sábado, 28 de março de 2009

A ACÇÃO E A PALAVRA


Jacques Attali foi conselheiro económico de Mitterrand e elaborou recentemente um relatório com 114 medidas para superar a crise, a pedido do presidente Sarkozy. O seu livro mais recente, "A crise e depois" (ainda não traduzido em português) já vendeu 90.000 exemplares em três meses, coisa extremamente rara em economia. De religião judaica, nasceu na Argélia, então administrada pela França. Escreve semanalmente e mantém um blogue em www.lexpress.fr , onde pode ser consultado, eventualmente, o original aqui traduzido e adaptado por A.R.

Para sobreviverem, tanto os países como as empresas vão ter que alterar profundamente as suas estruturas respectivas. As empresas sabem-no melhor do que os países, porque têm consciência da sua precaridade. Têm sempre presente, mesmo se não lhe dão tal designação, a questão de saber se o seu "modelo de negócio" (o célebre business model, definido pela primeira vez pelas universidades anglo-saxónicas) ainda é eficaz. Ou seja, se podem continuar a produzir e a vender de maneira equilibrada. Sucede que, mesmo se muitas continuam actualmente esperançadas que tudo vai voltar rapidamente ao mundo antigo, começam também a compreender, em numerosos sectores (e prioritariamente nos primeiros atingidos: banca, automóvel, distribuição, transporte aéreo), que os respectivos "modelos de negócio" não conseguem manter-se: não há clientes suficientes, não há crédito bancário em condições. O que implica alterações profundas e duráveis.
Primeiro, alterações quantitativas: para sobreviver durante vários anos com receitas muito mais limitadas, terão de reduzir as despesas de investimento, os stocks e as gamas de produção. Terão igualmente que aumentar os prazos de pagamento aos fornecedores. Terão de transformar uma parte tão grande quanto possível dos custos fixos em custos variáveis. Dito de outro modo -generalizar a precaridade, contribuindo assim, involuntariamente, para agravar a crise.
A seguir, alterações qualitativas: os consumidores vão procurar consumir cada vez mais de forma esclarecida. A ostentação já não está na moda e entramos de modo prolongado numa economia de saldos, na qual cada empresa terá as maiores dificuldades para manter a especificidade das marcas, face aos produtos anónimos.
Os governos, confrontados com os mesmos problemas, não agem tão rapidamente. Porque não têm os mesmos problemas de sobrevivência; porque são, por vezes, mais ameaçados pelo eleitorado se fizeram do que se não fizerem; porque pensam ter tempo; porque dependem de mecanismos de decisão bastante complexos e de lobbys contraditórios. Assim, como não podem agir, vão falando: anunciam planos de retoma que mal conseguem financiar, quando conseguem. Enquanto que a primeira prioridade é o aumento dos fundos próprios dos bancos, a melhoria da tesouraria das empresas, o incremento da procura e a redução das dívidas, dos défices, por conseguinte, nada de sério acontece em nenhum país.
Pelo contrário, os bancos centrais pouco ou nada dizem, por causa da rigidez das suas doutrinas e da unicidade dos seus objectivos, mas vão agindo: fornecem somas imensas à economia, permitindo mesmo, ao arrepio de toda a ortodoxia, que as empresas obtenham dinheiro directamente, por troca com papel comercial, usando para tal designações tão discretas e obscuras quanto possível. (A última designação aparecida nos comunicados dos governadores de bancos centrais é quantitative easing, ou seja "facilitação quantitativa", o que seria melhor traduzido por "máquina de fazer notas").
Mas não será mesmo assim suficiente: nenhuma empresa poderá sobreviver só com as suas alterações internas, nem com o recurso ao papel-moeda. É claro que não poderá depositar no banco central títulos de débito dos seus clientes, se não tiver clientes. Se o mercado, uma vez mais, for mais ágil e mais adaptável que a democracia, caminharemos aceleradamente para a hiperinflação (acima de 20%), forma extrema de deslealdade, que fará desaparecer as dívidas, punindo os credores. Há empresas que já se estão a preparar para isso. Muitas democracias vão padecer e algumas não resistirão.

x-x-x-x

Questionarão os habituais cépticos "Que tem isso tudo a ver com Tomar?" Nada, como é óbvio! Somos descendentes dos templários, o que nos permite andar à chuva sem nos molharmos. À cautela, porém, será melhor voltar a ler com atenção, até chegarem à conclusão que as medidas já tomadas pela autarquia, e não só, nada mais são que "música de embalar". O posterior despertar poderá ser um verdadeiro pesadelo, se entretanto nada fizermos individualmente para prevenir um futuro tão sombrio. E meditar muito antes de cada decisão, em Outubro próximo.

7 comentários:

Anónimo disse...

Combater a crise, as soluções locais.

Anónimo disse...

Lá vêm os palhaços, disfarçados de hienas!

Eles comem tudo ......!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Livra!!!!!!

Anónimo disse...

António Rebelo, pretenso licenciado por uma Universidade Francesa, consegiu a equiparação do curso, para efeitos de docência, através de cunha obtida no tempo do prec, junto de amigo colocado no ME.

Frustrado articulista, sem credibilidade, dedica-se às banalidades e disparates de velho bacôco, que abandonou o único cargo público para que concorreu, assim que se levantaram dúvidas sobre as suas habilitações.

Ou não terá sido?

Anónimo disse...

António Rebelo, pretenso licenciado por uma Universidade Francesa, consegiu a equiparação do curso, para efeitos de docência, através de cunha obtida no tempo do prec, junto de amigo colocado no ME.

"Frustrado articulista, sem credibilidade, dedica-se às banalidades e disparates de velho bacôco, que abandonou o único cargo público para que concorreu, assim que se levantaram dúvidas sobre as suas habilitações.

Ou não terá sido?"

MUITO ME CONTA AMIGO E MUITO MESMO. APESAR DISSO TUDO O P8 TEM O SEU VALOR E NISSO TODOS TEMOS QUE CONCORDAR. JÁ AGORA SE SOUBER MAIS COISAS DO P8 ... FORÇA QUE GOSTO DE SABER COMO SE CHEGA A CERTO NÍVEL INTELECTUAL :-)

Anónimo disse...

PRETENSO INTELECTUAL, CORRIJO EU :-)

SÓ MESMO ALGUNS SABUJOS DO ANTIGAMENTE É QUE SABEM BEM O TIPO DE GENTE COM QUE P8 SE DAVA.

MAS ELES VÃO FALAR.
É SÓ ESPERAR :-)

Anónimo disse...

A solução mais higiénica teria sido remover os montes de esterco em 15:46 e 0:21. Pareceu-nos, contudo, ser mais proveitoso para os tomarenses leremn o que vomitam certos conterrâneos, quando vêem os lugarzitos políticos em risco. Sejamos claros e sucintos: 1 - Cada qual é livre de ejacular os disparates que entender. Pode garantir que a Terra não é redonda nem orbita à volta do Sol, que não faz calor nos trópicos, que o Porto fica a sul de Lisboa, ou que Tomar é uma grande cidade e tem sido bem governada. 2-Os títulos académicos de António Rebelo foram obtidos na Universidade de Paris VIII, onde podem ser verificados. 3-Em França todas as universidades são do Estado, que garante a uniformidade de critérios para a obtenção dos graus académicos. Não há universidades de vão de escada. 4-Na altura, em Paris VIII havia um docente para 15/20 alunos. É pouco?
5-Nos termos dos acordos europeus, no quadro da UE, todos os títulos académicos, validados num dos estados-membros, são obrigatoriamente equiparados em qualquer outro. 6-O agredido foi nomeado em 1976, por um governo PS, para a Universidade da Beira Interior, cargo que não aceitou. Foi também convidado, igualmente por um representante do governo PS, para director do Convento de Cristo, cargo que não aceitou. 7-Não apresentou a demissão de Chefe de Divisão da CMT pelo motivo apontado, mas sim porque o então presidente não aceitou as condições que lhe foram apresentadas por dois vereadores do PS, um deles já falecido, outro actualmente membro da Comissão Política local. 8-"Alguns sabujos do antigamente" não vão falar, já estão a garatujar, mostrando o que lhes vai na massa do sangue.

Saudações cordiais do "pretenso licenciado", "frustrado articulista" e "velho bacoco", que pelo menos escreve sem rascunho, não vomita esterco nem garatuja montes de caca às seis e 21 da madrugada, sinal de que dorme bem. Porque será? E, já agora, calma nas fileiras que o homem, salvo imprevisto de última hora, volta a ganhar com maioria absoluta, pelo que o lugarzito político de 3ª categoria está garantido. Não será preciso regressar à informática da autarquia.

Anónimo disse...

Acho que a melhor política será a remoção dos comentários àcerca de António Rebelo e do sr Rebelo a quem, valha a verdade, é devido o direito de resposta.
A continuação "no ar" daquelas intervenções vem transformar o blogue num quintal onde as "comadres desavindas" vêm lavar roupa suja.
Julgo que nem sequer contribuem para uma boa imagem geral do TOMARADIANTEIRA".