segunda-feira, 16 de março de 2009

RUMO À SENHORA DA ASNEIRA - 4

Foto 1

Legenda: 1 - Porta de S. Tiago; 2 - Torre Dª Catarina; 3 - Porta da Almedina; 4 - Torre da Con-
dessa; 5 - Portão do Lagar ou dos Arcos; 6 - Sala do Capítulo inacabada; 7 - Terraço
da Virgem


AO MENOS HAJA RESPEITO PELO NOSSO PASSADO
Em textos anteriores, foi dito que a Câmara optou pelo itinerário que passa pela Torre da Condessa, para estabelecer uma ligação forte entre a cidade e o Convento. Acrescentou-se que é o menos indicado e perde nitidamente para o caminho que passa pelo Portão do Lagar, ou dos Arcos, que apesar de mais longo não comporta qualquer escada.
Desta vez, aborda-se a eventualidade da ligação Tomar - Convento através da Porta da Almedina, ou Porta do Sangue. Para ter a noção do que segue, convém olhar com atenção para a planta acima e ler com cuidado toda a legenda.
O caminho da Almedina foi, desde a fundação de Tomar até ao fim do século XV, a principal ligação entre o vale do Nabão e a povoação situada no interior do Castelo (Almedina= a medina=povoação muralhada). Só com as reformas da Ordem de Cristo, empreendidas por D. Manuel e D. João III (1529), sobretudo com esta última, deixou de haver povoação dentro do castelo e no arrabalde de S. Martinho, acabando também a Freguesia de Santa Maria do Castelo e o movimento de peões, carroças e cavaleiros pela Porta da Almedina, ou do Sangue, que foi parcialmente entaipada. Posteriormente, já no século XIX, uma parte da muralha, situada imediatamente a nascente da porta, ruiu e entulhou aquela zona. O Conde de Tomar, que entretanto tinha comprado a Cerca Conventual e parte do Convento, aproveitou a pedra da derrocada da muralha para mandar erguer um muro divisório em pedra solta, que ainda hoje podemos ver.
Imediatamente antes do 25 de Abril, havia um jardineiro que cuidava do jardim no interior do Castelo, junto à Porta do Sol, e outro que tratava do pomar, também no interior das muralhas, e da chamada "Horta do Conde", o tal terreno isolado pelo muro de pedra solta. Significa isto que tanto o jardim do Castelo, como o pomar, como a Horta do Conde, dependiam administrativamente da D.G. da Fazenda Pública, enquanto a Cerca Conventual pertencia às Matas Nacionais. Nestes termos, tudo indica que actualmente o Pomar e a Horta do Conde devem estar sob a alçada do IGESPAR, enquanto a Cerca depende do ICN.
Tudo isto, para tentar explicar o abandono a que tem sido votada a Porta da Almedina, que encimada pela Cruz Tutelar Templária, do século XII e única no país, faz de Tomar não só uma terra templária, mas sobretudo a Capital Templária do ramo português e leonês daquela prestigiada Ordem da Cavalaria. Assim sendo, nada fazer para restabelecer as condições de acesso ao Castelo existentes até ao século XVI, configura um crime contra a nossa memória colectiva e um inqualificável desprezo pelo nosso património mais nobre, sendo certo que não pode ter grande futuro quem deliberadamente ignora o passado mais ilustre. Acresce que o caminho pela Porta da Almedina, não sendo de todo indicado para pessoas com dificuldades de locomoção, por causa das escadas no interior das muralhas, é todavia o mais curta ligação do vale para o Castelo.
Por tudo isto, andaria bem a nossa Câmara se aproveitasse as verbas comunitárias de que vai dispor para reabilitar o Caminho da Almedina e o troço daí até ao Portão dos Arcos, para os menos aptos a subir escadas. Será que vão ler isto e ter a coragem de encarar, finalmente a realidade tal como ela é? Há fortes dúvidas. Porém, a esperança só morre com a pessoa.

15 comentários:

templario disse...

Se vão ler ou não, não sabemos. Mas deviam ler. Eu li, gostei e fiquei a saber
que afinal nada sei daquele Monumento Nacional. E morava mesmo ali no sopé do Castelo, na R. Silva Magalhães. Uma vergonha! Espero que os autarcas saibam.

O autor deste post é o Sr. Sebastião Barros ou o Sr. A.Rebelo? Parece-me do último.

Permitam-me uma sugestão (quase um pedido): e se o "Tomar a dianteira" organizasse uma visita lá acima dirigida aos tomarenses que não conhecem, ou se esqueceram de conhecer bem o Castelo e o queiram agora conhecer, convidando também os dirigentes partidários, autarcas, etc., percorrendo os tais caminhos, com esses pormenores todos?

Eu estaria lá. Seria uma boa jornada para incentivar os tomarenses a visitar e conhecer esse símbolo da cidade. Um dia todo, a um domingo. Pelo meio almoçava-se, cada um levava o seu.

Anónimo disse...

Só romantismo...

O projecto entregue para financiamento do QREN, comtempla a abertura de um acesso motorizado através da Mata Nacional dos Sete Montes.

Surge tal ideias como forma de "dinamizar e facilitar o acesso ao Monumento Património da Humanidade", pode ler-se no documento.

Houve já quem denunciasse tal propósito, em primeiro lugar no Município e poateriormente junto das instâncias responsáveis pelo Ambiente.

Aguardemos pelo fim desse disparate previsto.

Anónimo disse...

Seguir-se-á a construção duma via rápida em plena Mata dos Sete Montes...mas deixemos primeiro um auto-comentário ao sr. De Barros, o guru intelectual desta aldeia.

Sebastião Barros disse...

A ideia de O Templário parece-nos excelente. Há apenas um pequeno problema: Como está, o terreno entre a Torre da Condessa e a Porta da Almedina é perigoso. O pessoal sairá de lá com as pernas bem arranhadas. A não ser que o IGESPAR, o ICN ou a Câmara, ou os militares do RI15, limpem aquilo. O templário podia lançar a ideia junto do IGESPAR e depois pedir aos militares...com reportagem garantida.
De qualquer maneira, marquem a data, difundam no jornal e aceitem as inscrições (mínimo 10 pessoas, máximo 60 pessoas).

Sebastião Barros disse...

O anónimo que afiançou que o projecto entregue para financiamento no quadro do QREN contempla a abertura de um acesso motorizado através da Mata, seria um bom tomarense, um democrata sincero e um patriota impoluto se nos conseguisse enviar fotocópia do documento para
Tomar a dianteira
R. Dª Aurora de Macedo, 75
2300 - 556 Tomar
ou lidiarrebelo@gmail.com

Ficamos desde já muito agradecidos.

Anónimo disse...

Pronto, pessoal! Já está decretado! Vamos optar pelos arranhões das pernas, pressupondo que só será possível frequentar o local em calções. Para compor o ramalhete vestimos umas roupagens à Attenborough e t'á feito. Parecemos todos uns ecologistas!!!

Anónimo disse...

Para anónimo 17/03 04:51:

Com o devido respeito e sem qualquer intenção de o ofender, ou coisa parecida, mas pelo seu comentário vê-se logo que está habituado a estas coisas de silvados e companhia. Vá para lá mesmo de calças e depois queixe-se! O pessoal bem vai avisando...

Anónimo disse...

E onde está o Plano de Defesa da Mata contra incèndios?

E para que servem os tanques vazios?

E para quando se faz uma verdadeira limpeza da vegetação da Mata?

E para quando está previsto devolver a Mata aos Tomarenses?

Anónimo disse...

Entregar aquilo à Câmara?

Devem estar a brincar...

Se tudo serve de desculpa para estar ao abandono, não durava 5 anos sem haver um fogo que destruisse aquilo tudo. vai uma aposta?

Anónimo disse...

Tomarenses não são a Câmara, isso é super-hiper- redutor.

Irra!

Há gente que só pensa na Câmara, só vê a Câmara, dorme com a Câmara, acorda com a Câmara, levanta-se com a Câmara, toma banho com a Câmara, toma o pequeno almoço com a Câmara, lava os dentes com a Câmara, penteia-se com a Câmara, perfuma-se com a Câmara, passeia com a Câmara, almoça com a Câmara, toma a bico com a Cãmara, lancha com a Câmara, janta com a Câmara, vai ao ballet com a Câmara.....!!!!!

Anónimo disse...

Ele há por aí bicho careto que andam numa fona às procura de tacho na câmara como o Pedrinho da Heidi andava à procura da vóvó!

Anónimo disse...

e o Zé andou à procura do Costa

e o Vitorino anda à procura de eventos oficias!!!!!

Anónimo disse...

Parecem formiguinhas de cá para lá...mas não é a trabalhar como os "piquenos insectinhos"...

Anónimo disse...

...andam a fazer "pra vida...!!!" como dizia a saudosa Hermínia Silva.
Ah, saudosos tempos em a política fazia jus aos ditames de Platão...a política era para os sábios...mas no nosso caso não sendo para os sábios era pelo menos para os honestos!!!

Anónimo disse...

No tempo em que a política era para o sábios, os sábios só podiam ser uma mínima elite que vivia no topo de uma pirâmide de 90% da população sem qualquer educação ou escrava.

Nesse tempo, apesar dos 10% que não eram servos ou escravos, só um apequena parte destes - só os homens - podiam algurar estudar, desenvolver as artes ou governar.

Por isso menos de 5% tinham acesso à sapiência.

É mais complicado hoje, mas pelo menos não é apenas uma "pequena elite" de "iluminados" que pode exercer o poder.

E isso, por muito que custe aos que se acham "acima" dos outros é muito bem feito.

E é a Democracia! Para todos, já agora!