Foto Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos
Para usar uma expressão corriqueira, que serve para tudo, "correu bem" a festa dos 850 anos de Tomar. Até houve algum público, o que é raro, mas como não choveu...
Um sucesso, por conseguinte, para a autarquia e, sobretudo, para o vereador da cultura, o verdadeiro "motor" da coisa ? Aparentemente sim; na realidade nem lá perto. Basta pensar no após-festa. Que nos ficou de útil ? Umas imagens na retina ? Que préstimo têm ? Que ensinamentos delas podemos tirar ? Pelo menos este -foi com toda a evidência dinheiro gasto em vão. Cruzes, bandeirolas, cartuchos "king-size", cartazes, programas, morteiros (vá lá, sempre conseguimos escapar aos 800 foguetes, pelo menos na cidade), fogo de artício, numa despesa que rondará, se contabilizada sem maquilhagem, os 50 mil euros, pelo menos; tudo isso para quê ? A insensiblidade social dos senhores autarcas já é tanta que nem se deram conta do exagero ? Não viram que fazer, em tempo de crise, uma comemoração assim, com morteiros, fogo de artifício e comezaina, tudo pago pelos contribuintes, é uma verdadeira ofensa aos pobres, aos desempregados, ao bom-senso e à decência dos costumes ?
Se calhar cuidam que as coisas ainda não mudaram desde o tempo dos romanos, cuja política básica assentava no binómio pão+circo. Mas isso foi há dois mil anos. Entretanto os cidadãos já tiveram tempo de perceber que são eles os produtores e os pagantes, enquanto outros lhes vão dando espectáculo para entreter, em vez de lhes resolverem os mesquinhos problemas quotidianos.
Por exemplo esses tais 50 mil euros desta comemoração teriam concerteza permitido tapar com uma camada de asfalto os buracos à volta da Várzea Grande e na Rua Manuel de Matos, entre outros. Ou para concluir as obras no Largo do Pelourinho. Mas não era tão espectacular, lá isso não ! O problema é que, para governar a vida, os cidadãos precisam de vias de comunicação em bom estado. Poucos são os que se vão governando com comemorações e outras festas, que para mais dão um sinal totalmente errado: Que se pode viver durante muito tempo a crédito, como é o caso do nosso município. Esperem pelo retorno do boomerang...
11 comentários:
E onde foi vossa excelência buscar esse valor? Acaso perguntou a alguém ou é só mais um dos seus palpites?
Tanta tropa para tão pouca gente!
O Gualdim, deve ter-se sentido feliz com tanta tropa à volta.
Enfim! Comemorou-se a data.
Maria
Para anónimo em 10:13
Simples contas de merceeiro reformado, uma vez que a autarquia que temos ou não fornece ou fornece tarde e a más horas as informações que solicitamos. Quem não tem cão, vê-se forçado a caçar com um gato. Mas não é a mesma coisa. Com cão apanham-se coelhos; com gato irritam-se alguns ratos. Como neste caso.
Qualquer comemoração para ter sentido tem de enunciar quias os seus reais objectivos.
Como sabemos (lamentavelmente) estas foram planeadas com uma série de acidentes e sem qualquer objectivo que não ser uma feira de vaidades (eu dei foguetes e tu não!).
As cidades e concelhos que se prezem, a primeira coisa a fazerem quando planeiam umas comemorações é:
a) Quais os objectivos a alcançar;
b) Que públicos pretendem sensibilizar;
c) Quais os efeitos económicos (ou seja, o retorno) a atingir;
d) Para isso, onde é que vamos efectuar as operações de marketing?
e) Elaborar um programa que comprometa financeiramente o Instituto de Turismo de Portugal en naturalmente, a Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo;
Estes são apenas alguns pontos a ter em conta.
Estas comemorações não foram concebidas a partir de nenhum plano objectivo que visasse, a meu ver, a conquista de públicos de fora e, muito menos, a envolvência da comunidade local. Esta é a realidade.
José Soares
luis ferreira muito bom? Só um dos seus apaniguados é que se lembraria dessa.
O que aqui está em discussão é, para o bem e para a nossa desgraça, simplesmente a actuação do vereador da cultura e turismo enquanto tal. Agora se ele se chama luis ferreira ou joão fiandeiro ou manuel faria, ou outro qualquer, isso é irrelevante.
O que os tomarenses querem saber, e a isso têm direito, é se o vereador dos ditos pelouros é competente ou não para os exercer.
Ainda há dias me disseram que um amigo do dito lhe terá dado um recado nestes termos "oh luís, tu não tens unhas para o cargo que desempenhas. Desculpa lá a sinceridade, mas isto não é o governo civil!".
Quanto ao falar-se do dito, as razões são por demais evidentes: reina a incompetência! E os tomarenses têm o direito e o dever de se manifestarem, nem que tal gesto venho com meses de atraso.
Também consta por aí que o dito tem comentado com os seus súbditos que o "chefe" da turma é um banana!
É bem feito!
E o PSD tem de assumir as suas responsabilidades nesta palhaçada (desgraça) que se tem abatido por terras do nabão!
O Carlos Carrão, que andou a fazer convites de última hora para que alguns militantes integrassem a lista do Vicente, também não pode vir agora desresponsabilizar-se da má gestão que o município tem vindo a praticar. Também ele é culpado!
Os homens de carácter assumem sempre as suas responsabilidades. Os homens sem carácter atribuem sempre as culpas aos outros.
No meio de toda a tempestade que se vem abatendo sobre Tomar (processos de indeminização entre outros), os primeiros culpados são um tal de Paulino e um tal de Relvas que fogem da culpa como o diabo foge da cruz. São os homens de (sem) carácter que esta cidade acolheu desmerecidamente.
Seja quem for que tenha José Soares como "crítico", não precisa de amigos para o defender.
concordo que á não há razões para festejar, se estamos em tempos de vacas magras que seja para todos, marcar a data sim mas não gastos abusivos.e buracos só vem esses? o nosso conselho não tem razões para festejar e eu não sou pessimista, as empresas estão a fechar e as que não fecham estão aflitas, ou estão á aproveitar, dou um exemplo sabem que a empresa do João Salvador esta a dever os ordenados aos empregados. sabem onde ele está? resposta comprou um terreno em nome da neta e esta em Angola. É PARA SE TIRAR CONCLUSÕES.
Fui à comemoração dos 850 anos.
Passei três dias em Tomar, como bom tomarense de fora de portas, por causa das comemorações, e por informações deste blog.
Na segunda feira de manhã fui ao nr. 1 da Serpa Pinto e não havia programa: deram informação que podia obtê-lo em frente, num espaço que não sei o nome. E tinham. De facto, topou-se logo que a vertente turística estava fora das comemorações.
Por esta conversa toda que por aqui vai já me estou a sentir um tanso, por ter ido às festas dos 850 anos. Mais ainda por ficar agora a saber por este blogue (regressei hoje) que o tal almoço-volante era oferta da "casa", coisa que não estava informada no dito programa, julguei que era para convidados pagantes. Ganhou o "PIRI-PIRI" - e ganhava de qualquer maneira...
Quando se paga combustível para 350 kilómetros, 5 refeições (entre almoços e jantares), 2 noites na Res. União (procurei no quarto um panfleto sobre as comemorações, mas nada. À saída deixei o meu), tudo a preços módicos condicentes com turista de poucos cobres, só resta valorizar o valorizável para tentar rentabilizar... Passei o tempo mais ou menos.
Momentos altos:
O poder distribuído pelas janelas, cada um dos seus membros agarrado a uma bandeira, e quando se tocou e cantou o Hino Nacional, uma voz sobressaíu e ecoou, sobrepondo-se às outras, pela Praça, causando calafrios em muitos. "Aquele tem cá um vozeirão!!! e canta bem"! "É aquele ali no lado norte". "É o da cultura, o do PS"!. Foi então que o coquei e passei a segui-lo. Boa figura, muito bem vestido, de sobretudo, nunca está quieto, beijos e abraços, vê-se que gosta, de gostar, do poder. Assim é que é! "Aquele Vereador", justificou uma senhora ao lado, "sabe música".
Na sala da Biblioteca (que sala!!!), as preleções de uma Senhora Professora Doutora sobre o Gualdim Pais, e aspectos marcantes da cidade, gostei; outra sobre o Infante D. Henrique e o Castelo, sua história, por uma Senhora Arquiteta, jovem, um momento muito interessante (por mérito dela). Fiquei a saber que houve a Vila de Cima e a Vila de Baixo e que os habitantes da Vila de Cima foram despachados para a Vila de Baixo por D. João III, após... negociações....
Esta das negociações não me convenceu muito, mas a Senhora Arquiteta (não sei quê... Bento), depois de alguns anos de investigação deve estar a falar verdade. Adorei a sua intervenção. A sala estava praticamente cheia e todos gostaram.
Momentos baixos:
A participação da tropa foi uma vergonha! Não sabiam marchar, uma miséria, desalinhavam, coitados..., que péssima ideia deram do brio da tropa e ainda por cima cantaram horrivelmente uma coisa qualquer. Não faltaram dixotes sobre as suas inestéticas evoluções. Tanto mais que na janela, a Bandeira da Pátria, era hasteada por um militar. Claro que a culpa é da oficialagem instrutora.
A recusa do Presidente da Câmara, na sala da Biblioteca, em falar da cidade, depois de desafiado pela jovem e simpática Arquiteta (agora é a sua vez, Sr. Presidente, de falar da cidade de hoje e do futuro). Toda a gente na expetativa (seguramente bem mais do que eu), mas ele, que não, não senhor, não é o momento.... O Vereador da cultura, sentado ao lado, não desaproveitou o ensejo, e rasgou um sorriso sarcástico para a plateia.
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As contas devem ser fáceis de fazer, à merceeiro:
foguetes e fogo artificio - mil contos
cerimonia da praça com decoração - duzentos contos
cerimonia na igreja de Santa Maria - duzentos contos
ranchos, tunas e banda - trezentos contos
almoço - mil e quinhentos contos
exposições - trezentos contos
bandeirolas - quatrocentos contos
total de merceeiro - três mil e novecentos contos para comemorar o aniversario da cidade.
total de apoio a duas associações para o carnaval - cinco mil contos
total do merceeiro do ano passado - Dois mil contos, sem exposições, sem teatro, nem música, nem decorações.
Para anónimo em 18:39
Não somos da especialidade. Todavia, é dos livros que havia duas aglomerações na Vila de Cima -a freguesia de Santa Maria do Castelo, dentro da cerca de muralhas, e o Vale de S. Martinho, onde está agora o chamado "Convento Novo", o conjunto de construções renascentistas iniciado logo após a reforma de 1529.
Tanto quanto sabemos, há documentação sobre os habitantes do Vale de S. Martinho, deslocados para S. Miguel de Porrais, actualmente Carregueiros. Outro tanto não acontece em relação aos fregueses de Santa Maria do Castelo, cuja debandada para a baixa já era evidente no mestrado de D. Manuel.
E agora não se podia mandar os habitantes da aldeia de baixo, mormentemente, os da grande casa com arcadas, dar uma volta ao bilhar grande? E pedir-lhes para mandarem de lá saudades que é coisa que cá não deixam? E que se demorassem por lá o tempo todo à vontade que a gente até pagava para eles não virem fazer a mxxxxx que têm feito?
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