Sob o título "Falta um salvador", Vasco Pulido Valente aborda na sua crónica de hoje no PÚBLICO a trama política dominante na capital. Na sua opinião, a nata pensante lisboeta busca afanosamente um líder político, susceptível de desencadear uma experiência semelhante à italiana: Um governo de salvação nacional, liderado por um primeiro-ministro consensual, capaz de conseguir maiorias na Assembleia da República com a sua actual composição, à imagem do italiano Mário Monti.
O conhecido comentador acrescenta que, enquanto Mário Soares parece acalentar alguma esperança, há entre os alfacinhas preferência por Ramalho Eanes e o desejo difuso de que ninguém se lembre de Jorge Sampaio. Em qualquer caso todos ex-presidentes, com mundo e carreira feita, mas sem bagagem económica, ao contrário de Monti.
Há três semanas, o ex-vereador socialista António Alexandre defendeu, num texto no CIDADE DE TOMAR, uma posição semelhante à que agora, segundo VPV, provoca debate em Lisboa. Na sua opinião, Tomar tem necessidade de um líder que nunca houve, como única via para recuperar a importância perdida. Tratou-se portanto de uma manifestação clara de apurado olfacto político, dote infelizmente bem raro por estas bandas e cuja carência bastantes estragos tem provocado.
Numa altura em que o PS local acaba de anunciar que escolherá o seu cabeça de lista numa reunião a ter lugar no dia 24 de Novembro, talvez não seja despiciendo anotar que, tal como a Itália, também Tomar teria muito a ganhar com um líder tipo Mário Monti: Com experiência internacional, com Mundo, com bagagem económica, com capacidade para gerar consensos, com envergadura cultural, sem filiação partidária e sem necessidade de fazer carreira ou conseguir benesses.
Fica o apontamento, para o caso de naufragarmos nos próximos tempos, que o mar vai estar bem agitado nos próximos anos e não tem pé marítimo quem quer, mas só quem pode.
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