segunda-feira, 9 de março de 2009

ECONOMIA - O EFEITO BOLA DE NEVE - 2

HAJA SERENIDADE, CORAGEM E ABERTURA À MUDANÇA
A peça anterior causou algum alarme e aumentou a ansiedade de muitos tomarenses. Tudo, essencialmente, porque estamos acostumados a pouco rigor nos nossos contactos sociais. Há até aquele dito popular segundo o qual, "quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto". Prova disto mesmo são as mensagens recebidas aqui no blogue. Escolhemos duas, que nos parecem exemplificar os dois extremos do tabuleiro político local -o conformismo e o desânimo.
A primeira, que pode ser lida na sua versão original completa nas mensagens à peça anterior, parece provir de um conhecido autarca, agora noutras funções igualmente políticas. Escreveu ele, sobre as próximas autárquicas e os candidatos em presença: "Primeiro vota-se no que for melhor, depois dele tomar posse começa por ver como está a situação camarária e começa a procurar medidas mas pouco pode fazer pois no estado em que está a cidade e o país pouco podemos fazer." (Mantivemos o português usado, por nos parecer elucidativo).
Temos assim que 1 - Os eleitores devem votar no que julgam ser melhor, o que é um estafado lugar comum. Importante era saber como se pode chegar à conclusão de quem é o melhor, sobretudo com candidatos que se mantêm em silêncio, como se fossem monges trapistas; 2 - O candidato que vencer primeiro terá de saber como está a situação na autarquia e só depois começará a procurar medidas. Por outras palavras, nenhum dos cabeças de lista sabe de antemão o que o espera, ou que projectos desenvolver. Com semelhante maneira de pensar, não surpreende que tenhamos ficado tanto para trás. 3 - Lá vem o tradicional desânimo tomarense: "mas pouco pode fazer pois no estado em que está...". Se o Marquês de Pombal tivesse pensado assim, estaríamos ainda hoje à espera da reconstrução de Lisboa. Felizmente, porque homem inteligente e culto, conhecedor do mundo do seu tempo, soube condensar o seu projecto na célebre frase lapidar, que é todo um programa -"Enterrar os mortos e cuidar dos vivos". Foi há dois séculos e meio...
A outra mensagem é, igualmente, muito tomarense e portuguesa -Isto não tem conserto, o melhor é acabar com o sofrimento. E quanto mais depressa melhor! "Se tinha dúvidas sobre este Estado, e sobre o futuro, depois de ter lido os "posts" anteriores só tenho a dizer: -Acabem depressa com este país miserável. Não há ponta por onde se (lhe) pegue. Estou simplesmente chocado." Tanto desânimo é preocupante, mas tem solução. Pensar que o escrito aqui no blogue não passa de uma série de factos e/ou opiniões, havendo milhões de outras possibilidades, pode abrir caminho para uma delas. Considerar que a esperança deve continuar a ser sempre a última coisa a morrer, pode iniciar outro trajecto rumo ao optimismo cauteloso. Haja ânimo, serenidade e alguma confiança nas nossas capacidades, quando adequadamente aproveitadas. Um tacho com o fundo esburacado, não serve para nada. Inversamente, um passador sem buracos no fundo não tem qualquer utilidade. Num caso, os buracos são um inconveniente, no outro são uma vantagem. Cabe a cada utilizador determinar, em cada caso, aquilo de que necessita -um fundo com buracos, ou um fundo sem buracos?
No momento actual a situação tomarense não é mesmo nada brilhante. Todavia, a do País, da Península, da Europa e do Mundo, também não. Devemos portanto enfrentar a situação de acordo com os nossos recursos, sobretudo intelectuais. Tentar transformar os inconvenientes em vantagens. Não é fácil? Pois não! Se fosse toda a gente o faria. Mas não há outro caminho que nos possa dignificar como comunidade humana digna desse nome.
Não é seguramente por acaso que, nestes últimos tempos, o Dr. Vieira da Luz renunciou ao seu lugar de director clínico, o arquitecto Diogo foi-se em busca de outros ares, o presidente da Câmara de Abrantes (PS) anunciou que não se recandidata, o de Constância (CDU) fez o mesmo e a de Leiria (PSD), idem idem. Mais perto de nós, o Eng. Monteiro preferiu a zona de Lisboa e o Dr. Bento Baptista resolveu dizer basta! a uma longa e devotada acção em prol de Tomar, dando depois uma entrevista, a um jornal de fora, que não deixa dúvidas a quem souber ler nas entrelinhas.
Estamos assim condenados ao marasmo, ao retrocesso, à decadência, à "apagada e vil tristeza"?
Nem pensar! Saberemos fazer frente à adversidade, fazendo das nossas fraquezas as nossas forças! Para já urge convencer os candidatos conhecidos e os putativos, que as coisas mudaram radicalmente e nunca mais voltarão a ser o que eram. Depois tentar convencê-los de que não adianta, antes atrasa, armar ao pingarelho, armar em carapau de corrida, armar aos tordos, ter afigurações, e por aí adiante. Finalmente, fazer-lhes ver que se não têm um projecto coerente, realista, profícuo, adaptado às circunstâncias presentes e às que se anunciam, o melhor será seguirem o sábio conselho do velho cabo de corneteiros do Regimento de Infantaria 15 - "Quem sabe, sabe! Quem não sabe, passe a corneta a outro, que não há instrumentos que cheguem para todos!

7 comentários:

Anónimo disse...

Por acaso até há, Sr.Barros, digno heterónimo de pacotilha.

Basta olhar e em vez de olhar apenas, ver também.

O arquitecto Vitorino, de que seu afável arqui-nome não gosta, representa a única alternativa possivel ao descalabro.

Conhece o suficiente daquilo para saber onde atacar, e tem a maturidade agora que lhe permite buscar as soluções que outros, durante os últimos 20 anos não encontraram.

Há por isso, de forma, clara, solução.

Anónimo disse...

Para o senhor, geralmente mal disposto, do 1º comentário:

Não sei onde é que foi pescar essa ideia segundo a qual aqui no blogue não gostamos de A, de B, de C ou de Z. Bem pelo contrário, procuramos tratar todos por igual. Se nem sempre conseguimos, será porque as nossas capacidades a tanto não chegam. O que se compreende: Como não militamos em qualquer partido político, nem ocupamos lugares políticos, de eleição ou outros, não somos infalíveis. Temos pena mas a natureza é assim. Os políticos profissionais é que nunca falham. Ou pelo menos nunca admitem que falharam. O caso das últimas autárquicas em Tomar aí está para o demonstrar.
Se o indigitado candidato PS "Conhece o suficiente daquilo para saber onde atacar, e tem a maturidade agora que lhe permite buscar as soluções que outros, durante os últimos 20 anos não encontraram", descontando o fraseado coxo, é coisa que estamos a ler pela primeira vez. E que nunca ouvimos dizer a quem quer que seja.
Mais grave ainda:1 - Com a presente crise, não há maturidade que nos valha nem receitas prontas a usar. Até as sumidades mundiais "andam a apanhar bonés" segundo afirmam conceituados comentadores, pelo que as suas afirmações não parecem ir além de simples profissão de fé, para usar linguagem de cortesia. 2 - Não basta proclamar; há o dever de explicar aos eleitores qual o caminho e o tempo de percurso, o meio de transporte, a utilidade da deslocação, as tarefas durante o caminho e após a chegada, as precauções contra eventuais erros de percurso ou avarias nos transportes, as alternativas, caso o percurso não resulte afinal como se pensava, etc. etc. Contar contos da carochinha é fácil. A política é que é difícil. E então para quem nunca a praticou assiduamente e de forma capaz, nem se fala...
Saudações cordiais,
Tomaradianteira.blogspot.com

Anónimo disse...

jà que cita e lê tanto, procure informação sobre as propostas, esclarecimentos e opiniões no blogue do seu partido, sobre os assuntos e soluções para Tomar.

www.tomar.psdigital.org

Anónimo disse...

Não tenho feito outra coisa e o que por lá tenho lido nem sempre me tem convencido, coisa normal em democracia. Até há por lá coisas com as quais nunca concordei nem concordo, mas ainda não é tempo de falar nisso aqui no blogue. Lá chegaremos...infelizmente.

Anónimo disse...

PROPAGANDA - PROPAGANDA - PROPAGANDA!

É o que o PS usa e abusa!

Vai-se a ver ... espremido nem sumo tem!

Uma política cheia de nada e de coisa nenhuma!

Pobre País! Pobre Distrito! Pobre Cidade!

Anónimo disse...

Mas pelo menos sabe-se o que o PS pensa sobre os assuntos, não é?

Podem consultar tudo na internet. E sobre os outros Partidos ou movimentos? NÉPIA!

Anónimo disse...

É verdade sim senhor. E é pena. Os eleitores têm o direito de ser informados. Continuem. Não julguem, porém que estão a fazer algum favor. Ou que descobriram a pólvora.