terça-feira, 30 de março de 2010

TÃO PRÓXIMOS MAS TÃO DIFERENTES...

Diário de Notícias, 29/o3/10, pág 13

Agindo como deviam fazer todos os eleitos -com transparência- o novo presidente PS da vizinha Câmara de Ourém tem-se esforçado no sentido de informar os seus eleitores, e os cidadãos em geral, sobre a situação da autarquia. Após uma cuidada auditoria, vem agora dizer que há muitas dívidas e que por isso vai ser implementado um plano de recuperação financeira que possa permitir ao município uma actividade regular, que é imperativa. Chama-se a isto, julgamos nós, uma atitude empresarial. O responsável da "empresa Ourém" tem o cuidado de ir prestando contas a todos os "accionistas", (os que o elegeram e os outros), esclarecendo que tem muitos problemas, mas indicando em simultâneo a solução que escolheu para cada um deles. Desta forma, quando qualquer "accionista" não estiver de acordo com a opção seleccionada, sabe concretamente o que tem de atacar.
Ao invés, aqui no vale do Nabão é o que todos sabemos. Após anos e anos de opacidade da gestão PSD, os cidadãos continuam a ignorar a real dimensão do desastre concelhio. Nunca mais se ouviu falar da prometida auditoria ao DAU e quanto ao DAF, nem tocar-lhe, quanto mais mexer-lhe. O IGAL encontrou um "lapso" de 3 milhões e picos, mas pensa-se que terá sido isso mesmo, um lapso, um lamentável esquecimento.
Sobre finanças municipais, o vereador responsável, (por acaso o único militante PSD do asctual executivo e titular daquele pelouro há mais de dez anos), tem-se mantido esfíngico. Até já foi dito que há ou havia uma caixa de cartão com facturas por liquidar e por lançar, mas o dito autarca a tempo inteiroi manteve-se marmóreo. Situação bastante peculiar, uma vez que o cidadão em causa até já foi jornalista.
Só o presidente Corvêlo de Sousa "ousou" dizer recentemente que a situação financeira do município é sólida, muito melhor que a de milhares de famílias portuguesas. E acrescentou convicto que a dívida global da autarquia corresponde a um ano de receita. Imaginem ! Se Sócrates ou Teixeira dos Santos declarassem que a dívida pública portuguesa equivalia a 100% do PIB, ia ser o bom e o bonito ! Já a 60 e poucos por cento os encargos são enormes e Bruxelas enerva-se cada vez mais, agora é só deduzir... Os helénicos estão a ver-se gregos para dar a volta ao texto, apesar de a respectiva dívida global não ultrapassar os 132% do PIB. Assim sendo, a posição de Corvêlo de Sousa...
Uma auditoria completa, sobretudo ao DAF e aos SMAS é que seria conveniente, para tranquilizar os credores e serenar os cidadãos. Mas está-se mesmo a ver que é pedir demasiado. Tal como os morcegos detestam a luz, há eleitos que destestam a claridade e a transparência. São feitios...E a culpa é sempre dos eleitores, em última análise.

20 comentários:

Anónimo disse...

"
Se Sócrates ou Teixeira dos Santos declarassem que a dívida pública portuguesa equivalia a 100% do PIB, ia ser o bom e o bonito !
"

E não é superior a 100%?

Anónimo disse...

A forma de actuar do Presidente da Camara de Ourem é diferente do da de Tomar. Mas também esperavam o quê?

Os eleitores de Ourem optaram pela mudança e estão a avançar. Os de Tomar escolheram os que nos fizeram chegar ao actual estado de coisas. De que se podem queixar? Apenas e só deles próprios.

João Francisco
Carregueiros

Sebastião Barros disse...

Para 11:39

De momento não. Anda à roda dos 66%. Mas pelo caminho que as coisas levam, um dias destes vamos ter problemas, ai vamos vamos !

Anónimo disse...

ao caro Provedor da Urbe, preocupado e bem com os magnos problemas desta provençal cercania, que trás até nós problemas sérios e de mangar, recomendo, para seu gáudio e nossa mirração: um dia, ao fim da tarde principio de noite, faça por passear – e já agora, se não for pedir muito, leve consigo a generosa kodak ,que não se vai arrepender… – ali nos arrabaldes do agora, por obra e desgraça do Pavão da Trofa, metamorfoseado campo de treinos municipal e veja ,deleite-se, com o espelho da educação cívica, apanágio das jovens mamãs e papás, que, com trejeitos modernistas, levam ou trazem, os seus deseducados rebentos aos treinos do recinto;

senhores do carro e do passeio, elevam-se dos seus modernos bólides que depositam em cima dos passeios, desrespeitam sinais de trânsito, e atolam de modernaços quatro rodas quase todo o espaço destinados àqueles que, como o ilustre Provedor, gostam, ou precisam, de, nas calmas, exercitar o corpito numa passeata ou corrida;

dir-se-á: ah… mas se pela pujança das “latas”, obrigado for a gingar o físico entre os popós a coisa(o passeio, o exercício fisico), até é muito melhor….

…com um baratucho parque de estacionamento, nas catacumbas do vizinho pavilhão!...

aqui, meu caro Provedor, estamos perante uma anedota de penúria de polícia e de esbanjamento de falta de civismo!

é o que temos, é o que somos….

Xico com Alpergatas

Anónimo disse...

Uma auditoria aos SMAS, até parece que há para ali ladrões! pelo contrário, por aquilo que se sabe há é apenas beneméritos, na enfiada de técnicos superiores para o mapa de pessoal desnecessários. Já contam com onze e a possibilidade da entrada de mais, de acordo com os documentos apresentados na Assembleia Municipal. Isto sim, deveria ser alvo de uma averiguação,a fim de evitar o colapso futuro, data em que possivelmente os responsáveis já eram.

Anónimo disse...

Para o Sebastião Barros:

"
A dívida pública consolidada de Portugal já chega aos 160,3 mil milhões de euros, o que equivale a cem por cento do Produto Interno Bruto (PIB). As contas foram feitas pelo BPI e estão incluídas num estudo sobre as Finanças Públicas ontem apresentado pelo presidente do banco, Fernando Ulrich.

A projecção sobre o montante real da dívida é feita com base numa dívida directa do Estado que, segundo os parâmetros utilizados pelo BPI, chegou aos 132,5 mil milhões de euros (82,4% do PIB) no ano findo e que inclui a dívida do sector empresarial do Estado, dos municípios e das regiões autónomas.

Os economistas do banco traçam três cenários possíveis para o futuro, nos quais incluem os compromissos assumidos pelo Governo em matéria de concessões e parcerias público-privadas do Estado e conclui que, se as despesas e as receitas tiverem o mesmo comportamento da última década, a dívida pública ultrapassará os 120% do PIB em 2013.

Perante isto, o banco conclui que para a dívida pública estabilizar, a “economia terá de regressar a crescimentos do PIB real próximos dos 2,5%”, obtendo, ao mesmo tempo, “saldos primários positivos na vizinhança dos 2%”.

Face a isto, Fernando Ulrich não hesita em afirmar que “vão ter de ser feitas opções – se o ajustamento tem de ser todo feito do lado dos impostos, todo do lado dos investimentos ou numa mistura de várias coisas”, embora rejeite apontar qual a solução mais viável.
"

http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=4934

Anónimo disse...

E depois?

66, 76 (era a percentagem que tinha como oficial), 100 por cento ou mais.

O que origina esta dívida? Quem? Que setores da nossa sociedade?

Despesas inadiáveis? Do que resulta do saldo entre o import e export já sabemos.

Se é por má governação, há possibilidade de corrigir. Do mal o menos.

Julgo que a informação escasseia sobre isto.

Cheira-me, no entanto, que há muita gente a fujir com a rabinho à seringa quanto às responsabilidades. Muitos já nós conhecemos.

Porque será que Portugal esteve sempre endividadíssimo?

Anónimo disse...

ao anonimo das 20:03

não são só os excedentes os que vão entrar como alguns dos que já lá andam, e que depois são colocados novos funcionários para tapar os buracos dos que nada fazem, e que levam os belos dos euros ao fim do mês sem quaisquer dor de cabeça...

faz-se o que se quer, mas não é só lá nos smas

Anónimo disse...

A consciência de quem participa, com objectivos bem definidos e numa vertente negativista, nunca terá pensado que, apesar destas comparações, existe um BEM SOCIAL, que em nada tem sido valorizado - O Emprego.
É com as pessoas que se percorre o caminho da realização e concretização, a nivel organizacional e regional.
Neste sentido, tanto a Câmara Municipal como os SMAS, teem tido um papel fundamental, tanto na prossecução dos seus objectivos, como de toda a cidade, porque continuam a apostar em novas admissões (mesmo não sendo compreensiveis aos olhos de quem não lá trabalha). É a forma sustentavél de manter o pequeno comercio a funcionar.
Quero lá saber se gastam muito ou pouco, se existem erros grosseiros de gestão, ou até mesmo que co-habitem familiares e amigos dentro do Municipio. É tudo por uma boa causa.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 00:49:
Então ninguém é responsável por isso? haveria alguma empresa que o admitisse?
Que mundo em que nós vivemos!

Sebastião Barros disse...

Para 14:27

Julgo que estará a ver a questão de forma unilateral. Se fizer o favor de alargar o seu ângulo de visão, concluirá com facilidade que admitir mais funcionários só para tentar resolver alguns problemas pessoais, por muito respeitáveis que sejam, é o caminho mais curto par a ruína de todos nós. Isto porque se o Estado e a Autarquia já não conseguem sustentar os que estão, sem recorrerem a impostos e taxas exorbitantes + aumento acelerado da dívida pública, onde irão buscar recursos para pagar aos novos admitidos ? A caridade cristã é realmente muito bonita e fraterna. Tem, porém, um grave problema:implica que haja quem pague. Ora sucede que no nosso país há cada vez mais a sacar e menos a pagar. E em economia e finanças não há milagres. Quer queiramos, quer não, vem aí o tempo do realismo e do rigor. O PEC é apenas a introdução ao 1º capítulo da longa série de restrições que nos vão impôr. Quem te avisa...

Anónimo disse...

Mas digam-me lá qual é o verdadeiro interesse das auditorias?
As conclusões já sabemos quais são.
O que eu realmente gostava de saber é quem é responsabilizado pela má gestão deste município.
Se há favorecimentos, afilhados e até pombinhas, sem qualquer interesse para a restante nação... e como diz e muito bem o sr Sebastião, quem paga a crise somos todos nós, então, como é possível continuar a dar pelouros aos mesmos senhores, desde 1998?

Anónimo disse...

Mas digam-me lá qual é o verdadeiro interesse das auditorias?
As conclusões já sabemos quais são.
O que eu realmente gostava de saber é quem é responsabilizado pela má gestão deste município.
Se há favorecimentos, afilhados e até pombinhas, sem qualquer interesse para a restante nação... e como diz e muito bem o sr Sebastião, quem paga a crise somos todos nós, então, como é possível continuar a dar pelouros aos mesmos senhores, desde 1998?

Anónimo disse...

Sr. Sebastião de Barros, antes de mais deixe-me felicita-lo pela coragem de tentar abrir os meus horizontes.
É pertinente o seu aviso e acredito que com a aprovação do PEC as coisas irão complicar-se, principalmente para quem trabalha, porque vai ter que trabalhar cada vez mais e ver o seu esforço diluído em impostos e taxas.
Por isso deixe que o sr Presidente da Câmara e o sr Presidente dos SMAS, continuem a mostrar os seus poderes governativos e a afirmar que é uma manobra de gestão. Se no ultimo caso tem 11 técnicos, é porque falta fazem, nem que seja para alegrar os pobres de espírito.
Ainda hoje fui invadido por uma aragem espanhola...mas tirando estes dias festivos, apenas deslumbro os trabalhadores do município. Bem hajam.

Anónimo disse...

Santa Casa da Mesiricórdia já existe, mas até parece que também já deixou de o ser, porque aquilo que se fazia graciosamente, passou a ser um churudo taxo.
Quem sabe agora os SMAS venha em sua substituição na criação de emprego, contribuindo para o bem social, só que esses empregados de laços familiares, pessoas que cairam em graça, ou porque são bonitos, também não trabalham graciosamente, apenas estão a contribuir para o aumento da divida.
Recuando alguns anos atrás os SMAS faziam obras, designadamente o abastecimento de água a todo o concelho e criavam riqueza, porque havia funcionários na rede para efectuar esses trabalhos e hoje como já foi dito, é quase um técnico superior para cada funcionário.
É imcompreensível! e assim a continuar o modelo tem os dias contados...

Anónimo disse...

Os SMAS passaram a ser uma empresa de serviços. E o único trabalho fora da secretaria é o de abrir e fechar as torneiras e ler os contadores.
Deconheço se ainda têm piquetes de intervenção, mas agora quando são realizados trabalhos na via pública vejo empresas subcontratadas.
Assim não vamos lá...

Anónimo disse...

E a substituição do perdedor Vicente por um amigo do Delgado, sempre vai acontecer?...

Anónimo disse...

Para informação do anónimo das 13.11:
Os SMAS não fazem só o que designa no seu comentário, mas também continuam em bom ritmo, na construção e prolongamentos da rede de distribuição de água e de saneamento báico, para além de fazerem a conservação e manutenção das redes do concelho.
Contudo não deixa de ter alguma razão, porque em bom termo português "deram o ouro ao bandido", ou seja, aquilo que era rentável privatizaram a troco não sei de quê e agora pagam a renda daquilo que lhes pertencia e que era a fonte de sustentabilidade.

Anónimo disse...

Se fosse feito um inquérito que revelasse o nível de satisfação dos cidadãos tomarenses, acredito que este equivaleria a 100% de descrédito pelos nossos Presidentes.
Ninguem percebe o que eles querem realmente fazem com os dinheiros públicos, são manobras inacessíveis ao senso comum.
Agora a boa nova é que nem tudo é para sempre.
Realmente vai haver coragem para mudar o Conselho de Administração dos SMAS, cumulativamente com o regresso do ex Director da Sociedade Tomar Polis ao seu poleiro.
Deve sair mais barato assim.

Anónimo disse...

É só politica... então o Vicente vai embora do CA. E volta ao poleiro o ex-Director Sociedade Tomar Polis?!
Que boas novidades. Quer dizer que a vitória do novo líder do PSD não foi em vão. Relvas mexe-se muito bem, mete o Vicente nas páginas dos jornais e o Director do SMAS como Director Sociedade Tomar Polis agora das duas uma ou sobem ou andam de cavalo para burro.