quinta-feira, 1 de novembro de 2012

CHIPRE E A IMPRENSA DE HOJE

Um trouxa, um palonço, um incapaz, o primeiro-ministro da República de Chipre. Vejam lá e vejam bem! Com sérias dificuldades de tesouraria, resolveu solicitar uma ajuda externa! E logo à troika. Os mesmos que vêm a Portugal, mandar preparar os cozinhados indigestos que o Gaspar nos tem vindo a servir. Ignorante, o governante cipriota. Se tem feito um telefonema ao Tó Zé Seguro, o lider PS dizia-lhe logo "Há outro caminho, basta fazer assim e mais assado." Ou estou a ver mal? Se calhar não.
E porque haveria o primeiro-ministro cipriota de pedir ajuda ao Seguro, perguntará quem lê. Pois quanto mais não seja porque, tratando-se do secretário do comité central do Partido Comunista de Chipre, nada melhor que telefonar a um homólogo. E como nem o Jerónimo nem o Louçã apresentaram ainda qualquer caminho alternativo, há que procurar fazer os chouriços políticos com a carne disponível.
Isto cogitava eu pela manhã. Depois veio-me à ideia que se o escrevesse seria logo apodado de anticomunista primário. O costume. Como se a verdade deixasse de o ser só por não agradar a alguns.
Entretanto percorri a imprensa saída hoje, da qual resolvi destacar alguns excertos.

 Amilcar Coelho, presidente da UGT/Leiria, Jornal de Leiria, 01/11/2012, página 9

Além de presidente regional da UGT, Amilcar Coelho é doutorado em Filosofia e professor universitário. Quando os próprios universitários advogam uma mudança substancial no ensino a ministrar, algo vai mal neste reino lusitano. José Hermano Saraiva, apesar de homem de direita, sempre lamentou que o nosso ensino se obstine a, quando muito, ensinar a dizer, numa época em que é cada vez mais essencial ensinar a fazer... Savoir-dire n'est qu'un détail du savoir-faire.

Jornal i, 01/11/2012, página 9

 A Renault, uma empresa privada de capitais públicos, é o segundo maior construtor europeu de automóveis, atrás da Wokswagen. Foi nacionalizada logo a seguir à segunda guerra mundial. É hábito dizer-se em França que quando a Renault espirra, a França constipa-se. Os que em Portugal, influenciados pela ideologia CGTP, depositaram grandes esperanças na vitória de Hollande e do PS, bem podem ir procurando outro patrono. Se até a Renault já rejeita aquilo que por cá se apelida de "direitos adquiridos"...

Jornal de Leiria, 01/11/2012

Estão na berra os congressos aqui em Tomar. Ainda recentemente houve dois -um no Hotel dos Templários, outro no Convento de Cristo- e já se anuncia outro para meados destes mês, sobre "Turismo cultural no espaço lusófono". Designação feliz, posto que, integrando o espaço do turismo cultural, o turismo de congressos é dos subsectores mais promissores. Que o digam os promotores de congressos médicos. Só se lamenta que, como quase sempre acontece, estejamos muito atrasados também nessa área. Apenas um exemplo, sob forma de duas perguntas: 1 - De acordo com dados oficiais fidedignos, o ano passado 40 milhões de chineses viajaram pelo estrangeiro. Quantos visitaram Portugal? 2 - Além dos cursos de mandarim no IP de Leiria, que mais está a ser feito para nos prepararmos para a inevitável avalanche?
A reprodução supra mostra que em Leiria não se ficam pela rama, pelo blábláblá. Vão logo ao tutano. Ouvem os profissionais. E debatem assuntos previamente delimitados e geograficamente significativos.

Jornal de Leiria, 01/11/2012, página 26

Esta chamada de atenção de Márcio Lopes parece-me um excelente modo de alertar os nossos eleitos locais, que em geral  permanecem convencidos de que tudo ainda há-de voltar a ser o que já foi. Assim a modos que o presente e o futuro como simples repetição do passado. O melhor é esperarem sentados, enquanto houver assentos disponíveis. Não tarda, vamos ter um autêntico império dos sentados.

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Terás que ser mais profundo e não manteres-te nessa apologia constante da intervenção externa do grande capital na vida dos países.

Por outro lado não te resta outra alternativa, depois que passaste a defender este governo, a recusa do PEC IV e a fazeres coro contra o anterior Primeiro Ministro.

Não tens coisa nenhuma para defender para o nosso País, que não seja essa lenga-lenga da austeridade e empobrecimento dos portugueses, como se eles tivessem vivido no paraíso.

Ao menos podias defender-me a mim, e a milhares como eu, que trabalhei 46 anos e vejo agora confiscarem-me rendimentos para os quais descontei aquela período de tempo, tratado como um vadiola sem vergonha, que passou a vida a viver acima das suas possibilidades, a arruinar o Estado. E olha que os cálculos da minha reforma não obedeceram à fórmula gentil que definiu a tua... E se não estou enganado, fui eu e milhões como eu, que, fora do aparelho de Estado, te andaram a pagar o ordenado e a encher o mealheiro para a tua reforma "privilegiada" - pela tal fórmula de cálculo.

Neste momento são apenas três milhões de portugueses que suportam o Estado, e não tarda serão apenas dois milhões e meio, se este governo se mantiver no poder. E é a estes que vão roubar ainda mais para alimentar uma máquina de que fizeste parte, engrossando-a. Deverias ter mais cuidado e ser mais solidário com o povo que te pariu, alimentou e educou.

Falam, falam muito, mas não passam de pessoas institucionalizadas, que não sabem olhar o sofrimento do povo a que pertencem, e desprovidos de sensibilidade para captar a natureza das contradições em disputa, a nível nacional e internacional.

Para ti, fui um mau cidadão, eu e milhões como eu. É assim que esta canalha que está no poder pensa dos portugueses.

Objetivamente, assim, defendendo a política dos especuladores internacionais, posicionas-te do lado do grande capital financeiro internacional, que viu nas dívidas soberanas o seu novo maná do céu. E da banca portuguesa que especula com a nossa própria dívida (nossa, salvo seja)

Teríamos, provavelmente, sido o único País da Europa a beneficiar de um acordo singular, extremamente vantajoso, evitando a desgraça que está aí à nossa frente. Esse foi o golpe de asa de Sócrates, que não quiseram sequer discutir. Venha a troika! Com ela manteremos os nosso privilégios. Foi sempre assim com as nossas elites quando pressentiram as barbas a arder: Por Castela! Pelo João castelhano! Pelo Filipe de Castela! Raspemo-nos todos para o Brasil! Salazar! Salazar! Salazar! Troika!Troika! Troika!

O teu Gaspar falhou em toda a linha! Os factos estão aí! O teu PPC é um palerma! O teu amigo Relvas não passa de um corretor ao serviço do grande capital.

É este o governo que proteges.

Nunca te esqueças! No todo ou em grande parte, esta dívida nunca vai ser paga!E os credores sabem disso. Estão interessados mais em atacar as grandes conquistas dos povos europeus. Alguns desses credores vão ser apanhados à mão: à saída de um avião, nas suas casas; nos restaurantes de luxo; no seu Iate em pleno mar.

Ou atirados das rochas Tarpeia de todo o mundo abaixo (deves conhecer bem a história..., já lá deves ter estado a explicá-la a turistas. Ou talvez não...).