terça-feira, 9 de novembro de 2010

CRITICAR SIM! OFENDER NÃO!

Desde ontem que, por delegação de Corvêlo de Sousa, Carlos Carrão passa a gerir também o pelouro da cultura, e Rosário Simões o do turismo. Pode-se concordar ou não, mas tem de se acatar, por se tratar de decisões legítimas e legais. Foi o PSD, com estes eleitos, que obteve maioria relativa para governar a autarquia. Quando assim votaram, os eleitores já sabiam -ou pelo menos deviam saber- que qualquer um dos elementos da lista poderia vir a dirigir qualquer um dos pelouros. Carece portanto de sentido insurgir-se desde já contra os novos responsáveis em questão, só porque um é assim e a outra é assado. 
Antes de mais, são cidadãos comos nós, com os mesmos direitos e as mesmas obrigações. Devem por conseguinte ser respeitados enquanto pessoas, e criticados unicamente em função das suas políticas concretas, daquilo que fazem ou tencionam vir a fazer. Nunca por serem gordos ou magros, terem ou carecerem disto ou daquilo. 
A época que atravessamos é de crise grave, a exigir comportamento responsável de cada um de nós. Sob pena de a actual classe política vir a ser substituída por outra ainda menos capaz, em virtude do progressivo abandono dos mais habilitados, fartos de aturarem baboseiras e outras boçalidades.
Vamos deixá-los trabalhar em paz, para podermos intervir e criticar com inteira autoridade democrática, quando seja caso disso. Estou à vontade para o dizer, porquanto durante os largos anos em que estive calado e quedo, não me consta que tenha havido críticas severas, ou sequer esboçadas, durante os mandatos autoritários do presidente anterior, cujo feitio era conhecido de todos. Virem agora, a coberto do sempre confortável anonimato, dizer cobras e lagartos da actual edilidade, herdeira da anterior, não passa de lamentável e triste exercício de hipocrisia política e de seguidismo tipo mosca do coche.
A esse propósito, gostaria de salientar a atitude de alguns leitores, que não só aprovam a decisão de eliminar comentários desagradáveis, como até lastimam que eu não seja mais severo, perante certos textos que lêem. Na verdade, pretendo que esses "esfregões" constituam uma espécie de vacina e de alerta para o baixíssimo nível convivencial de alguns correspondentes, que não sei se é deliberado, ou apenas fruto da parca educação recebida e do fraco bestunto.  Em todo o caso, entendo que publicando alguns desses textos menos ofensivos dos costumes, facilito aos outros leitores uma ideia aproximada da quantidade e qualidade do lixo que aqui desagua, acompanhado felizmente por outras intervenções de qualidade.
Costumo até pensar, com alguma tristeza, que Tomar a dianteira já me permitiu, entre muitas outras coisas, perceber um assunto que me intrigava -Porque motivo decidiram os responsáveis hospitalares do CHMT, abrir em Tomar a valência de psiquiatria? Após centenas e centenas de comentários, já não tenho dúvidas: guiaram-se pela percentagem de utentes  da dita especialidade médica, existentes neste concelho. Estarei enganado?

3 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Rebelo, com o andar da carruagem e lá mais para a Primavera cada haverá mais utentes a precisar de ir às consultas de Psiquiatria no Hospital!

Vai ver!

Oxalá também não precisemos, mas até é possível!!!!!

Anónimo disse...

Hoje a moral o espirito civico nem nas escolas entra, a sociedade que o Sr. defende não tem valores, e depois queixa-se!
São os tempos como dizia a minha avó
Rapaz atento!!!

Relevante disse...

Caro Rebelo


Não sei se eventualmente este meu comentário vai ou não ser publicado no blog, no entanto o que a seguir escrevo é na verdade a minha opinião.

Relevante.

Relevante é sabermos que esta cidade, onde vivemos, tem ao longo dos tempos, iniciado um processo uniformemente acelerado de descrédito e de perda de tudo o que torna um município vivo, dinâmico, crescente e desenvolvido.
Assistimos, passivamente, à diminuição assustadora do nº de unidades industriais e ao encerramento do comércio local.
As actividades culturais? Existem? Dirigem-se a que público alvo?
Por incrível que pareça, não temos turismo, não sendo por falta de recursos naturais, patrimoniais ou mesmo arquitectónicos. Será que os recursos humanos estão a exercer convenientemente as suas funções?
A autarquia tem política de incentivos para os diferentes sectores? Quais as suas linhas de orientação e prioridades?
Assim temos vivido, assim vamos continuar a passar o tempo, vendo os municípios à nossa volta fazendo o seu caminho. E nós? Quando encontraremos o nosso?

Relevante a redistribuição de pelouros na nossa Câmara? Certamente que sim, até porque, já há muito, era esperada esta situação. Todos os que se interessam um pouco por Tomar e estão atentos, sabiam que depois do acordo político efectuado, entre PS e PSD, era uma questão de tempo e oportunidade a manutenção dos pelouros pelos vereadores socialistas. Com um ano de Festa dos Tabuleiros pela frente, é lógico que o PSD não vai querer a Cultura e o Turismo nas mãos do PS. Aparecesse alguém para um projecto imobiliário relevante e veríamos também o outro vereador do PS perder o pelouro do urbanismo..

Relevante é, em minha opinião, a falta de coluna vertebral do PS local. Faz acordos impondo condições, mas no final aceita qualquer coisinha.
Relevante é o PS manter um acordo, que deixou de o ser… por ter medo que os Independentes aproveitem a situação e façam um acordo com o PSD.

Muitíssimo Relevante é chegar à conclusão que vamos continuar a seguir o nosso movimento uniformemente acelerado de perda de importância e qualidade de vida.
Não vamos esperar mais da Cultura com o vereador Carrão
Não vamos esperar mais do Turismo com a vereadora Rosário
Não vamos esperar mais de um PS que aceita qualquer coisinha
Não vamos esperar mais dos Independentes que certamente ficarão com o resto de qualquer coisinha que o PS deixe.

Relevante é em todas estas situações Tomar ficar a perder.