domingo, 21 de junho de 2009

PARLAMENTO EUROPEU: QUE RICOS VENCIMENTOS

Acabadas as eleições para o Parlamento Europeu, um dia destes os nossos representantes irão tomar posse a Estrasburgo (França), ou a Bruxelas (Bélgica). Em tal contexto, pareceu-nos útil publicar dois textos jornalísticos originalmente em francês. Um sobre os vencimentos e regalias dos eurodeputados. Outro sobre as ajudas previstas para os comissários europeus, uma vez terminadas as suas...comissões de serviço. Além de facultarem elementos precisos, os dois citados textos permitem igualmente comparar o estilo francês nos principais "newsmagazines" com aquilo a que estamos habituados em Portugal.
"Quem foi que disse que o mandato de deputado europeu era uma punição? Os 72 franceses eleitos no passado dia 7 não terão nada a invejar aos seus homólogos da Assembleia Nacional. Ganharão sensivelmente a mesma coisa, apesar da adopção do novo sistema de indemnização única para os 736 eurodeputados: 7.600 euros mensais, antes de descontos, para todos. "5.900 euros líquidos não são nada demais para um trabalho extenuante...se for bem feito", admite o economista Gérard Onesta, vice-presidente do parlamento, agora em fim de mandato. Melhor ainda. De acordo com o novo estatuto, os descontos para a reforma serão pagos a 100% pelo orçamento europeu. E mesmo os "rendimentos anexos", susceptíveis de arredondar os fins de mês, serão mantidos, apesar do odor de escândalo que os acompanha.
Dito isto, os parlamentares decidiram apesar de tudo apertar um pouco o cinto para o novo mandato. As "despesas de deslocação" foram corrigidas para baixo. Até agora reembolsadas de acordo com a tarifa da classe executiva, as viagens entre o domicílio da cada um e as capitais europeias passarão a ser reembolsadas perante os justificativos apresentados. "Euro a euro", com se diz em Bruxelas. Um sério rombo para os adeptos das companhias low-cost, que aproveitavam a diferença -até 1.000 euros para Bruxelas-Roma- para conseguirem algum dinheiro de bolso. "Os deputados dos países acabados de entrar, que ganham uma miséria, desenrascam-se com os subsídios para viverem correctamente em Estrasburgo ou em Bruxelas", diz o socialista de saída Michel Teychenné. Outro pomo de discórdia é o "envelope" para o recrutamento de assistentes e secretárias(os): 17.500 euros mensais. "Entre os trafulhas que contratam só estagiários precários, e os que empregam toda a família, se decidisse escrever tudo aquilo que sei, dava para dissolver o parlamento quatro vezes", diz divertido Gérard Onesta, encarregado pela presidência de limpar as "zonas cinzentas". As regras de transparência são doravante obrigatórias: contratos de trabalho, publicação dos nomes dos colaboradores, proibição de empregar a família.
Quanto às "despesas gerais", não foram ainda "barbeadas". Os deputados vão continuar a receber 4.000 euros mensais, para telefones, computadores, permanência eleitoral no círculo onde foram eleitos, sem necessidade de qualquer documento justificativo. Uma vantagem para quem acumula mandatos. "Os presidentes de câmara e os dos conselhos gerais usam frequentemente os seus escritórios como permanências eleitorais", constata a socialista Catherine Guy-Quint.
Último abcesso de fixação: as senhas de presença, objecto de todos os fantasmas. Cada eurodeputado beneficia de 298 euros diários, para o hotel, o restaurante e os taxis. O problema é que alguns só aparecem em Estrasburgo ou Bruxelas para assinar o registo de presenças e embolsar a célebre senha, desaparecendo logo a seguir para irem tratar da sua vida. Habilidades difíceis de controlar. "Como em qualquer outro lado, há ovelhas ranhosas, admite Gérard Onesta. Mas a grande maioria dos parlamentares cumpre bem as suas obrigações."
EVE ROUGER
Paraquedas dourado: 420.319 euros
Tal é o montante dos subsídios de "mudança e transição" que vai receber o comissário europeu Jacques Barrot, caso abandone a Comissão Europeia em outubro próximo. Este "paraquedas dourado", oferecido a todos os comissários (464.033 euros para o presidente Barroso), tem por fim "assegurar o mesmo nível de vida nos três anos a seguir ao fin do mandato", explicou-nos Pierre Du Cray, membro da Associação Proteger as reformas e autor de um estudo sobre "as reformas de nababos dos altos funcionários europeus".
Além da indemnização já referida, Jacques Barrot, de 72 anos, tem direito a uma pensão de aposentação vitalícia de 4.728 euros mensais, sem nunca ter efectuados os respectivos descontos.
Thomas Loubière
Tradução e adaptação de António Rebelo
Nota do tradutor: Perceberam agora, porque razão mesmo os partidos que foram contra a adesão e/ou são anti-europeus, apresentam candidatos e fazem campanha com grande entusiasmo?
É que realmenten não há nada com o trabalho desinteressado a favor das grandes causas! Como a união da Europa, por exemplo. Essa é que é essa!

15 comentários:

Anónimo disse...

Uff!

Este camarada merece um louvor!

Bloga, bloga, bloga.... que até cansa!

E não terá reforma dourada como os citados!

Olha se tivesse!

E tudo pela causa PS!*

*ps: Pensamentos Saudáveis

Anónimo disse...

As conclusões do autor "escorrem" demagogia em cada letra que escreveu.

Porque razão então Ilda Figueiredo afirmou optar pelo vencimento anterior e inferior?

Caro senhor sejamos sérios a discutir estas coisas.

Talvez fosse melhor dirigir o seu olhar para o facto de haver 18 deputados fantasmas, isto é eleitos com base nos critérios do tratado de Lisboa que não está em vigor, que recebem como deputados, têm todas as prerrogativas de deputados mas são oficialmente "observadores" .


O Animador de bancada.

Sebastião Barros disse...

É a sua opinião, que eu respeito. A minha é a outra, no final da tradução. Se acha que "escorre demagogia", podia fazer-me o favor de explicar aqui, por escrito, qual ou quais as outras razões que podem levar os partidos contra a união europeia, alguns dos quais até votaram contra a nossa adesão, a apresentarem candidatos para um parlamento com cuja existância não concordam.
Sobre o caso Ilda Figueiredo, não nos venha com lampanas partidárias. O vencimento é igual para todos, se qualquer excepção. O que acontece na realidade é que os eurodeputados CDU entregam ao PC o que recebem e este devolve-lhes a parte que entende. O mesmo acontece com os da nossa Assembleia da República. Não estou a dizer que está bem ou está mal. Apenas afirmo que é assim.Sem emitir opinião.

Anónimo disse...

Louve-se Barros Moura que saíu do PCP e abandonou o Parlamento Europeu.

O mesmo não aconteceu com um conhecidíssimo deputado europeu (já falecido) que se zangou com o partido, mas ficou no Parlamento até final o mandato.

Uns querem tacho, outros defendem princípios!

Anónimo disse...

Está enganado.
Há dois vencimentos no PE.
A Ilda Figueiredo optou pelo anterior em coerência.

Ora informe-se lá melhor.

O Animador de Bancada.

Anónimo disse...

Salários dos deputados Parlamento Europeu: um esclarecimento e um desafio.

O Animador de Bancada e as lampanas partidárias

Anónimo disse...

E, caro senhor, caso se queira informar melhor das posições do PCP perante a Europa e o PE, faça favor, está tudo publicado.

O Animador de Bancada.

Anónimo disse...

Já agora...
Que sentido dá a "lampanas".
Só encontrei "bofetão" e não estou a ver...

Entrolhos?...

O Animador de Bancada,

Sebastião Barros disse...

Para animador de bancada:

Cada qual acredita naquilo que entende. A minha fonte, o Nouvel Observateur,www.nouvelobs.com, semanário francês com uma tiragem superior a 300 mil exemplares, é taxativo: "Apesar do novo sistema de subsídio mensal único para todos os 736 eurodeputados:7.600 euros brutos (antes de descontos)."
O que sucedeu foi que, até Outubro próximo,quando termina o actual mandato, os senhores parlamentares europeus podem optar entre o antigo e o novo regime.Mas só para o actual mandato que está a acabar.
Sobre o vocábulo LAMPANA, de acordo com os meus dicionários, = mentira, basófia, intriga, bofetada. No caso, usei a palavra com o sentido popular = intrigas, tricas, chicanas partidárias. E não estou arrependido porque, até prova do contrário, é mesmo disso que se trata.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

O Nouvel Observateur...se a tiragem é de cerca de 300.000 para um país de derzenas de milhões de potenciais leitores, convenhamos que não passa duma espécie de...Cidade de Tomar!

Anónimo disse...

É que essa do significado dito correcto, ou da acepção popular tem que se lhe diga. Por exemplo:

A semana passada encontrei um amigo e disse-lhe "olha, logo vou encontrar-me com uma gaja casada e não o que hei-de fazer. Olha, faz-me um broche!"

Anónimo disse...

NOTA DO AUTOR PROPOSITADAMENTE RETARDA

É que o meu amigo é ourives...e o que eu queria dizer é que não sabia o que havia de oferecer á minha "amiga".

Sebastião Barros disse...

Vamos lá ser minimamente sérios e, se possível, retirar, ou no mínimo limpar, as lentes dos óculos partidários.
Não respondemos a comentários boçais, em estilo labrego, tipo daquele feito sobre o Nouvelobs. Falando outra vez do tal significado de "lampanas", aqui vai: "lampana, s.f.mentira; bazófia; pop.intriga" Dicionário Porto Editora, 5ª edição, página 850.

Anónimo disse...

Já estava esclarecido mas obrigado na mesma pela atenção.

Não vejo nenhum inconveniente em ver o mundo com olhos "partidários".

É mera questão de filosofia ou da aderência a uma corrente filosófica.

Não se diz o PS socialista?
Deixando de lado os precursores utópicos, não é esse um conceito marxista?

Mais que isso é precisa urbanidade e educação.

o Animador de Bancada.