sábado, 31 de julho de 2010

VERY TYPICAL INDEED!

Para os tomarenses que realmente amam a sua terra e desejam o melhor, tanto para ela como para todos os que a habitam, estas duas fotos da retrete situada junto à Abegoaria Municipal, próxima da estação de caminho de ferro, dão vontade de chorar. Então é com estruturas destas que pretendem cativar os visitantes? Já não há vergonha? Somos mesmo um caso sem remédio?
A tristeza é tanta que, procurando aliviar, se tenta fazer contra má fortuna bom coração. Bem vistas coisas, com optimismo quanto baste, se calhar a retrete até está bem assim. Sem papel higiénico, sem sabão, sem toalha ou secador, sem desinfectante para as mãos, sem adequada limpeza ou pintura em condições, mas com uma torneira sempre a correr, e um balde de plástico para o papel que não há. Numa curta frase, a verdadeira retrete do 3º mundo. Very typical indeed. Como os turistas gostam. Porque instalações sanitárias em condições têm eles com fartura, lá na terra e nos aeroportos por onde transitam.
Por outro lado, mas na mesma linha de pensamento, em tempo de crise prolongada, estas poupanças de papel, toalhas, sabão, secadores, desinfectante, tinta, lava-tudo e mão de obra, sempre vão ajudar a colmatar o défice das sopas. Ou a financiar mais umas passeatas com comezaina. Só para alegrar os excursionistas, que os senhores autarcas organizadores não esperam nada em troca. Quem é que falou aí em votos e em automóveis novos!!?? Que ideia mais idiota! Estes tipos da comunicação saem-se com cada uma!! É só má-língua!!



TABULEIROS: UMA MORTE ANUNCIADA

Na seu modesto e anódino aspecto, este detalhe de uma página do Turismo de Portugal, publicada na imprensa de hoje, pode bem ser para os tomarenses um anúncio de morte a longo prazo -a morte da Festa dos Tabuleiros, a nossa Festa Grande. Porquê? Pelos motivos que vamos tentar resumir.
Como bem sabem todos os que, com real aproveitamento, gastaram os fundilhos pelas cadeiras e bancos das universidades, há uma regra comum a todos os seres vivos e organizações: nascem, crescem, definham e morrem. É sempre assim, quer queiramos, quer não. E não há excepções, dos seres microscópicos aos maiores impérios.
No caso da nossa Festa Grande, já estava moribunda quando João Simões, o "Jones" pegou nela e a transformou numa vistosa manifestação de beija-mão ao poder então vigente, que disso bem precisava, uma vez que não era legitimado pelo voto popular universal e livre. Aconteceu em 1950...para celebrar a inauguração do mercado, que agora algumas luminárias querem deitar abaixo, em nome daquilo que julgam ser o progresso. Uma repetição do caso da Fonte Cibernética...
Nestes cinquenta anos, a Festa dos Tabuleiros, contrariando a regra geral, praticamente não evoluiu. Passou a realizar-se de 4 em 4 anos, em vez de 3 em 3, já não são os magalas do 15 nem as moçoilas da fiação que desfilam com os tabuleiros, mas em contrapartida, contra a corrente, estes foram normalizados. Foram banidos os tabuleiros bojudos, estilo barroco. Apenas se admitem os de tipo botaréu manuelino do Convento de Cristo. Pior ainda, a Festa Grande custa cada vez mais caro, integra aspectos perfeitamente espúrios, como o desfile dos senhores autarcas e outros eleitos no cortejo do mordomo, acabando por resultar em avultadas despesas não cobertas por receitas comerciais, mesmo quando se anuncia ao povo que a festa não deu prejuízo. Trata-se em suma, como o Botas dizia da agricultura, de uma maneira de ir empobrecendo alegremente. Estou a falar dos contribuintes que pagam impostos sem fazerem batota.
Com um comportamento menos pacóvio, os nossos conterrâneos de Carregueiros, descendentes dos habitantes do Vale de S. Martinho, onde se situam agora os claustros renascença do Convento, perceberam que ia sendo tempo de meter mãos à obra e resolveram fazer a Festa dos Tabuleiros todos os anos, com a sua designação original: Festa do Divino Espírito Santo. ou Império do Espírito Santo. Estão no bom caminho, mas se não houver um acordar a nível do concelho, é de temer que tenham de vir a renunciar, por "falta de combustível".
Infelizmente, face à geral inércia tomarense e à artificial mumificação da festa, freguesias vizinhas vão pegando no tema e no argumento...e ganham dinheiro onde nós continuamos a esbanjar verbas do orçamento municipal, que tanta falta fazem noutros sectores.. Neste momento já são três freguesias, duas de Torres Novas, uma da Golegã. Com o tempo, outras aparecerão. Até que, com cada vez menos público e mais despesas, a Festa Grande de todos nós, tomarenses de nascimento, por opção ou produto das circunstâncias, continuará definhando, mirrando, até desaparecer, dela restando apenas algumas referências em meia dúzia de linhas na história local. Oxalá esteja a ver mal...


PARA A PSP TOMAR CONSCIÊNCIA - 2

Senhor comandante da PSP/Tomar:

Vai-me perdoar a insistência, mas peço licença para voltar ao problema do parqueamento dos veículos em situação irregular. Dizem os mais velhos (eu, por exemplo) que a noite é boa conselheira. E olhe que é mesmo. Após uma noite bem dormida, consegui logo tomar consciência de que há uma outra solução muito mais fácil, rápida e barata, mesmo se transitória: Solicitar a cooperação da GNR/Tomar que, conforme documentam as fotos, não padece de falta de espaço para o parqueamento de veículos, no amplo terreno junto ao seu quartel, a ex-prisão comarcã de Tomar. Poderá faltar um bocadinho de limpeza (coisa que a rapaziada do RMI poderia resolver num ápice), mas espaço não falta. E boa vontade quero crer que também não.
De forma que, com sua licença, a minha sugestão é esta: Oficiar à autarquia, a solicitar o tal terreno/local para parqueamento, mas entretanto e à cautela solicitar a colaboração/cooperação da GNR/Tomar. Caso seja necessário, o senhor capitão Escudeiro, tomarense à moda antiga e ex-comandante da GNR local, se solicitado, acederá de boa vontade, assim o creio, a mediar os contactos necessários.
Usando um chavão jurídico: É este o meu parecer, salvo melhor e mais fundamenta opinião. V. Exa. porém, como sempre, melhor decidirá.

Cordialmente,

António Rebelo/tomaradianteira.blogspot.com




sexta-feira, 30 de julho de 2010

PARA A PSP TOMAR CONSCIÊNCIA

Esta observação não é de modo algum uma crítica à PSP, cuja missão é dura e ingrata, merecendo por isso o respeito e a consideração de todos os cidadãos. Trata-se apenas de tentar que o senhor comandante local da dita força de segurança possa TOMAR CONSCIÊNCIA (como lá está escrito no paredão) de que, naturalmente sem intenção, a força que comanda está a prejudicar os cidadãos moradores naquela zona, ao privá-los de cada vez mais lugares para estacionar.
É fora de qualquer dúvida que a PSP necessita de um espaço amplo e vigiado para parquear os veículos em situação irregular (apreendidos, acidentados, abandonados). Acontece todavia que, caso não sejam tomadas providências de forma atempada, dentro de algum tempo todos os lugares de estacionamento daquela zona estarão ocupados com viaturas trazidas pela PSP.
Na nossa modesta opinião, bem entendido sujeita a observações melhor fundamentadas, o senhor comandante deveria solicitar quanto antes à Câmara de Tomar a indicação de um parque vedado e vigiado onde possam ser guardadas todas as viaturas trazidas pela PSP. Vai ver, senhor comandante, que a autarquia lhe responderá sem demora. Na melhor das hipóteses, lá para Setembro de 2013, uma vez que as eleições serão logo no mês seguinte, informará V. Exa de que os serviços camarários competentes já estão procurando no concelho um terreno adequado para o efeito pretendido, após o que se irá tentar conseguir verbas para o seu arranjo adequado. Seguir-se-á a elaboração do projecto, a indispensável alteração do PDM e o respectivo licenciamento. Mais um anito ou dois, no mínimo. Entretanto já V. Exa terá sido colocado noutro lugar de comando...e os autarcas até poderão já ser outros. Não percamos a esperança.
Dirá V. Exa, senhor comandante, que sendo assim, nem valerá a pena tentar. Queira desculpar, mas está a encarar menos bem a situação. É evidente que tudo terá infelizmente de continuar na mesma, com os moradores a protestar e cheios de razão, mas a PSP poderá então alegar que a culpa é apenas da Câmara Municipal, que alertada a tempo e a horas, nada fez...
Aceite, senhor comandante, os nossos antecipados agradecimentos e respeitosos cumprimentos, extensivos a todos os seus subordinados, que nem sempre são ajudados pela população nas suas tarefas, por vezes ingratas.

wwwtomaradianteira.blogspot.com/António Rebelo/Sebastião Barros



OBRAS - ESTADO DO SÍTIO

Prosseguem as obras na urbe. Excluindo as escolares, sobre as quais havemos de escrever um dia destes, temos a barraca do mercado, a via pedonal cidade/castelo pela mata, a rotunda e o exterior do Convento de Cristo. Em cada uma delas há problemas sérios, como em qualquer outro empreendimento. A grande diferença é que nas outras autarquias, regra geral, são imediatamente ultrapassados, enquanto que aqui, nas margens do Nabão, há tendência para adiar, para complicar, para hesitar, para andar de Herodes para Pilatos, e vice-versa. É lamental, mas que se lhe há-de fazer? Somos assim.

Na bronca do mercado, escreveu-se aqui o que nos pareceu ser evidente e necessitar de solução urgente. Tratava-se portanto de tentar ajudar. De evitar fazer para logo a seguir desmanchar e voltar a fazer, com os custos inerentes, pagos por todos nós, como sempre.
Houve logo alguém muito agastado e com óculos partidários laranja, que nos enviou um comentário desagradável, afirmando que para nós está sempre tudo mal. Pois bem, no caso da barraca do mercado, é bem visível na fotografia que não obedece às normas legais em termos de pé-direito, e por conseguinte de caixa de ar. Basta comparar com o velho pavilhão à esquerda. Aquela série de postigos logo abaixo do beirado e destinados a ventilação, havendo outros tantos do outro lado, no caso da tenda, serão instalados onde? À altura da cabeça das pessoas?
Outro problema: segundo foi dito, não haverá ar condicionado na barraca. De certeza? E já alguma vez viveram, dormiram ou trabalharam dentro de uma tenda sem climatização durante a estação quente? Era capaz de ser melhor experimentar antes...Ali em Marrocos, por exemplo. É perto e sempre permitiria mudar de ares...e ver outros camelos.

Na Cerca, por motivos que falta apurar, as obras empancaram. Há semanas que nem para a frente nem para trás. Falta de verbas? Projecto incompleto? Dificuldades das empresas adjudicatárias? Hesitações dos autarcas e dos projectistas? Na ausência de esclarecimetos oficiais, como vem sendo hábito, todas as suposições são possíveis. Tanto mais que neste caso o empreendimento faz cada vez menos sentido. O alegado saneamento está a ficar pouco a pouco em águas de bacalhau. As águas pluviais vão continuar a correr pela valeta do lado direito de quem sobe, passando a ser, de x em x metros, canalizadas para o talude do lado esquerdo, onde se escoarão na paisagem. Lá barato é; não se sabe é se a vegetação vai aguentar, em caso de enxurrada... E depois há o problema da passagem para o castelo. Como tencionam conseguir que o portão ao lado da Torre da Condessa passe a estar aberto? É que sem isso, adeus investimento. Não passa ninguém.

Outra açorda nabantina é a rotunda. Após o paredão-mijatório vão aparecendo os muretes. Rouba-se largura às faixas de rodagem sem que, por enquanto, se perceba quais as vantagens. Tal como continuamos a não saber para que serve afinal o horrível paredão. Houve a conhecida decisão da câmara mas, pelos vistos, ou o pedido ou os arquitectos projectistas, perderam-se pelo caminho. Acontece.
Último mas importante detalhe conhecido: Os senhores autarcas ainda não decidiram quais as peças escultóricas que hão-de ornamentar o local. Por outras palavras, como já vem sendo habitual, arrancaram com a obras sem os projectos estarem completos e aprovados. É o chamado improviso português, que tão bons resultados nos tem propiciado. Neste caso, por exemplo, há quem defenda que devam ser motivos alusivos à Festa dos Tabuleiros, mas o senhor alcaide é contra. Temos mais um braço de ferro para durar?

Ilustração copiada do Boletim da autarquia, a quem agradecemos.

Este é um dos aspectos da cafetaria/recepção/bloco sanitário, a edificar na Cerrada dos Cães, pomposamente rebaptizada pela autarquia para a ocasião como Terreiro D. Gualdim Pais. Presunção e água benta...
Ãs obras vão arrancar em breve e muitas delas serão úteis. A rede de saneamento, os novos passeios, a recuperação das calçadas, que já devia ter sido feita há mais de 300 anos. O pior são os parques de estacionamento. Só em Portugal e em Tomar é que se expropriam terrenos e se gasta uma pipa de massa para arranjar um parque de estacionamento para SEIS autocarros de turismo, e outro, em terreno municipal, para 21 automóveis. Junto a um monumento Património da Humanidade, que já recebe anualmente cerca de 150 mil visitantes, uma média de 410/dia, concentrados nos meses de Verão. Andamos a brincar com os cidadãos, ou quê?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO DA PAPELARIA CLIPNETO LDA

Abrimos com esta notícia d'O MIRANTE, que nos parece muito útil para aferir como se faz informação por estas bandas. Na semana anterior, a comunicação social tomarense noticiou que o Congresso da Sopa tinha dado um prejuízo de 7.685€ = 1.537 contos. Esta semana, O MIRANTE foi mais cauteloso e completo. Acrescentou, logo em chamada de título, que "Nas contas apresentadas não estão incluídas despesas com promoção do evento". Confrontado pelos IpT na reunião camarária, o vereador Luís Ferreira esclareceu que essas despesas correspondem a 21.726€ = 4.345 contos. Dado que a autarquia resolveu atribuir um "subsídio extraordinário" de 5.000€ ao CIRE, para o compensar pela falta de lucro do Congresso, temos Despesas totais = 46.313€; Receita total = 11.913€; Prejuízo = 34.400€ = 6.680 contos. Como, se não estamos enganados, cada congressista pagava 8 euros, contas feitas, só começaria a haver lucro a partir do cliente nº 4.301, além dos que efectivmente pagaram. Conclusão: Mais um evento turístico com largo futuro à sua frente. Enquanto houver dinheiro nos cofres camarários, bem entendido. Os mais pessimistas poderão até dizer, com inteira propriedade, que por este andar, um ano destes ainda vamos ter tomarenses com fome a pagar sopas aos turistas. Seria lindo!
CIDADE DE TOMAR, que sempre foi um jornal moderado, situacionista, mas muito tomarense, parece estar pouco a pouco a retomar antigas tradições. Nesta edição, inclui dois textos de protesto e apelo a merecerem leitura atenta e resposta condigna. Num deles, na página 10, a cidadã Emília Silva escreve uma carta aberta aos tomarenses. A dado passo do seu manifesto pró-Tomar e pró-dignidade, escreve: "Permitam-me recuar 20 anos: era então presidente da câmara o dr. Pedro Marques, resolveram aumentar a água em 100%, a justificação foi que era preciso fazer obras numa estação. Pois era, mas a primeira coisa que fizeram foi comprar um carro no valor de 5 mil contos para o sr. vereador, o que criou uma onda de revolta e muita tinta foi gasta em artigos na comunicação social, manifestando a indignação da população... Curiosamente, era chefe de redacção do CIDADE DE TOMAR, um dos vereadores que agora é contemplado com uma destas viaturas. Qual é a moral? Desculpe sr. Carrão, mas mais uma vez o tenho que atacar..." Apetece citar Camões, com uma ligeira alteração vocabular: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades/Todo o mundo é feito de mudança, gerando sempre novas enormidades.

No outro apelo aos tomarenses e aos que ocupam o poder local, António Freitas é frontal, corajoso e desempoeirado. Questiona os autarcas no sentido de saber o que já decidiram ou se preparam para decidir, mas receiam dar a conhecer aos eleitores do concelho. Simultaneamente, incita os tomarenses a iniciarem a edificação do seu próprio futuro, participando activamente na vida pública local.
A este propósito, é sabido que continuam, em determinados quadrantes, a sustentar contra toda a evidência qu vai tudo bem e que as críticas que aqui se fazem são apenas má-lingua. A ser assim, a partir desta semana terão de reconhecer que a má-língua se está a ampliar bastante. De tal forma que agora começa a notar-se, para além da evidente desilusão de muitos, que se sentem "corneados" pela estranha e imprevista coligação, uma revolta latente que nos pode levar bem longe, caso as coisas não mudem rapidamente para melhor. Basta atentar no facto de Emília Silva, António Freitas e Manuel Coentro, que não pertencem ao habitual microcosmo da política local, já apelarem implicitamente à manifestação, naturalmente pacífica mas urgente, da indignação popular.
É nesta atmosfera agitada e turva, pelos motivos que todos conhecemos, que O TEMPLÁRIO publica uma reportagem que é simultanemente o perfeito exemplo do autismo da actual coligação. Proprietários de terrenos situados a norte do Convento de Cristo contestam expropriações que a câmara decidiu sem sequer com eles falar. Esses terrenos destinam-se, imagine-se, à construção de um parque de estacionamento para SEIS autocarros SEIS! É o que se chama ter visão a longo prazo. Ou não?
De qualquer modo, tal como noutros casos conhecidos (rotunda, mercado, estádio, ligação ao Castelo pela Mata, ponte do Flecheiro, realojamento dos ciganos, etc. etc.) os enhores autarcas que temos, lá porque foram eleitos, agora consideram que só eles é que sabem e que não devem satisfações a ninguém. Estão enganados e bem enganados, mas até agora os eleitores tudo têm suportado em silêncio. Será que assim vão continuar? Ou já concluíram que tudo o que é demais parece mal, pelo que é cada vez mais urgente passar à acção? Cada qual que dê a sua resposta em consciência e com actos.



quarta-feira, 28 de julho de 2010

ARMAR BARRACA NO MERCADO

No caso do mercado, a autarquia resolveu armar barraca. Em sentido figurado, porque provocou o seu encerramento após várias intimações da ASAE. Em sentido próprio, ao resolver armar uma barraca de lona no terreiro sul, não se sabe com que fundamentos. Certo é que a propalada solução provisória, que consiste em instalar muito precariamente os vendedoras na dita estrutura temporária, vem sendo adiada semana após semana, sendo neste momento prevísivel que só lá para a segunda metade de Setembro é que, provavelmente, haverá luz verde. Dando de barato que tudo venha a correr de feição, o que não se apresenta como a hipótese mais provável. Falta a rede de saneamento, a rede de água, a instalação eléctrica, as bancas, as instalações de frio, a ventilação... e o resto.
De acordo com as últimas informações, veiculadas designadamente pelo site da Rádio Hertz, a Câmara terá entretanto mudado de opinião: em vez de alugar por cerca de cem mil + alcavalas, parece que vai comprar por 60 mil e os tais picos. Logo se verá se não se trata de mais uma ratoeira caça-euros. A autarquia tem pessoal capaz de montar e desmontar estruturas daquele tipo? A sociedade vendedora compromete-se a assegurzar tais prestações? A que preço?
Segundo a citada fonte, terá sido igualmente decidido, supõe-se que pela relativa maioria PSD, que a volumosa tenda não terá ar condicionado. Compreende-se, dados os custos de instalação e de consumo de energia, mas é muito duvidoso que se possa ali exercer qualquer actividade sem tal requisito. Logo nos primeiros dias, comerciantes e clientes vão dar-se conta de que aquilo afinal não é bem uma tenda, mas um autêntico forno. E lá vamos nós ter tomates e febras assadas...tudo sem fumo, para evitar a poluição.
Um outro aspecto a considerar é a configuração da estrutura, que não parece ser a mais adequada para uma superfície útil daquela ordem -600 metros quadrados, ao que nos foi dito. Destinada a acolher 50/60 vendedores + algumas centenas de clientes por dia, sobretudo às sextas-feiras, quer-nos parecer que a dita barraca não tem o pé-direito regulamentar. (Para os menos versados nestas coisas: pé-direito é a distância na vertical entre o solo e o tecto.) Basta comparar a altura do pau-de-fileira da tenda, com a dos cumes dos velhos pavilhões, edificados em 1950. Será que a ASAE vai na conversa? Ou vamos ter mais trapalhadas? Não será melhor perguntar-lhes antes se estão de acordo? E quanto ao pavimento? E as portas e janelas? E o arejamento/ventilação? E a segurança nocturna?
A vida é sempre assim: mais vale prevenir que remediar, tendo em conta que homem prevenido vale por dois...

DE REGRESSO ÀS LIDES NABANTINAS

Após um longo silêncio, certamente por motivos profissionais, aqui o temos de regresso. Esplendorosamente, como sempre. Seja bem aparecido MMP. Ou SPECIAL ONE?
Desta vez, (devido ao adiantado da hora?), confessou-se e identificou-se inadvertidamente. Traído pelo tema e pelo estilo. Fique porém tranquilo que mais não direi sobre essa matéria. Quem não topou terá de fazer o favor de desculpar. E procurar informar-se melhor.
Indo ao essencial. O "estilo bulldozer" que é o seu, pegou uma vez e acabou-se. Agora o tempo é outro. Bem mais complexo e agreste. O que escreve neste comentário parece-me estar formalmente correcto e coerente, porém incompleto. Bem vistas as coisas, não há pensamento estruturado sem palavras, pelo que estas precedem sempre aquele. Mais ainda. Assim sendo, quem não arrecadou em tempo útil um vocabulário vasto, hábitos de construção frásica e prática de estruturação expositiva, nunca vai conseguir pensar articuladamente e, desprovido das ferramentas indispensáveis, será incapaz de elaborar projectos desenxovalhados, de apresentar trabalhos orais ou escritos, claros e limpos como a água da montanha.
Teria razão se dissesse que António Paiva escreve bem, de forma escorreita, espelho da forma como pensa. Ao pretender que escreve melhor do que todos nós, exagera; entra no domínio do fantasioso e identifica-se. Quem assim escreve é porque assim pensa, e ao pensar assim, nunca foi nem é pessoa de diálogo. Usa sempre, ou a maior parte das vezes, o estilo já referido ou, noutra imagem, o das antigas cargas de cavalaria, que levavam tudo à frente. Quando levavam. Também acontecia cairem dos cavalos. Quem vai à guerra...
Houve um período na história recente de Tomar em que a autoproclamada boa sociedade local ficou deslumbrada com determinado presidente-bulldozer. Os resultados estão à vista. Sem oposição activa, sem propostas alternativas credíveis, sem oradores à altura, sucederam-se, (e continuam a suceder-se), as asneiras na área do investimento e das opções estratégicas. Vai levar anos e exigir muito trabalho (e muita sorte) sair do atoleiro onde nos meteram. Tudo por falta de humildade, de modéstia, de diálogo, de respeito pelo próximo. Tudo por excesso de egocentrismo de determinado autarca. Faço-me entender?
Resta a peremptória afirmação final: "NATA É FAZER". Será. Mas certas natas é melhor fazê-las nas casas de banho, que existem para isso mesmo. As populações agradecem e a atmosfera política fica mais agradavelmente cheirosa.

Cordialmente,

António Rebelo

PS:

E controlar a imprensa já não garante sossego. A malta da web não usa nem aceita açaimos. Alguma, pelo menos. E como cada qual é o seu próprio director...

terça-feira, 27 de julho de 2010

CALMA! CALMA! CALMA!

Ruinas de Machu-Pichu, Perú, Foto copiada d'O jumento

Bastaram dois ou três abanões na entorpecida e entorpecedora atmosfera local, para alguns mais afoitos passarem logo do oito ao oitenta. Haja calma. Por enquanto ainda não ocorreu nada de decisivo para pôr fim à evidente embrulhada tomarense.
É certo que o PS voltou a esticar a corda. É verdade que há desinteligências internas em ambos os partidos. Nota-se ser cada vez maior a impaciência de quem espera subir e por enquanto desespera. Daí a dar por morta a estranha aliança para governar, vai uma distância que até pode vir a ser intransponível.
No seu blogue algures aqui, Hugo Cristóvão dá a entender, citando Leonardo da Vinci, que tem sérias divergências com Luís Ferreira, o mentor do PS, conquanto as não exponha publicamente. No PSD, tomar a dianteira sabe de boas fontes que a nova direcção continua a esforçar-se no sentido de provocar alterações no elenco autárquico, designadamente a renúncia de Corvêlo e a entrada de Perfeito, de forma a conseguir depois pôr fim à coligação.
Apesar desta aparente convergência, tanto a direcção rosa como a laranja estão praticamente atadas de pés e mãos. Aquela porque os seus militantes, quaisquer que sejam os acidentes de percurso, não vão abandonar o seu ganha-pão, em todos os sentidos da expressão -do aspecto material ao âmbito político-eleitoral. Esta, a laranja, dado que não dispõe de qualquer meio simultaneamente legal e eficaz para afastar Corvêlo da presidência, visto que o actual alcaide, não sendo militante, só tem de obedecer a indicações partidárias quando e se assim o entender. Afinal ele é que foi votado...por todo o corpo eleitoral tomarense.
Neste nó górdio, cidade e concelho vão continuar a definhar a olhos vistos, durante mais três anos e picos, a não ser que...A não ser que os tomarenses cometam a proeza, raramente vista, de acordarem e decidirem que o futuro será aquilo que eles conseguirem alcançar, em conjunto, de forma pacífica e no quadro da lei. Caso contrário, se persistirem na usual expectativa de que apareça alguém para lhes resolver os problemas, o melhor será irem procurando bancos. Daqueles onde se podem sentar e daqueles onde terão de ir mendigar euros. A vida é dura e as coisas são aquilo que são.
De momento as obras continuam, as despesas vão aumentando e o défice incha. Depois logo se vê onde arranjar fundos para honrar todos os compromissos...ou pelo menos os inadiáveis. Limpeza? Recolha de lixo? Manutenção de instalações? Melhoria de atendimento? Formação profissional? Projectos estratégicos? Não há dinheiro. Redução de pessoal, de despesas correntes, de passeatas, de comezainas, de mordomias? Julgam que nós somos lorpas ou quê? Em 2013 há eleições! O problema é aguentar até lá. Tanto para os eleitos como para os eleitores.

CEGUEIRA POLÍTICA

Estas fotografias documentam outros tantos casos em que a relativa maioria PSD foi derrotada pelos outros membros do executivo, ou pela posterior reacção da população. Vítimas da síndrome do poder, os 3 PSD + os 2 PS, têm conseguido sistematicamente algo díficil de atingir em qualquer outra autarquia: uma extraordinária percentagem de erros, cometidos apesar dos repetidos avisos.

Neste caso do paredão-mijatório, atingiu-se o cúmulo dos cúmulos. Embora nem sequer saibam para que possa vir a servir, os senhores que nos deviam governar licenciaram a coisa, o que significa que concordam. Mas com quê, senhores?

Um reco pasta tranquilamente, em plena área urbana, no acampamento cigano, junto à Ponte do Flecheiro. Normas sanitárias? Quem é que já ouviu falar nisso? Importante é não levantar ondas. Também neste caso, contra a opinião dos IpT, do PS e da população, os senhores laranjas insistem na aldeia cigana em plena Zona Industrial. Doa a quem doer, prejudique quem prejudicar. Pretendem é o terreno livre, quanto antes, designadamente para aí instalar um bloco administrativo+escola básica+jardim de infância (?), cuja utilidade está longe de ser evidente.

Após voltas e mais voltas, projectos e mais projectos, votações e mais votações, o Parque de Campismo reabriu. Foi mais uma evidente e pesada derrota para os discípulos de António Paiva, que de resto procuram vingar-se -o parque está mal equipado, desactualizado e mal publicitado. Se calhar para o voltarem a encerrar, com a justificação de que não é financeiramente viável. Com esta câmara e na actual situação, é muito provável que mesmo a Casa da Moeda passasse a perder dinheiro, caso resolvesse instalar-se em Tomar. Vai uma aposta?

Com a ganância dos fundos europeus e abusando da maioria absoluta, foram várias as obras supérfluas realizadas nas margens do Nabão. Entre elas avultam as requalificações da Várzea Pequena, que deixou a zona sem estacionamento para autocarros de turismo, bem como a do Mouchão, que destruiu as casas de banho existentes, acabou com o anterior e ancestral aspecto aconchegado e legou-nos esta coisa da fotografia, que também nínguém sabe para que serve. Será para expor algum autarca embalsamado?

Outra cavadela, outra minhoca. Nem vale a pena avivar a ferida. Só uma pergunta: Para quando uma solução definitiva?

Contra a opinião geral, a autarquia resolveu que fazia falta uma nova ponte na zona do Flecheiro. Agora temos duas pontes lado a lado, uma para peões e bicicletas, outra para peões, bicicletas e automóveis. Valeu a pena gastar tanto dinheiro?
Entretanto o acesso automóvel ao mercado passou do lado sul para o lado norte. E os plátanos existentes junto a Santa Maria dos Olivais foram sacrificados ao "progresso". Porquê? Para quê?

Com semelhante rol de asneiras, os autarcas da circunstancial maioria mantêm-se agarrados aos lugares para quê? Ainda não repararam que são uma câmara-empecilho? Que por causa da sua fraquérrima actuação e das suas palonças manobras dilatórias, a cidade está nitidamente a esvaír-se?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SUGESTÕES DE VERÃO

Para os senhores autarcas, sobretudo para o primeiro deles; para os gestores desportivos e culturais; para todos os que gostam de armar em carapaus de corrida, sem para tal terem "andamento", aqui ficam alguns conselhos muito úteis:

Para o senhor vereador da cultura e do turismo, aqui fica uma ideia para o próximo festival de estátuas vivas. Há que agradar a todos os gostos, que vivemos em democracia...
Por falar em democracia, cabe a crescentar que cada qual veste aquilo de que gosta. E temos de reconhecer que estes "sacos de prendas" são pelo menos muito fresquinhos...
Também com vista ao próximo festival de estátuas vivas, este colonizador norte-americano, na Via dos Fóruns Imperiais, em Roma.

A PRETENSA JOGADA DO PS

A mais recente e entusiasmante situação política tomarense parece resultar de uma hábil jogada do PS. Há até um excelente comentário, enviado a este blogue, que usa a expressão "política de se lhe tirar o chapéu". Entende-se. Muitos militantes e aderentes, bem como alguns dirigentes do PSD sentem-se traídos, por terem sido confrontados com uma imprevista coligação post-eleitoral, sem que lhes tenham solicitado a opinião. Tratam, portanto, de diabolizar tanto quanto possível o detestado, imprevisto, incómodo e ocasional parceiro. É dos livros.
Dito isto, tenho para mim, que os do PS local são mais vítimas do que autores. Por outras palavras, os socialistas nabantinos não desencadearam deliberadamente qualquer crise, nem sobre o encerramento do mercado, nem sobre os museus da Levada, nem sobre o realojamento dos ciganos. Foram apenas procurando abrir cada vez mais as pernas, de modo a manter um pé na coligação, que lhes assegura muito confortáveis dividendos; outro pé na oposição, que lhes permitirá, eventualmente e se tudo lhes correr de feição, a vitória nas próximas autárquicas. Tanto abriram, tanto abriram, que estão e estamos agora envolvidos numa situação realmente caricata: Não debatemos o problema do mercado, o projecto megalómano da Levada, ou a falta que faz um projecto vertebrado, mas apela-se ao debate alargado de um assunto nado-morto. Se a actual versão do PDM não permite a construção de habitação na Zona Industrial, como é normal, para quê perder tempo com inúteis argumentos, que nos conduziriam fatalmente à mesma conclusão?
Partamos do princípio que a actual e moribunda maioria relativa do PSD local, instigada pelo seu alter ego António Paiva, insiste no realojamento cigano na ZI, contra tudo e contra todos. A única hipótese viável será instalar ali não só as famílias ciganas, mas igualmente outras famílias mais ou menos carenciadas. Caso contrário dirão que é um gueto, que há evidente segregação, que são racistas...
Além da previsível e inevitável debandada dos empresários ali instalados, que famílias aceitariam instalar-se em semelhante local, sem lojas, sem transportes, sem escola, afastadas da cidade e com tal vizinhança? O PSD estará disposto a arcar com as consequências eleitorais de tal despautério? E o PS? Claro que não? Então para que andam a enganar-nos e a tentar ganhar tempo? Tenham coragem. Peguem os bois pelos cornos. Museu da Levada? Como e porquê? Fórum? Com que fundos? Para quem e para quê?
O resto não passa da habitual música ambiente, ao som da qual já quase ninguém dança.

domingo, 25 de julho de 2010

COLIGAÇÃO, EQUÍVOCOS E RUPTURA

Foi aqui escrito, logo a seguir à celebração do "nó", que iria ser coisa de pouca dura. Na linha do que sempre têm feito, brilhantes cérebros tomarenses argumentaram de pronto que se tratava de mau perder, vingança, ressentimento, inveja, e mais não sei quantos inventados pecados. Passaram os meses e a ruptura aí está, mais mês menos mês. Porque a nova liderança do PSD local almeja acabar com ela. Porque a posição dos eleitos PS já não permite qualquer dúvida: São contra e não aprovarão qualquer deliberação, visando construir habitações na Zona Industrial da Madalena -Tomar.
O ponto 2 do recente comunicado dos socialistas tomarenses (que pode ser lido na íntegra em psdigital) é assaz claro, conquanto num português algo gongórico: "...Não poderá o PS ser alguma vez favorável, nem por qualquer busca de consenso num âmbito de partilha de gestão autárquica com um partido que tem obviamente ideias diferentes, à construção de guetos sejam eles destinados a quem for."
Temos portanto que o PS, com este comunicado tornado público, rompeu de facto a estranha aliança celebrada com o PSD. Isto porque, que se saiba, o dito acordo nunca assentou em qualquer programa escrito, nem em quaisquer linhas de orientação estratégica. Tratou-se unicamente de distribuir lugares e benesses, num quadro de duplo equívoco. Em termos comportamentais, ambos os mentores, o do PSD e o do PS se consideraram implicitamente na mesma posição: nós somos clientes, pois pagamos; eles é que são da prostituição, posto que são remunerados. Pode considerar-se uma linguagem dura, sendo no entanto também a única susceptível de relatar com fidelidade o que realmente ocorreu. Onde já se viu uma coligação para governar sem um completo "caderno de encargos", rubricado por ambas as partes? Só em Tomar e por enquanto, que doravante nunca mais cairão noutra!
Sucede que esta nova postura ideológica do PS, uma pirueta para tentar apaziguar militantes e filiados, "corta as pernas" a Corvêlo de Sousa. Vejamos. Desde que assumiu a presidência, ao mesmo tempo que vai seguindo rigorosamente a "bíblia paivina", tem averbado derrota após derrota. As mais importantes até agora, mas não as únicas, foram o recuo no caso do Parque de Campismo, o desmazelo no caso da não aprovação atempada das novas taxas, o malogro da pretendida alienação do ex-Convento de Santa Iria, o encerramento compulsivo do mercado, o diferendo com a ParqT, o escândalo dos novos automóveis em tempos de penúria, e agora o caso do hipotético realojamento dos ciganos.
Sendo voz corrente, pelo menos nos meios citadinos, ditos bem informados, que "os autarcas da coligação não governam; vão-se governando", que interesse poderá ter para Corvêlo de Sousa uma coligação que não lhe permite implementar a supra referida bíblia paivina? Nenhum, sem sombra de dúvida.
Neste caso dos ciganos, ou mantém a opção da Zona Industrial e terá o PS, os IpT, a comunidade cigana, a Associação Romani, os anti-racistas, muitos tomarenses e a União Europeia activamente contra; ou opta pela Choromela, tendo de enfrentar os protestos de quase toda a população daquela zona e arrabaldes. A política é a arte do possível, e o nosso alcaide-mor, este ou outro, terá de submeter-se à dura experiência, que governar não é só auferir as benesses, mas também e sobretudo fornecer de forma cabal as respectivas contrapartidas.
Repetindo a técnica daquele jornalista brasileiro, que para iludir a censura militar usou a meteorologia, em Tomar vamos ter tempo muito quente, trovoadas frequentes, sobretudo na rua da Fábrica, chuva forte na Praça da República e ventos agrestes na zona da Alameda. Realmente o clima está mesmo muito mudado. Quem diria, aqui há uns meses atrás?

CORAGEM, DETERMINAÇÃO, HONESTIDADE E MÃOS À OBRA !!!

Perante imagens como estas, acha que tem o direito moral de continuar desinteressado, calado, impávido e sereno ? Que vão pensar os seus familiares? E os seus conterrâneos?

Tanque da Cadeira de El-rey. Está vazio e escorado há mais de 10 anos. A autarquia nunca se pronunciou sobre o assunto, pretextando que a Mata não está sob sua jurisdição. É verdade. Mas anda lá a fazer obras, caras e de pouca ou nenhuma utilidade.

Este lixo na Rua do Pé da Costa de Baixo está aqui há mais de uma semana. Os serviços camararários de limpeza ainda não devem ter dado por ele... E está muito calor, lá isso está !

As obras do Flecheiro deram, entre outros, este excelente resultado: Dois munícipes sem acesso automóvel aos seus estabelecimentos (um deles tem um processo contra a autarquia no Tribunal de Tomar); um bar com a porta de socorro praticamente entaipada, o que contraria todos os regulamentos sobre a matéria; uma bancada com degraus enormes e mal alinhados, que ninguém vislumbra para que possam servir; um horrível e supérfluo paredão em cimento; um deck totalmente inútil e urbanisticaente desenquadrado; um mijatório no canto.

Sobre o ex-Convento de Santa Iria e ex-CNA feminino já estamos conversados. Milhão e meio de euros, hotel de charme, 60 quartos, 4 estrelas, há interessados. Balelas leva-as o vento...

Aldeia cigana do Flecheiro. Praticamente contra tudo e contra todos, a autarquia insiste em realojar as 40 e tantas famílias na Zona Industrial. Os interessados não concordam, alguns industriais começam a procurar novas localizações, as organizações anti-racistas e a UE não deixarão certamente de se pronunciar.


Pretende fazer um gesto útil a favor da sua e nossa cidade ? Então participe na nossa sondagem, fazendo a sua escolha e clicando do lado direito deste écran. Tem até 31 de Agosto. Obrigado pela sua ajuda.

FUGA MORTAL, LUTO CIGANO - 3

"Desconhecendo que Luigi Duquenet estava em fuga há quatro meses, a guarda republicana desencadeou, na sexta-feita à noite, a operação de intercepção "Rede Azul". "Tinha havido tentativa de homicídio de um guarda, no exercício das suas funções", disse-nos o tenente-coronel Morault, segundo comandante da guarda republicana do distrito do Loir-et-Cher. Menos de duas horas mais tarde, o carro do fugitivo apareceu no controle de Thésée. Entretanto, Miguel tinha passado para o volante. De acordo com os guardas, o caro primeiro pareceu afrouxar, para logo a seguir se lançar a toda a velocidade em direcção aos agentes da autoridade, identificados pelos coletes florescentes regulamentares, que se aproximavam. Um deles empunhava a espingarda de serviço, com o cano virado para o solo. Assustado, o seu colega sacou da pistola de 15 tiros e disparou duas vezes na direcção do automóvel. Luigi veio a falecer pouco antes da meia-noite. Imediatamente detidos, os dois guardas, contra os quais a família do defunto afirma que vai apresentar queixa, foram libertados pouco depois, por ordem de um juíz.
A extrema violência da reacção à morte de Luigi, no domingo 18 de Julho na aldeia de Saint-Aignan-sur-cher, próximo do local do drama, surpreendeu toda a gente. A praça central foi atacada por cerca de quarenta ciganos, alguns de cara tapada. Equipados com machados e barras de ferro, arrancaram uma a uma as letras do dístico "Guarda Republicana", assaltaram a padaria, tendo roubado pão e todos os bolos, derrubaram várias tílias e alguns semáforos. Lastimando os incidentes, o pai de Luigi assinalou que "mesmo assim, uma árvore derrubada é menos importante do que uma vida humana". Na noite seguinte, verificaram-se outros incidentes do mesmo tipo em várias aldeias do vale do Cher, que por enquanto ainda não foram oficialmente relacionados com a morte de Luigi. As povoações atingidas estão situadas mais ou menos no trajecto do passeio mortal do jovem. Foram incendiados alguns automóveis, um estabelecimento foi assaltado com um automóvel para arrombar a porta, e duas pequenas câmaras municipais [em França não há freguesias, é tudo câmaras] foram incendiadas.
Por enquanto não há detenções, mas o inquérito prossegue e 300 guardas republicanos foram destacados para a região."

Patricia Jolly/Le Monde
Tradução e adaptação de A. Rebelo


Nota de Tomar a dianteira

Uma semana após os incidentes, em 23 de Julho, um tribunal da região julgou em flagrante delito alguns dos implicados nos actos de violência, tendo condenado um a sete meses de prisão, dois a dois meses, e determinado o controle judiciário para um menor. Continuam as buscas para encontrar e levar a tribunal os restantes implicados na alteração da ordem pública.

POR ESTES LADOS, OS NÓMADAS VIAJAM POUCO

"Área de acolhimento reservada aos nómadas" é uma indicação frequente nas estradas do Loir-et-Cher. Com 21 locais reservados por a efeito, -ao abrigo do determinado pela lei de 5 de Julho de 2000, que obriga as povoações de pelo menos 5 mil habitantes a acolherem os ciganos-, o distrito cumpre globalmente o esquema regulamentar.
Distribuídas pelos bairros de Blois, Vendôme e Romorantin, 422 lugares de estacionamento estão reservados para caravanas, com uma média de quatro pessoas cada uma. Podem ficar estacionados durante um máximo de 90 dias, após o que são obrigados a mudar de concelho. há igualmente uma zona de grande passagem, aberta a pedido da comunidade, durante as migrações tradicionais, como as peregrinações a Lourdes, Lisieux ou Saintes-Maries-de-la-Mer. Todavia, estes terrenos identificados oficialmente e equipados com sanitários, água e electricidade, tudo a pagar, não convêm a todos. Algumas famílias acham-nos demasiado longe do centro, sem sombras, e gostariam que fossem gratuitos. As famílias que continuam nómadas nem sempre apreciam a cohabitação com as "sedentarizadas".
"Paradoxalmente, por aqui os nómadas viajam pouco", explica-nos o segundo comandante distrital da guarda republicana. Alguns apareceram na região logo após a segunda guerra mundial, há muito que são sedentários, certamente porque gostam do bom clima." Para se sentirem realmente em casa, algumas famílias ciganas da região foram comprando ao longo dos anos terrenos onde a construção é proibida, nos quais estacionam as caravanas e edificam armazéns de apoio. É o caso da família de Luigi Duquenet, o jovem cigano de 22 anos, atingido mortalmente por um tiro de pistola disparado por um guarda republicano, durante uma operação-stop, na passada sexta-feira, 16 de Julho. Instalado nos arredores de Blois desde os anos 50/60 do século passado, o seu prolífico clã até tem, no cemitério de Saint-Gervais-la-Forêt, um jazigo subterrâno familiar, no qual já repousam agora três gerações. E no entanto, a comunidade cigana continua a não se sentir em casa.
"Tenho 52 anos e vivo aqui há 50; porquê tanto racismo e tanto ódio contra nós?", pergunta-nos Jean-Pierre Chatelin, empregado da câmara de Saint-Gervais-la-Fôret, durante o funeral de Luigi, seu "primo em terceiro grau", que ele continua a pensar que foi morto de propósito durante a operação-stop. Para ele, como para outros familiares do defunto, uma expressão é repetida vezes sem conta -a "perseguição" das forças da ordem. "Mesmo se nos limitamos a fazer normalmente a nossa vida, estão sempre em cima de nós", lastima-se.
Do lado oposto a interpretação tem pontos comuns: "Os ciganos são controlados porque infelizmente muitos delitos nos conduzem com muita frequência a certas famílias. É por isso natural que se possam sentir perseguidos", explicou-nos o segundo comandante da guarda republicana. Temos com eles os mesmos problemas que os nossos colegas da polícia nacional têm de enfrenter nos bairros dos subúrbios das grandes cidades. Há cada vez menos "guardas velhos", bons conhecedores do território e das famílias que aí habitam. Entretanto os patriracas ciganos foram desaparecendo e tornou-se difícil estabelecer contactos regulares com interlocutores que respeitem a palavra dada. Há por isso falta de confiança recíproca, pelo que eles nos vêem mais como força de repressão, do que como protectora das pessoas e dos seus bens."
"De há 15 anos para cá, os nossos jovens deixaram de nos ouvir, porque são demasiado mimados, com os computadores portáteis e as cônsolas de jogos, logo a partir dos 6 anos", admitiu-nos Jean-Pierre Chatelin, que foi avô aos 38 anos. Recentemente, dois dos seus netos até lhe roubaram dinheiro. "Mas a mãe deu-lhes um valente sova e fez muito bem", disse-nos com ar feliz."

Patricia Jolly

sábado, 24 de julho de 2010

FUGA MORTAL, LUTO CIGANO - 2

"Foi num terreno onde um tio do falecido Duquenet vive numa caravana, junto com a mulher e um filho, em St.-Romain-sur-Cher, que o corpo sem vida foi deixado durante a noite. Miguel, um primo dele, que conduzia o automóvel na altura do disparo mortal, descarregou o cadáver e fugiu logo a seguir. Consta que terá jurado entregar-se à autoridade logo após o funeral, mas três dias mais tarde continuava em fuga.
"O Miguel quer testemunhar, jurou-nos a mãe a seguir ao enterro. Eles não fugiram nada da operação stop; os guardas republicanos queriam matá-los. O Miguel ainda travou quando viu os guardas, mas eles já tinham disparado sobre o Luigi." O procurador da República de Blois declarou-nos estar muito interessado em ouvir logo que possível esta versão do sucedido. Entretanto, os familiares desculpabilizam o defunto "porque não se mata um jovem assim."
No entanto, Luigi Duquenet forçou o destino nessa sexta-feira 16 de Julho, em Onzain, uma aldeia de 3.500 habitantes, situada 15 quilómetros a sul de Blois, onde viveu quando era mais novo. Por volta das oito da noite, roubou uma nota de 20 euros a um jovem de 17 anos, que acabava de a retirar de uma máquina ATM, segundo relataram algumas testemunhas. Imediatamente a seguir, na presença do roubado, foi tomar uma bebida ao café situado em frente e pagou com a nota furtada.
Alertados por telemóvel, os pais do menor avisaram a guarda republicana, que enviou imediatamente uma patrulha para o local. O incidente podia ter sido logo resolvido. Porém, pouco interessado em chegar a uma solução, já veremos porquê, Luigi Duquenet -que nunca julgou ser necessário tirar a carta de condução, tendo já sido condenado mais de vinte vezes por infracção ao código da estrada, ofensa à autoridade, rebelião e roubo- saltou para o Renault 19 e fugiu em grande velocidade. De acordo com as testemunhas citadas anteriormente, um dos guardas, com mais de 50 anos, só teve tempo de se agarrar ao capot, para não ser esmagado. Acabou por ser cuspido, após uma gincana louca de cerca de 500 metros.
François Chisserez, o pai de Luigi, que se encontrava num outro distrito na altura dos factos, deu a sua versão a um jornal local, na véspera do funeral. Segundo este homem com os braços cobertos de tatuagens e com a cabeça brilhante, porque tratada à navalha de barba, o seu filho "que tencionava reconverter-se na jardinagem" limitou-se a "sacar a nota de vinte euros, e mais nada; depois não parou porque não tinha carta e como se calhar tinha bebido, teve medo." Acrescenta que "Luigi não queria fazer mal ao guarda, este é que saltou para cima do capot para evitar que o carro andasse. Se Luigi tivesse andado muito depressa, como dizem, o guarda teria sido gravemente ferido. Não foi o caso, insiste. Ao cabo de 500 metros o meu filho afrouxou e o guarda deixou-se cair."
O pai tem razão num aspecto, Luigi tinha efectivamente bebido. As análises indicaram 2,04 gramas de álcool por litro de sangue e positivo à cannabis. Além disso estava em fuga, segundo o procurador da República, que o descreveu como "viciado na pequena delinquência desde tenra idade".
Preso em 2009 em Orléans, beneficiara no princípio de 2010 do regime de semi-liberdade, que o autorizava a trabalhar durante o dia mas obrigava a regressar à prisão para aí passar a noite. Todavia, o alegado emprego era fictício e como o juíz da aplicação de penas acabou por descobrir a tramóia, uma tarde Luigi Duquenet esqueceu-se de regressar à prisão. "Um mandato de busca e detenção em seu nome foi emitido em 25 de Março", esclareceu-nos o procurador da República."

Patrícia Jolly/Le Monde

(Continua)

FUGA MORTAL, LUTO CIGANO

Hesitei bastante antes de decidir traduzir e publicar o que vem a seguir. Por vários motivos. É assaz longo; é muito complexo; aconteceu longe de Tomar e de Portugal; permite as mais variadas interpretações. Apesar de tudo isto e o do resto, resolvi meter mãos à obra, em prol do conhecimento e da liberdade de informar e de ser informado. Considero que com a falta de informação atempada e adequada só ganham os que se dão mal com a democracia.
Dada a extensão do texto, será o mesmo dividido em três entradas.

Ciganos reunidos no funeral de Luigi Duquenet, mulheres de um lado, homens do outro. Foto Adrien Matton/Le Monde

O "CHAPÉU" DA REPORTAGEM, NA PRIMEIRA PÁGINA

"Página 3
Cólera cigana"

"Luigi Duquenet, de 22 anos, foi morto na passada sexta-feira por um guarda republicano que tentava parar a sua fuga, numa estrada do distrito de Loir-et-Cher. O fugitivo tinha acabado de roubar 20 euros e era procurado há quatro meses, por não ter cumprido o seu regime de semi-liberdade.
Após a morte, verificaram-se vários actos de violência contra uma caserna da guarda republicana, contra estabelecimentos comerciais e contra árvores, que foram cortadas. Durante o funeral, a comunidade cigana estava inconformada: Segundo eles, Luigi "morreu em vão". O inquérito oficial ao incidente, que ainda deverá ser completado com exames balísticos, concluiu entretanto que o guarda republicano autor do disparo mortal agiu em estado de legítima defesa."

A reportagem

"A MORTE DE LUIGI DUQUENET, MORTO POR NÃO TER PARADO NUMA OPERAÇÃO-STOP, PROVOCOU UMA ONDA DE VIOLÊNCIA EM VÁRIAS POVOÇÕES DO LOIR-ET-CHER" [Distrito de Blois, a cerca de 350 quilómetros a sudoeste de Paris]

FUGA MORTAL, LUTO CIGANO

"Vieram vestidos à verão. Calados e recolhidos, cerca de 300 membros da comunidade cigana chegaram em grupos, provenientes dos distritos vizinhos, para acompanharem o funeral de um membro da comunidade, até ao cemitério de St.-Gervais-la Forêt. O defunto, Luigi Duquenet, 22 anos, foi morto a tiro na noite da sexta-feira anterior, após ter fugido numa operação stop e numa tentativa para lhe pôr fim.
As mães mais novas, com os filhos nos braços, acompanhadas pelos maridos a fumar, agruparam-se à volta de Alison Courtois, companheira de Luigi e mãe de Yanna, 3 anos, filha de ambos, aquando da chegada do carro funerário. Diáfana, esta viúva ainda adolescente acompanhou em pranto o caixão levado em ombros pelos homens da família, ao mesmo tempo que se ouviam os gritos lancinantes de Kátia, a mãe do defunto, amparada por familiares. Em frente da igreja inundada pela sol, onde mais de metade da assistência não conseguiu arranjar lugar, os mais chegados à família, que tinham velado o morto durante toda a noite, à volta de uma fogueira como manda a tradição, ganharam coragem e começaram a contar o seu drama aos estranhos.
Do seu ponto de vista, Luigi "foi morto sem razão", ou por tão pouco -roubo de 20 euros-, e o guarda republicano da operação-stop, cuja bala o atingiu mortalmente, não disparou nada em posição de legítima defesa, ao contrário do que afirma o inquérito oficial, que deve ainda ser completado com o resultado dos exames balísticos. "Há coisas...não joga, não joga... mais tarde hão-de perceber", prometeu com ar misterioso Pierre Duquenet, tio do morto." (Continua)

Patricia Jolly - Le Monde
Tradução e adaptação de A. Rebelo

sexta-feira, 23 de julho de 2010

IMAGENS TOMARENSES DE FIM DE SEMANA

(Clicar sobre a imagem para ampliar)

Tendo em conta que os nossos leitores de fim de semana são, salvo raras excepções, proprietários dos seus suportes informáticos, o que, mesmo na sociedade actual, ainda indicia determinado estatuto, decidimos reproduzir a crónica supra, do semanário RIBATEJO, com a devida vénia e os nossos agradecimentos. Pensamos que se trata de um tema extremamente importante, sobretudo nesta época de vacas entre o magro e o esquelético... É sempre conveniente estar preparado para o que der e vier. No mínimo até que haja vacas.

Se outros méritos não conseguirem vir a alcançar, as bizarras e demoradas obras da rotunda, (Afinal quando é que vêm os arquitectos, para explicar qual a futura serventia do "paredão-mijatório"? Dia de S. Nunca à tarde?), já averbaram um grande sucesso. Após pelo menos duas anteriores tentativas falhadas, desta vez, conforme documenta a fotografia, lá conseguiram finalmente eliminar os esgotos domésticos que ainda corriam para o Nabão, ali junto à Ponte Nova. Registamos tal facto com satisfação, entre outras razões para que ninguém possa afirmar doravante, respeitando a verdade, que só dizemos mal.

Lamentavelmente, são as circunstâncias que regra geral nos obrigam a ser cáusticos, derrotistas, bota-abaixo e inconvenientes. Neste caso, por exemplo, junto ao Edifício dos Cubos, do lado noroeste. O leitor consegue perceber por onde passarão futuramente os peões? Consegue mesmo? Estão faça-nos um grande favor: explique-nos, que nós ainda não percebemos peva. Aguardemos a conclusão do projecto.

Outra obra com excelentes acabamentos: a recente cobertura asfáltica de parte do terreiro sul do mercado. Onde vão montar a tal tenda dos 100 mil. Tudo parece indicar que a recém aberta rampa para cadeiras de rodas e carrinhos de compras, deixou de ser praticável. Basta olhar para a fotografia...
O ideal seria trazer ao local a pessoa responsável pelo respectivo pelouro, dizer-lhe para se sentar numa cadeira de rodas, amarrá-la solidamente e dizer-lhe: -Agora tente chegar à nova tenda-mercado.
Pois não senhor! Não se trata nada de gostar de dizer mal. Apenas de alertar a tempo e a horas, para que possam reparar a falha. Sem dar muito nas vistas.

Outro tanto sucede com este caminho pedonal e para cadeiras de rodas. Custa assim tanto mantê-lo limpo e cuidado? Não basta mandar fazer obras mais ou menos úteis, mais ou menos caras, mais ou menos prioritárias, mais ou menos vistosas. É necessário ter depois meios humanos para assegurar a indispensável manutenção, limpeza e conservação. Caso contrário, é dinheiro deitado à rua. O edificado vai-se degradando pouco a pouco, envergonhando os cidadãos que realmente têm uma paixão por esta terra e os pés bem assentes na dita cuja. Há mais de meio século.

EM PRIMEIRA MÃO - FINALMENTE O DEBATE!

ATENÇÃO! HOUVE ALTERAÇÃO DA DATA!

Em primeira mão, cumprindo à risca o nosso dístico "Os meios de saber e a coragem para o dizer", temos a satisfação de informar o nosso leitorado que, salvo imprevistas desistências, ou outras peripécias do mesmo tipo, a Rádio Hertz vai levar a efeito no próximo dia 18 de Setembro, sábado, das 16 às 18H30, no auditório da Biblioteca Municipal, um debate sobre a autarquia, a sociedade e a política local.
A autarquia estará representada, (por ordem hierárquica, salvo alteração de última hora), pelo presidente Corvêlo de Sousa, o vice-presidente Carlos Carrão e o vereador a tempo inteiro Luís Ferreira. A comunidade civil apresentará, (por ordem alfabética da assinatura usual), António Rebelo, Correia Leal e Sérgio Martins.
O tema geral da discussão será a situação política, económica e social na cidade e no concelho, tudo num clima de boas maneiras, de serenidade, de respeito mútuo e de frontalidade.
Parafraseando um dito da primeira metade do século passado -Boa sorte para todos e morra quem se negue!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO DA PAPELARIA CLIPNETO LDA

A grande notícia desta semana vem n'O TEMPLÁRIO. Em linguagem objectiva e maviosa, o jornalista desfere nos autarcas que vamos tendo uma das maiores bofetadas com luva branca deste mandato. Até agora...


Na situação que todos conhecemos e padecemos, uns mais, outros menos; cheia de dívidas, entre as quais 514 mil euros (100.280 contos) de transportes escolares à Rodoviária do Tejo, segundo noticia O MIRANTE (página 24); uma maioria autárquica que resolve comprar mais dois pópós, um para um eleito PSD, outro para um eleito PS, vive fora da realidade e está objectivamente a fazer pouco dos pobres e dos desempregados. Trata-se, na nossa opinião, de uma decisão escabrosa e de evidente revanchismo social -não gostam nós? então aguentem lá com mais esta! Nem sequer se contentaram com meras viaturas de trabalho, utilitárias, das mais baratas e económicas, iguais para todos, tal como somos perante as leis. Quiseram mostrar que estão muito acima dos cidadãos comuns; que têm direito a mordomias de luxo! Cúmulo dos cúmulos, o senhor vereador-contabilista até passa a dispor de um carripano tipo "marcedes", superior ao do senhor vereador-arquitecto, para evitar confusões. Vice-presidente é vice-presidente; vereador é vereador. Nada de enganos.
Tudo isto cheira a novos ricos bacocos e pacóvios, deslumbrados com o poder e com as larguezas consentidas pelo orçamento público. E a eleitores demasiado permissivos e pachorrentos, já agora. Incapazes de reagir, mesmo às maiores afrontas e aos dislates mais evidentes.
Atrás de tempo, tempo vem. Aqui há 15/20 anos, certo vereador também se lastimou que não podia ir para as reuniões fora terra de carroça, pelo que precisava de um carro novo. Nas eleições seguintes, veio a sofrer as consequências. Vamos portanto aguardar com calma o que aí vem...
Igualmente no jornal dirigido por José Gaio, um excelente texto de intervenção, num português requintado e de índole jurídica, subscrito por João Godinho Granada. Vem na página 20 e vale a pena ler. É tão raro podermos deliciar-nos com boa prosa...

Além da já referida notícia sobre as dívidas camarárias à Rodoviária do Tejo, provenientes dos transportes escolares, que já vão, globalmente, em oito milhões de euros = um milhão e seis- centos mil contos, O MIRANTE continua com uma feliz e certeira veia humorística, na sua secção Cavaleiro Andante, como demonstra mais esta "charge" ao nosso adorado vice-presidente Carrão. Há só um ínfimo detalhe que não joga. Realmente, sobretudo tendo em conta os sucessivos passeios de idosos, e agora com esta situação vergonhosa do pópó de luxo, tipo "marcedes", D'Artagnan é assim a modos que um bocado lhã-nhã, nos vos parece? D'artamama fica muito mais catita, mais verdadeiro e mais nacional. E, como reza aquela conhecida publicidade -O que é nacional é bom!

Temos depois, na mesma secção do mesmo semanário, este texto, amalandrado como o arroz, mas incompleto. Faltou referir dois detalhes importantes. Um é que o nosso fundador Gualdim continua ali porque nunca conseguiu emprego em nenhum dos quatro canais televisivos a que se candidatou, por causa de estar sempre de costas viradas para a câmara, o que em televisão não se pode fazer nunca!
O outro escapa a quase toda a gente, apesar de ser fundamental - Gualdim está na posição que todos sabemos, com a arma em posição, mas mesmo assim, tratou de colocar o escudo a proteger-lhe a porta de serviço, porque nunca se sabe!
E qual o papel do Camões nesse tal festival?! -Ora! Está-se mesmo a ver! Trata-se de inculcar, no eleitorado tomarense e nos eventuais visitantes, uma mensagem subliminar de indiscutível utilidade e proveito para os eleitos que deviam governar-nos, mas têm cada vez mais tendência para se governarem -"Se não te portas como deve ser, vão-te ao olho!"



CIDADE DE TOMAR faz manchete com os dois grandes assuntos da urbe -O intrincado problema do mercado, cuja solução vai demorar o seu tempo, até porque os senhores autarcas, como já vem sendo habitual, em vez de tentarem simplificar, complicam o mais possível, não se sabe se inadvertidamente, se de propósito.
Segundo o senhor presidente, citado por Cidade de Tomar, "Durante estes trinta dias [após a montagem da tenda e do equipamento], a autarquia terá tempo suficiente para avaliar o custo das obras de intervenção exigidas pela ASAE, e assim tomar uma decisão se avança ou não com essas obras de carácter provisório, ou se inicia de imediato todo o processo para a construção de um novo edifício." Salvo melhor e mais fundamentada opinião, o senhor alcaide-mor está algo baralhado. O que deve ser feito em primeiro lugar é apurar o que quer a maioria da população. Depois é só agir em conformidade.
Que se saiba, os tomarenses desejam ardentemente que se salvaguarde toda a construção actual; que se acrescente outro pavilhão do mesmo estilo no terreiro a sul, e que se proceda à modernização de tudo aquilo. Por conseguinte, as condições exigidas pela ASAE podem perfeitamente ser definitivas e não proivisórias, pelo que não se antevê como fazer o alegado estudo comparativo de custos/benefícios.Na verdade, ainda não se ouviu ninguém fora da autarquia a defender a demolição e posterior edificação de novo mercado. Hipótese que apenas interessa a quem continua a seguir a "doutrina Paiva", que impõe para o local o tal fórum. Não adianta disfarçar, que o pessoal já há muito tempo que não usa barrete. A não ser os da festa grande, e é só uma vez cada quatro anos...
Quanto ao outro grande tema -as futuras 40 habitações a custos controlados no Bairro da Choromela, também é escusado dissimular. Trata-se, entendemos nós, da decisão mais inteligente até agora tomada pela presente maioria. Não sendo a ideal, também com ela não colide, deixando praticamente tudo em aberto, para quando haja visões mais amplas e arejadas. Convém, no entanto, ser claro. As afirmações de Corvêlo de Sousa, na reunião camarária de hoje, indicam bem o que se pretende -ter um plano A e um plano B para o realojamento da comunidade cigana do Flecheiro. Dado que o normativo europeu não permite segregar populações, qualquer que seja a razão, o pretendido conjunto de 40 fogos na Zona industrial será condenado, uma vez que só lá iriam habitar ciganos. Nestas condições, resta a hipótese Choromela... Para quê tentar escamotear, maquilhando-as, as reais intenções do executivo que temos?
Uma última nota, sobre as eleições para a presidência do IPT, às quais todos os semanários se referem. O MIRANTE até publica uma bela foto na primeira página, certamente porque o IPT é um bom cliente em termos publicitários. É a vida!
Quanto ao acto eleitoral em si, não deixa de ser estranho que na Europa e em 2010, em eleições livres para a presidência de um estabelecimento de ensino superior público, haja apenas um candidato. Mas também é verdade que em Nápoles ou Palermo ganham sempre os mesmos...