quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"Menezes quer fazer do Porto uma pequena Barcelona"

Nem de propósito! Num contexto tomarense onde reina agora grande azáfama para designar candidatos e alinhavar programas minimamente compatíveis com a nova realidade, esta notícia do jornal i cai que nem sopa no mel:
Jornal i, 07/11/2012, página 4

Claro que se trata da segunda cidade do país, geralmente reconhecida como "capital do trabalho" e com 226 mil eleitores na área urbana, contra apenas 38 mil em Tomar. Ainda assim, a candidatura de Menezes (PSD) constitui um excelente exemplo a seguir, pois começa por definir objectivos estratégicos para 10 anos (Rivalizar com o centralismo lisboeta, Transformar-se no centro dinamizador de toda a região norte, vir a ser "uma pequena Barcelona"). Indica depois alguns objectivos tácticos, indispensáveis para alcançar os estratégicos: Aumentar a população urbana em 50 mil pessoas, sobretudo jovens, implementar políticas fiscais proactivas e campanhas de renovação urbana. Em relação a estas, explicita até que serão "muito negociadas com o sistema financeiro e com o Estado." Maneira de indicar desde já aos eleitores de onde se prevê que venham os recursos materiais para a realização dos objectivos definidos. Finalmente, avança com uma evidência, que por estas bandas as formações políticas e os eleitos insistem em fingir que ignoram: "Não chega ter potencial; é preciso pegar no potencial e pô-lo a render". Nem mais! Sobretudo agora, quando por causa da crise se tornou óbvio que não adianta tentar adiar o futuro. Ou ousamos ou ficamos para trás. Ouviram, tomarenses?!

7 comentários:

Leão_da_Estrela disse...

Bom dia, caro professor,

Não deixa de ser muito bonito, não fora este plano apresentado pelo autarca que é presidente de um dos concelhos mais endividados do País, do qual é presidente há doze anos quase e responsável precisamente por esse endividamento.

Será até por isso que o parceiro de coligação não apoia a sua candidatura.

Será caso para dizer que de boas vontades está o inferno cheio...

Cordialmente

Maria disse...

Para quê?
O Porto, onde vivi 13 anos, é uma cidade linda, cheia de características muito próprias, de defeitos e qualidades. Fazer dela, Barcelona, para quê?
A mania que os portugueses têm de querer imitar os outros! Já chamaram ao Porto, "A Londres Portuguesa" por causa do clima. Já chamaram a Aveiro, a Veneza Portuguesa, por causa dos canais. Deixem as terras ser o que são. Para estrangeirices, já nos basta a língua adulterada que falamos, as festas importadas, que substituem as nossas, os estrangeiros que tomam conta de tudo o que vale alguma coisa, tomam conta da nossa política.
Não me parece que, o senhor Menezes, se safe no Porto. O bairrismo tripeiro, não vai deixar.
Maria

Leão_da_Estrela disse...

Ah! e esqueci algo de muito importante:

A construção, por milhões de Euros, de um complexo desportivo para ser usado em exclusividade por uma colectividade do concelho vizinho, pela exorbitância de 500 Euros mensais de renda.

Dobrado contra singelo, que tudo o que de bom Rio construiu no Porto, se este "nortista e elitista" ganhar a eleição, vai pró "béléleu" em menos de um fósforo?!

Oh professor, este é da camarilha, é dos que nos ajudou a enterrar! o problema é que no Porto vai concorrer contra um Gomes qualquer...

Cordialmente

Unknown disse...

Sem pretender apoiar ou criticar os comentários anteriores, o que seria descabido, pois não domino o assunto, julgo útil vincar que o meu texto apenas teve e tem como objectivo mostrar, graças a um exemplo da vida real, como se podem elaborar programas legíveis e mobilizadores. Só isso.

Anónimo disse...

Pois tem toda a razão professor e eu percebi a sua intenção.

Mas de que vale escrever programas legíveis e mobilizadores, se à partida se sabe que tudo não passa de papas e bolos...

Antes um bom com um programa simples, que um mau com um programa pomposo e cheio de ambição, que é o deste ex-presidente do PSD, que se, para mal dos "tripeiros" for eleito, nunca será cumprido!
E voltarão as ajudas e benesses descaradas ao fêquêpê, que Rio e muito bem, cortou pela raíz.

Portanto, aí para o burgo, o que interessa é que apareça um tipo competente, interessado, de vida feita e sem rabos de palha. O resto inevitavelmente virá por acréscimo, porque, como temos visto, rasgar programas é o que mais está na moda; vide o programa eleitoral do PSD para as últimas legislativas...

Cordialmente

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Todos devem saber que Menezes é um dos mais destacados do gangue regionalista do Porto, como também devem saber das suas simpatias pelo federalismo ibérico e pelas suas ligações a algumas elites galegas, que pugnam por uma Portugaliza (Galiza + o que eles chamam Norte de Portugal). Pinto da Costa é o seu grande chefe, criando um Futebol Clube do Porto à imagem do clube Barcelona.

É claro que não tem sentido a proposta que faz, por razões que a comentadora Maria muito bem assinalou, mas que impressionou muito o Dr. Rebelo.

É bom não esquecer que Menezes, Marco António (outro regionalista) e Relvas foram os ajuntadores de cavalos no PSD para carregarem ao poder estas prendinhas que estão no governo.

E esta é para o Caro Leão da Estrela: ... e o PCP e BE, à sua maneira. Essa é que é essa!

Leão_da_Estrela disse...

Oh Cantoneiro,

Desculpe????
Pelo amor da santa! já lhe disse que não tenho procuração, nem sou advogado de defesa de um ou de outro.

Mas se o seu PS não está no governo é porque não ganhou as eleições! o povinho é soberano, ainda que bastas vezes "parvo" e não quis lá o seu Zézinho; a culpa é do PCP e do BE?! chegue-se lá o seu PS um poucochinho mais à esquerda, só um niquinho...e vai ver que é capaz de ter alguma surpresa! doutra forma, "jamais"!

E não me venha práqui com outros argumentos, como o do cumprimento dos mandatos, porque aí terá que defender que estas "prendinhas" lá estejam até 2015...

Com consideração

Edmundo Gonçalves