quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Análise sucinta da imprensa regional


A manchete d'O Mirante merece honras de abertura, embora não propriamente devido ao tema, como adiante se concluirá. Segundo a notícia, a dado passo da audiência, a juiza interroga o queixoso, que ficou sem 55 mil euros, extorquidos por um astrólogo africano pouco sério: -Qual é a sua profissão? -Sou reformado da maçonaria. -O que fazia na maçonaria antes de se reformar? -Era mação. -E como mação, o que é que fazia? -Assentava tijolos, rebocava paredes, punha mosaicos... -Então afinal era pedreiro. -Era sim senhora. Mas em França diz-se maçon.
Quanto ao astrólogo pouco honesto, foi mandado em paz, por não ter sido possível provar em tribunal que recebeu tal soma do queixoso. É no que dá quando se resolve não seguir as instruções do Gaspar. Se tivesse exigido facturas, pagava mais 23%, é verdade, mas o réu sempre era condenado...Que o dinheiro já deve estar em Africa há muito tempo... Ganda país!


Praticamente na mesma onda de fait-divers, que ao que se diz são excelentes argumentos de venda,  O Templário noticia "Sexo, droga e assaltos junto ao cemitério de Marmelais". Pelo menos no que concerne ao sexo, pode dizer-se que se trata seguramente de pessoal da esquerda radical. Isto porque, se nos idos de 60-70 do século passado se garantia que "A alvorada será vermelha", neste caso basta reparar na foto abaixo, copiada do semanário de José Gaio, para perceber, sem margem para dúvidas, que a introdução foi vermelha. Eles lá sabem porquê. Fazem lembrar aquela anedota do jovem que entra numa farmácia e pede preservativos pretos. Após breve procura, o empregado conclui que não tem e pergunta se têm de ser mesmo pretos. -Convinha, porque quero ir apresentar os meus pêsames a uma jovem amiga que ficou viúva...




Igualmente muito curiosa  a principal notícia de Cidade de Tomar: "Câmara vai receber 3,5 milhões de euros". Sendo verdade, trata-se contudo de uma visão parcelar do problema. Na realidade, a autarquia vai limitar-se a transformar dívidas de curto prazo em dívida de longo prazo. Com um inconveniente: passará a pagar juros, como já acontece com a curiosa negociação ParqT, que segundo Carlos Carrão custa a bagatela de 100 mil euros mensais. Nas barbas da oposição, que continua muda e queda, como se tudo isto fosse normal. E não estou a falar dos pagamentos que vão ser feitos, que os fornecedores não têm culpa alguma do descalabro autárquico tomarense.
Ainda no jornal de António Madureira, pode ler-se na página 5 que, segundo Augusto Mateus, que é presidente do conselho consultivo do Politécnico (ou coisa parecida), "O IPT é uma instituição viva, que reflecte sobre coisas importantes para o nosso futuro". A notícia conclui assim: "Recorde-se que na coordenação institucional do evento [1º Congresso de Turismo Cultural Lusófono] esteve António Pires da Silva [anterior presidente não doutorado ou mestrado do IPT] e na coordenação lusófona Manuel Coelho da Silva."
Em resumo, "Gaba-te cesto, que vais para a vindima" ou, noutros termos, o método mais seguro para conseguir ter êxito continua a ser o tradicional "fazer a festa, deitar os foguetes e ir apanhar as canas, para fazer foguetes para a próxima ocasião". Ganda país! Ganda terra!

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