sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pura ilusão

A notícia dada pelo seu governador de que o BCE irá comprar dívida pública ilimitada, desde que com maturidades até três anos, teve o condão de agradar a socialistas, centristas e direitistas. Seguro manifestou contentamento, as acções dos bancos subiram bastante e até o circunspecto Cavaco, o pai do monstro, apenas lamentou a demora. Mau sinal. Como disse um dia o Vladimiro, "Quando os meus inimigos estão de acordo comigo, interrogo-me logo: que erro terás tu cometido?"
Arriscando-me a desagradar uma vez mais aos meus críticos do costume, vou dizer uma blasfémia: penso que quem tem razão neste aspecto é o ministro alemão da finanças, aquele da cadeira de rodas, que não parece nada coxo da cabeça. Disse ele, em substância, que para curar uma doença tem de se ir à sua origem e não aos sintomas, como bem sabem todos os médicos. Por outras palavras, tanto no caso do país como no de Tomar, não é conseguindo obter empréstimos mais em conta que vamos  lograr ultrapassar a crise. Para isso é indispensável perder a mentalidade tipo tóxico-dependente, que vai prometendo abandonar as drogas ao mesmo tempo que continua a comprá-las e consumi-las, cada vez em maiores doses.
Claramente, neste momento ninguém sabe em Tomar como conseguir pagar uma dívida autárquica real que já ultrapassa os 40 milhões, numa envolvência em que a população está a diminuir, a actividade económica está a diminuir, as receitas estão a baixar e a máquina municipal já custa mais do que as receitas arrecadadas. O que significa que a câmara está a viver a crédito, situação que seja como for não vai poder prolongar-se durante muito mais tempo, sob pena de se tornar irrecuperável sem recurso a medidas drásticas. Excelente ocasião para os socialistas tendência Sócrates explicarem aos nabantinos como tencionam gerir a dívida, caso vençam as futuras autárquicas, na sequência da jactante afirmação do ex-primeiro-ministro armanizado segundo a qual "as dívidas não são para pagar, são para gerir." Só não explicou como gerir uma penúria cada vez mais acentuada, num contexto em que há cada vez menos quem empreste em condições suportáveis.
Embora como habitualmente os tomarenses continuem a alardear ignorância, alheamento e  cinismo a toda a prova, temo que não venham a ter muito mais ocasiões para manifestar aversão pelo política local. Ou me engano muito, ou este é mesmo o trambolhão final. Ou o vamos conseguir ultrapassar com muita humildade, muito trabalho, muita dedicação à causa pública e pesados sacrifícios, que passam pela acentuada redução das despesas municipais. Ou o melhor será ir procurando outro poiso, que este está a dar as últimas. Até já se encara o encerramento do Centro Comercial Templários no fim do ano aqui.
Salvo medidas drástica e atempadas, é a derrocada final. Saberemos estar à altura? Tenho as maiores dúvidas.

6 comentários:

Anónimo disse...

Para tomarense d

O seu comentário foi eliminado por fazer a apologia da violência, o que é inaceitável numa democracia como aquela em que vivemos.

Unknown disse...

Nós não vivemos numa democracia, desculpe.
-Chamar democracia a um País que é governado por ladroes, sem que nada lhes aconteça, e isto desde 1974, é no mínimo gozar com a inteligência das pessoas.

Anónimo disse...

O facto de haver casos de corrupção, ladrões e vigaristas não quer dizer que não há democracia. Está por provar que não haja também muita gente honesta na política e fora dela. Em qualquer caso, há um poder judicial independente, a quem compete julgar e aplicar as leis.
No meu entender, a apologia da violência nunca se justifica, mormente quando existe liberdade de expressão, como é o caso.

Unknown disse...

-No meu modesto entender a democracia não se faz só com a liberdade de expressão, existem outros valores a terem em conta.
-Eu não fiz(faço) a apologia da violência pela violência, apenas escrevi o que escrevi por ver o País, o Povo a caminhar para a miséria, enquanto os que "mandam" não se vê faltar-lhes nada, vivendo confortavelmente instalados, bem comidos, bem bebidos, e com o cú bem tremido...
-Não tenho dúvidas que este País e continuando as pessoas a serem pachorrentas e o deixar andar, iremos ficar na maioria na miséria

Anónimo disse...

Tem razão. Mas sem ela também não. E a via mais rápida para o regresso ao autoritarismo é precisamente a violência.
Há várias maneiras de contestar, sem recorrer à violência. Uma delas consiste em propor soluções alternativas para os problemas que nos apoquentam.

Unknown disse...

-Se o autoritarismo for para limpar o País do bando de incompetentes e irresponsáveis que são a maioria dos políticos venha ele.
-Se o autoritarismo for para acabar com o oligopólio nos combustíveis e electricidade venha ele.
-Se o autoritarismo for para acabar com os caloteiros que gerem a maioria das empresas publicas, venha ele
-Se o autoritarismo for para colocar a justiça a funcionar de forma rápida, venha ele
Atentamente