terça-feira, 30 de junho de 2009

PROVOCAÇÕES E FALTA DE MUNIÇÕES

Quem segue e escreve mais ou menos regularmente nos blogues locais, já terá certamente dado por isso. Há neste momento dois problemas principais entre os internautas nabantinos. Problemas tão estreitamente ligados que nem se consegue saber facilmente onde acaba um e começa o outro. Por um lado, cada vez menos discretamente, provocadores a mando atiram sobre todos os que escrevem, no sentido de os levarem a responder, avançando com ideias aproveitáveis. Para isso, recorrem ao ataque pessoal, à simples suspeita ou a subterfúgios alinhavados à pressa e com linha demasiado grossa e de cor viva. Por outro lado, é visível no conjunto dos blogues um confrangedora falta de material escrito em primeira mão. Até já chegam ao limite de "pescar" num blogue para escarrapachar no outro. Sinal evidente de incapacidade para escrever de forma autónoma.
É óbvio que os dois fenómenos, falta de "munições" e provocações, são afinal um só. Provocado pela ânsia de obter material para a elaboração dos futuros programas, projectos ou planos para as campanhas eleitorais de cada força concorrente. Infelizmente para os referidos provocadores, há muito que aqui, no Tomar a dianteira, se sabe que nunca é conveniente responder a provocações, já que têm sempre objectivos previamente congeminados por quem as desencadeia. Assim, mais uma vez se afirma que temos ideias próprias e um projecto consistente para a cidade, mas evitam de tentar porque só virão a saber algo mais quando eventualmente reunidas certas condições. Egoísmo, dirão os palpiteiros do costume. Pois não senhor. Apenas consequência de sabermos que os projectos complexos são como os brinquedos caros. Não convém dá-los às crianças. Escavacam-nos em pouco tempo e depois dizem que não prestavam. Já aconteceu com o Convento, com o Turismo cultural, com a Região de turismo, pelo que não voltará a acontecer com ideias idas daqui. Doravante, para nós, as nossas ideias (boas ou más) serão tratadas como as crianças pequenas. Ainda são os pais quem as educa melhor.
Uma derradeira achega por hoje. Os candidatos já conhecidos e os presuntivos, salvo uma ou outra excepção, parecem todos saídos do mesmo molde -boas pessoas, de boa convivência, sérios, empenhados, diligentes, mas infelizmente sem ideias próprias devidamente estruturadas, sem projecto para a cidade e o concelho e, sobretudo, sem capacidade oratória, sem recursos de argumentação e contra-argumentação, sem experiência de persuasão. Last but not de least, demasiado egocêntricos para admitir em público que não sabem, sem o que... E não adiantará vir com desculpas. Se nunca aprenderam porque nunca lhes ensinaram; se nunca abriram sequer um livro de pragmática linguística, ou um tratado de oratória, estão à espera de quê? Que tais conhecimentos venham por osmose?
O tempo da improvisação permanente, do desenrrascanço, do depois logo se vê, já deu o que tinha a dar. Agora só lá iremos com bons recursos humanos, com bons projectos, com humildade, com vontade de ajudar e de ser ajudado. Eu seja cão se não é assim!

11 comentários:

Anónimo disse...

Permita-me que discorde ligeiramente. Na verdade tem sido uma travesssia no deserto relativamente à maior parte das candidaturas apresentadas.

No entanto quero aqui realçar que a candidatura da CDU liderada pelo Engº Bruno, que além de boa pessoa, é competente e capaz, que tem apresentado propostas estruturantes e bem trabalhadas para um desenvolvimento do concelho.

Vamos aguardar com atenção a sua equipa para a Câmara pois será concerteza a tal pedrada no charco existente.

Unknown disse...

Bom dia.

Completamente de acordo.

Lembro-me de um responsável partidário me ter dito que tinha ideias mas que era preferível estar caladinho. Achei uma parvoeira. Hoje só tenho que lhe dar razão.

Entretanto, e para ver se a blogosfera tomarense se mexe, um link para É o ano ideal para os partidos apostarem em redes sociais.

Unknown disse...

De destacar a liderança do PS Tomar neste particular aspecto, pois, para além dos blogues dos dirigentes Hugo Cristovão, mais virado para aspectos "pessoais" ou do Luís Ferreira, mais "político", e da própria concelhia, aderiram ao Twitter e podem ser "seguidos" em http://www.twitter.com/geracaotomar

Unknown disse...

Pela negativa, eu sou dos que pensam que é melhor não fazer nada a fazer coisa medíocre, o Bloco de Esquerda.

Um blogue sem nada e outro que embora referenciado no portal, está apagado.

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 10:35:

Se fizer o favor de voltar a ler o texto, constatará que que se escreveu precisamente "salvo uma ou duas excepções". Indicar quais são essas eventuais excepções já é outra música. Só depois de.

Anónimo disse...

Vale a pena visitar:

http://www.youtube.com/watch?v=eDJM-gNNKGU

Mais do que, a maior ou menor eloquência das nossas palavras, – cínicas e hipócritas quanto bastem na maioria das vezes – a solidariedade reflecte-se e exprime-se nas acções!....

Aprendamos com os cães!

Anónimo disse...

A propósito do dever de se dizer "quem somos" e o que queremos fazer.

Uma tímida e incompleta abordagem teórica sobre o BE:

Quase todos os militantes e votantes do BE desconhecem a política nuclear que os seus dirigentes escondem, nomeadamente, ausente nos seus Estatutos. Só o Dr. Louçã e mais uma duzia sabem o que ambicionam para o país e porque querem "destruir" o PS. Entre eles imperam divergências fortes que virão à tona no dia em que o BE aceitar responsabilidades governativas...

Era bom que procurassem saber. O Dr. Louça é marxista e nada a dizer sobre isso. Ele revê a teoria evolucionista marxista, seguindo as teorias de Trotsky - perfeitamente legítimo. O que não está correcto é esconder dos portugueses o desígnio da sua política. Neste aspecto o PCP é mais claro. Os portugueses conhecem o essencial da sua ambição, nomeadamente, a de ser capaz, se a oportunidade surgir, de tomar o poder por golpe de estado militar. Não foi isso que aconteceu em 1917.

Uma das doutrinas de Trotsky, revendo a teoria das etapas históricas, assenta neste princípio:

“O privilégio dos países historicamente atrasados — que é
realmente — está em poder assimilar as coisas, ou melhor dizendo, em
serem obrigados assimilá-las, antes do prazo previsto, saltando por cima de
toda uma série de etapas intermediárias.” -

Não era esta a teoria marxista, mas podemos encontrar muitos exemplos na história dos últimos 60 anos em que líderes e organizações teimaram levá-la à prática: Cuba é um exemplo, o MPLA em Angola porfiou nela e, de certa maneira, Hugo Chavez, que, não tendo nada de marxista, apadrinha esta via de modo grosseiro.

Louçã, tenta adaptar este princípio a Portugal:
Portugal é um país historicamente atrasado, com uma burguesia frágil e dependente do Estado e do capitalismo internacional, tem um campesinato, segundo ele, reaccionário, que vive separado entre si nas aldeias (como se fôssemos a Rússia semi-feudal), que faz frente às crises em acções de troca com a natureza (a terra). Por isso, e em linhas gerais, é possível e necessário queimar etapas para chegar à revolução. Na Rússia de então, havia que completar a revolução burguesa, mas só uma classe o poderia fazer: a classe operária especializada em aliança com o campo semi-feudal, defendiam uns; apenas com a classe operária, defendiam os "Louçãs" na altura. Para isso havia que lhe conceder todos os privilégios para que se sentisse motivada para disputar o poder à burguesia frágil e dependente do Estado e do capitalismo internacional. Aliança com campesinato e outros sectores de actividade era para esquecer. Por variadíssimos factores, a Rússia da altura era o elo mais fraco da Europa. Também por diversas razões, Portugal é hoje o elo mais fraco na Europa.

Hoje, em Portugal, a classe operária, no seu conceito tradicional, já não existe. Como pensa Louçã aplicar aquela teoria da queima das etapas em Portugal e com que "classe" conta ele para o efeito? É simples: os funcionários públicos, professores, magistrados, polícias, etc..,apoiar-se no universo de 700.000 empregados do Estado (nos cerca de dois milhões e meio de portugueses que vivem directa ou indirectamente do OE). Comporta-se um pouco como os jesuítas na Contra-Reforma.

A partir daqui entraríamos em aspectos teóricos da chamada "Revolução Permanente". Complexos, sem dúvida. Não cabem neste espaço, e falta-me a capacidade de, em poucas linhas, a caracterizar com clareza. Mas é legítimo exigir que os BE's se instruam sobre ela e a expliquem a quem pedem os votos. É só isso.

Anónimo disse...

TRANSCRIÇÃO:

“Assim, mais uma vez se afirma que temos ideias próprias e um projecto consistente para a cidade, mas evitam de tentar porque só virão a saber algo mais quando eventualmente reunidas certas condições.”….
----------------------------------------------
Com o devido respeito Sr. Provedor da Urbe!

Mas, com franqueza,… diz Vexa. ter …” um projecto consistente para a CIDADE, mas…”…

E, é aqui que aparece o busílis ou, como o Sr., o Próprio, costuma dizer: aqui é que a porca torce o rabo; e o resto? E as outras quatorze freguesias do concelho e suas gentes?... No seu esplêndido – acreditamos – projecto e programa não constam nem contam?

Concordará, pensamos, que, a ser assim, será uma lacuuuuna do tamanho quase do concelho; que se lamentará em tão elevado, trabalhado, burilado, perfeito? etc,… Programa de Acção.

Queremos, e cremos acreditar, que se tratará de lapsus linguis , pois, doutra forma, poderá mandar tal Programa às malvas para não utilizar terminologia mais popular, e, porque não, vernácula!....

Desculpar-nos-á também a dificuldade expressiva;confessemos, porém, pertencer ao grupo que do alto da sua cátedra reconhecida, Sr. Provedor da Urbe, classifica como os que:
“nunca abriram sequer um livro de pragmática linguística, ou um tratado de oratória,”…

Sempre de Vexa, venerado e obediente.



O servo

Sebastião Barros disse...

1 -É algo incómodo responder ao estrénuo defensor do mundo rural concelhio, que só por espírito de contradição assina O Servo, pois a sua atitude é manifestamente ou de grande senhor ou de donzela ofendida;
2 -Sabe-se que em Portugal o mais corrente é falar de cima para baixo, ou inversamente. Já foi pior, mas ainda assim estamos em muitos casos. O do amável contraditor é um deles. Apesar disso porfiaremos tentanto escrever de igual para igual;
3 -Como aqui não há candidatos, não precisamos de mentir aos potenciais eleitores. Por isso escrevemos que temos UM PROJECTO CONSISTENTE PARA A CIDADE, pois realmente para as freguesias rurais não temos nada previsto, POR ENQUANTO. Ainda assim estamos um pouco na dianteira das candidaturas já conhecidas, que manifestamente não têm nada para além de boas intenções, tanto para a cidade como para o concelho. Mas não o admitem, bem entendido!
4 -Quando tiver algum vagar e disposição, seria simpático da sua parte explicar-nos, e aos nossos leitores, quais as razões porque devemos mandar o nosso projecto consistente para a cidade às malvas. Será que as freguesias rurais, a sua sobretudo, já são o umbigo do concelho, para não dizer do distrito e do país? Ou é pecado grave agir com verdade, com humildade e por etapas? Valerá mais continuar a engordar-vos com promessas nunca cumpridas, e muito menos agora com a crise? Preferem continuar a ser enganados? Nos últimos 35 anos houve um único plano par todo o concelho, minimamente digno dessa designação. Foi o PDM. Os resultados estão à vista de todos. Querem mais uma dose da mesma comida?
5 -Cremos que a sua argúcia analítica ganharia em ser orientada para as diversas forças políticas concelhias, as quais nos últimos anos têm feito o que querem sem o entrave de qualquer oposição minimamente visível. Por onde é que o ilustre contraditor tem andado? A ver aonde ainda há malvas para lá mandar despejar os projectos que não incluam as freguesias? Mesmo que sejam bons e apenas uma primeira fase?

Saudações tomarenses. E olhe que não há aqui nenhum provedor da urbe. Apenas cidadãos que procuram honrar os seus deveres cívicos o melhor que sabem e sem buscar dividendos, agora ou no futuro.Nem todos poderão dizer outro tanto, respeitando a verdade...

Anónimo disse...

Uma proposta a Sebastião Barros:

Crie uma boa equipa de apoio e candidate-se à freguesia de S. João Batista em nome da defesa
dos interesses da zona histórica, dos que lá vivem e da actividade comercial.

Tem aqui um apoiante.

Sebastião Barros disse...

A sua ideia, que agradeço, é boa apenas no papel. Como é sabido, as juntas não têm qualquer poder significativo, sobretudo quando são urbanas.
Tudo visto e ponderado, a decisão já foi tomada há algum tempo -ou o topo, para poder decidir, ou o blogue, para poder criticar e influenciar. Obrigado pelo seu apoio.