sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CÂMARAS RICAS E CÂMARAS POBRES - 3

Cópia de parte da página 31 do semanário O MIRANTE de 18/11/10, com os nossos agradecimentos.
Há neste país, apesar de relativamente pequeno, coisas difíceis de entender. Esta que passo a expôr, por exemplo. 
Em Rio Maior, após vários mandatos de sucesso, o colega e amigo Silvino Sequeira, do PS,  foi batido nas últimas autárquicas. Logo após tomar posse, a nova presidente social-democrata determinou uma auditoria às contas do município, referentes a 2009. Concluída esta, os auditores revelaram ter detectado uma dívida total de 26 milhões de euros, dos quais 9 milhões haviam sido deliberadamente escamoteados, embora figurando na contabilidade autárquica. 
Mais ou menos a mesma tramóia denunciada pela competente inspecção, face ao sucedido com três milhões de euros de despesas que a autarquia tomarense se "esquecera" de incluir nas contas.
Neste caso de Rio Maior, entendem os auditores que, face a uma dívida global 26 milhões de euros = 5,2 milhões de contos, incluindo 4,5 milhões de euros = 900 mil contos, a fornecedres e empreiteiros, a autarquia terá de enveredar por severas medidas de austeridade. E vão até mais longe -afirmam que face aos investimentos municipais previstos e cujas candidaturas já foram aprovadas, a autarquia será forçada a vender património até 4 milhões de euros = 800 mil contos.
Pois enquanto isto acontece em Rio Maior, em Tomar -no mesmo país e no mesmo distrito- anuncia-se  uma dívida global de cerca de 32 milhões de euros = 6,4 milhões de contos, entre os quais 8 milhões de euros = 1,6 milhões de contos a fornecedores, e tudo na maior. Nem auditoria, nem medidas de austeridade, nem qualquer sinal de alarme. Pelo contrário. O presidente Corvêlo de Sousa declarou ainda há poucas semanas que a situação financeira da autarquia é sólida,e desde então tem sido sempre a despejar: 40 mil euros para as iluminações de Natal, 85 mil euros para a Associação de Turismo Cultural, 60 mil euros para a mini-bancada do estádio, 85 mil euros para 50% dos subsídios às colectividades, 400 mil euros para a tenda-mercado provisório,  empreitada da Mata, empreitada da envolvente ao Convento, empreitada da estrada de Coimbra, empreitada do megalómano museu da Levada, empreitada da Rotunda, empreitada da 3ª fase do Flecheiro... e Festa dos Tabuleiros + Congresso da Sopa em 2011.
Estarei a ver mal, ou os euros tomarenses, ao contrário dos de Rio Maior, parecem fazer criação?!? Caso não façam, podemos bem vir a estar um ano destes na mesma posição dos gauleses de Astérix, sempre com receio de que o céu lhes caísse em cima. Aqui pelas margens nabantinas, quer-me parecer que não será o céu a caír-nos em cima, mas os credores, cansados de tanta espera. Oxalá esteja enganado...

5 comentários:

Anónimo disse...

"A classe política dirigente sente-se num mundo à parte, superior e autoritário (...) Não é este Estado, não é esta 'classe dirigente' que o povo português quer (...) Este quer que a pessoa e a sociedade sejam superiores ao Estado. Quer que as pessoas e os grupos sejam respeitados.Quer a observância da Constituição, dos seus programas e dos direitos aí previstos. Quer que os políticos sejam sujeitos às leis, aos deveres, às limitações de todos" - Diogo Leite Campos, no semanário Sol desta semana.

Anónimo disse...

Permita-me o autor do blogue que me afaste do assunto central mas "assalta-me" uma dúvida: Não sei se foi pesadelo, se foi assombração, um "mau olhado" ou se li algures o possivel regresso do sr. Paiva! Alguem andará a escrever um guião de filme para um herdeiro de Hitchcok?
Como é possível pôr a hipótese de alguem que errou em todas as estratégias para a cidade regressar ao poder executivo? Até o próprio já pode agora ver o "serviço" que fez! É certo que o rapaz e o sr. Gil são da escola dos que nunca se enganavam e raramente tinham dúvidas mas, abusar do povo de Tomar assim, é demais! Ou será que esse povo quer ser abusado?
Se sim, confirma-se a teoria do suicídio colectivo da cidade. Pedro Miguel

Bravura Lusitana disse...

É só grandes obras levadas a cabo isoladamente sem um rumo determinado relativamente ao futuro. É um esbanjamento incrível do dinheiro dos contribuintes. Estas alcavalas só têm lugar porque o povo ainda não entendeu que a solução está fora da caixa. Que os estarolas dos partidos do sistema não resolvem nada, apenas a crise que lhes poderia chegar a casa se não tivessem tacho. Está na hora de ser o PNR a liderar os destinos da urbe. Sem medo, com confiança, chegaremos lá !

Por Thomar, Por Portugal, PNR SEMPRE PRESENTE !

Anónimo disse...

Para anónimo das 23:30.
O Doutor Leite Campos é uma pessoa respeitada e séria. Mas tambem qualquer um concorda com o que disse. Acontece que é membro do PSD e subordinado do sr. Relvas. Ou seja: ou não irá longe no seu partido ou disse o que disse por dizer!
Não façamos dos outros tontos!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

O filho do Dr. Leite de Campos - advogado em importante sociedade, que até já prestou serviços à Câmara de Tomar paivana - foi contratado pelo ministério das finanças para fazer o enquadramento da justiça fiscal, de modo a permitir às grandes empresas e aos economicamente poderosos "fugir" dos tribunais adimistrativos e fiscais para uns tribunais arbitrais "à medida".

Enquanto o papá faz oposição, critica o despesismo e os politicos e vem pregar moral, o filhinho amanha-se à conta do Estado (a que isto chegou) e alimenta esse mesmo esbanjamento dos recursos públicos em outsorcing!

Bem prega o Frei Tomás!

Pimenta no cú do parceiro é refresco!

Decoro e Coerência precisaM-se!!!!!