sábado, 6 de março de 2010

UM GRANDE EMPRESÁRIO PRIVADO CONFESSA-SE

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Com a devida vénia, resolvemos publicar parte da entrevista de Alexandre Soares dos Santos, 75 anos, presidente executivo do Grupo Jerónimo Martins, publicada na edição de hoje do suplemento Economia do semanário EXPRESSO. O Grupo Jerónimo Martins emprega milhares de pessoas, sobretudo em Portugal e na Polónia. Em 2009 obteve um lucro líquido de 200 milhões de euros, dos quais 60% vieram da Polónia, onde são proprietários de centenas de supermercados "Biedronka" (Joaninha).
No caso daqueles usuais tomarenses, cuja ignorância é tanta que nem dá para perceberem isso mesmo, perguntarem o que tem a referida entrevista "a haver" (é assim que escrevem e dizem, em vez de a ver com Tomar e com os tomarenses, desde já lhes respondemos. Nada ! Absolutamente nada ! A crise não chegou às margens nabantinas; temos uma sólida maioria na Câmara; essa maioria têm um projecto sólido, fecundo, bem estruturado, promissor e devidamente discutido e sufragado pela população; as empresas locais gozam todas de invejável folga financeira; desemprego praticamente não há; os candidatos a investidores são tão numerosos que são forçados a esperar em fila nas escadarias dos Paços do Concelho; os hotéis, restaurantes e outros meios de alojamento estão sempre cheios que até já recusam clientes; o turismo local aumenta a um ritmo desconhecido, não só no país como até no resto da Europa e quiçá no Mundo; a segurança nas ruas é total; há mais de não se sabe quanto tempo que não se regista um único assalto aqui em Tomar; a comunidade cigana está devidamente instalada e não causa problemas a ninguém; o relacionamento entre os eleitos e os eleitores é directo, fraterno, rápido e geralmente proveitoso; a Câmara tem uma situação financeira tão sólida que a actual maioria já encara a hipótese de o município investir nas petroleiras, etc. etc.
O contexto sócio-económico nabantino está de tal forma próspero, que, numa das suas últimas e frutuosas reuniões, após longo debate com a população e com os eleitos da oposição, (como aliás sempre faz), o executivo camarário votou por unanimidade a implementação de uma "carta de residência", que será obrigatória para os imensos candidatos à mudança para Tomar com armas e bagagens. Falta só a aguardada autorização da Assembleia da República, uma vez que se trata de algo não previso na actual constituição, que por isso terá de ser revista.
Pelo que fácil se torna concluir termos resolvido publicar parte das declarações do referido grande empresário para nos entretermos, bem como para mostrar como vivem os desgraçados portugueses que não têm a sorte de habitar e trabalhar em Tomar. Que sorte a nossa ! Do que Deus nos livrou ! Amen !

1 comentário:

Anónimo disse...

Estes senhores têm uma Associação que os representa, mas quando o país e o povo está com as calças na mão, usam de hipócrita chantagem individual (porque grandes empregadores de pessoal oriundo do "insucesso escolar", a baixos salários) e exorbitam imediatamente, desafiando o Presidente da República a "pegar nisto", dizendo que o PM não tem condições, e que apetece fujir com os netos para o estrangeiro, etc., etc.. Vão-se lixar!

É fácil concordarmos com estes floreados do Sr. Alexandre Santos, versus Jerónimo Martins ou Belmiro Azevedo e outros, capitalistas da distribuição alimentar. Se não os conhecêssemos de ginjeira...

Ele devia esclarecer também se a classe Empresarial holandesa (capitalista ou burguesa soa mal...) se pronuncia assim sobre o regime político ou o estado psicológico do PM a nível individual quando a sua pátria está aflita, por dá cá aquela palha, ou se ameaçam zarpar para o estrangeiro com os netos.. Parece que não têm estado representados na Concertação Social, onde regateiam os míseros euros de aumento do mínimo nacional.

Conseguem passar a ideia de que não têm nada a ver com o que se está a passar. E têm. Também. E muito.

Além do mais... são ingratos. Esquecem-se do quanto foram ajudados pelo Estado e seus governos. Quantas vezes sem salvaguardar interesses de outros. E se são bons empresários não fazem mais que a sua obrigação social.