segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ACTUALIZAR A JANELA DO CAPÍTULO - 1

Afirmam os nossos contraditores (sem nunca mencionar a quem se referem concretamente) que em Tomar a dianteira não sabemos de que estamos a falar, neste caso da salvaguarda da Janela. Acrescentam até que não medimos as consequências daquilo que escrevemos. Ambas as alegações são falsas. Medimos muito bem o alcance do que fazemos e conhecemos menos mal a Janela e o Convento, desde há sessenta anos. Quem estiver nas mesmas condições que faça o favor de levantar a voz. Para provar aquilo que dizemos, tendo em conta que se está a generalizar a moda de exigir o respeito pelo contraditório por tudo e por nada, resolvemos fazer melhor. Assumimos a posição dos defensores da limpeza/lavagem da Janela. Afinal até podem ter razão. Num mundo de modernices, estilo Eurodisney ou Pantera Cor de Rosa, o melhor será actualizar a Janela, pondo-a com aspecto adequado ao mundo moderno, como forma de atraír mais turistas. Afinal aquilo assim até está uma vergonha terceiro-mundista. Tudo sujo, tudo cheio de crostas, tudo com aspecto de velho e desmazelado, tudo repulsivo para os visitantes aurautos da modernidade.

Deve ser por isso que na conclusão do propalado relatório do LNEC, de Janeiro de 2002, se propõe já, com toda a seriedade, que "No final das operações de limpeza...será recomendável dar um acabamento final às superfícies, por forma a dar coerência à apresentação final das áreas intervencionadas..." Acrescenta-se até que "A aplicação de uma pátina artificial reduzirá a reactividade da pedra..." Não se percebe como, referem outros técnicos por nós consultados, mas isso é já outra história. Vamos ter portanto, se vingar a ideia estapafúrdia de adulterar sem necessidade o actual aspecto do monumento, tudo indica que em nome da modernice, mas igualmente da ganância, uma pátina artificial. Assim sendo, Tomar a dianteira antecipa-se, propondo a quem não conhece adequadamente a velha Casa da Ordem, nem a sua célebre Janela, vários modelos possíveis. Não não ! Não têm nada que agradecer ! É a nossa obrigração. Colocamos a cabeça no cepo para os carrascos trabalharem à vontade.

A primeira sugestão é sobretudo para visitantes do avental, uma tendência que está agora muito em voga. Até já temos na autarquia pelo menos dois eleitos pelos rosas que ostentam nos seus blogues as insígnias dos grupos respectivos. São geralmente cidadãos que vêem longe. O problema é que usam uns óculos com umas lentes muito peculiares, geralmente anticlericais. Todavia, enquanto há vida há esperança e tarde é aquilo que nunca vem. Daí termos alguma luz no vão da Janela mergulhada nas trevas, todavia bastante luminosas, para realçar as dimensões e a beleza das coisas.
A segunda sugestão resulta da necessária adequação à sociedade envolvente. Como é sabido tudo nela tende para o cinzentismo. Trata-se, por conseguinte e na nossa opinião, de um modelo perfeitamente adequado para conformistas, cinzentões, indiferentes, atentos veneradores e obrigados.
A terceira sugestão, esta aqui mais próxima, destina-se unicamente aos esotéricos obstinados. Daqueles que passam uma vida inteira buscando e acabam poor nunca encontrar a tal explicação final ao fundo do túnel. Entretanto vão vendo tudo negro e sem perspectivas, pedindo a Deus que a Janela e o Convento tenham quanto menos visitantes melhor, para não profanaram aquele santuário nem, sobretudo, desgastarem os pavimentos.
É nesta amálgama que vivemos. Vivemos ?



6 comentários:

Anónimo disse...

Até que enfim que o AR desperta para a questão dos aventais que promete contribuir ainda mais para as guerras entre autarcas. Como se não tivessemos já problemas que chegassem...

Anónimo disse...

Por falar em aventais, porque é que um conhecido tomarense anda a tentar reunir apoios para se candidatar a mordomo da próxima Festa dos Tabuleiros, referindo - pensamos que enganadoramente - que João Vital já lhe terá garantido apoio e será o próximo vice-mordomo (seja lá o que isso for!...)

Maria disse...

Nenhuma das hipoteses me agrada.
Quero a minha Janela como a conheci, desde que nasci, já lá vão 65 anos. Suja ou limpa, mas inteira. É assim que Ela é connhecida em todo o mundo. DEIXEM A JANELA EM PAZ. Ou melhor: Deixem Tomar velhinha como sempre foi. Quando aí vou, já quase não conheço a minha linda terra. As ruas sem pedras, as janelas sem flores, as árvores cortadas ou a cairem de podres, não são as ruas que corria em miúda. E nunca as pedras me magoeram os pés, às vezes, só com sandálias de sola bem fina.
Deixem Tomar como sempre foi. Pelo menos até que eu feche os olhos.
Já me chegou ver aquela ponte horrorosa, que faz a ligação enntre o velho parque das merendas e o Mouchão. CHEGA DE ASNEIRAS.
Maria

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

REF. ANÓNIMO ANTERIOR

É a politização da festa que, aliás, sempre existiu, mas que agora, dada a crueza da desfaçatez nestes tempos que vivemos, está mais exuberante que nunca.
Por e para mim, embora tenha perfeita consciência de que a minha opinião é como um copo de água no oceano, a festa já deu o que tinha a dar. As suas bases estão podres, a viciação é galopante, foi transformada em terreno de luta politico-partidária, e a cada edição que passa sinto que cada vez mais fazem pouco das pessoas que realmente suam para que a tradição se cumpra.

Anónimo disse...

Como eu a compreendo, Maria ! Mas tenha esperança que por enquanto ainda nada estar perdido. Estou a referir-me à Janela, claro !
Tomar a dianteira, segundo me disseram, ainda tem pelo menos mais três sugestões ilustradas. Pode ser que alguma delas lhe agrade a si e ao IGESPAR. Oxalá !

Frei Gualdim disse...

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Por falar em aventais, porque é que um conhecido tomarense anda a tentar reunir apoios para se candidatar a mordomo da próxima Festa dos Tabuleiros, referindo - pensamos que enganadoramente - que João Vital já lhe terá garantido apoio e será o próximo vice-mordomo (seja lá o que isso for!...)
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Não sabia que esse senhor usava avental. Mas não me admiro. Depois de o ver encostado ao M.Relvas já nada me surpreenderá.