quarta-feira, 25 de março de 2009

E DEPOIS QUEREM QUE ISTO MUDE... 2

Público

Quando decidimos escrever lateralmente sobre o desporto em geral e o futebol em particular, a propósito dos inscritos nos vários partidos políticos, já nos palpitava que iríamos ter respostas tipo cão "basset", o mesmo é dizer meio cão de altura e cão e meio de comprimento. Por isso, resolvemos seguir o conselho de alguém aqui do blogue, que considera indispensável guardar sempre o dobro das munições da primeira rajada para as rajadas seguintes. Face aos comentários já lidos, que são sempre bem-vindos desde que educados, parece-nos útil acrescentar o que segue. Sem rancor ou espírito de vingança. Apenas para tentar esclarecer.
"A opinião é livre, os factos são sagrados" ouvem os alunos em qualquer escola de jornalismo. Infelizmente nem todos se recordam sempre disso em todas as suas intervenções, escritas ou não. E então quando nem sequer se lá andou, ou se frequentou um estabelecimento menos conceituado, chega a ser uma verdadeira desgraça.
Neste assunto, conforme qualquer leitor poderá verificar, não emitimos qualquer opinião, positiva ou negativa. Houve a preocupação de apenas elencar factos, respeitando-os rigorosamente. Nauseados com o escrito, leitores responderam como quase sempre fazem -com meras opiniões não fundamentadas e procurando, nalguns casos, ofender quem ousou apresentar factos que são incontroversos. É o que se chama, se não erramos, "desviar para fora", aproveitando, pelo menos num caso ou dois, para tentar dar uma canelada no adversário.
Usando novamente apenas factos do conhecimento geral, comparemos duas situações. Um simples erro do árbitro, que ele admitiu na TV 24 horas mais tarde, tem provocado rios de tinta e de saliva, debates, entrevistas, comentários e artigos de fundo, perante o desespero de numerosos telespectadores, que lá vão mudando de canal, para constatarem que andam todos ao mesmo, ou quase. A nível local, os dois semanários de maior difusão publicam suplementos de pelo menos doze páginas. Entretanto a situação degrada-se, tanto a nível nacional como local, sem que a comunicação social dê mostras de se preocupar com tal estado de coisas. Será isto normal?
É muito fácil opinar que A, B ou C embirram com o futebol e/ou com o desporto. Difícil, ou mesmo impossível, será convencer a maioria silenciosa de que não há qualquer relação entre tal estado de coisas e as dificuldades que nos atormentam. "Não há almoços grátis", que é como quem diz que o dinheiro não chega para tudo. E então quando é mal governado, nem se fala...
A concluir, uma chamada de atenção para a reprodução que encabeça este texto. Repare-se como os grandes jornalistas, neste caso do PÚBLICO, conseguem "dar a volta ao texto" -trata-se de factos, de opiniões, ou de ambos?

6 comentários:

Anónimo disse...

Vejam lá o que está a acontecer pelo facto dos viscondes de alvalade não terem ganho a taça da cerveja!

Se esses aristocratas ganhassem essa taça, mesmo com mãos, pés e quejandos, não se falava em nada e tudo estava no reino da abastança e do sossego.

Ah! e parece que o país está em crise, será?

Dessa não se voltou a ouvir falar!

A ganda sistema político-futebolista!

Fados - Fátima - Futebol e a crise que se lixe!

Beber um copo é dar de comer a milhões de portugueses!

A pátria não se discute, só o futebol!

Unknown disse...

Tenho para mim que o futebol não é um problema em si.

O problema é o mesmo que afecta o empreendedorismo português.

Falta de qualidade de gestão. O futebol hoje é um negócio importante. Seriam mais uns quantos milhares de desempregados e não só jogadores, mas técnicos, agrónomos, jornalistas, canalizadores e por aí fora.

A quarta classe, tão exaltada como " a licenciatura antiga", não é o melhor instrumento para a gestão quer seja do futebol, quer seja empresarial.

Alguém tem dúvidas que se não fosse economicamente importante o Soares Franco fazia tanto barulho com a "lambreta" Carlsberg?

Anónimo disse...

Não nos detenhamos apenas neste caso!
Não esquecer que o padre Melícias, franciscano, está reformadinho com uma parca pensão de 8 mil e tal euros...fora o que terá metido ao bolso na Misericórdia dindo nunca "choveram" notícias sobre contas nem de qualquer emonstração de resultados...

Eu desconfio...e você, caro leitor?

Anónimo disse...

Dos padres?
Espera o quê?
Milagres, não?

Anónimo disse...

Custou mas foi! A classe política que tem dirigido o país nas últimas duas décadas e meia moldou o povo português a seu gosto. Tornou-o semi-analfabeto, deu-lhe grandes superfícies para gáudio da classe média-baixa motorizada ter a sensação de algum poder económico, tirou-lhe a educação, o ensino, tornou-o abúlico, fremente de voyeurismo.
Desde que o Benfica, o Sporting ou o Porto vão ganhando, que o Pinto da Costa continue a mandar dar palmadas nas prostitutas com quem se zanga, que as aspirantes a "teúdas" e "manteúdas" vão enchendo as capas das revistas cor-de-rosa, que o vinho vá continuando a ser mais barato que a água, que o preço da cera não suba muito para se continuarem a despejar milhões de velas na fornalha de Fátima, o país está a contento de todos.
Não existe opinião formada àcerca dos reais problemas do dia-a-dia, a leitura é uma grande chatice, mais vale ver "A Bola" ou "O Record" que tem até fotografias muito giras, os pais não podem dar aos filhos o que não têm para eles, sobretudo ao nível da cognição (num programa televisivo pedia-se a troco de 250 euros um nome de animal contido na palavra TRANSMISSÃO e alguém ligou a sugerir "camelo"), os valores da ordem cívica estão completamente arrasados.
Alguém se insurgia com o que o arquitecto holandês responsável pela Casa da Música fez com o Estado português, esquecendo-se que por essa Europa fora olham para Portugal como se de marrocos se tratasse.
Faz-se um inquérito de rua e a generalidade das pessoas ou não sabe ou não quer saber nem está para se chatear.
Não temos, enquanto povo, um espírito crítico. Falta-nos cultura, experiência, bagagem e conhecimentos que nos permitam concluir que se pode ir mais além.
Barriguinha cheia, umas "bejecas" e umas pevidinhas e o mundo é belo...

Anónimo disse...

Ah, e não nos esqueçamos que o nosso primeiro-ministro tem como horizonte promover este país a um país de trolhas...mal pagos!