sexta-feira, 12 de novembro de 2010

CÂMARAS RICAS E CÂMARAS POBRES - 2


Continuam alguns a insistir -pesadamente e contra todas as evidências- que as críticas aqui feitas não passam de má-língua, de defesa disto ou daquilo, deste ou daquele. É sobretudo para esses obstinados, especialistas em ideias fixas, o que segue.
O mapa supra foi copiado do Correio da Manhã de hoje, com os nossos agradecimentos. São portanto do jornalista Luís Gonçalo os elementos seleccionados. Temos assim, assinaladas com uma cruz branca em fundo vermelho, dez autarquias que renunciaram às tradicionais iluminações de Natal, como medida de poupança. A seguir, com lâmpada verde para o custo total de 2009 e lâmpada vermelha para 2010, separadas por uma flecha vermelha apontando para baixo, aparecem as principais autarquias do país, entre as quais Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, que reduziram os custos com as referidas iluminações natalícias.
Finalmente, também com lâmpada verde para os custos de 2009, e vermelha para os de 2010, mas separadas por uma flecha verde apontando para cima, três solitárias autarquias que resolveram aumentar as despesas com as referidas iluminações, apesar da crise. São as câmaras ricas, ou pelo menos a que julgam que o são: Aveiro, Tomar e Viana do Castelo. A primeira aumentou mesmo 100%. Passou de 15 mil euros para 30 mil euros (6 mil contos). Ainda assim menos que em Tomar, com 37 mil euros o ano passado e 40 mil (8 mil contos) este ano. Finalmente, temos Viana do Castelo, que aumentou de 36 mil euros para 44 mil euros (8 mil e 500 contos).
Tendo em conta que entre as três câmaras magnânimas só Viana do Castelo gasta este ano mais que Tomar, resolvemos comparar os dois municípios. Os dados compilados são assaz elucidativos da megalomania que grassa aqui pelas bandas do vale do Nabão. Ei-los: Viana do Castelo conta com 86.934 eleitores inscritos, enquanto Tomar não passa de 38.724. Pouco mais de um terço. A capital minhota tem 5 vereadores PS e 4 do PSD, num total de 9. Tomar fica-se por 3 PSD, 2 PS e 2 IpT, num total de 7.
O endividamento a médio e longo prazo de Viana do Castelo, cidade costeira e capital de distrito, era em 2008 de 17 milhões, quatrocentos e 24 mil euros, e de 20 milhões, novecentos e 42 mil euros, em 2009.  O endividamento líquido era nos mesmo anos de 16 milhões e 76 mil euros, e 19 milhões, setecentos e 38 mil euros, respectivamente.
O endividamento a médio e longo prazo de Tomar, cidade do interior que nem média chega a ser, era de 20 milhões quinhentos e 24 mil euros em 2008, e de 24 milhões, oitocentos e 82 mil euros em 2009. Nos mesmos anos, o endividamento líquido era de 19 milhões e seiscentos mil euros e 20 milhões setecentos e 36 mil euros, respectivamente.
Perante isto, seremos pessimistas crónicos se assim quiserdes. Mas não inventamos factos nem números. E a realidade nua e crua é como o algodão do anúncio -não engana. Vamos mesmo a pique, rumo ao fundo. Talvez por pressentirem tal destino trágico, os tomarenses já andam desde há muito com cara de enterro. Ou será porque na terra nabantina continua a considerar-se a cara de enterro sinónimo de austeridade e de respeitabilidade, como nos tempos áureos da Santa Inquisição, que aqui teve (não por mero acaso) um dos cinco tribunais do país? Valha-nos Santo António de Pádua, protector dos casos perdidos!

2 comentários:

Anónimo disse...

Outras comparações à parte, só o movimento do porto de Aveiro ou as exportações da fábrica da Europack em Viana superam toda a indústria do concelho de tomar. Mais do que a dívida, ao credor interessa a garantia de o devedor poder vir a pagar. E, fora certos delírios ditos e publicados, Tomar e a sua actividade económica...
Pedro Miguel

Bravura Lusitana disse...

Uma câmara PNR usaria este dinheiro para dar uma ceia natalícia decente a quem não tem condições para tal. Aliás, nem 1/6 deste dinheiro seria necessário para levar a cabo tal empreitada. Era algo bonito de se ver, muito mais bonito do que umas luzes parolas pela Alameda fora.

Cada autarquia é o reflexo de quem a governa. A nossa é uma autarquia simplória e parola precisamente por isso: porque temos autarcas simplórios e parolos na gestão do município. Acordem, tomarenses, antes que seja tarde... !

Por Thomar, Por Portugal, PNR SEMPRE PRESENTE !

P.S. - Quem quiser subscrever a candidatura de José Pinto Coelho à Presidência da República portuguesa poderá fazê-lo através de www.pnr.pt.