quarta-feira, 3 de junho de 2009

TURISMO BASÓFIAS E FRUSTRAÇÕES







Vamos começar por legendar as fotografias, tarefa indispensável para melhor entender o que vem a seguir. Em cima, a modesta porta da Capela de S. Jorge, agora transformada em única porta de acesso ao Convento para todos os turistas/visitantes. Logo abaixo, o acesso à referida porta. Amplo, prático, visível e esteticamente impecável... O Portal manuelino da igreja, ou Portal da Virgem, está sempre fechado, embora raros saibam porquê. A grande maioria dos visitantes nem o chega a ver, porque a actual porta de entrada fica antes. Finalmente, um aspecto da Charola e da Torre Sineira que, como facilmente se constata, tem tudo a ver com o acesso dos visitantes, pelo menos em termos de monumentalidade. Ou não?

Na cerimónia realizada na passada segunda-feira na Torre de Belém, com a presença do Ministro da Cultura, do Presidente do IGESPAR, dos Presidentes de Câmara de Alcobaça, Batalha e Tomar e de um representante do Presidente da Câmara de Lisboa, para apresentar o projecto "Mosteiros Património da Humanidade", financiado pela União Europeia com 10 milhões de euros de um total de 15, o Presidente do IGESPAR declarou que "No futuro vamos ter mais turistas, mais idosos, mais diversos -de países como a China, a Índia, o Brasil- e mais cultos. É para eles que temos que preparar as nossas infra-estruturas e as nossas cidades." Acrescentou que o programa agora anunciado "aposta forte em criar uma marca de referência a nível mundial."
Temos assim que, num país periférico, patrimonialmente pobre e muito pouco conhecido, que recebe 12 milhões de visitantes por ano (Espanha recebe 80 milhões, a Itália perto de 100, Veneza 21 e a França 110), mas cujo monumento mais visitado (Os Jerónimos) não ultrapassa as 500 mil entradas, enquanto que o Convento de Cristo se fica abaixo dos 150 mil visitantes, incluindo os alunos das escolas, um alto responsável ousa falar em lançar uma marca (turística) de nível mundial. Que se saiba, marca de referência portuguesa a nível realmente mundial, só há uma -O vinho do Porto- e foram os ingleses que a lançaram. Nestas condições, de que estaremos à espera para abandonar a basófia, a arrogância, a sobranceria, o pretensiosismo, e descermos até à realidade que nos cerca? Fantasias é na Disneyland, em Paris, que tem metro directo, recebe milhões de visitantes, paga mal aos empregados, e mesmo assim está quase sempre em apertos financeiros. E perante coisas assim, espantam-se que paire por aqui um certo ar de frustração? (Ler igualmente "Ó patego olhó blogue" em http://www.nabantia.blogspot.com/)



4 comentários:

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Aquela entrada de esguelha para o Convento, estreita e escondida é a imagem da mentalidade dos iluminados tomarenses: estreita!!!

Anónimo disse...

Lamento a ignorância do bloguista expressa no seu artigo.
O Vinho do Porto como única marca portuguesa a nível mundial?
Então e o Benfica e os seus constantes desaires que lembram a política nacional? E o Sporting e as suas goleadas na Europa que lembram os milhões evaporados, sabe-se lá por quem, dos bancos privados em Portugal? Então e a Carolina Salgado, prostituta assumida do Calor da Noite e outras casas da especialidade da Invicta, ao tempo amante, perdão, companheira de Pinto da Costa, e abençoada pelo Papa João Paulo II em pleno Vaticano, posteriormente escritora de supermercado ao lado de consagrados como Paulo Coelho, José Rodrigues dos Santos, Miguel Sousa Tavares e todo aquele contingente de locutores e locutoras de TV e rádio a quem de repente desabrochou a veia?