domingo, 21 de março de 2010

AGRADECIMENTO E RESPOSTA A UM AMIGO

Ilustração nº 1 - PÚBLICO -Suplemento Cidades - 21/03/10

Ilustração nº 2 - Nouvel Observateur - 11/03/10: Os feridos graves da crise. Com fundo preto, o défice orçamental. Com fundo amarelo, a percentagem da dívida pública, em relação ao PIB. Pior do que nós, na zona euro, só a Itália e a Grécia.

Ilustração nº 3 - Le Monde - Pierre -Antoine Delhommais - 21/03/10

Caro camarada, conterrâneo e todavia amigo Luís Ferreira:

Era para responder só mais tarde. Contudo, ao constatar que este é o post nº 1.000, resolvi dedicar-to. (Não tens nada que agradecer, pois é inteiramente merecido. Dás e mostras a cara em cada comentário que para aqui tens a bondade de enviar, atitude que por ser tão rara por estas bandas, mormente por parte dos políticos, merece pública homenagem. Está feito.)
Fico sempre muito contente com os teus escritos conquanto, regra geral, não partilhe muitas das tuas opiniões. Outro tanto acontece com as inoportunas catilinárias contra o líder dos IpT. Nestas duas intervenções mais recentes continuas a denotar entusiasmo, euforia, satisfação íntima e felicidade, a que juntaste inspiração. Gostei particularmente daquela abertura estilo arma de cavalaria: "Como também tenho direito à opinião e ao disparate, que não é exclusivo dos administradores do blogue..." (Ver comentário completo em "A tragédia grega do União de Tomar")
Está bem achado, sim senhor ! Mais uns anitos e adoptarás a minha conhecida posição, velha de mais de duas décadas -por estas paragens nabantinas, o disparate, além de endémico, é crónico.
Também adorei a parte final do mesmo escrito: "Nunca deve a Câmara pagar a dívida AO União de Tomar. Deve, isso sim, ajudar a pagá-la e rapidamente..." Igualmente bem achada, a tua hipótese de solução tem no entanto um óbice de respeito -Há mais de 30 anos que a autarquia anda a ajudar a pagar os compromissos do União e os resultados não são nada brilhantes até agora. Porque haverá o futuro de ser diferente ? De forma franca, fechas o teu texto proclamando "Soluções, não problemas !" Tendo em conta o actual contexto político-económico, tens a certeza que a tua proposta, a ser adoptada, não se transformará num problema ainda maior?
No outro comentário ao post "Uns poupam, outros esbanjam", inicias com um "desarricanço" que afinal não passa de uma frase redonda: "Há de facto opiniões para todos os gostos, mas vamos ver a coisa como ela é de facto." Como se tu fosses o detentor da verdade, quando afinal apresentas apenas mais um ponto de vista, no caso uma opinião fundamentada com documentos oficiais. E concluis de forma a não deixar dúvidas de que estás realmente a opinar: "Mal seria que em Tomar não usássemos de justiça para com os nossos trabalhadores, tendo os meios para o fazer."
Haveria aqui pano para mangas, sobretudo em dois pontos -os trabalhadores e os meios para o fazer. Quanto ao primeiro, equiparar funcionários (municipais ou outros) a trabalhadores, é em muitos casos um manifesto abuso de linguagem. Em relação ao outro, pensas mesmo que o munícipio tem TODOS os meios necessários, designadamente orçamentais ?
Já sei ! Já sei ! Vais repetir que estou velho, caduco, ultrapassado, patarata, ou xéxé. Ainda não dei por nada, mas também não descarto, pois a idade traz tudo. E infelizmente também leva algumas coisas. Em todo o caso, prevendo a tua íntima reacção, resolvi artilhar-me com opiniões acima de qualquer suspeita. Farás portanto o favor de consultar as ilustrações supra. A nº 1, responde à questão dos eventuais subsídios ao União de Tomar. A nº 2, mostra-te como está realmente o país neste mundo globalizado. A nº 3, enfim, como está numa língua que hoje em dia é quase tão rara por estas bandas como os lobos, segue em tradução e adaptação livre. Lê, s.f.f. e tira as tuas conclusões.

TOMARENSES, SE VOCÊS SOUBESSEM !

"Na verdade, actualmente os políticos eleitos não têm qualquer escolha para além da mentira, pelo menos por omissão, caso pretendam manter os seus lugares. Caso o não fizessem, eis como poderia ser um discurso, tendo por objectivo descrever o mais honestamente e o mais fielmente possível a situação económica que aí vem.

"Tomarenses:
Vocês queixam-se muito e têm toda a razão deste mundo, mas procurem não exagerar porque o pior ainda está para vir. Em primeiro lugar, o desemprego não vai baixar mas aumentar. Os chineses, com custos laborais vinte vezes inferiores aos europeus e com o yuan subvalorizado, vão alargar a sua gama de produtos e monopolizar novos mercados. O que eles ganharem em termos de nível de vida será igual ao que vamos perder. As deslocalizações de fábricas e outras empresas para fora do país vão aumentar. A única hipótese do nosso país e da nossa terra aumentarem a competitividade consistirá em apertar ainda mais os cintos em termos de salários, como vêm fazendo os alemães desde há anos. Os trabalhadores e os funcionários vão passar a ganhar menos, mas terão de trabalhar mais horas e durante mais anos, para terem direito a uma pensão de reforma apenas suficiente. As regalias sociais serão reduzidas porque o Estado-providência, dado o alto nível de endividamnento público, é coisa do passado. Do passado, ouviram bem ?
Para reduzir o défice e reembolsar os empréstimos, vamos ter de pagar impostos mais elevados. Nós, os nossos filhos e os nossos netos. É praticamente a única maneira de escaparmos a uma catástrofe do tipo grego, apesar de não ser garantido."
É o que se pode chamar um discurso realmente mobilizador, não é ?"

Depois disto, camarada e amigo Luís, ainda pensas que o município tem os meios das suas políticas, por exemplo na área do pessoal ?

António Rebelo

11 comentários:

Luis Ferreira disse...

O amigo e Prof. Rebelo deve receber de mim, como de todos os que consigo não concordam, a maior estima que se deve dar SEMPRE a quem usa a Liberdade para construir uma sociedade mais esclarecida.

Obrigado pela deferência, que decerto não mereço e reafirmo o meu envolvimento na solução para a instituição Uniao de Tomar e na defesa dos trabalhadores da autarquia.

Os recursos existem ainda e se a estratégia que o Ps pouco a pouco vai montando em Tomar resultar, todos poderemos viver melhor na nossa terra dentro de pouco tempo. É para isso que trabalho todos os dias. Eu e mais uma grande mão cheia de socialistas em Tomar.

Um abraço solidário do
LF

Anónimo disse...

Ele e uma mão cheia de socialistas em Tomar.

Um verdadeiro rei Sol. L´état c´est moi! e a mão cheia, claro!

O resto da maralha não lhe interessa para nada, só ele e os amigos é que sabem.

A continuar assim ainda fica com uma mão vazia, como os cofres do municipio!!!!!

Anónimo disse...

"
Os trabalhadores e os funcionários vão passar a ganhar menos, mas terão de trabalhar mais horas e durante mais anos, para terem direito a uma pensão de reforma apenas suficiente.
"

Fala quem já está aposentado, trabalhou menos horas do que as que são agora exigidas e ganhou mais do que se paga agora aos funcionários públicos (professores).

Anónimo disse...

O ferreira tem mesmo um ódio visceral ao pedro.
Porque será?
Estes casos patológicos costumam tratar-se na psiquiatria e, em Tomar, há uma boa consulta da especialidade.
É de aproveitar, rapidamente!

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 11:54

Desculpe-me a observação, mas parece-me que não percebeu patavina daquilo que leu. De facto, quem fala é um insigne economista francês, da Escola de Economia de Paris, habitual cronista do Le Monde. Eu limitei-me a traduzir e adaptar, conforme poderá constatar pela ilustração que antecede o texto em questão.
Não concordar com as opiniões expressas é o seu direito. Baralhar as coisas denota ou falta de atenção, ou falta de outros predicado, o que é sempre lastimável num sujeito.

Cumprimentos,

António Rebelo

Anónimo disse...

A fixação do Luís Ferreira em Pedro Marques só pode surgir de dois factores:

1 - Ter uma grande inveja por razões que se desconhecem...

2 - Ser incapaz de ombrear na inteligência, na capacidade de realizar e...

Pobre Luís Ferreira, quer passar pelo que não é, nem tem para o ser, utilizando SEMPRE uma linguagem própria de quem não merece simplesmente o lugar que exerce (mesmo que temporariamente).

Está ao nível do António Alexandre, seu companheiro de viagem pelo mundo da política mundana. Aliás, ambos comungam de uma certa falta de inteligência, facto que os leva, apesar de "inimigos", a juntarem-se, mais uma vez, numa lista que mais não é do que um saco de gatos pretos.

As pessoas com ideias e projectos não têm nenhuma necessidade de manifestar constantemente os ódios pessoalizados a quem quer que seja.
O contrário é que...

Anónimo disse...

Comparar o Luis Ferreira com o Pedro Marques é de facto um absurdo social e político.
Um lá vai dando a cara pelo que pensa e fazendo o que lhe parece ser possível, o outro, bem o outro, palavras para quê?

Sebastião Barros disse...

Para o comentador das 21:49:

Na data de hoje, que assistiu em 1968
à fundação do Movimento do 22 de Março, na origem do Maio de 68, é assaz caricato estarmos aqui a comparar políticos locais uns com os outros. Ainda assim, caso não se importasse, afigura-se-nos útil que esmiúce a sua opinião. Afinal quem é o um e quem é o outro ? É tudo farinha do mesmo saco ?

Anónimo disse...

Um usa avental e o outro não!

Um serve para adjunto e o outro não!

Um é do Benfica, o outro do Sporting!

Um tem servido, o outro serve-se!

Anónimo disse...

"Um usa avental e o outro não!
Um serve para adjunto e o outro não!
Um é do Benfica, o outro do Sporting!
Um tem servido, o outro serve-se!"

Parece-me mais:

Um usa avental o outro já tentou;
Um serve para adjunto e o outro nem para isso;
Dos clubes não sei nem me interessa;
Um ainda vai servindo, o outro já nem para se servir!

Anónimo disse...

Com tantos aventais, tanta mulher-adias, tanta limpeza, porque é que tardam em arrumar a casa?