DESPERTAR do ZÊZERE é um simpático jornal regional, no qual um dos que fazem Tomar a dianteira manteve, há cerca de 15 anos, a "Crónica tomarense desencantada". Já nessa época ia tudo muito bem, o cronista é que era um "iluminado, apóstolo da desgraça"... Nunca até agora se tinha incluído o Despertar na análise semanal da imprensa regional por três razões: A - Por ser um quinzenário; B - Por raramente sair mesmo de quinze em quinze dias; C -Por só estar disponível por assinatura, ou na Tipografia Comercial, ali na Rua da Costa, ao lado do antigo Parreirinha, agora Cadela. (Podem aproveitar para entrar e molhar a palavra...)
Dito isto, o DZ tem uma tiragem superior a 4 mil exemplares, inclui notícias de Tomar, como veremos mais adiante...e dos três jornais que analisamos todas as semanas, é o único impresso em Tomar. O seu director, Joaquim Ribeiro, é um ex-dirigente do União de Tomar e membro influente do PSD da região, detalhe que permite perceber melhor e dá outra dimensão ao que vem a seguir.
Na sua edição de ontem, o referido órgão de informação ferreirense, foi particularmente certeiro e doloroso para os tomarenses amantes da sua terra. Isto porque, em tempos idos, era habitual comparar-se Tomar com Santarém, com Leiria, com Castelo Branco. Ou mesmo com Coimbra, para alguns bairristas mais assanhados. Ainda esta semana, no CIDADE DE TOMAR, António Freitas compara a nossa cidade com Loulé. Agora é o que se pode ver na manchete do DESPERTAR. Compara-se implicitamente Tomar com Ferreira do Zêzere, no que concerne aos mercados...e ficamos a perder. A perder e envergonhados! Aonde isto já chegou!!!
A agravar ainda mais a nossa triste situação de intrujados há mais de 15 ou 20 anos, (o intrujado é sempre o último a saber...), na última página vem uma outra notícia que só pode entristecer os tomarenses: A câmara ferreirense vai mandar fazer sanitários públicos no centro da vila. Uma necessidade para satisfazer as necessidades dos cidadãos. Joaquim Ribeiro, além de brioso industrial em Tomar, parece ter muito jeito para "dar bofetadas de luva branca", pois para bom entendedor, meia notícia basta. Logo duas na mesma edição, é demais para os corações tomarenses mais sensíveis. Se houver ataques cardíacos, já sabemos quem poderá vir a ser o responsável...
Outra área, mesma situação. Sem qualquer explicação detalhada, este estabelecimento fechou. Até aqui, nada de extraordinário. O insólito é que deixaram avisos a solicitar aos eventuais clientes que se dirijam ao Mundo Rural, na Rua Infantaria 15, mesmo ao lado, OU À OUTRA AGÊNCIA, SITUADA EM OURÉM.
Para tratar de documentação obrigatória com algum conforto, já tínhamos de nos deslocar à Loja do Cidadão, em Ferreira, ou na Barquinha. Em Tomar a autarquia sempre entendeu que não se justificava, nem justifica. (É melhor, e mais compensador em termos eleitorais, financiar umas viagens de recreio, com comezaina incluída.) Agora, os sócios do INATEL que queiram ir de férias, terão de deslocar-se a Ourém...
Isto devido ao facto de uma agência de viagens pertencente à ADIRN, por sua vez financiada com fundos europeus, que explora igualmente a Galeria do Mundo Rural, na Rua Infantaria 15 e uma Loja de Vinhos no Convento de Cristo, ter resolvido encerrar, sem dar cavaco (salvo seja!) ao pessoal. Os autarcas tomarenses perderam a vergonha?
Como gritava a talentosa Ivone Silva, no século passado -Isto é que vai uma crise!!!
10 comentários:
Convém realçar, sr. Rebelo, que os ferreirenses são gente retrógrada, sem horizontes senão o das copas das árvores que os rodeiam (recorde-se que está inserida na zona do Pinhal), e por isso não é de admirar que tenham dado importância a algo tão "démodé" como um reles Mercado Municipal.
Nós, tomarenses templários, perdão, templeiros, pelo contrário, somos gente arrojada, de vistas largas, mentes viradas para o futuro, para a modernidade, gente que a cada passo aumenta os padrões de vida sendo mesmo um "case study" para qualquer curso de sociologia e urbanismo.
Como tal não espanta que tenhamos em massa exultado com o encerramento do Mercado Municipal, lamentado apenas não termos feito como os alemães na Noite dos Facas Longas e dançado à volta dos escombros ardentes do edifício da vergonha tomarense que albergava uma actividade que Há muito devia ter sido suprimida dentro das fronteiras do nosso concelho.
TENHO DITO...A BEM DA NAÇÃO...TOMARENSE...!
Bom trabalho!
Também às 21 horas, na RTP Memória, vi o anúncio das rábulas de Ivone Silva/Camilo de Oliveira, que terão mais de vinte anos, e quando os escutei a dizer: "isto é que vai uma crise!",lembrei-me que, em Portugal, o amanhã é sempre igual ao ontem.
Na RTP Memória aguardava pelo ALF - Uma coisa do outro mundo, o alter-ego americano, já do princípio dos anos 8o do século passado. Em Portugal há dez milhões de ALF...
A comparação que DZ faz entre Tomar e FZ é esperável, considerando a tendência de vida nos dois concelhos: em Ferreira ela melhora, aqui ela piora. E, em Tomar, não se prespectiva uma inversão de tendência.
Defendem alguns a destruição do Mercado Municipal de Tomar, porque é antigo, etc. O jornalista António Freitas, e este blog, contrapõem, e bem, com o Mercado de Loulé. Lembrem-se do Mercado de Tavira, do Mercado da Ribeira em Lisboa, e de outros por esse País e por esse mundo fora. Em Tomar é que se vai inventar a roda, quadrada...
O Financial Times de 14/7/2010 publica um suplemento de seis páginas dedicado a Portugal. Na última página insere um artigo intitulado:"Há mais para lá do golfe", onde considera haver esforços, em Portugal, para promover as cidades históricas. Tomar é uma cidade histórica, mas, com a destruição do seu património histórico e a construção de mamarrachos deixará de o ser.
E dizem querer desenvolver o turismo em Tomar. Sai uma gargalhada à ALF.
SÉRGIO MARTINS
....ADIRN, por sua vez financiada com fundos europeus...
Não se terá mudado para Cabo Verde???
Começa a ser difícil prever outro futuro para Tomar que não seja o de uma aldeia com história. Afastada das vias de comunicação, sem indústria, serviços públicos em debandada, jovens a ter que sair para outros locais para trabalhar!Fica a salvação, segundo os estrategas dos últimos 25 anos: o turismo cultural. Só que, para isso e o comércio associado, são suficientes umas centenas de tomarenses. Aos milhares de sobrantes resta envelhecer com a reforma do Estado nessa aldeia pacata chamada Tomar e com um passado glorioso!Uma pena, ou não!
Pedro Miguel
ADENDA
O jornal Expresso de 10/7/2010 foi acompanhado por um livro turístico sobre a Madeira. Nele se dá grande realce ao Mercado dos Lavradores, no Funchal, realçando que é dos anos trinta do século passado (para os tomarenses é velho), com um tipo de arquitectura impressionante, muito apreciado pelos turistas originários de países onde dominam os mamarrachos dos Fóruns. Diz o livro que, naquele Mercado, vendem-se frutas, carne, peixe, vegetais, outros géneros alimentares, roupas, calçado, flores, artesanato, etc.
Mas a Madeira não é turística...
SÉRGIO MARTINS
Pois, o Mercado dos Lavradores, o Mercado de Coimbra (objecto de uma profunda remodelação, que o preservou do essencial), o Mercado de Évora (também remodelado, sem o desvirtuar).
Em Londres há o Covent Garden que também sofreu remodelação, mas não foi convertido em fórum!
Tudo isto é falado e escrito em Tomar há mais de cinco anos - quando o Barão da Trofa assestou a mira ao Mercado Municipal e começou com a ideia do faraónico fórum! - sem qualquer resultado prático perante o poder magestático do Rei Barão da Trofa, que quiz este triste fado para o nosso Mercado.
Aqui chegados, só há uma solução ir pelo caminho que os outros fizeram - reconstruir o Mercado Municipal, adaptado aos tempos modernos, s com base naquilo que sempre foi e representou para Tomar - o seu Mercado Municipal (mesmo com outras vertentes em mais pisos superiores).
Será que finalmente os teimosos vão aceitar a realidade?
Já se perdeu muito tempo, perderam-se oportunidades, perdeu-se dinheiro, contribuiu-se para descaracterizar Tomar e para a sua fragilização!
É hora de decisões justas, bem fundamentadas, pragmáticas e, sobretudo, a bem de Tomar!
Tudo o que foi aqui dito sobes o encerramento do nosso Mercado é pouco, face aos grandes prejuízos que tal facto acarreta para a credibilidade de Tomar.
Acresce o facto de a autarquia estar a preparar uma situação transitória (montagem de uma trenda), que, quem sabe, não será razão para ter o tempo suficiente para destruir o Mercado tal como o conhecemos, em vez de o recuperar com a possibilidade de outras valências, para além das que historicamente lhe estão associadas.
Um dia destes vamos acordar e o Mercado já era!!!
Tomar não tem capacidade, nem energia, para se mobilizar por causas. O caso do Mercado é paradigmático. Isso seria impensável noutras zonas do país. Lembram-se do Mercado do Bolhão, no Porto? O presidente da Câmara, Rui Rio, Viu-se confrontado com uma oposição cívica gigantesca, desde os vendedores, aos partidos da oposição, passando pelos cidadãos anónimos que não faltaram à chamada, pela defesa de um espaço que encerra história e esta vai muito para além do mandato temporal de qualquer presidente da cãmara.
No caso de Tomar, onde estão as forças políticas capazes de mobilizar os cidadãos na defesa do Mercado?
Onde estão os defensores dos espaços históricos que vão sendo, pouco a pouco, destruídos em Tomar, quantas vezes em nome de um progresso que ninguém sente nem entende, apenas meia dúzia de iluminados que o tempo acaba por os desacreditar. Nessa altura, já é tarde.
Onde é que está a força da cidadania de Tomar? Simplesmente não existe!
Imaginem a situação do mercado acontecer, e termos como Presidente da Câmara uma pessoa com o gabarito do Senhor General Fernando de Oliveira? Galvanizava Tomar em peso e até Lisboa tremia!
Hoje temos frangos de aviário na política tomarense. Como diz Sérgio Martins, os tomarenses há muito que se puseram a jeito.
José Soares
General Oliveira, arquitectura a preservar, mas está tudo tonto, ou é apenas insolação estival?
Aquilo como está serve para quê?
Gastar ali dinheiro para quê?
Deitem mas é aquele lixo abaixo, que de nada serve e construam um em condições.
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...uma agência de viagens pertencente à ADIRN, por sua vez financiada com fundos europeus, que explora igualmente a Galeria do Mundo Rural, na Rua Infantaria 15 e uma Loja de Vinhos no Convento de Cristo, ter resolvido encerrar, sem dar cavaco (salvo seja!) ao pessoal.
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- Bem, isto não é bem verdade. O "pessoal" que lá trabalhava já sabia da situacäo!
Para 18/07 às 08:45
Tem razão, mas nós também. Explicando: Tem razão, pois realmente "sem dar cavaco ao pessoal" leva logo a pensar no pessoal que lá trabalhava. Ao escrever, não se pensou nessa "leitura" e creia que lamentamos tal falha.
Não tem razão, porquanto a acepção corrente que se pretendeu dar à frase em questão foi "ao pessoal" = às pessoas, às tropas, à gente, aos clientes, ao povo, à população...
Cordialmente,
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