Que tenham a bondade de nos perdoar todos aqueles que detestam vocabulário considerado ordinário ou reles. O título e a conclusão deste escrito não são produto do acaso, da ignorância, da incapacidade ou da falta de educação. São propositados. Partiu-se da ideia segundo a qual se com palavrinhas mansas nada se tem conseguido, pode ser que com ordinarices se alcance pelo menos que os visados venham a ter vergonha, resolvendo mudar de atitude. Oxalá !
O caso é simples. As três primeiras ilustrações mostram as instalações sanitárias da Mata, da Calçada de S. Tiago e da Cerrada dos Cães. Todas fechadas. Algumas desde há anos, a última desde a passada sexta-feira, dia 26. Podíamos ainda acrescentar a do jardim do Castelo, a de S. Gregório e a da Rua da Fábrica. Restam portanto apenas três em funcionamento. No ex-estádio, agora campo de treinos, nas traseiras de Santa Maria dos Olivais (nem sempre) e na Abegoaria.
Em relação ao encerramento dos sanitários da Cerrada do Cães, após muitas e variadas queixas sobre o precário estado de limpeza e de conservação, alguém da autarquia mandou soldar ambas as portas, para que ninguém as possa arrombar ! No fundo, trata-se da usual metodologia autárquica. Há críticas ? Não ouvimos nem lemos nada. Há problemas ? Suprime-se a sua causa, cortando o mal pela raíz. Tem vindo a acontecer o mesmo com a recolha do lixo ao longo dos anos. Já foi recolhido porta-a-porta, a seguir vieram os contentores redondos em cada esquina, depois os contentores maiores já um pouco mais longe e agora os depósitos subterrâneos, ainda mais afastados. Cada vez mais confortável para o pessoal da recolha. Cada vez mais penoso para os cidadãos-eleitores-contribuintes, que são afinal a razão de ser daquele serviço.
Realmente o encerramento dos sanitários é de mestre. Com uma única cajadada bem aplicada, matam-se dois coelhos: 1 - Deixa de haver retretes para limpar, para maior conforto dos funcionários encarregados de tal tarefa. 2 - Com as instalações sanitárias fechadas, nenhum turista irá dizer, sem atraiçoar a verdade, que as retretes em Tomar estavam uma merda. Mas poderá dizer, seguindo o mesmo modelo discursivo, que as estruturas tomarenses de acolhimento são uma rica merda. Não valem um corno, porque estão sempre fechadas. Ou nem sequer existem... No passado Domingo, com as retretes da Cerrada dos Cães já de portas soldadas, um autocarro de turistas procurou ultrapassar o problema indo até ao Centro Comercial Templários, ali na Alameda. Má ideia, pelos vistos. Foi multado pela PSP, por estacionamento em local proibido.
Sem quiçá se darem conta, de forma assaz peculiar, os senhores autarcas, ao mandarem encerrar os cagatórios uns após outros, além de originarem múltiplos dramas individuais e colectivos, demonstram aos cidadãos em geral, e ao turistas em particular, que de facto se estão cagando para eles e para as suas necessidades. Apesar de continuarem a propalar que o futuro desta terra é o desenvolvimento do turismo...
No estado em que isto está e perante as perspectivas do que aí vem, o conselho da última ilustração não nos parece adequado, pois o nomeado já nem é autarca. Mas, se calhar, não seria má ideia, um dia destes, ir aliviar-se debaixo dos arcos dos Paços do Concelho. À falta de melhor, seria apenas uma mera reciprocidade... Uma devolução aos remetentes, em certa medida.
8 comentários:
Sr. Dr. Rebelo
A estratégia do Barão da Trofa levou a este brilhante resultado.
E qual era (e é): as cagadeiras têm de ter assistência por funcionário, isso fica caro, pôr lá um técnico em cada uma não podia ser (embora ele gostasse!), então fecham-se uma e deixam-se ao abandono outras.
E a populaça?!
Se está apertada que se alivie nos cafés, restaurantes e no wc da natureza, em português - que se desenrasque como poder!
Tomar - cidade jardim, cidade turística - ficou sem casas de banho e, claro Tomar mais sujo e menos "civilizado".
Agora vem e vereador da cultura e manda soldar as portas de uma delas e corta o mal pela raíz!
Ah! valente!
Mande soldar as portas das restantes e quem quiser mijar ou cagar que se desenrasque!!!!
E Viva a limpeza!!!!!!
QUADRA ESCRITA NA PAREDE DA CASA DE BANHO DA ENTÃO CASA DE PETISCOS BRASINHA...CORRIA O ANO DE 1977!
Neste local sublime,
Onde toda a vaidade se apaga,
Todo o cobarde faz força,
Todo o valente se caga.
Quando a modernidade chegou à cidade pela mão do Barão de Trofa, o desenvolvimento revelou outros modos de vivência. O género humano evoluiu, o metabolismo modificou-se e agora os verdadeiros homens já não cagam. Esta é uma função primária, do século passado. Viva a geração XXI. Sem cagadeiras, nem rabos de palha (ou sem rabo para passar o papel).
MB
Bom dia António Rebelo,
Há alguns anos atrás aluguei uma casa em Tomar. Dirigi-me aos SMAS para pedir a mudança de nome do contador da água que entretanto não havia sido retirado, e proceder à elaboração do novo contrato. Para o efeito tive de entregar, entre outros documentos, uma fotocópia do contrato de arrendamento.
Qual não é o meu espanto, dois meses depois de estar instalado na minha nova casa, a água foi cortada. Dirigi-me aos SMAS para saber o que se passava, uma vez que tinha as contas em dia, e fui informado que o corte do fornecimento se deveu ao não pagamento de uma factura da água de um mês de um ano anterior em que eu nem sequer era inquilino naquela morada, e portanto, anterior à data do contrato que, relembro, tinha sido entregue nos serviços. Chamei a atenção para esse facto e solicitei desde logo a reposição do fornecimento. Estava-se num mês de Verão e era sexta-feira! Ainda hoje me lembro da atitude indolente da funcionária ao dizer-me que não garantia que o piquete fosse a minha casa nesse dia. Provavelmente só lá para segunda ou terça-feira!
Eu apenas respondi que era bom que fossem ainda nesse mesmo dia, senão vinha despejar as fezes e a urina nas arcadas da câmara e à porta do SMAS...e saí! Passados alguns minutos voltei ao balcão do SMAS e interpelei a mesma funcionária mostrando-lhe um balde com tampa que entretanto comprei na loja de ferragens ali próxima dizendo-lhe: "Lembra-se do que lhe disse há pouco? Olhe, este é o balde onde vou transportar o xixi e o cócó para despejar aqui à porta e ali na Câmara!"
Resultado: às 4 da tarde já tinha abastecimento de água em casa e nunca mais tive problemas com os SMAS.
Serve isto para dizer aos interessados, isto é, aos aflitos, que à falta de condições dignas e normais para uma sociedade pretensamente evoluída, que à falta de melhor solução, as arcadas da Câmara Municipal de Tomar servem perfeitamente de casa de banho para uma rápida mijinha, ou se a ocasião se proporcionar, até mesmo para uma descarga de tripa. Talvez assim os "competentes" autarcas que temos despertem para o problema.
O facto de haver diversas casas de banho públicas dispersas um pouco por toda a cidade não é motivo para invocar custos elevados na sua manutenção/limpeza, sobretudo custos com pessoal. Pelo menos para as que existem dentro da cidade basta que haja em cada uma um pequeno espaço de arrumação para os artigos de limpeza e um funcionário que faça o circuito! Um funcionário que faça o seu turno normal de oito horas tem tempo mais que suficiente para executar bem a sua função. É o que acontece em algumas localidades que conheço...mas claro, esses são uns atrasados...até andam a reabilitar mercados!!!
sem ofensa, creio bem que a propósito de um tão douto mote não ficará mal rebuscar um dos nossos conhecidos poetas, sempre bem revivido, que, dizem, lá para as bandas de Goa terá escrito em tributo ( e nestas coisas há sempre os presenteados…) a um tal de D. Francisco de Almeida:
“SONETO DA CAGADA
Vai cagar o mestiço e não vai só;
Convida a algum, que esteja no Gará,
E com as longas calças na mão já
Pede ao cafre canudo e tambió:
Destapa o banco, atira o seu fuscó,
Depois que ao liso cu assento dá,
Diz ao outro: "Oh amigo, como está
A Rita? O que é feito da Nhonhó?"
"Vieste do Palmar? Foste a Pangin?
Não me darás notícias da Russu,
Que desde o outro dia inda a não vi?"
Assim prossegue, e farto já de gu,
O branco, e respeitável canarim
Deita fora o cachimbo, e lava o cu.”
mau cheiro
Se não há locais propícios para fazer as necessidades fisiológicas, o chichi e o cócó, porque não fazer atrás das "colunas" do edifício camarário ou até mesmo nas escadaria onde o Povo é quem mais ordena? Ou então nos poucos relvados que imperam na cidade. Se aí até os cães podem fazer, porque não os seres humanos? É somente para estrumar... Já que falámos em relva, no Estádio Municipal, isso é que não, porque estraga a relva sintética, que já de si está bem adiantado o estado de degradação a que chegou. Vergonha Paiviana.
ASSIM, PODEM MIJAR E CAGAR À VONTADE EM QUALQUER SÍTIO, MESMO AO PÉ DA CAPELA DE S. GREGÓRIO, NAS CERCANIAS DAQUELA VERGONHA QUE JÁ IMPERA HÁ 3 ANOS. Mas que Câmara nós temos que até dá vontade de cagar na mesma.
TANTO LAMÚRIO... MAS QUEM VOTOU NESSES CAGÕES?
OS SENHORES QUEIXUMES E AINDA POR CIMA ANDARAM A FAZER CAMPANHA POR ELES!!!
VÃO À MERDA... PÁ!
A verdade é que eles continuam a cagar para o povo.
BA
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