quinta-feira, 4 de março de 2010

PAPAGAIOS CINZENTOS É O QUE POR AÍ HÁ MAIS...

A abrir, garantimos que este anúncio é mesmo real. Está na edição datada de amanhã do CIDADE DE TOMAR, na página 2. Caso duvidem (como aliás é costume), farão o favor de ir lá verificar. Afinal o semanário só custa 70 cêntimos, e a gerência agradece. Esclareça-se igualmente que, salvo os tomarenses, devido à sua aversão a qualquer forma de sorriso e ao seu apreço pelas caras de escritório, às segundas-feiras de manhã, todos os outros percebem perfeitamente que estas coisas não se inventam.
Seja como for, lido o respectivo anúncio, logo pareceu urgente aproveitar a oportunidade de cumprir dois mandamentos ao mesmo tempo: 1) - Ajudar o próximo como a si mesmo; 2) - Não cobiçar o papagaio do próximo. (Se não é bem assim, andará lá perto, mais coisa, menos coisa.)
Para tentar ajudar o próximo, neste caso o dono da ave desaparecida, o mais urgente parece ser um conselho básico: A sua caracterização do bicho é insuficiente, numa terra como a nossa, onde o que há mais são papagaios cinzentos. Ainda assim, enquanto aguardamos novos elementos, procurámos os exemplares que mais dão nas vistas.
Só no executivo camarário há sete. Cinco do sexo feminino e dois do sexo feminino (mas cuidado que não são araras !). O primeiro entre os seus pares, é realmente cinzento, mas a sua cauda sempre foi de cor indefinida. O seguinte também é cinzento, mas tem a cauda cor de laranja, tal como acontece com o terceiro, o tal feminino, que já usou cauda vermelha, mas depois mudou para laranja independente. Do outro lado da mesa, temos mais dois exemplares cinzentos, um de cada sexo. O masculino já usou cauda rosa independente, acabando por gostar mais de cauda de cor indefinida. A sua parceira de lista teve durante anos cauda laranja, tendo optado recentemente por uma cor independente, que ainda ninguém percebeu muito bem qual é.
E restam os dois papagaios cinzentos de cauda rosa. Um fartou-se da cauda laranja e mudou para rosa, que lhe parece uma cor com mais futuro. O outro deve ser a ave rara que o anúncio procura. Embora igualmente algo cinzento, dá nas vistas, fala bem, é muito protocolar e a sua cauda, quando observada atentamente, é mais vermelha que rosa. Cuidado com ele porque já tirou o curso de "pássaro de bisnau", sabendo portanto (ou julgando que sabe) muito mais do que os outros.
Quanto ao parlamento municipal, um imenso viveiro de papagaios cinzentos, abstemo-nos por agora de tecer quaisquer comentários, dadas as circunstâncias trágicas de todos conhecidas: O papagaio cinzento que preside ao órgão está gravemente ferido de asa, o mesmo acontecendo com os seus pares de cauda laranja. No momento em que escrevemos, tudo parece indicar que vão de derrota em derrota, até à derrota final. Uns ingratos, estes tomarenses, é o que é ! De qualquer forma, o nosso amor pelas aves, sobretudo as de arribação, impede-nos de castigar as que já estão feridas de asa. Bem basta o que basta !

8 comentários:

Anónimo disse...

Entre as sete aves que indicou há cinco que comem no poleiro municipal (vulgo mesa do orçamento) e com alpista publica e as outras duas costumam comer no poleiro de suas (delas) casas e com alpista própria.

Sempre faz a sua diferença, não é verdade?!

E já agora, tenham muito cuidado com as catatuas, os urubus e os abutres que andam por aí!!!!!!!

Observador

Anónimo disse...

Deu-lhe a "janeira" e foi atrás de alguma rola!!!

Anónimo disse...

Não é só no Brasil. Portugal também é um país de papagaios:marotos, brejeiros, conquistadores. Temo-los de todas as cores.
Uma homenagem aos "papagaios", com a pastorela de D. Dinis:

Unha pastor bem talhada
Cuidava em seu amigo
E estava bem vos digo,
Per quant´eu vi, mui coitada.

Ela trazia na mão
Um papagaio mui fremoso,
Cantando mui saboroso,
Ca entrava o Verão...

E disse:«Ai Santa Maria!
Que será de mim agora?»
E o papagaio dizia:
«Bem, per quant`eu sei, Senhora»

Anónimo disse...

Parece que o executivo aprovou esta manhã o primeiro festival de estátuas humanas em Tomar. Bom serviço. E para dar o exemplo a vereação com o presidente à cabeça vai dar o exemplo e vai colocar-se na "corredoira" a exemplicar o imobilismo que está instalado em Tomar.

Anónimo disse...

Para 17:31

Um colega meu, interrogado em tempos no exame do sétimo ano (actual 12º) em Santarém, respondeu que as aves se dividiam em passarões, pássaros, passarinhos e passarucos, aves de rapina, galinhas e cucos. O professor que interrogava apreciou a resposta, pois sorriu com gosto, mas logo acrescentou: -Muito bem, vamos lá então chumbar essa passarada toda...
Aqui pelas margens do Nabão continua a haver tal passarada, à qual convém acrescentar os pássaros de bisnau e os cucos oportunistas, que em vez de pôr ovos em ninhos alheios, costumam chocar os ovos das outras aves. Que falta fazem os chumbos...

Anónimo disse...

A estória é um pouco diferente:

Num exame o professor perguntou ao aluno que classes de aves existiam.

Lesto o Aluno respondeu: "pássaros, passarinhos e passarucos, aves de rapina e cucos".

Então o professor com ar trocista disse: "e um chumbinho para matar a passarada!!!!"

Mas o aluno não se ficou e retorquiu: "e um olhinho vesgo para errar a pontaria!!!!!!"

Aqui em Tomar os olhinhos (dos eleitores) são mesmo muito vesgos!!!!!!!!!!!!! demais, mesmo!!!!!!!

que interrogava apreciou a resposta, pois sorriu com gosto, mas logo acrescentou: -Muito bem, vamos lá então chumbar essa passarada toda...

Anónimo disse...

Pois ! A chalaça vai mudando, consoante a época e o relator.

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,


AO PROPRIETÁRIO DO BICHARÔCO

Eu sei o que é ter um animal de estimação e perdê-lo de repente. Compreendo a sua dor. E sei que há uma fase, a do luto, em que nada nem ninguém nos convence que o bichinho é substituível. Primeiro porque não acreditamos que mais nenhum venha a merecer o nosso afecto como o desaparecido/defunto, e depois, tratando-se duma espécie rara, não é fácil obter outro.
No entanto, e para seu descanso, deixe-me que lhe diga que está em terra de salvação. Se existe local onde abundam aves raras é em Tomar. Olhe, o leque é imenso. Abutres, aves de rapina várias, de todas as cores e feitios, aves de arribação e outras que depois de arribadas nunca mais desamarram, aves canoras e outras cujo pio é esquisito mas lá que piam, piam!
Mas no que se refere a papagaios, meu amigo, a colecção é gigantesca. E cada um melhor que o outro. Todos têm uma coisa em comum: dizem asneiras que se fartam!
Por isso, desejo-lhe antecipadamente boa sorte na possível escolha, sabendo de antemão que estando de espírito aberto para voltar a dar morador ao seu coração, não perderá muito tempo a fazê-lo.
HÁ POR AÍ CANDIDATOS AOS PONTAPÉS!!!