domingo, 8 de março de 2009

ECONOMIA - O EFEITO BOLA DE NEVE

HOJE ELES, AMANHÃ NÓS...
Redacção de Tomar a dianteira
Os cidadãos que não pertencem ao vasto universo dos que conhecem zero de economia política (ou de macroeconomia, se quisermos ser mais convencionais), há muito que sabem vir a ser necessário, no mínimo, acabar com o 13º e o 14º mês. Só não sabem é quando tal será inevitável. Talvez porque, à excepção dos sádicos e dos masoquistas, ninguém gosta de más notícias, esta questão dos vencimentos e salários tem sido e é ainda tabu em quase todos os países. Para dar apenas um exemplo, um nosso companheiro aqui da redacção, que se considera geralmente bem informado, lendo quase tudo o que lhe vem à mão, nada sabia no entanto sobre acontecimentos capitais, apenas hoje revelados pelo diário francês LE MONDE, a três colunas na primeira página: "Função pública: a Europa põe fim ao tabu dos vencimentos." Já no interior, na página 7 - Europa, acrescenta: "Perante a crise vários países europeus reduzem os vencimentos dos funcionários".
De acordo com a mesma notícia, veiculada pela redacção europeia do jornal, em Bruxelas, a Irlanda decidiu , no passado dia três de Fevereiro, contra a opinião de todos os sindicatos, reduzir em mais de 7% os vencimentos de todos os funcionários públicos, graças a um aumento obrigatório do desconto para a Caixa de Aposentações. Já antes, em Janeiro passado, a Letónia procedeu à redução em 15% dos rendimentos de todos os funcionários públicos, condição imposta tanto pelo Fundo Monetário Internacional como pelo Banco Central Europeu, para auxiliar economicamente aquele pais do norte europeu. A Hungria, por seu lado, igualmente submetida a medidas de austeridade exigidas pelo FMI e pelo BCE, decidiu acabar com o 13º mês, enquanto a Roménia vai ser obrigada a seguir o mesmo tratamento, caso os 27 a decidam ajudar, como parece ser o mais provável.
De acordo com o LE MONDE, o movimento pode ter um efeito bola de neve, caso a crise continue a agravar-se, tanto fora como no seio da zona euro. Numa recente visita de trabalho a Dublin (Irlanda), o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, apelou aos governos europeus para que "prossigam com políticas corajosas de redução de despesas, particularmente na área dos vencimentos do funcionalismo." Acrescentou que, no seu entender e do BCE, a Irlanda e todos os países da zona euro, que beneficiaram de uma expansão rápida nos últimos anos, têm todo o interesse em baixar os vencimentos e salários, como forma de recuperar alguma competitividade perdida, deixando de viver acima dos recursos disponíveis, como tem sido o caso. "A acumulação de perdas relativas de competitividade e de desiquilíbrios orçamentais, torna necessário, mais tarde ou mais cedo, um movimento de correcção."
Ainda de acordo com o jornal francês que temos vindo a citar, o FMI e o Banco Central Europeu impõem a redução de vencimentos, salários e despesa pública, como condição prévia para auxiliarem qualquer país em dificuldade, dentro da União Europeia ou fora dela. Esta exigência faz com que a Polónia, que actualmente conhece graves problemas orçamentais, continue a hesitar, antes de ser forçada a solicitar a ajuda daquelas entidades internacionais. Na Irlanda, com um défice igual a 10% do PIB, a redução já referida provocou uma manifestação de 120 mil funcionários, coisa nunca vista num país de menos de 5 milhões de habitantes, enquanto que na Letónia, a citada redução de 15% em todos os vencimentos desencadeou uma vaga de manifestações em Riga, a capital, na sequência das quais o governo apresentou a sua demissão.
No que concerne às duas grandes potências dos 27, a Alemanha e a França, por enquanto a questão dos vencimentos e salários ainda não se coloca. Convém, todavia, anotar que os governos estaduais germânicos estão a braços com uma grave carência de professores, essencialmente provocada por vencimentos menos atractivos, quando relacionados com as habilitações requeridas. Segundo a Federação Alemã dos Professores (DL) há actualmente naquele país 20 mil lugares vagos na docência, por falta de candidatos para os preencher.
Ainda na Europa e no domínio da economia e da crise, soube-se agora em Bruxelas que o Estado do Vaticano foi chamado à pedra pelo Banco Central Europeu, pois andava a emitir demasiadas moedas com o rosto de João Paulo II, destinadas exclusivamente a coleccionadores, como forma de equilibrar as sua finanças, fortemente atingidas pela baixa da moeda americana em relação ao euro. Fontes fidedignas falam de um défice de 7 milhões de euros, em 2007, provocado principalmente pelo facto de as receitas serem sobretudo provenientes dos USA, sendo as despesas quase todas em euros. Caso para exclamar, com cara muito séria - Até o Papado Senhor??!!
Entretanto, tanto no país como aqui nas margens do Nabão, seria conveniente meditar um pouco no facto de todos estes acontecimentos terem ocorrido sem que a comunicação social (nacional, regional ou local) a eles tenha feito qualquer referência. Porque será? Não deve ter sido por haver três eleições. Ou estamos a ser ingénuos?
Seria igualmente desejável que os candidatos já anunciados, bem como os que tencionam vir a fazê-lo, procedessem a um cuidadoso inventário das suas qualidades, defeitos e lacunas, de forma a compreenderem atempadamente se, REALMENTE, têm ou não fôlego e "pé marítimo" para as tempestades que aí vêm. Depois das eleições será demasiado tarde e a realidade nunca perdoa. Tal como na música, ou em qualquer outra área, o improviso é só para os consagrados. E mesmo assim...

19 comentários:

Anónimo disse...

E as reformas? Para quando o anúncio para baixar reformas.
Penso que todas as reformas superiores a 1.500 euros mês deveriam levar um corte em favor da econommia.
Poder-se-ia começar pela função pública.
Há aá reformas que são um escandâlo!

O Observador

Anónimo disse...

É de começar de CIMA para BAIXO!

Reduzir aos que mais ganham e menos fazem!!!!!

Anónimo disse...

BOA!
Aos que ganham e nada fazem deveriam ser cortadas!!!

Anónimo disse...

Não é preciso andar a cortar nas reformas, porque quando acabar o guito, no país, o governo será forçado a cortar.
O privado está de tanga e vai haver o dia que o Sr. Estado não tem mais onde ir mamar. Então aí serão cortadas as reformas chorudas.
Militarões, professorões, medicões
politicões e chulões....
Tenho a certeza que este dia vai chegar!

Um simples observdor da cousa pública!

Anónimo disse...

Este P8 é demais em vez de ler o Le Monde sugiro o "The New York Times": formata o teu disco... P8!
Sempre defendi a eliminação do subsídio de Férias e de Natal mas também acho que quem como eu ganha perto dos 5000 euros/mês sem mensurar as alcavalas deve ganhar metade pois a minha produtividade, a par da dos meus congéneres, não justifica um rendimento tão alto!
Se tiverem coragem de reduzir os meus rendimentos acredito que o país e o mundo pode ser mais justo. Já agora e esta é para o P8 que tal tributar todas as transaccções internacionais, tal como defendeu James Tobin, e usar esta receita para fazer crescer as nações subdesenvolvidas e reduzir as assimetrias este os continentes, em geral?

Anónimo disse...

"politicões e chulões...."

políticos, amigo que recebem reformas chorudas e com uma carreira contributiva mínima!!!!!

os outros que indica ainda descontaram, pelo menos, trinta e tal anos!!!!!

e, de entre estes, há os graúdos, os médios, uns menores e uns minorcas (a grande maioria)!!!!!!!

então comece-se por cima, acabem com as acumulações e quejandos, acabem-se com as consultorias e com as auditorias exteriores (out sorcing) que só beneficiam oas amigalhaços, com os adjuntos, assessores e outros parasitas.

Como se vê há muito que cortar sem fazer sangue nos infelizes do costume!!!!!!!!

Justiça Social e não injustiça partidária!!!!!!!

Anónimo disse...

Para o Sr. Anti-P8:

Até no tempo do lamentável Botas de Santa Comba cada um comprava e lia o jornal da sua escolha, mas diziam todos o mesmo e aí é que residia o problema. Meio século decorrido, é preciso algum descaramento para vir aconselhar-me qual o jornal que devo ler. Mais a mais, neste caso é perfeitamente despropositado. O LE MONDE fornece uma selecção semanal do NYT, encartada na edição datada de sábado.
É, contudo, muito duvidoso que a imprensa anglo-saxónica ainda continue a ser o nec plus ultra da informação, após a estrondosa implosão em curso do sistema capitalista como praticado sobretudo pelos americanos, exactamente 20 anos após a queda do Muro de Berlim e subsequente implosão do modelo soviético. E escrevo isto porque Martin Wolf afirmou recentemente, na sua crónica no FT, que o modelo francês é o que melhor tem resistido à crise...
Sobre a taxa Tobin, a política de rendimentos e preços, a competitividade e a qualidade dos serviços públicos, ficarão para outra altura e noutro local.
Apenas uma nota final para lhe agradecer a sua franqueza e abertura de espírito, bem como para esclarecer que, a haver supressão dos meses suplementares, será obviamente para todos os activos e reformados, salvo talvez os rendimentos inferiores a 500 euros. Talvez...

Anónimo disse...

Oh P8 não existe nenhuma escola em Portugal onde esteja a unidade curricular Economia Política!
Só nos cursos de Direito, amigo, por isso actualiza o teu hardware e já agora o teu software!

Anónimo disse...

O problema pouco ou nada tem a ver com a ECO. PO. e as faculdades de gestão. Não percamos tempo com diversões folclóricas. Para os tomarenses, interessa sobretudo que os candidatos se pronunciem claramente sobre as suas capacidades para enfrentar e ultrapassar uma crise que ninguém sabe por agora QUANDO, ou sequer SE VAI ACABAR. Continuam a raciocinar em termos estáticos e a realidade é dinâmica. Pensam que quando e se a crise passar tudo voltará ao que era dantes, com pequenas alterações para que tudo possa continuar na mesma, como dizia o Lampedusa. Temo que desta vez estejam enganados. Oxalá me equivoque!

Anónimo disse...

"O problema pouco ou nada tem a ver com a ECO. PO. e as faculdades de gestão. Não percamos tempo com diversões folclóricas. Para os tomarenses, interessa sobretudo que os candidatos se pronunciem claramente sobre as suas capacidades para enfrentar e ultrapassar uma crise que ninguém sabe por agora QUANDO, ou sequer SE VAI ACABAR. Continuam a raciocinar em termos estáticos e a realidade é dinâmica. Pensam que quando e se a crise passar tudo voltará ao que era dantes, com pequenas alterações para que tudo possa continuar na mesma, como dizia o Lampedusa. Temo que desta vez estejam enganados. Oxalá me equivoque!"

OH P8... PRIMEIRO VOTA-SE NO QUE FOR MELHOR, DEPOIS DELE TOMAR POSSE COMEÇA POR VER COMO ESTÁ A SITUAÇÃO CAMARÁRIA E COMEÇA A PROCURAR MEDIDAS MAS POUCO PODE FAZER POIS NO ESTADO EM QUE ESTÁ A CIDADE E O PAÍS POUCO PODEMOS FAZER. UM VOTO DE CONFIANÇA PARA QUEM GANHAR E PARECE-ME NESTE MOMENTO QUE PEDRO MARQUES NÃO O CONSEGUIRÁ POIS NÃO TEM EQUIPA E SE APARECER ALGUMA LISTA É AD-HOC COMO A ANTERIOR.
RESTA-NOS TRABALHAR COMPETENTEMENTE E FAZER O BEM POIS O MUNDO ESTÁ CHEIO DE MALDADE: ACONSELHO A TODOS QUE VEJAM O FILME "THE GREEN MILE". EM PORTUGUÊS "`ESPERA DE UM MILAGRE" PARA PERCEBEREM O QUE TENTO DIZER!

Anónimo disse...

Muito bem. Post muito oportuno. Àmanhã. bem cedo, vou comprar o Le Monde. Interessa-me.

Não foi com o 13º. mês, foi com o subsídio de férias, e a história é esta, verdadeira:

Reformei-me e em Julho, no primeiro ano de reformado, ao dia 10, através da internet, fui ver se já estava depositado na minha conta a transf. da CNP, a minha pensão... Situação que nos anos precedentes tanto me afligiu por sempre ter trabalhado no privado e ter que passar a depender do Estado para sobriviver. É uma sensação dramática, acreditem.Quem se habitua a ser assalariado do Estado pode não querer outra coisa.

A surpresa foi verificar que tinha o valor da minha pensão a dobrar. O que é isto? Enganaram-se... Pensei em alertar a CNP para o lapso, mas pelo sim pelo não, encolhi-me com uma má intenção escondida: o melhor é não dizer nada, se derem pelo erro contactem-me. Só que também pensei:quando me contactarem já terei estafado o dinheiro e lá ando eu ao arrepio a juntar o massa para a devolução.

Uns dias depois, ao tomar o café no estabelecimento habitual, encetei conversa com o proprietário, tambem reformado (da adm. pública), e contei-lhe o sucedido (é claro que, entretanto, já tinha admitido o que se estava a passar).

Diz-me ele: Ó fulano, é o subsídio de férias, então V. não sabe que recebe o subsídio de férias?!
-Subsídio de férias?, perguntei, mas eu agora estou sempre de férias. Ah eles pagam o subsídio de férias? - insisti.

O que ele se riu da minha ignorância, quiça da minha estupidez, como se tivesse pensado na coisa mais absurda da vida! E com razão: estava convencido que pagavam o 13º. mês, nunca o subsídio de férias. Nunca coloquei essa questão.

Vamos lá a ver: a minha reforma dá para eu viver , reformei-me com 46 anos de beneficiário, (estão incluídos a dobrar os anos em que estive na guerra colonial), os meus patrões foram todos sérios. Mas a partir daquele momento tive sempre a sensação de que um dia destes me iam roubar uma delas, talvez as duas extras. Como estive sempre activo na economia privada, achei aquele subsídio extemporâneo.

Vou ser sério: para sair deste imbróglio não tenho opinião, não me vou pronunciar. Mas se acabarem com estes extras vou a todas as lutas para defender os que têm reformas miseráveis...

Agora é que é mesmo a sério: Se eu fosse ministro da segurança social propunha a eliminação do 13º. mês e subsídio de férias a todos os reformados com pensão mensal superior a 3.000 euros. Por acaso, mero acaso, eu não seria abrangido. Mas as informações do seu post têm sentido e tarde ou cedo o Estado vai mesmo acabar com esses subsídios. Vejamos: um reformado com 1000 euros por mês iria ser afectado em 2000 euros anuais, o que daria 166 euros por mês. Numa de solidariedade, os portugueses vão aceitar sem miar... Nós somos um povo solidário. Eu estou nessa.

P.S.: Um aviso aos ex-combatentes na G.Colonial se algum passar os olhos por aqui: havia e ainda existe uma lei de Salazar que dobrava o tempo em África para efeitos de reforma. Não está a ser aplicada. Está no meu caso e de outros que por acaso apresentaram à Segurança Social, antes do 25 Abril, uma certidão emitida pela Forças Armadas para efeitos de reforma ao abrigo da tal lei(tínhamos que a pedir). Legalizado em devido tempo, dobraram o tempo. E ainda recebo uma maquia anual do Portas, a mais injusta retribuição extra que conheço: é proporcional ao valor da reforma de cada um e não ao sacrifício que todos, em princípio, fizeram. Na guerra somos todos camaradas... Um general que ganhe de pensão
3.000 euros, receberá cerca de 1100 euros (anual), se esteve em zona de combates...

É que estas pequenas mordomias agigantam-se sempre para alguns.Um reformado que foi praça na G.C. e tenha agora uma reforma de 500 euros, recebe um subsídio de cerca de 45 euros (anual). Tudo se teria resolvido com mais justiça com um ou dois anos de antecipação para a reforma. Uma hipótese.

Não resisto a contar mais uma peripécia relacionada com a minha reforma: pedi que a minha reforma se iniciasse no dia 1 de Janeiro do ano em questão. Numa das visitas posteriores à CNP tratar de papéis, fui atendido por uma funcionária já bastante senior que me interpelou: porque é que inicia a reforma em 1 de Janeiro e não em 31 de Dezembro? Não tinha sentido para mim. Essa é boa, trabalho todo o mês de Dezembro... Não, disse ela, é melhor iniciar em 31 de Dezembro, porque assim vai beneficiar do aumento já no primeiro ano. Ai sim?! Foi limpinho., corrigiu-se, recebi o aumento mensal mais restroactivo proporcional de uma data de coisas, mês de Dezembro, subsídio de férias, 13º. mês do ano anterior etc.. É claro que o Estado tem mecanismos do arco da velha e os do privado, por tabela, vão pescando aqui e ali. Nanja o ordenado por inteiro, nanja os trinta e tal anos de serviço e outras particularidades... Nanja o correspondente aos anos em que o patrão se abotoava com os descontos, não foi o meu caso.

Em que é que ficamos? Para mim as novas gerações devem continuar a pagar as reformas e todos estes subsídios aos que construiram um Portugal democrático, próspero e generoso em oportunidades. E prontos, agora vou ver o Benfica, o Reys, o Pablo Aimar - é arte, deleite, alegria e emoção. Viva o Benfica! Viva Portugal

Felicito o autor do post. É um tema quente que não me surpreende, mas inquieta-me. E a culpa foi dos que não pensavam noutra coisa que não fosse inventar subsídios, subsídios,mais sunsídios e hoje debatem-se subsídios, subsídios, mais subsídios e procura ganhar-se votos distribuindo sobsídios, subsídios, mais subsídios. Bem aventurada a pobreza em Portugal, bem aventurado este nosso Estado tão generoso, bem aventurados os pobres de Portugal que dele será o reino dos céus e fazem brilhar tantos políticos e tantos...

Anónimo disse...

Mãe do céu. Que testamento. Mas lúcido. Gostei especialmente daquela de acabar com o subsídiod e férias aos aposentados acima dos 3000 euros, que por acaso o excluía. Boa! Mas deve receber na caso dos 2000 senão não estaria a falar, especialmente para ter tempo e disposição para ir a todas as lutas dos deserdados do sistema. A justiça é bonita só quando atinge os outros não é?

Anónimo disse...

Lamento que não tenha percebido que pretendi chegar à conclusão a que chegou.

Anónimo disse...

Se tinha dúvidas sobre este Estado,
e sobre o futuro, depois de ter lido os post´s anteriores só tenho a dizer:
Acabem depressa com este país miserável.
Não há ponta por onde se pegue.
Estou simplesmente chocado!

O Observador

Anónimo disse...

Se tinha dúvidas sobre este Estado,
e sobre o futuro, depois de ter lido os post´s anteriores só tenho a dizer:
Acabem depressa com este país miserável.
Não há ponta por onde se pegue.
Estou simplesmente chocado!

O Observador

Anónimo disse...

Corrijo o meu comentário
=========================
de 8/3 - 13H09:
===================
Estão errados os valores dos subsídios aos ex-combatentes que indiquei e os militares do quadro não estão abrangidos pela chamada "Lei Portas".

Esse subsídio é de 3,5% do valor da pensão por cada ano de estadia em zona potencialmente perigosa.

Lapso grosseiro devido má interpretação da lei. Peço desculpa.

Anónimo disse...

Enquanto os políticos permitirem que os seus donos, os banqueiros, continuem a roubar à tripa-forra milhões e milhões dos bancos a que presidem, para depois se desviar dinheiro da segurança social e doutros organismos do estado alimentados com as contribuições dos que realmente trabalham, o que na minha opinião constitui um roubo puro e simples, não haverá futuro para quem trabalhou uma vida inteira ganhando por isso o direito a uma pensão de reforma mais que justa.

Estou convencido que num futuro não muito distante vai haver "merda" da grossa em Portugal quando a situação a que o Estado quer votar os portugueses se tornar de facto insustentável...

Sebastião Barros disse...

Concordo parcialmente consigo, o que significa que vejo a questão de modo ligeiramente diferente, mas não muito. Vamos por partes.
Já foi tempo em que os governos estavam às ordens dos banqueiros. Agora dependem mais das grandes empresas de construção civil, para financiar, por exemplo, os beberetes de inauguração e as campanhas eleitorais. Começa a haver até uma situação deveras curiosa: Nos USA, centro mundial do capitalismo puro e duro, com a presente crise, que continua a desenvolver-se, a situação inverteu-se. Agora são os banqueiros e as grandes empresas que têm de obedecer ao presidente. Caso contrário irão à falência, por falta de auxílio federal.
Assim ou assado, é certo que muitos banqueiros e outros tubarões do mundo financeiro têm tendência para se considerarem acima da lei comum, e prevaricam. A esses resta julgá-los rapidamente e, se culpados, puni-los sem piedade de qualquer espécie, porque "quem com ferros mata..."
Sobre o auxílio aos bancos ou a eventual nacionalização destes, a doutrina franco-alemã parece ser a melhor. Consiste em injectar liquidez a título de empréstimo, garantido por accões e/ou obrigações, e rendendo juros nitidamente superiores aos do mercado interbancário. 10% é quanto os governos estão a exigir. Em caso de nacionalização, convervar só até reversão dos danos e reprivatizar logo a seguir, de forma a garantir, no mínimo os 10% anuais sobre o capital imobilizado.
No que toca à situação social, é bem possível que venha a ter razão, lá para Dezembro ou Janeiro próximos. As principais eleições são em Outubro e até lá o governo fará tudo para evitar protestos públicos. Salvo cataclismo imprevisto, do tipo bancarrota de um país da zona euro (A Irlanda ou nós, por exemplo), ou colapso dos USA, se os chineses se virem forçados a vender, nos mercados internacionais, parte dos títulos da enormíssima dívida pública americana que detêm, só o próximo governo, seja de que partido ou partidos for, será obrigado a fazer aquilo de que ninguém gosta: aumentar as receitas e diminuir as despesas. Assim o exigem o FMI e o BCE. É a vida. Habituem-se, como diz o outro.

Anónimo disse...

Pois, retornando ao assunto, eu também concordo (parcialmente) consigo. Acho, no entanto, que você está a dourar demasiado a pílula. Senão vejamos:
Os exemplos que aponta são os Estados Unidos e a Alemanha, dois dos maiores impérios industriais do mundo. Quando se trata de injectar liquidez nos bancos, privados sobretudo, fazem-no à custa das receitas obtidas através da actividade industrial. Isto é uma forma muito sintética de olhar o assunto para não nos alongarmos em demasia.
Por cá qual é o cenário? Quais são as maiores fontes de receita do Estado? Eu responde-lhe! São os impostos sobre o parque automóvel, que vão desde a compra dos ditos, passando pelo consumo de combustíveis e acabando no chamado "selo do carro", são as coimas de uma forma geral (neste país quase tudo é proibido e tudo é penalizado), e por fim as receitas provenientes do trabalho dependente, a grande parte da área dos serviços.
Onde está o sector produtivo? Onde está o tecido fabril? Onde estão os meios de produção de mais-valias? Como explica o constante agravamento do défice comercial com o estrangeiro? Onde vai o Estado arranjar fundos para fazer face a uma crise?
Por tudo isto reafirmo convictamente que é aos bolsos de quem trabalha que o Estado vai esmifrar o dinheiro necessário para cobrir as falcatruas e roubos descarados duma boa mão cheia de banqueiros de quem são comissários políticos e a quem devem favores eleitorais. E quanto maior é a sangria dos dinheiros públicos de que nenhum governo deveria arrogar-se o direito de ser dono, maior é também a perda de direitos de quem contribui mensalmente para os cofres estatais.

Só mais uma e última achega relativamente aos que nos distingue de países como a Alemanha e os Estados Unidos (já que pegámos neste dois exemplos):
É que enquanto naqueles há empresários, nós por cá temos patrões!
É muito diferente!!!