quinta-feira, 26 de março de 2009

SOBRE TURISMO DE PÉ-DESCALÇO



Agora que se iniciaram a obras tendentes a possibilitar a reabertura do nosso Parque de Campismo, em tempos o melhor do país, resolvemos ir à procura de uma das causas do seu encerramento -o turismo de pé-descalço. Na impossibilidade prática de chegar à fala com visitantes desse tipo, geralmente conhecidos por "caracóis", "estradeiros" ou "mochileiros" (há também a designação inglesa "backpackers", mas é ambígua, pois traduzida à letra pode dar "pacote atrás" ou "pacote traseiro"), conseguimos encontrar a bíblia desses viajantes. Exactamente o "Guia do estradeiro", ou "Guia do mochileiro". Excelente oportunidade para saber a forma como os outros nos vêem e o que dizem de nós.
A primeira foto mostra que, afinal de contas, esta gente não é bem como a nossa juventude, que gosta de se embebedar, de fazer barulho, de partir tudo e pouco mais. Os nossos mochileiros e mochileiras pelo menos demonstram ter bom-gosto e bom-senso. Nas suas paixões incluem as paisagens alentejanas, Serpa, Monsaraz, Bairro Alto, eléctrico 28, a ginja de Óbidos, o fado de Coimbra, o mercado da Nazaré e "Admirar embevecido uma janela, pensando que é a mais bela do Mundo: acontece no Convento de Cristo, em Tomar". Quando se pensa que ainda há tomarenses que nunca tiveram sequer vontade de ir ver "a Janela"...
Sobre a nossa amada terra, as coisas começam logo a complicar-se para quem vem de Fátima por Ourém: "Muitos param aí por engano, confundindo o castelo altaneiro com o de Tomar, mas poucos lamentam o engano..." Sinal evidente de que Tomar está muito bem sinalizada. Já se sabia, mas aqui fica uma confirmação prática.
Já em Tomar, os mochileiros lêem esta introdução: "A cerca de 35 kms de Fátima, pela nacional 113, Tomar revela-se uma das cidades mais "toscanas" de Portugal. Tons quentes das suas pedras banhadas pelo sol poente, com todos os matizes do ocre ao castanho claro, ao rosa alaranjado... Na nossa opinião uma etapa muito agradável para passar a noite e saborear um lusco-fusco pachola e untuoso. Na parte velha, magníficos azulejos nalgumas fachadas. Durante os passeios a pé, ocasião para descobrir estabelecimentos de outra época como velhas livrarias, chapelarias e acessórios da última moda, cohabitando com as velhas ruelas multicentenárias. Mas enfim, Tomar é antes de mais o soberbo Convento de Cristo e a mais célebre janela de Portugal..."
Seguem-se referências amáveis a vários estabelecimentos hoteleiros locais, da Casa Salgado ao Chico Elias, mas lá aparece a nota negativa a dado passo: "Camping Pelinos, difícil de encontrar, ...atendimento nem sempre simpático e terreno um pouco inclinado. Sanitários sumários....Bastante barulhento."
Depois disto e muito mais, quem mantém que os mochileiros não têm dinheiro, não interessam e não sabem ao que vêm? Não tiveram a sorte de nascer em Portugal (salvo excepções), mas isso já é outra música...

13 comentários:

Anónimo disse...

Volto à carga neste assunto. Conheci em tempos alguns "mochileiros" com aqui são apelidados que, confesso, me surpreenderam quando vim a saber que alguns eram professores, até mesmo um era universitário, ex-atletas de alta competição da antiga RDA, promotores imobiliários (um deles, Dick De Yong, holandês, ficou meu amigo!), e até terapeutas.
Isto demonstra que fazer férias de mochila às costas acaba por ser uma opção tomada por gosto desse tipo de "aventura".
Revela também a atitude rácica, chauvinista e ecletista tão típica de alguns "notáveis" tomarenses ou tomaristas, para quem o embrulho é muito mais importante que o conteúdo!

Espero que as "démarches" para reabertura do Parque de Campismo de Tomar são passem de fogo fátuo. No dia em que esse acontecimento tiver lugar Tomar dará um saltinho em frente na fuga à crise económica e social que a estrangula. Mais lá para a frente poderei dar o meu muito modesto contributo com ideias próprias sobre a ocupação do parque.

Anónimo disse...

Se bem me recordo, o sr. administrador do blogue já por várias vezes aqui expressou a intenção de eliminar os comentários grosseiros ou deslocados relativamente ao assunto.
Pergunto se o comentário anterior tem algo a ver com o assunto...

Anónimo disse...

O turismo não conhece "classes".
Venha muita gente para o Parque de Campismo, Turismo e Caravanismo de Tomar - que deve reabrir rapidamente -ande pela cidade e freguesias, faça compras, coma e beba, ou seja CONSUMA com força.
Tomar agradece!!!!!!!!!

Anónimo disse...

É um erro pensar que aquilo vai voltar a ser como dantes.

Aliás, depois da passagem de A.Paiva pela CMT, nada volta a ser como dantes.

O espaço já não tem adequação possivel. Os instrumentos de Planeamento não o permitem. Naturalmente a legislação agora em vigor, não o irá permitir, apesar do licenciamento ser Municipal.
É apenas para, até às eleições, dar a ideia que se está a resolver o problema, que foi criado por Corvelo de Sousa e António Paiva, mas não está.
É uma mentira feia e propositada par a altura das eleições.

Anónimo disse...

O Vasco Jacob é que pode esclarecer a razão (ou não) do anónimo anterior.

Será bom que esteja redondamente enganado, a bem de Tomar!

Anónimo disse...

Antes de tomarem decisões completamente parvas,os vereadores deviam pedir informações técnicas para poderem decidir com jeito.

Vão chegar á conclusão que aquilo é um disparate.

Ou será que o Plano de Pormenor do Açude de Pedra não está aprovado?

Ou será que as normas europeias para este tipo de equipamentos foram alteradas?

Sebastião Barros disse...

"O espaço já não tem adequação possível. Os instrumentos de planeamento não o permitem..."

Quem escreveu isto, naturalmente alarmou os leitores do blogue, mas não nos parece que tenha qualquer ponta de razão. Isto porque o fatalismo demonstrado, se calhar sem querer, parte do princípio que os cidadãos e as instituições estão ao serviço da legislação, quando na verdade é exactamente o contrário que acontece, pelo menos nas democracias pluralistas. É a legislação que deve estar ao serviço da comunidade, pois para isso foi elaborada. E, quando não esteja, há órgãos legais para a alterar de acordo com o pretendido. Trata-se, portanto, no nosso entender, de mera crise de juridismo agudo, muito frequente no nosso sistema político, quando um técnico pretende embaraçar os políticos "atados" que temos. Ou vale a pena recordar que em 24 de Abril poucos palpitavam que tudo ia mudar no dia seguinte? Haja coragem, coerência, espírito comunitário e tomarensismo, que o resto virá por acréscimo. Como está é que não poderá continuar, sob pena de irmos para a ruína.

Anónimo disse...

Para anónimo em 26/03, 13.53:

Ou muito me engano ou quem escreve assim foi exactamente quem nos colocou na triste situação em que nos encontramos, na área do campismo/caravanismo e não só. Escrever que "Antes de tomarem decisões parvas, os vereadores..." não passa de mera opinião, visivelmente irritada face ao evoluir da situação. Em quase 6 anos de decadência, os tomarenses já tiveram tempo para perceber que parva foi a decisão de encerrar o Campismo de forma encapotada, alegando que havia inconvenientes para os campistas e que o encerramento seria provisório. Ou estou enganado? Nestas condições, não passa igualmente de opinião petulante a afirmação segundo a qual "Vão chegar à conclusão que aquilo é um disparate." No meu entendimento, disparate foi encerrar o parque e colocar os trabalhadores sem nada para fazer, ou quase, durante 6 anos.
Quanto ao plano de pormenor e às normas europeias, não passam de meros pretextos para tentar evitar o inevitável -o regresso ao bom-senso, ao bom-gosto e ao apoio eficaz aos comerciantes e restaurantes locais. Quanto às normas europeias, julgo que se estará a esquecer de uma pequeno detalhe, que altera tudo neste caso. Trata-se do "princípio da subsidariedade", em virtude do qual cabe primeiro aos tomarenses decidirem, e depois às instâncias nacionais, uma vez que não há regiões livremente sufragadas e legalmente constituídas. Só então poderão entrar em campo as instâncias europeias, caso se oponham às opções adoptadas, sendo que, mesmo assim, só dispõem de um meio realmente eficaz -a suspensão das comparticipações já concedidas. Dado que neste caso e nesta fase ninguém vai solicitar fundos europeus para o parque, não estou a ver onde é que os burócratas de Bruxelas poderão encontrar algum argumento válido para intervir.
Chega-se assim facilmente à conclusão que a sua mensagem é que foi uma decisão parva, constitui um disparate e não tem jeito nenhum. Apenas teve um mérito -o de possibilitar os esclarecimentos que acabo de facultar. Mas continue a escrever, que a sua prosa tem graça.

Anónimo disse...

O Plano de Pormenor do Açude de Pedra não está aprovado!

Para bem de Tomar.

Felizmente!!!!!!!

Anónimo disse...

Não estará?

Veja lá bem.

Anónimo disse...

ó criatura, se sabe, diga lá quando, onde e por quem?

Anónimo disse...

ABRAM A PORRA DO PARQUE DE CAMPISMO POIS MUITA GENTE FARÁ DELE A SUA RESIDÊNCIA OFICIAL. CÁ PARA MIM SERÁ COMO NOS STATES: EM QUE AS PESSOAS ENTREGARÃO AS SUAS CASAS AOS BANCOS E VIVERÃO EM RELOTES E TENDAS.

E ESSE ANORMAL QUE ESCREVEU:
"Se bem me recordo, o sr. administrador do blogue já por várias vezes aqui expressou a intenção de eliminar os comentários grosseiros ou deslocados relativamente ao assunto.
Pergunto se o comentário anterior tem algo a ver com o assunto..."

VÁ COÇAR A MICOSA!

Anónimo disse...

...e não é "relotes" mas sim "roulottes", um galicismo, ou rulotes, forma gráfica aportuguesada.

Além de estúpido é analfabeto. Lá diz o velho ditado: uma desgraça nunca vem só!