milhões de milhões de euros desde 1985. Disso não fala ele. Essa cultura do despesismo sem sentido é intrínseca ao PSD. Os exemplos são muitos e tamanhos! E é o partido da corrupção em Portugal. Não venha ele para cá contar histórias da carochinha.
O PSD não é exatamente um partido, é uma frente de confluência de interesses pessoais e de gangues organizados.
Demagogia é vir agora dizer que são muitos concelhos... O que está na cabeça deste e doutros dinossauros da vida política portuguesa é o reforço do poder oficial e oficioso sobre as populações, a que eles chamam o fecho da "abóbada do poder".
Alguém o ouviu nos seus desempenhos teatrais cómicos em reuniões do PSD atacar Santana Lopes, Menezes, Jardim, etc., por terem gasto de mais? Alguém o ouviu denunciar a corrupção nascida nos governos de Cavaco, que contaminou assustadoramente as autarquias?
Porque era destes protagonistas com alguma respeitabilidade, e que não perdem a oportunidade de dela se ufanarem, que deviam surgir essas denúncias, nomeadamente, contra este governo de sacanas do seu partido. Ele está sempre superativo ao lado de qualquer sacana, porque sabe as vantagens que daí lhe advêm.
Menos demagogo e mais assertivo para com alguns do seu partido que têm enchido a barriga no últimos 25 anos só lhe ficava bem.
Pois! Mas há outros que nem cuco nem mocho. Nem governam, nem se governam nem se deixam governar.
Este cantoneiro da borda da estrada não passa duma reles imitação dos antigos e verdadeiros CANTONEO! Que mais se poderá chamar a alguém que atrevida e demagogicamente diz: " O PSD não é exatamente um partido, é uma frente de confluência de interesses pessoais e de gangues organizados! Pelos vistos, no seu partido -(o PS) são todos uns santinhos. Num país civilizado, uma tal afirmação só poderia ser dita por alguém ininputável!
Para o leitor Alfredo Guedes:
O seu a seu dono. Fernando R. M. usa o pseudónimo de Cantoneiro da Borda da Estrada, não por alguma vez ter exercido tal profissão, mas sim por ter habitado durante anos na Borda da Estrada, ali entre Tomar e Carvalhos de Figueiredo.
Quanto à respectiva orientação politico-partidária, cabe-lhe a ele escrever o que entender.
Há uns anos no Brasil - terra de eleição do Douto ideólogo do neo-fascismo nacional, dizia-se dos Ruas e caldenses de pacotilha, a mais simples das verdades: ROUBA mas FAZ.
Bonito!
É verdade. Ruas e caldenses de pacotilha, porque Luís Ferreira é de pacotão! Lin...do!!!
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