sábado, 7 de março de 2009

SOBRE COMPORTAMENTOS TOMARENSES









António Rebelo

Não não; não está a ver mal. As fotos acima já foram aqui publicadas antes. Decidi reincidir com o fim de evitar que alguns leitores possam dizer, respeitando a verdade, que "perderam o fio à meada e por isso não perceberam onde pretendia chegar". Julgo conhecer assaz bem os meus estimados conterrâneos para antecipar que agora vão ser forçados a dizerem que não leram o que segue. Sobretudo os que, entretanto, terão até lido mais de uma vez. O ser humano é realmente complicado...

Numa terra onde o ar sisudo transmite uma ideia de seriedade e de competência. Numa terra onde o tom pretensioso e o vocabulário solene são muito apreciados. Numa terra onde o "estilo trombudo" está muito disseminado. Numa terra onde o silêncio respeitoso e cúmplice é quase sempre mais proveitoso do que a palavra. Numa terra onde, em pleno século XXI, várias criaturas ficaram chocadas e ainda não digeriram bem o facto de ter decidido publicar as fotos supra, para ironicamente glosar as diversas realidades vocabulares consoante as latitudes onde estamos. Numa terra, enfim, onde o estilo estudadamente monacal do senhor de Santa Comba parece ter deixado muitos discípulos, pareceu-me útil difundir a citação que segue. Talvez assim se convençam -finalmente, tarde é o que nunca vem!- que não sou eu que estou a ficar senil. Pelo menos por enquanto.

Aqui vai então a referida citação: "Uma ressalva acerca do estilo intelectual: uma tentação que por vezes aflige quem escreve sobre economia, especialmente quando o assunto é tão sério como este, é a tendência para assumir um tom demasiado circunspecto. Não que os acontecimentos abordados neste livro não sejam importantes: nalguns casos, trata-se mesmo de situações de vida ou de morte. O que acontece muitas vezes, porém, é que os especialistas julgam que, lá porque o assunto é sério, deve ser abordado em tom solene; que, lá porque há problemas graves, estes devem ser enfrentados com palavras caras; que qualquer espécie de informalidade ou ligeireza devem ser rejeitadas. A verdade, contudo, é que, a fim de dar sentido a fenómenos novos e estranhos, devemos estar preparados para brincar com as ideias. E uso a palavras "brincar" deliberadamente; as pessoas muito circunspectas, desprovidas duma leve veia de excentricidade, raramente oferecem perspectivas inovadoras, seja na economia, seja em que área for. Imagine o leitor que eu afirmo que "O Japão está a sofrer dum desajustamento fundamental porque o seu modelo de crescimento mediado pelo Estado conduz a uma rigidez estrutural." Pois sabe que mais? Eu não disse rigorosamente nada. Na melhor das hipóteses, transmiti a impressão de que os problemas são muito graves, que não existem soluções fáceis -uma impressão que poderá muito bem estar completamente errada."

Quem é o autor citado, e em que obra se pode ler isso? indagarão alguns leitores, mais habituados aos livros e à saudável troca de ideias. Pois trata-se de Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia em 2008, no seu recente livro "O regresso da economia da depressão e a crise actual", tradução portuguesa, Editorial Presença, Lisboa, 2ª edição, Março 2009.

É claro que tenho perfeita consciência de estar para o Prof. Krugman com a pulga para o elefante. Mas é, mesmo assim, muito agradável tomar conhecimento de que não estamos sós em postulados fundamentais na área comportamental. (O negrito da citação é meu e não do autor)

16 comentários:

Anónimo disse...

Minh'alma está parva...meu espírito taralhouco com a profundidade deste arrazoado rebelista.
Realmente... só em Tomar!

Anónimo disse...

Ah, e agora além do "KOna" também tem o "pito"...
Ai que giro!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Haverá que lhe chame outros nomes. Afinal cada um só pode usar o vocabulário que conhece. Quando a mona nunca foi habituada a bulir como deve ser, pouco ou nada adianta tentar mudar velhas e "petrificadas" estruturas mentais. É capaz de ser melhor deixar a crise fazer o seu trabalho. Depois bastará recolher os destroços. Ou que deles restar...

Anónimo disse...

Há cada calhau! Então nem sequer reparou que já na outra publicação estava lá o "pito"? Que rica ocasião de estar calado!

Anónimo disse...

Oh Tó sabes porque é que o Rosa Dias se meteu nos IpT? Tinha hipótese de ser eleito vereador, para matar o bicho da política, e o objectivo fundamental, segundo palavras suas, conseguir que o Paiva ajudasse o seu Sporting de Tomar... mais nada. Quem negar isto é mentiroso. Eu sei do que escrevo pois andei por lá.
Quanto ao Paulo Krugman... pronto como és um grão de areia (e és mesmo) devo dizer-te que se fores tecnicamente razoável diferenciarias, aos teus ignorantes leitores, economia positiva de economia normativa ou não notas nada desta diferença nas palavras de Krugman? Eu não comprei o livro porque tenho que pagar o ginásio e gosto mais de pensar pela minha cabeça e menos pelo dos outros embora sendo ele um génio mas muito artista!

Anónimo disse...

"Ar sisudo", "tom pretensioso", "estilo trombudo", "silêncio respeitoso", "estilo estudadamente monacal", o Sr. AR teve um momento de inspiração.Confesso que me revi em alguns desses caracteres.

Gosto de ler os seus textos, onde não falta o bom humor.

Anónimo disse...

"O Anónimo de6 de Março de 2009 2:51 enganou-se
queria escrever PÁTRIAS, sim PÁTRIAS.

Não é verdade?!

O Sr., que tem uma grande fixação nos independentes, junte-se a eles.

Com o seu brilhante exemplo de homem competente, impoluto, trabalhador, democrata, muito contribuirá para a regeneraçao daquela rapaziada.

Pela PÁTRIA LUTAR!
CONTRA OS CANHÕES, MARCHAR, MARCHAR!"

O Senhor Doutor, se faz favor! Não sou um ignorante como a maioria de vós. Adiante.
Estou com Pedro Marques vá para onde vá e por muito que custe aos partidos perderem um quadro altamente qualificado.
Estou com Pedro Marques pois com ele posso ser alguém na política em Tomar já que os partidos políticos coartam a liberdade de pensamento e acção dos cidadãos.
Por fim, estou com Pedro Marques pois estou com o melhor nesta altura do campeonato.
Oh P8 está descansado que Pedro Marques sabe mais de gestão e política camarárias num dedo que tu no corpo todo, pá!

Anónimo disse...

gneuSe ao menos o que escreve sobre o Pedro Marques fosse 50% verdade, já não era mau. O pior é que tudo isso não passa da chamada farronca tomarense. Ficam tão cegos com um pouco de exposição pública que até passam a ter vergonha de pedir ajuda, comportando-se como se fossem cidadãos omnicompetentes. Foi assim que nos colocaram a um passo do abismo. E em Outubro, se não nos precavermos a tempo e a horas, vamos dar um passo em frente. Não tenha dúvidas. Para o Dr. Bento dizer o que disse do alto dos seus 77 anos, a angústia deve ser grande por aquelas bandas...

Anónimo disse...

"Para o Dr. Bento dizer o que disse do alto dos seus 77 anos, a angústia deve ser grande por aquelas bandas..."

O sr. Bento é um bom exemplo de quem nunca emriqueceu à conta dos seus diversos tachos... tudo por Tomar e pelas suas crias!

Sebastião Barros disse...

Para anónimo de 07/03, em 04:47:

"...Esta obra tem um cariz essencialmente analítico. Não se debruça sobre O QUE aconteceu, mas sobretudo sobre o PORQUÊ do que aconteceu.... ... ..." "No entanto, esforcei-me por evitar fazer do texto uma exposição teórica seca. Não incluí equações, diagramas insondáveis, nem tão-pouco (espero eu) gíria impenetrável..." "...As ideias devem ser apresentadas duma forma acessível à generalidade das pessoas envolvidas, e não apenas aos economistas com doutoramentos. Seja como for, em geral, as equações e os diagramas da economia formal não passam de andaimes destinados a auxiliar a construção do edifício intelectual. Logo que este atinge uma determinada altura, os andaimes podem ser retirados, deixando atrás de si uma linguagem de fácil entendimento." Paul Crugman, obra citada, página 12

Anónimo disse...

PARA O ANÓNIMO DO DIA 7 DE MARÇO DAS 3:45

Ah havia uma pila noutro comentário? Então peço desculpa pelo lapso...não reparei.
Mas você, pelo contrário, já percebi que não deixa escapar nenhuma...
Tudo bem! Cada qual é para o que nasce...

Anónimo disse...

Este Sebastião de Barros é de maaaaaaaaaaaaaaaaaaais!

Anónimo disse...

Para anónimo de 07/03, 10:42: É mesmo falta de sorte? Ou é intencional? Primeiro não reparou no "pito kura" da outra vez; agora trocou pito por pila, o que não é bem a mesma coisa. Ou acha que é? Mas tudo bem. O importante é manter o diálogo serenamente...

Anónimo disse...

Para anónimo em 07:10:

Tem razão. Conhecemos Bento Baptista desde bem antes do 25 de Abril e sempre foi coerente -Tomar antes de mais! Claro que sempre teve as suas opções políticas, mas nunca confundiu pessoas com opções partidárias. Quem o apoiou na campanha em que foi vencido por Pedro Marques (PS) ainda não teve razões para lamentar essa opção. Cidadão exemplar? Certamente. Sem defeitos? Não senhor. Tal como os actuais candidatos, apesar de não serem de fórmula 1, ou perto, também têm, apesar de tudo, qualidades.Largamente insuficientes nestes tempos conturbados? É o que veremos, tanto antes como sobretudo depois do escrutínio de Outubro.

Anónimo disse...

«Para anónimo de 07/03, em 04:47:

"...Esta obra tem um cariz essencialmente analítico. Não se debruça sobre O QUE aconteceu, mas sobretudo sobre o PORQUÊ do que aconteceu.... ... ..." "No entanto, esforcei-me por evitar fazer do texto uma exposição teórica seca. Não incluí equações, diagramas insondáveis, nem tão-pouco (espero eu) gíria impenetrável..." "...As ideias devem ser apresentadas duma forma acessível à generalidade das pessoas envolvidas, e não apenas aos economistas com doutoramentos. Seja como for, em geral, as equações e os diagramas da economia formal não passam de andaimes destinados a auxiliar a construção do edifício intelectual. Logo que este atinge uma determinada altura, os andaimes podem ser retirados, deixando atrás de si uma linguagem de fácil entendimento." Paul Crugman, obra citada, página 12»

Oh P8 não precisas de transcrever aquilo que só alguns privilegiados sabem: a linguagem simples é a melhor pois vende mais... pá! Aliás ainda não te apercebeste que os prémios nobeis são há muito comerciai, tendenciosos e politizados? Parece que és burro e ainda compras livros do Krugman em vez de estudares a Nova Geografia Económica do mesmo autor. Olha P8 encontrei o livro várias vezes esta semana: em Lisboa, Coimbra e Santarém e sinceramente ninguém quer saber dele para nada. Compra mas é o "Quem quer ser bilionário"... P8. Faz desporto que te faz bem pois abates a barriga!

Anónimo disse...

Pratica desporto que te faz bem pois abates a barriga... Paris VIII!