segunda-feira, 29 de março de 2010

HIPOCRISIA, SOBRANCERIA, INACÇÃO E IDEIAS

Em 26 de Dezembro de 2008 (onde isso já vai !), quando uma larga maioria ainda pensava ser a Ponte do Flecheiro uma grande obra, fazíamos ironia com o incrível acesso pedestre ao mercado, na verdade mais próprio para rebanhos de ovinos e caprinos. Semanas mais tarde, os semanários locais e regionais abordaram o mesmo tema.
Alardeando a costumeira sobranceria e alguma hipocrisia, os senhores autarcas de então, solidários com a obra-prima de António Paiva, nunca disseram ai nem ui. Fingiram, no melhor estilo cavaquista (enquanto primeiro-ministro), que não lêem jornais nem blogues.

15 meses mais tarde, o novo acesso pedonal ao mercado está praticamente pronto. Incompleto, é certo, pois não permite o acesso dos descapacitados em cadeiras de rodas, mas enfim, é melhor que o anterior e o que, por agora, se conseguiu arranjar. Causas de tanto atraso ? A elaboração do projecto, então não se está mesmo a ver ?! Na realidade, importava (porque importa sempre) não dar aos eleitores a ideia de que se cedeu perante os protestos da populaça, veiculados por essa cáfila que dá pelo nome de comunidade local da informação.
Basta recordar que ainda recentemente o nosso presidente se lamentava, a propósito da hipótese do funicular da Anunciada, que estariam os autarcas bem arranjados se tivessem de emitir opinião sobre a catadupa de ideias que lhes chegam. Por conseguinte...

Parece, portanto, reinar alguma desafinação no matrimónio municipal, pois enquanto Corvêlo se queixa de excesso de ideias propostas pelos munícipes, Ferreira é taxativo -"soluções, não problemas". Afinal em que ficamos ? Se criticamos, fazem de conta que não é nada com eles, ou que nem sequer se deram ao trabalho de ler (Tomar a dianteira já ultrapassou as 115 mil visitas em 12 meses, mas o nosso contador, que pode ser visto no final das mensagens, deve decerto estar avariado. Só pode...). Se apresentamos ideias, estamos a incomodar indevidamente. Se não criticamos nem avançamos com ideias, é porque somos pouco frontais.
Ainda assim, que nos desculpem os senhores autarcas mais esta nossa ousadia. Em relação ao funicular, já aqui se escreveu parecer-nos pouco adequado, pelo que se alvitrou um meio mecânico subterrâneo, entre as traseiras dos Paços do Concelho e a Cerrada dos Cães. São só cerca de 80 metros, levaria os visitantes a desembocarem directamente no centro da urbe antiga...e os terrenos da eventual implantação já pertencem à autarquia e ao Estado. Até à data, o habitual silêncio sepulcral. Ou a tal sobranceria hipócrita ? Com alguma sorte, um dia destes vão os autarcas maioritários apresentar algo semelhante, alegando que, por acaso, até já tinham tido uma ideia semelhante, baseada numa outra cuja origem se situa no reinado do sr. D. Luís.
Que Deus os abençoe e os faça uns santos, coisa que até agora manifestamente não são, pois se ainda não conseguiram transformar isto num inferno, já faltou mais. Ou não estamos já no Purgatório de certas incapacidades, que a boa educação nos impede de nomear ?
Apesar da animosidade reinante, aqui vai outra hipótese de solução barata para o problema dos turistas que não descem à cidade, por exemplo por falta de estacionamento. Que tal ter a coragem de reconhecer as aselhices e voltarmos à situação anterior ? Ali na Várzea Pequena, após onerosas obras, há 50 lugares de estacionamento para automóveis, um ridículo passeio central, que ninguém utiliza, uns supérfluos candeeiros e umas árvores alógenas. Terão os respeitáveis edis da circunstancial maioria coragem para retirar semelhantes "mariquices" e possibilitar o parqueamento de pelo menos 40 autocarros de turismo em simultâneo, como antigamente ? Não nos venham com problemas orçamentais, porque desfazer a asneira fica muito mais barato do que as mal projectadas obras iniciais. Há o problema da concessão à Parque T ? E que culpa têm os industriais e comerciantes tomarenses ? Quem as fez que as desmanche !

5 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

A última fotografia desta sua peça, aquela que mostra o estacionamento ao longo da avenida Marquês de Tomar (se não me engano é esse o nome da artéria), sugere-me um comentário sobre uma situação algo anormal (mais uma em Tomar!!!) que parece escapar ao comum cidadão.
Passo a explicar: o acesso por automóvel à rua Alexandre Herculano, cujo sentido de trânsito é agora ascandente, só é possível através do arruamento do estacionamento existente ao longo da avenida acima referida. Acho sui generis que o acesso a uma rua se faça a partir dum parque de estacionamento.
Se alguém dos serviços camarários competentes nesta matéria ler este comentário apenas lhe peço que pondere esta situação...

Sebastião Barros disse...

Está bem observado sim senhor ! Julgo porém que não nos devemos admirar. Afinal os (poucos) moradores da Rua do Pé da Costa de Cima, caso pretendam chegar a casa de automóvel, são obrigados a transitar ( e a pagar) pelo Parq T, nas traseiras da Câmara. Mais uma excelente herança paivina...
"Se alguém dos serviços camarários comptentes...ler este comentário..."
Todos lêem, mas fazem de conta que não. Convém-lhes, sabe ?!

Anónimo disse...

Sr. Anónimo das 14.33, tem toda a razão.

Mas a alteração do sentido de trânsito na Rua Alexandre Herculano foi decidido pela Câmara a expressa solicitação da ACITOFEBA.

Aliás toda a circulação nestas ruas do Centro Histórico e mesmo a configuração física no terreno implicam que a referida artéria tenha o sentido inverso ao actual, que repete-se adveio da actuação da ACITOFEBA.

E consta até que o fim da rotunda frente ao Edifício Escavação foi "sugerida" pela PSP para assim impedir o virar à esquerda logo a seguir à ponte de acesso à Estalagem, forma usual de inversão do sentido de marcha evitando a zona do Pelourinho!!!!

Por último diga-se que, bem ou mal, existe um Regulamento de Salvaguarda do Centro Histórico, mas a partir do consulado do Barão da Trofa foi "atirado às urtigas"!!!! para permitir estas intervenções no trânsito, no estacionamento, no piso das artérias e no demais!

Anónimo disse...

concordo faz as borradas que as emende. porque grande parte do orçamento da autarquia vai para as borradas e aí em cima está recomeçar uma das grandes. refiro-me a por a rua infante D. Fernado num unico sentido espero que ainda revejam a asneira que é para não se perde aqui algumas vidas e depois se façam obras para repor a asneira. que eu gostava de saber de quem foi a ideia de nós por nesta situação que esta-se aqui a preverver pois só falta alcatroar a rua ou será que vão fazer uma retunda é que aqui precisa-se para parár os aceleras que vem do Casal Dos Frades. PROFESSOR REBELO NÃO SE ESQUEÇA DE LEMBRAR OS NOSSOS AUTARCAS É QUE ELES SÓ SE LEMBRAM NA ALTURA DE ELEIÇÕES OS MORADORES DA CHOROMELA AGRADEÇEM

Anónimo disse...

Está visto. Agora a culpa é da ACITOFEBA.
Mas os técnicos da Câmara servem para quê? Pelos vistos para chuparem-nos os parcos rendimentos que ainda temos.