Na realidade, gitanos, acampamentos, bandeiras, patos e manhãs de nevoeiro. Mas era demasiado extenso. Avancemos portanto. Ali no acampamento turístico do Flecheiro, conhecido por Los Gitanos e que já tem mais de 25 anos, não se deve viver assim tão mal, nas precárias condições do campismo selvagem, já se vê. Pelo menos, como mostra a fotografia, algumas aves municipais mudaram-se para lá. E como a autarquia não costuma ser má patroa...
Pois no sector sul do referido aldeamento turístico, Tomar a dianteira, que por ali passa quase todos os dias, notou uma bandeira portuguesa hasteada "de pernas para o ar". Tendo em conta a recente manifestação de mulheres "roms" na Praça da República, com tachos e tampas e banzé e tudo, pensou que se tratasse de uma nova e pacífica maneira de protestar contra as sucessivas promessas camarários até agora nunca cumpridas.
Indo os tempos tão agitados em matéria de imprensa e informação em geral, considerou Tomar a dianteira que o futuro a Deus pertence, pelo que mais vale prevenir do que remediar. Vai daí, resolveu cumprir a tão propalada obrigação de respeitar o contraditório. Falou com o Pascoal, patriarca do sector sul (o do sector norte é o Róflin) e perguntou-lhe qual o motivo para a bandeira estar às avessas. A resposta foi pronta e franca -Porque eu nã sei "coméquela" se põe. -Com a parte redonda do escudo para baixo, Pascoal. -"Antão praquécusgajos" puseram a corda daquele lado !? -Não tem nada a ver homem ! Basta desatar, pôr a parte de baixo para cima, e voltar a atar. (A falta que faz uma boa campanha de educação para adultos...) E a bandeira lá está, agora na posição correcta e com um lindo fundo de nevoeiro. Quiçá a anunciar que aquele típico acampamento vai durar até ao dia em que D. Sebastião regressar finalmente ao seu país. Nevoeiro matinal já há !
Ou será que estamos apenas perante o tal horizonte do progresso, sobre o qual escreveu Corvêlo de Sousa ? Na verdade ninguém vê grande coisa, mas todos se vão acomodando. Pelo menos até que o orçamento vá dando para garantir fins do mês calmos. O pior é que o tempo se vai esgotando...
4 comentários:
Definhando lentamente,
como o caudal do rio Nabão,
suja, imberbe e demente,
esta cidade doente,
onde há roupa mas não há pão,
futilidade crescente,
na semente da nossa gente,
indiferença permanente,
num ladrar, contra a corrente,
em que todos ralham e ninguém tem razão.
O importante é a bandeira estar lá. Aqui também é Portugal, cidade de Tomar, moram aqui portugueses, tomarenses, muitos nascidos aqui!Enquanto hasteada, erguida, suja, esfarrapada ou de pernas para o ar, respiramos, estamos vivos, somos diferentes, mas somos portugueses.
É um apelo! -Temos de viver juntos, derrubar preconceitos, com os mesmos direitos, os mesmos deveres. Em conjunto, ajustemo-nos mutuamente para resolver os desvios existentes de ambas as partes.
Em Frente Tomar!
Viva Portugal
Depois de uma ruidosa manifestação junto a cãmara por tutimeia de humanos, mas que segundo se diz teimam em viver como gente civilizada, continua a estar a vista de todos, mas qual civilização?
Aqui ou em qualquer parte quem quiser viver em comunidade tem que fazer por isso, trabalhando pagando impostos, votar e ser fiel a nação, não tendo pelo menos dois destes requesitos então que afinal de seres humanos são?
Gostei dos patos!
Decididamente estamos em território nabantino. Um misto de orgulho patriótico (bandeiras,...) com laivos de ruralidade (abarracado), e uma permanente mão estendida ao poder. Tudo para continuar a beneficiar da esmola que nos alimenta.
Enviar um comentário