segunda-feira, 30 de março de 2009

A TERRA DA RETRANCA


Publicámos há pouco dias "O país das desculpas" (27/03), com o intuito de chamar a atenção para o pouco saudável clima social em que vivemos, no qual, em resumo, ninguém tem culpa de nada. É tudo culpa dos outros, do tempo, da pouca sorte, das circunstâncias, da crise ou, prosaicamente, deste país onde nascemos e vivemos, sem se pensar sequer que, afinal, o país somos nós.
Factos posteriores vieram engrossar o argumentário que já detínhamos. É o caso das nossas mensagens mais recentes, criticando frontalmente determinado panfleto político e, de caminho, determinado discurso. Apesar dos exemplos dados, os visados adoptaram dois comportamentos tradicionais aqui pelas margens do Nabão, como se nada tivesse mudado desde há mais de 30 anos: a retranca passiva e a retranca activa.
No primeiro caso, reconhecendo implicitamente que, no jogo de ténis verbal, não têm raquete para o adversário presuntivo, decidem manter um silêncio esfíngico, em tempos idos e que não voltam sinal de grande sabedoria. No outro caso, viciados na leitura de jornais desportivos que escrevem a 80% sobre futebol, lá conseguiram assimilar que "a melhor defesa é o ataque", esquecendo que na política pode bem não ser sempre assim, e vá de adoptar a retranca activa. Dado que as cabecitas nunca foram convenientemente formatadas, nem em casa nem nas diferentes escolas, não dispondo por isso de suficiente capacidade de contra-argumentação, o melhor é ignorar deliberadamente tanto a forma como o conteúdo, e passar a atacar quem se presume que seja o autor. E se não for, paciência! Que se aguente!
Trata-se da nova versão do muito conhecido caso do mau dançarido, que garante dançar bem, mas ser prejudicado pelo chão, que é torto. Na circunstância, ajudado pela armadura do anonimato, até houve alguém, extremamente valente, que ousou ir mais longe. Escreveu com todas as letras que "X pôs-se a jeito e agora leva no osso de todos os lados. É bem feito!" Assim como naquela anedota do sepultado, com a mão de fora a gritar "tirem-me daqui que não estou moro, e um outro indivíduo, politicamente solidário, calca-lhe a mão com a bota, exclamando em voz alta: "Pois não, estás é mal enterrado!" Fica-se, por conseguinte, a perceber que o caso deve ter ocorrido em Tomar. E se não aconteceu, mentalidade para isso pelo menos não parece faltar, a julgar pela amostra...
Seja como for, para evitar novos dislates, aqui deixamos um alvitre na foto acima. A citada maquineta é mesmo o que estava a fazer falta na política local. Antes de mais, porque permite detectar as notas de banco falsas, coisa cada vez mais corriqueira. Em segundo lugar, porque também deve permitir a detecção de fífias ou notas musicais falsas, tarefa importantíssima, visto que determinado partido é dirigido por dois músicos, no sentido polissémico do termo. Por fim, nada melhor que uma máquina assim, para anular as notas escritas menos elegantes, oportunas ou fidedignas. Ficamos à inteira disposição para indicar onde se vende a tal máquina. Depois não nos venham acusar de falta de participação empenhada...

8 comentários:

Anónimo disse...

Contra a crise, a favor de Tomar

Porque não ofende quem quer.

Sabemos quem faz e o que faz.
Saiba separar o trigo do joio!
Opte por MUDAR, para melhor!

Anónimo disse...

Mude, mude!

Mas cuidado com estas hienas xuxas!

Estão esfaimadas de poder e mais poder!!!!!

Comem tudo e não deixam nada!

Quem vos avisa .......

Anónimo disse...

Para pôr Tomar no Mapa.

Anónimo disse...

Qual mapa?
O do ACP?
ou o da exclusão?

Anónimo disse...

"A ideia de ter passeios de charrete em Tomar, há muito que vem sendo trabalhada pela autarquia de Tomar. Na reunião de Câmara de hoje dá-se início ao processo de entrada em funcionamento de passeios de Charrete pela cidade de Tomar."
Rádio Hertz

É caso para dizer: "pour moi tu viens de charrette!"

(ressalvados os erros de francês, que o Sr. Dr. António Rebelo gostosamente corrigirá!).

E esta ein?!

Anónimo disse...

Nada a corrigir, porque se trata de português traduzido e não de francês. Na língua de Molière a mesma ideia seria dada por algo bem mais simples: "Tu parles!" Quanto às charrettes, os gauleses só usam o vocábulo quase exclusivamente para designar a ida dos condenados para os cadafalsos, durante a revolução francesa de 1789, quando rei e a rainha perderam a cabeça...

Anónimo disse...

Bom seria se houvesse detectores de falsos políticos...

Anónimo disse...

Se calhar seria ainda mais útil se houvesse máquinas par detectar políticos falsos, que constituem uma classe muito abundante.