quinta-feira, 22 de julho de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO DA PAPELARIA CLIPNETO LDA

A grande notícia desta semana vem n'O TEMPLÁRIO. Em linguagem objectiva e maviosa, o jornalista desfere nos autarcas que vamos tendo uma das maiores bofetadas com luva branca deste mandato. Até agora...


Na situação que todos conhecemos e padecemos, uns mais, outros menos; cheia de dívidas, entre as quais 514 mil euros (100.280 contos) de transportes escolares à Rodoviária do Tejo, segundo noticia O MIRANTE (página 24); uma maioria autárquica que resolve comprar mais dois pópós, um para um eleito PSD, outro para um eleito PS, vive fora da realidade e está objectivamente a fazer pouco dos pobres e dos desempregados. Trata-se, na nossa opinião, de uma decisão escabrosa e de evidente revanchismo social -não gostam nós? então aguentem lá com mais esta! Nem sequer se contentaram com meras viaturas de trabalho, utilitárias, das mais baratas e económicas, iguais para todos, tal como somos perante as leis. Quiseram mostrar que estão muito acima dos cidadãos comuns; que têm direito a mordomias de luxo! Cúmulo dos cúmulos, o senhor vereador-contabilista até passa a dispor de um carripano tipo "marcedes", superior ao do senhor vereador-arquitecto, para evitar confusões. Vice-presidente é vice-presidente; vereador é vereador. Nada de enganos.
Tudo isto cheira a novos ricos bacocos e pacóvios, deslumbrados com o poder e com as larguezas consentidas pelo orçamento público. E a eleitores demasiado permissivos e pachorrentos, já agora. Incapazes de reagir, mesmo às maiores afrontas e aos dislates mais evidentes.
Atrás de tempo, tempo vem. Aqui há 15/20 anos, certo vereador também se lastimou que não podia ir para as reuniões fora terra de carroça, pelo que precisava de um carro novo. Nas eleições seguintes, veio a sofrer as consequências. Vamos portanto aguardar com calma o que aí vem...
Igualmente no jornal dirigido por José Gaio, um excelente texto de intervenção, num português requintado e de índole jurídica, subscrito por João Godinho Granada. Vem na página 20 e vale a pena ler. É tão raro podermos deliciar-nos com boa prosa...

Além da já referida notícia sobre as dívidas camarárias à Rodoviária do Tejo, provenientes dos transportes escolares, que já vão, globalmente, em oito milhões de euros = um milhão e seis- centos mil contos, O MIRANTE continua com uma feliz e certeira veia humorística, na sua secção Cavaleiro Andante, como demonstra mais esta "charge" ao nosso adorado vice-presidente Carrão. Há só um ínfimo detalhe que não joga. Realmente, sobretudo tendo em conta os sucessivos passeios de idosos, e agora com esta situação vergonhosa do pópó de luxo, tipo "marcedes", D'Artagnan é assim a modos que um bocado lhã-nhã, nos vos parece? D'artamama fica muito mais catita, mais verdadeiro e mais nacional. E, como reza aquela conhecida publicidade -O que é nacional é bom!

Temos depois, na mesma secção do mesmo semanário, este texto, amalandrado como o arroz, mas incompleto. Faltou referir dois detalhes importantes. Um é que o nosso fundador Gualdim continua ali porque nunca conseguiu emprego em nenhum dos quatro canais televisivos a que se candidatou, por causa de estar sempre de costas viradas para a câmara, o que em televisão não se pode fazer nunca!
O outro escapa a quase toda a gente, apesar de ser fundamental - Gualdim está na posição que todos sabemos, com a arma em posição, mas mesmo assim, tratou de colocar o escudo a proteger-lhe a porta de serviço, porque nunca se sabe!
E qual o papel do Camões nesse tal festival?! -Ora! Está-se mesmo a ver! Trata-se de inculcar, no eleitorado tomarense e nos eventuais visitantes, uma mensagem subliminar de indiscutível utilidade e proveito para os eleitos que deviam governar-nos, mas têm cada vez mais tendência para se governarem -"Se não te portas como deve ser, vão-te ao olho!"



CIDADE DE TOMAR faz manchete com os dois grandes assuntos da urbe -O intrincado problema do mercado, cuja solução vai demorar o seu tempo, até porque os senhores autarcas, como já vem sendo habitual, em vez de tentarem simplificar, complicam o mais possível, não se sabe se inadvertidamente, se de propósito.
Segundo o senhor presidente, citado por Cidade de Tomar, "Durante estes trinta dias [após a montagem da tenda e do equipamento], a autarquia terá tempo suficiente para avaliar o custo das obras de intervenção exigidas pela ASAE, e assim tomar uma decisão se avança ou não com essas obras de carácter provisório, ou se inicia de imediato todo o processo para a construção de um novo edifício." Salvo melhor e mais fundamentada opinião, o senhor alcaide-mor está algo baralhado. O que deve ser feito em primeiro lugar é apurar o que quer a maioria da população. Depois é só agir em conformidade.
Que se saiba, os tomarenses desejam ardentemente que se salvaguarde toda a construção actual; que se acrescente outro pavilhão do mesmo estilo no terreiro a sul, e que se proceda à modernização de tudo aquilo. Por conseguinte, as condições exigidas pela ASAE podem perfeitamente ser definitivas e não proivisórias, pelo que não se antevê como fazer o alegado estudo comparativo de custos/benefícios.Na verdade, ainda não se ouviu ninguém fora da autarquia a defender a demolição e posterior edificação de novo mercado. Hipótese que apenas interessa a quem continua a seguir a "doutrina Paiva", que impõe para o local o tal fórum. Não adianta disfarçar, que o pessoal já há muito tempo que não usa barrete. A não ser os da festa grande, e é só uma vez cada quatro anos...
Quanto ao outro grande tema -as futuras 40 habitações a custos controlados no Bairro da Choromela, também é escusado dissimular. Trata-se, entendemos nós, da decisão mais inteligente até agora tomada pela presente maioria. Não sendo a ideal, também com ela não colide, deixando praticamente tudo em aberto, para quando haja visões mais amplas e arejadas. Convém, no entanto, ser claro. As afirmações de Corvêlo de Sousa, na reunião camarária de hoje, indicam bem o que se pretende -ter um plano A e um plano B para o realojamento da comunidade cigana do Flecheiro. Dado que o normativo europeu não permite segregar populações, qualquer que seja a razão, o pretendido conjunto de 40 fogos na Zona industrial será condenado, uma vez que só lá iriam habitar ciganos. Nestas condições, resta a hipótese Choromela... Para quê tentar escamotear, maquilhando-as, as reais intenções do executivo que temos?
Uma última nota, sobre as eleições para a presidência do IPT, às quais todos os semanários se referem. O MIRANTE até publica uma bela foto na primeira página, certamente porque o IPT é um bom cliente em termos publicitários. É a vida!
Quanto ao acto eleitoral em si, não deixa de ser estranho que na Europa e em 2010, em eleições livres para a presidência de um estabelecimento de ensino superior público, haja apenas um candidato. Mas também é verdade que em Nápoles ou Palermo ganham sempre os mesmos...

3 comentários:

Anónimo disse...

A compra de carros novos pela CMT numa altura de crise e incerteza, para não dizer decadência, é um atestado de impreparação política.Quanto ao mercado,outro sinal de impreparação, não se percebe a calma quanto a decisões, com o Inverno a chegar. No politécnico, só 1 candidato é mesmo caso único no País. É mais uma originalidade tomarense. Mas tambem já só tinha havido uma lista para a assembleia eleitoral.

Anónimo disse...

A "manobra-chave" nas eleições do politécnico foi o "arranjinho" da lista única para o colégio eleitoral.
Quanto ao Mirante, basta ver a publicidade que levam do politecnico.Deve ser uma bela facturação.

Anónimo disse...

A dos carros é a compensação dada aos dois vereadores que nunca serão Presidentes de câmara em Tomar.

Pronto, agora têm um brinquedozinho novo para os próximos três anos.

Vá lá. Agora portem-se bem e votem tudo a favor do que eu quero. Capice?