quinta-feira, 18 de março de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO DA PAPELARIA CLIPNETO LDA.

Outra vez CIDADE DE TOMAR a abrir ? Pois ! Porque o decano da imprensa local está de parabéns. Completa 75 anos ao serviço da informação. Sem defeitos ? É claro que não. Como qualquer outro projecto, tem altos e baixos, admiradores e adversários. No conjunto, porém, sobressai a sua constante afirmação na defesa da cidade e do concelho. Que possa e saiba continuar por muitos e bons anos, naturalmente em constante adaptação à sociedade envolvente, são os nossos votos. O futuro não se antevê nada fácil para a imprensa, sobretudo a de proximidade, como é o caso. A informação electrónica é mais rápida, mais qualificada e mais barata. Daí a constante perda de leitores e/ou assinantes. Melhorar e alargar conteúdos, eis uma das apostas possíveis para os órgãos regionais. Com trabalho, vontade, persistência e dedicação, as coisas tornam-se menos agrestes...

Bastante variada a primeira página d'O TEMPLÁRIO: SEF detém doze trabalhadores ilegais no Matadouro de Tomar, Manuel José salva Mamud da cegueira, Vaga de assaltos no conceho de Tomar, Comerciantes queixam-se da Inspecção do Trabalho e Fatias de Cá representa 200 vezes a mesma peça. De tudo isto ressaltaria, para um cidadão recém-desembarcado na urbe, que por aqui parece não haver vida política, crise, desemprego ou qualquer outro problema de fundo. Apenas a banal monótona e usual crónica do vento que passa. Afinal se os próprios deputados e outros eleitos, em vez de se preocuparem com os graves problemas da zona e do país, e de debaterem possíveis soluções, se entretêm sistematicamente com tricas partidárias e na busca da melhor forma de ludibriar os eleitores; se a informação de âmbito nacional, em vez de denunciar tal estranho estado de coisas, vai jogando o jogo de forma subtil, dando sempre o corpo à curva, que podem fazer os jornalistas da imprensa regional ? Maria vai com as outras ainda continua a ser a melhor maneira de evitar sarilhos. Vamos indo...

Pela segunda semana consecutiva, Corvêlo de Sousa tem direito a fotografia a cores de grande dimensão, na primeira página d'O MIRANTE. Só os responsáveis pelo alinhamento das notícias do referido semanário poderão explicar este pouco usual destaque. Tanto mais que, em ambos os casos, assim à primeira vista, os temas não justificam de modo algum tal relevância. No nosso entender, claro. Assim, na semana passada noticiava-se a celebração dos 850 da fundação de Tomar. Esta semana, temos o nosso alcaide discursando no lançamento do livro-fotobiografia de Rui Salvador, nos 25 anos da sua alternativa, intitulado "O cavaleiro dios ferros impossíveis", editado pela Câmara de Tomar.
Consciente de que convém sempre respeitar o princípio do contraditório, Tomar a dianteira procurou contactar algum dos animais já lidados pelo cavaleiro em questão, no sentido de apurar designadamente a sua opinião sobre as corridas e os tais "ferros impossíveis", mas a nossa busca foi, infelizmente, infrutífera. Ficará para outra ocasião.
"Câmara de Tomar descarta funicular entre a cidade e o Convento de Cristo", titula o mesmo semanário ao alto da página 17. É uma notícia que vale a pena ler e ponderar, pois nela aparecem declarações de Corvêlo de Sousa, assaz assertivas, como habitualmente: "Ficaríamos numa situação insustentável se a cada ideia exposta por um cidadão a câmara tivesse que a analizar e dizer se concorda ou não com a proposta". Ao que o autor da notícia adita: "Acrescentando que é frequentemente interpelado com novas ideias, o autarca relembra que, neste momento, há um conjunto de intervenções em curso, candidatas a fundos comunitários e consideradas "fundamentais" para o desenvolvimento turístico da cidade." Perante isto, fomos ao dicionário, em busca do significado ou significados de "fundamentais", não fosse dar-se o caso de ter havido ultimamente alguma mudança de vulto nessa área, por mor do acordo ortográfico, por exemplo. E lemos isto: "Fundamental, que serve de fundamento ou de alicerce; básico; essencial; necessário; principal." O leitor tenha a bondade de ser franco -Conhece algum projecto da autarquia que obedeça a estas características ? Nós também não.
Em conclusão, temos neste caso, um empate a zero: O funicular não é mesmo o melhor meio de ligação Cidade-Castelo, como já aqui se demonstrou, mas os projectos camarários também não são, de maneira nenhuma, fundamentais. Nem para lá se encaminham. Não passam de sorvedoiros de fundos comunitários e de futuros elefantes brancos a sustentar pelos contribuintes tomarenses. Infelizmente.

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