terça-feira, 16 de março de 2010

VERDADES QUE INCOMODAM




Há por aí umas gralhas (nome vulgar de uns pássaros pertencentes à família dos Córvidas, comuns em Portugal, também conhecidos por corvo, corvelo, choi, grelha, gralha-calva, gralha de bico vermelho, gralha de bico preto; o mesmo que abelharuco; mulher faladora..."). Como é sabido, as gralhas tomarenses, além de corvelos, têm uma característica própria -o bico é sempre vermelho e preto. Vermelho, para reivindicar; preto para lamentar.
Mas escrevíamos que há por aí umas gralhas sempre prontas a grasnar a mesma música, que lhes foi incutida por quem nisso tinha e tem interesse: "É só maledicência, má vontade, má língua, metem-se a falar do que não sabem, não se documentam, têm a mania que sabem de tudo..." É sobretudo para esses este texto.
Farão o favor de concordar que, pelo menos na área do turismo e da economia, sem muito bem do que estou a falar, e procuro actualizar-me constantemente. As obras acima ilustradas, que li e releio, provam isso mesmo. Deixem-se, portanto, de patetices infantis e caiam na real, para usar um brasileirismo.
Quanto mais leio, mais cresce em mim o sentimento de que pouco sei. O contrário, penso eu, do que sucede com a maior parte dos meus conterrâneos. Julgam que sabem tudo, o que os impede de aprenderem mais o que quer que seja. E então muitos dos que andaram pelas ultrapassadas e estáticas universidades portuguesas, ainda é pior. Deram-lhes um canudo, após uns anitos de marranço ou de "corte e cola", assim os convencendo de que já estão definitivamente artilhados para a vida. Como se houvesse coisas definitivas na provisoriedade da vida. Avante (salvo seja !).
A população tomarense em geral, e os os autarcas em particular, como já aqui foi escrito, andam nitidamente a nadar em copos de iogurte. Não sabem o que fazer, como fazer, nem quando fazer. Tal como aqueles artistas de meia tijela, tinham um reportório pouco variado e esgotaram-no. Quem tenha eventuais dúvidas a este respeito, fará o favor de ir lendo/ouvindo o que dizem os nossos eleitos. Sobretudo o primeiro deles. Ou leiam a intervenção de um dos candidatos a líder do PSD, que atirou com esta autêntica "rapsódia política": "Candidato-me para defender uma social-democracia de raíz cristã e liberalizar a economia portuguesa". Realmente, é o que se pode chamar um tiro de chumbo largo. Em vez de atingir um coelho, vitima pelo menos 30 ou 40 com cada disparo.
Indo ao concreto e ao local, se realmente os nossos eleitos, e respectivos apoiantes, querem saír da crise, terão forçosamente de descer à realidade e arranjar um módico de humildade, de forma a aceitarem de bom grado que quando se está doente, como é o caso de Tomar e do concelho, não cabe ao doente dizer qual é a remédio para a cura. Nestas condições, façam como já os gregos estipulavam -"se quereis saber com segurança, perguntai aos sábios".
Vai por aí algum alarido com parques de estacionamento, museus, vias pedonais, funiculares, tapetes rolantes, comemorações dos 850 anos, mordomo, etc., etc. No meu humilde entendimento, seria excelente que nos convencêssemos de que a época dos improvisos já lá vai. Hoje em dia, praticamente só os músicos de jazz é que improvisam com arte. Após longos anos de prática, bem entendido !
Como fazer então ? Leiam, leiam, leiam; oiçam, oiçam, oiçam; pensem, pensem, pensam. Não vão encontrar nas obras acima indicadas receitas tipo "pronto a usar". Acharão, porém, recomendações da maior utilidade, nos difíceis tempos que correm. Estas, por exemplo: qualidade, qualidade, qualidade; persisência, persistência, persistência; inovação, inovação, inovação; estruturas, estruturas, estruturas; formação, formação, formação; audácia, audácia, audácia; abertura ao mundo, abertura ao mundo, abertura ao mundo; humildade, humildade, humildade; simplicidade, simplicidade, simplicidade.
Óbidos, que tem muito menos população do que Tomar, menos de um terço (10.487 eleitores em 9 freguesias, contra os 38 mil em 16 freguesias no nosso caso), organiza DOIS OU TRÊS EVENTOS ANUAIS LUCRATIVOS (sem qualquer prévia tradição local). Investe em cada um deles, segundo declarações dos responsáveis, somas da ordem dos 400 mil euros. Em Tomar, a Festa dos Tabuleiros, que poderia ser um dos grandes propulsores locais rumo ao progresso, custa menos de 200 mil euros e mesmo assim só se faz de 4 em 4 anos. Será preciso dizer mais ? Realmente, os nossos irmãos brasileiros, formatados pela imensidão do seu país, tanto em termos de superfície como de variedade e de riqueza,, têm razão ao postular que "quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré". Pela minha parte, procuro ser mais comedido, para não chocar inutilmente, mas também para não bater em mortos, que parece mal. Limito-me, por isso, a considerar que realmente nunca vi nenhuma nespereira a dar pêssegos. Alegoria que vai no sentido do bem português adágio "Cada um é para o que nasce..." E eu não tenho culpa nenhuma de ter nascido nas margens do Nabão, mas assumo com orgulho a minha condição de tomarense. Não de tomarista ou de tomarudo.

António Rebelo

10 comentários:

Anónimo disse...

UMA ANEDOTA RELIGIOSA

Certo dia, um homem regressou à sua terra natal depois de ter vivido uma vida inteira viajando pelo mundo e trabalhando em negócios obscuros, muitas vezes roçando o crime.
Agora, já velho, teve um ataque de remorsos e pensou que partir deste mundo sem pedir perdão a Deus pelos pecados cometidos seria cometer uma última asneira que a sua consciência não permitia.
Vai daí, depois de se instalar na velha casa dos seus pais, dirigiu-se à igreja para falar com o padre:
- Senhor padre, desejo confessar-me!
- Está bem meu filho, vem cá logo à tarde a partir das 3!
- Não, senhor padre! Perdoe-me mas tenho pressa de fazer as pazes com Deus!!!
Ao ouvir isto o padre percebeu que tinha à sua frente um homem desesperado e prontificou-se a fazer-lhe a confissão de imediato.
O homem começou a desenrolar o "almanaque" dos pecados e quando acabou o padre, estarrecido, disse:
- Meu Deus, há quarenta anos que sou padre e nunca ouvi tamanha colecção de pecados, homem! Eu nem sei que penitência lhe hei-de dar! Olhe, reze duzentas Avé-Marias, 200 Padres-Nossos e 200 Credos, e uma vez que o dinheiro foi sempre o móbil dos seus crimes, entregue 2 contos de réis à primeirq pessoa que encontrar na rua quando sair da igreja...e que Deus o acompanhe!
O homem assim fez. Rezou, rezou, rezou até cumprir a penitência e ao sair da igreja tirou da carteira duas notas de mil escudos. Mal acaba de o fazer passa á sua frente uma mulher com andar dengoso, mini-saia, meias de vidro, saltos altos, lábios pintados de vermelho vivo.
Acercando-se dela o homem estende a mão e diz-lhe:
- Olhe menina, tem aqui 2 contos!
Olhando para o dinheiro ela retorquiu:
- Ah não,ó mínimo que eu levo é 5 contos!!!
- Mas ali o senhor padre disse...
- Mas o senhor padre é um cliente antigo!!!

Anónimo disse...

Tomar parece uma comunidade terrivelmente atomizada, especialmente nos estratos mais esclarecidos e politizados: o grupo deste, daquele, de aqueloutro, etc.. Julgo que é uma característica que se mantém há dezenas de anos. Muitos grupos de interesses, por vezes muito mesquinhos, de costas voltadas uns para os outros.

Não há momentos de "reunião", em debates, momentos de cultura, arte e recreio. Quando os há, só vão alguns, outros não vão porque a coisa é feita por outros, uma rivalidade silenciosa, desdenhosa, que mutila iniciativa. Percebe-se que andam "de mal" e desconfiados uns com os outros, ficam de longe a abservar, melindram-se por qualquer coisinha, marcam terreno.

Não comunicam e interagem entre si. Se acedem a posições de alguma importância local, parece que andam sempre desconfiados que os tramem, temem por qualquer coisa...

Lembro-me de passar milhares de vezes, na minha juventude, por muitas pessoas e nem um olá!, um aceno, um olhar, um reconhecimento, um desafio para que cada um de nós sentisse que éramos reconhecidos pelo outro. Os estratos sociais eram muito fechados entre si, como se obedecessem a tabus, impostos por cultura e tradição de castas. Era, afinal, uma cagança pegada.

Mas isto não acontece, seguramente, só em Tomar.

Talqualmente, eu padeceria das mesmas atitudes. Quiçá...

Anónimo disse...

E assim vai o Politécnico de Tomar.
Foi realizado um protocolo para a abertura de um Master em inovação e empreendedorismo com a Universidade de Salamanca. Coisas vagas e sem interesse nenhum para o país e região pois são só tretas teóricas sem aplicação no tecido empresarial já de rastos.
Deixo uma reflexão que incomoda o futuro do IPT. Pergunto-me o que faz em pleno protocolo a esposa de PS, a directora de GRHCO e um jovem doutorado do seu departamento. Não percebem nada nem de inovação e muito menos de empreendedorismo. O IPT paga a estadia de todos e tudo à custa do erário público.
O IPT em vez de apostar nos cursos mal tratados no IPT vai dar guarida a uma sufrível universidade. No passado era normal mas agora é muito estranho.
Pensem.
Rebelo em breve mando-lhe as fotos que recebi deste convénio. Como se nós não os conhecessemos a todos como (excelentes) gestores (doutorados e bem doutorados). PS saberá falar espanhol pois Inglês não sabe. Como as eleições estão para breve PS prepara-se para mais um tacho.
E assim vai o Politécnico de Tomar.

Anónimo disse...

TOMAR – Substituição de relvado natural por sintético impediu Tomar de acolher Portugal no Europeu de 2004

Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, sondou Tomar para aferir das potencialidades da cidade em servir de quartel-general da selecção nacional na preparação para o Campeonato da Europa de 2004, que teve o nosso país como palco. Mas quando foi confrontado com a substituição do relvado natural pelo sintético... essa hipótese gorou-se.

Se a opção de demolir o estádio para dar lugar ao actual campo de jogos sempre foi um assunto rodeado de polémica, então, agora, pode dizer-se que Tomar deitou pela janela uma possibilidade de ouro, ao contrário de Óbidos, que investiu fortemente no desporto e, como consequência, acolhe os estágios mais importantes de Portugal bem como de outras selecções de nomeada, que arrastam consigo um número bem considerável de acompanhantes. Foi Rui Manhoso, presidente da Associação de Futebol de Santarém e em entrevista no recente Hertz Desportivo, que deu conta deste processo: «O dr. Gilberto Madaíl perguntou-me, na altura do Campeonato da Europa, qual era a minha opinião em relação a Tomar poder receber a selecção nacional, porque gostava do Hotel dos Templários e das outras condições... mas quando lhe disse que o campo era sintético, então essa possibilidade esfumou-se. Tento em atenção o antigo relvado, a localização e o excelente hotel que tem, certamente que Tomar está a perder excelentes oportunidades para receber outros eventos. A perda do relvado natural é grande... Tomar podia mesmo ser uma espécie de Óbidos. Naquela altura, os responsáveis da Federação até me falaram na intenção de fazer uma ligação directa do hotel para o campo. Na altura, até nem sabia como descalçar a bota de ter que lhes dizer que o campo tinha passado a sintético». Rui Manhoso garantiu, ainda, que alguns técnicos que fizeram vistorias ao antigo estádio não encontraram focos de insegurança, quer na bancada, quer na cobertura. E recorde-se que estes aspectos foram, até, nomeados para justificar, de alguma forma, a demolição: «Nunca sentimos falta de segurança no antigo estádio, até na própria questão da pala... e até se deslocaram alguns técnicos a Tomar».

2010-03-16 18:49:30 RÁDIO HERTZ

Anónimo disse...

Doutor Rebelo muito bem. Na realidade concordo consigo quanto mais leio mais humilde fico mas isso apenas se aplica a alguns.
Vou contar-lhe uma pequena história que me envergonha mas demonstrativa da arrogância e mediocridade de que é.
Existe um professor do IPT doutorado em história mas muito mal doutorado - dos tais a quem lhes dão canudos com pouco esforço - e que diz alto e bom som que só dá importância a doutorados. Ao que parece o dito senhor é ligado ao turismo tal como o doutor Rebelo mas detesta números ao invés de vossa excelência. Como vê a leitura e o avançar da idade tornam alguns tão arrogantes como um pequeno hitler. Ainda bem que existem pessoas como o senhor doutor Rebelo que gosta do que o dito senhor gosta mas com a mais-valia de se interessar pela mensuração. É muito saber fazer contas senão seremos apenas uns artistas ocos, vaidosos e que nada contribuimos para a criação de riqueza e postos de trabalho na região. Todos sabemos dar aulas, cá e no estrangeiro, e todos sabemos ser membros disto e daquilo mas enquanto for com o desperdício dos dinheiros públicos a coisa vai mal mesmo.
Saúde doutor Rebelo... muita saúde.

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Paulino Paiva decidiu destruir o Estádio 25 de Abril para o transformar num campo de jogos com o intuito de o alugar à escola de futebol do sr. Barrinha e outros, porque, segundo ele, os custos de manutenção com o estádio eram elevados. Nada do que se disse relativamente à pala, à sustentabilidade das bancadas cobertas e outros temas relacionados têm veracidade.
O sr. Paulino Paiva quis correr com o União de Tomar daquele espaço, tal como fez com o Sporting de Tomar do espaço ao lado, o pavilhão gimno-desportivo, para, segundo ele, rentabilizar os espaços. Assim, transformando o relvado do campo para sintéctico, poderia alugá-lo mais horas por dia, recolhendo assim mais renda. O que quis fazer com o pavilhão é do domínio do incompreensível. Ainda hoje quem lá entra não sabe o que pensar: se aquilo é um espaço desportivo ou um armazém de para palha.
Seja como for, esse senhor, que muitos ainda consideram ter sido o melhor presidente que Tomar teve, ainda fez mais: fechou o parque de campismo de Tomar, inviabilizando assim a estadia a quem, por opção muitas vezes, prefere aquele tipo de férias.
O que resultou de tudo isto? A desertificação da zona histórica e perda de negócio para muitos dos seus comerciantes, principalmente os da restauração que viram fugir de Tomar visitantes.
Pergunta-se muitas vezes porque é que os visitantes do Convento de Cristo não descem à cidade. A resposta é dada cpom outra pergunta: o que é que Tomar tem para oferecer?
- Um acampamento cigano logo à entrada? Sim!!!
- Uma restauração de qualidade que não se limite a um cardápio de subsistência? Não!!!
- Bons acessos e estradas em condições? Não!!!
- Uma máquina turística montada para servir que procura a cidade? Não!!!

Anónimo disse...

Vá lá cinco estarolas cinco do PSD e do PS na Câmara, aproveitem e deem o nome do Paulino Paiva (Barão da Trofa) ao campo da bola, ao pavilhão e respectivo parque estacionamento subterrâneo e, talvez, ao repuxo do belo tanque xibernético.

Um dia destes os deputados do PS fazem uma lei para impedir a "glorificação" dos vivos e depois já não é possível!

Anónimo disse...

A razão para o Paiva desprezar o Turismo na cidade começa agora a ser clara.
O excelentissimo sr.ex.presidente sempre viu mais longe e, antevendo uma crise financeira à escala mundial, com consequências nefastas para o turismo, (diminuição dos montantes das reformas, aumento da idade das reformas, etc), compreendeu que o futuro não estaria neste sector de actividade.
Como veem o homem pensa grande!

Anónimo disse...

Recado ao meu PSD:

Muitos destes comentários são de gente do PS ( e sei do que falo) que tem como objectivo fragilizar cada vez mais o PSD!
Curiosamente não deixam de ter razão. No tempo da gestão Paiva, o PSD eclipsou-se. E os resultados estão à vista de todos!

A questão que se coloca para o futuro é:

a) A nova liderança do PSD tem projecto para Tomar?
b) Quais são as linhas estratégicas e as acções previstas para a sua concretização?
c) Estão empenhados em liderar, politicamente falando, e tomar as decisões certas em tempo certo para evitar que este PS, que é a vergonha da sua história, tome conta do poder?

Recomendo que aprendam com o Rui Rio, que não exitou em assumir um combate político sem rede com a Câmara de Lisboa e o seu presidente, António Costa, quando este traiçoeiramente e com o apoio do governo pretendeu tirar do Porto o festival dos aviões, certame importantíssimo para a economia do norte.

Este foi um sério aviso ao PSD no que respeita à seriedade do PS!!!

Cuidado que os CHUCHAS tomarenses não chegam aos calcanhares do António Costa, no que respeita a seriedade.

Se o António Costa fez o que fez, agora imaginem o que o PS cá do burgo não fará quando sentir que é o momento oportuno para TRAIR!!!

Quem avisa amigo é!

Anónimo disse...

Como o futuro de Tomar está nas falências, vamos reclamar um Tribunal especializado nessas áreas!

O Barão da Trofa viu longe, viu. Esqueceu-se apenas de reservar um espaço para tal tribunal.