terça-feira, 17 de março de 2009

LIGAÇÃO TOMAR - CONVENTO

Troço do que já foi a Calçada de S. Tiago

Sebastião Barros
Era para não escrever mais sobre este assunto, pelo menos por agora. Porém, alguns correspondentes pediram, insistiram, e quem sou eu para recusar? Tanto mais que aqui no blogue lemos tudo o que nos escrevem, procurando sempre ter em conta o que nos parece de considerar. De forma que, farão o favor de desculpar, lá vou repisar coisas, como via mais rápida para justificar novas ideias.
Esta questão da "ligação forte para o Convento" parece-me carecer em absoluto de qualquer base técnica credível. Tudo indica que o autor da ideia aceitou como boa a afirmação de que os turistas que visitam o Convento não descem à cidade por falta de uma ligação convidativa. Ora sucede que, não só muitos visitantes vêm vá abaixo, frequentemente mesmo antes de subirem a colina do Castelo, como faltam estudos adequados junto dos turistas, para confirmar ou desmentir a ideia base.
Tenho para mim, após várias conversas com visitantes de passagem, que o relativo desinteresse dos turistas pela cidade, radica em factores bem diferentes -falta de atractivos, sinalização deficiente, comércio reduzido e banal, ausência de novidade, qualidade, quantidade e preço, restauração média-baixa, atendimento pouco simpático, etc. É claro que são coisas difíceis de admitir, mormente por pessoas cuja principal qualidade não é certamente a elasticidade mental, mas a realidade é o que é. Em vez de persistirem na negação, que tal mandar proceder a um inquérito qualificado junto dos turistas?
Há depois aquele grave erro, ainda não reparado, que afastou da cidade algumas centenas de turistas estrangeiros de elevado poder de compra -o encerramento injustificado do Parque de Campismo, com o pretexto de facilitar as obras do pavilhão desportivo. Por razões conhecidas, os senhores comerciantes e proprietários de restaurantes têm tendência para olvidar esse facto, o que é pena, pois radica aí uma das grandes causas da crise do sector.
Com ou sem estudos adequados, por estes ou por aqueles motivos, sabe-se agora que o realmente pretendido são três colectores em tridente ( Estrada do Convento, Mata, Estrada de Paialvo) com a haste base na Rua da Graça (Av. Cândido Madureira). O resto são tretas técnicas, tendentes a apresentar as coisas sob uma luz nitidamente mais favorável, as quais esqueceram, pelo menos até agora, um problema básico -como obrigar automóveis e autocarros a estacionarem na Várzea Grande, havendo um parque de estacionamento lá em cima? Tencionam acabar com o parque, imitando o que foi feito em Alcobaça? Vai ser difícil. O Mosteiro de Alcobaça fica no centro da cidade, enquanto que o Convento de Cristo está fora da malha urbana, numa zona de muito difícil urbanização.
Par além das deficiências já apontadas, há ainda a péssima opção do percurso pedonal pela Torre da Condessa, que a União Europeia não financiará se não comportar facilidades para menos válidos. Por isso, julgo ser incomparavelmente mais adequado escolher o percurso pelo Portão dos Arcos, mas incluir no projecto a reabilitação da Porta da Almedina e das rampas de acesso, tanto no exterior como no interior. Naturalmente, ambas as portas deverão ser dotadas de comandos à distância, de forma a poderem ser operadas a pedido, após identificação visual dos visitantes, coisa hoje em dia corriqueira.
Sobre a tão evocada "ligação forte entre a cidade e o Convento", uma vez requalificados todos os percursos pedonais (S. Tiago, Cavaleiros, Arcos, Torre da Condessa e Almedina), sejamos corajosos e olhemos para o futuro sem óculos passadistas. A única solução realmente inovadora e susceptível de trazer à cidade os visitantes do Convento, sempre que haja cá em baixo fortes motivos de atracção, o que vai implicar, entre outras coisas, intensa e adequada formação profissional, a única solução inovadora e eficaz será um túnel entre as traseiras dos Paços do Concelho e a Cerrada dos Cães. Insólita e sonhadora? Nem tanto. Afinal são pouco mais de 80 metros em linha recta.
Aqui fica a ideia. A partir de agora vão mas é pensando nisso, que o futuro anuncia-se muito difícil para todos, e não se compadece com hesitações ou cópias daquilo que fazem nas outras cidades. Esse tempo já passou.

9 comentários:

Rui Ferreira disse...

Caro Sebastião
Eu estou perplexo com a sua desinibição construtiva.

É uma "perplexidade tranquila", porquanto rezo e creio que não venha a ser implementada.

Respeito, no entanto a sua opinião "tunelística", nomeadamente porque é proferida na sequência de uma séria análise da problemática dos acessos ao monumento.

A minha opinião, em relação ao túnel, é a mesma que tive em relação ao teleférico...

Continuação de boas postagens, na dianteira da actualidade tomarense.

Anónimo disse...

ACHO QUE O P8 DEVERIA DAR AULAS AO MESTRADO EM TURISMO NO IPT POIS É UM HOMEM DELICADO, CULTO, SENSÍVEL E QUE PERCEBE DE TURISMO CULTURAL A POTES SÓ É PENA NÃO SABER TRABALHAR COM O EXCEL MAS PRONTO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO TAMBÉM DÁ NOZES A QUEM NÃO TEM DENTES!

Anónimo disse...

...e pérolas a porcos!!!

Anónimo disse...

Ó De Barros, não achas que já estás a ser chato sempre a dar-lhe com o Convento e anexos? Porque é que não cais na vida real e fazes um "programa" sobre a vida e obra do Centro de Emprego de Tomar, para tomares consciência (consciência?!!!) dos dramas que por lá se vivem?
É que a vida não se resume a levantar às 8 da madrugada, comer e beber do bom, continha gorda no banco sem fazer nenhum...

Já sei, já sei!!! Láq estou eu com ideias do passado, do tempo da outra senhora! Sou um retrógrado bem sei!
Ups, lá vem o lápis azul, corta, corta!!!

Anónimo disse...

Aguarda-se com ansiedade uma catapulta de "intróitos" sobre as ruínas romanas, o aqueduto dos Pegões, e outras antiguidades muito do gosto da enciclopédica geração da terra dos patos bravos...

Anónimo disse...

PERDÃO, NÃO QUERIA DIZER "CATAPULTA" MAS SIM, OBVIAMENTE, CATAPLANA!

Sebastião Barros disse...

Para anónimo Ó de Barros:

Antes de mais uma pequena lembrança -Quem estabelece a agenda deste blogue são os seus administradores. E quando assim deixar de ser, fecha-se!
Sobre a sua opinião, tão respeitável quanto qualquer outra, é curioso que mesmo quando ninguém falava do património, não me recordo de ter lido nada seu, nem sobre o operariado, nem sobre o desemprego, nem sobre a miséria, nem sobre a fome, nada! Está à espera de quê? Em vez de nos admoestar, não seria melhor lembrar-se daquele dito popular, segundo o qual "Quem tem boca não manda soprar"? Ou considera-nos seus criados? Se afirmativo, porquê? A pensão de reforma de que beneficiam alguns dos colaboradores de tomaradianteira, não tem nada de político, nem é paga com o dinheiro dos contribuintes. Resulta dos mais de 36 anos de descontos e dos respectivos rendimentos acumulados.
Uma nota final: A inveja, pomposamente chamada "desejo mimético", pode ser positiva ou negativa. Posítiva quando um cidadão vê o outro com um bom carro e pensa -"vou-me esforçar para ganhar e poupar mais, e depois hei-de ter um melhor que o teu." É negativa quando,em vez de proceder assim, o invejoso resolve fazer tudo para desacreditar a competência profissional do colega, para ver se ele perde o emprego e é obrigado a vender o carro. Enquanto vai aguardando, fura-lhe várias vezes os pneus, pela calada da noite, por vingança. Qual é o seu caso?

Anónimo disse...

Ó De Barros, lá estás tu outra vez a fazer figura de urso, com o devido respeito aos ursos, animais nobres que não têm culpa nenhuma destas reles comparações com que nós, os humanos, às vezes os prendamos.
Se inferes que eu (também) nunca falei do operariado, do desemprego e outros flagelos que os atingem, é porque nunca abriste o TOMARONLINE. está tudo dito.

Quanto ao agendamento deste blogue, concerteza que considero que é ao(s) administrador(es) do mesmo que compete essa tarefa. Eui não estava a "mandar"! Estava apenas a sugerir, capice?

Mais uma vez se te estalou o verniz! OLha a tensão! Não te rales tanto com a ralé a que eu pertenço, esta ralé que garante o teu bem-estar e o engordar da tua barriga!

Quanto a "furar pneus" como tu afirmas...nem penses nisso! Nem sequer os mordo, por aí já podes calcular que também não está nos meus planos imitar-te!!!

Anónimo disse...

Eu proponho que a ligação Tomar-Convento (como se Tomar fosse uma região e o Convento outra) seja assurada por ferryboat. Julgo que será possível já que Tomar há muito que roubou ao Entroncamento o epíteto de "terra dos fenómenos".