A central eléctrica, que forneceu energia à cidade até aos anos 60 do século passado
As três moagens, da mais antiga, no primeiro plano, para a mais moderna, com 5 pisos.
O conjunto dos agora chamados Lagares d'El-Rei, anteriormente Moinhos da Ordem de Cristo
Aspecto da outrora entrada dos escritórios de Fábricas Mendes Godinho, instalados no piso superior da mais antiga das moagens.
Na sequência do repto aqui lançado à oposição e os jornalistas locais, o qual terminou em 22 de Maio, temos vindo a consultar alguns dossiers mais polémicos, graças à abertura de espírito demonstrada pelo presidente Fernando de Sousa, a quem agradecemos. Pão, pão! Queijo, queijo!
Na sequência do repto aqui lançado à oposição e os jornalistas locais, o qual terminou em 22 de Maio, temos vindo a consultar alguns dossiers mais polémicos, graças à abertura de espírito demonstrada pelo presidente Fernando de Sousa, a quem agradecemos. Pão, pão! Queijo, queijo!
Desta vez estivemos no primeiro andar do prédio Vieira Guimarães, ali ao fundo da Corredoura, agora gabinete do director do Tomarpolis. Fomos recebidos pelo eng. Fernando Caetano, o actual director, que substituiu o eng. Rui Monteiro, contratado pelo Polis da Costa da Caparica. Aqui ficam também os nossos agradecimentos pela forma extremamente cordial como nos atendeu.
Tratava-se, cabe recordar, de tentar perceber o que pretende a autarquia fazer com o conjunto Lagares d'El-Rei, Central e Moagens. Como é sabido, tudo aquilo pertenceu a Fábricas Mendes Godinho, e depois ao BES, na sequência das nacionalizações. Provavelmente embaraçado com tanto prédio velho, uma vez resolvido o processo de falência e desmatelamento de FMG, o banco lisboeta entregou o referido conjunto à Câmara, em condições nunca assaz explicadas à população. Desde a referida cedência, vem-se falando em aproveitamento, musealização, ponte de acesso à margem oposta. Foi tudo isso que se tentou apurar.
De acordo com a planta de conjunto e com a respectiva memória descritiva e justificativa, tudo feito no quadro do programa Polis, por um gabinete de arquitectura de Lisboa, a ideia é proceder a obras importantes de restauro e adaptação em todos os edifícios do conjunto. A parte agora parcialmente sem cobertura, à esquerda da central eléctrica, será o futuro centro distribuidor, para serviços administrativos, técnicos e de recepção aos visitantes. Nos outros edifícios haverá um museu polinucleado: núcleo de fundição, núcleo de lagar, núcleo eléctrico, (que será igualmente mini-hídrica) e núcleo de moagem. Teremos igualmente, se alguma vez a coisa avançar, uma sala multi-usos, no antigo refeitório da Mendes Godinho. Nada de transcendente, por conseguinte. Apenas um projecto típico da época antes da crise, quando era corrente pensar-se que o Estado teria sempre dinheiro para tudo. Quanto mais não fosse verbas da União Europeia, que é muito rica.
Houve a crise, que ainda perdura, e certas ideias naufragaram. O projecto existente é agora uma coisa perfeitamente anacrónica, tipo megalómano ou, mais prosaicamente, tipo elefante branco. Porque quatro núcleos museológicos, alguns sem qualquer experiência anterior no país, é obra! Excepto no que se refere à mini-hídrica, que é perfeitamente viável, mesmo partindo da hipótese que alguma vez será possível obter fundos para tudo aquilo, onde irá depois a autarquia sacar verbas para o funcionamento, a manutenção, os recursos humanos, a assistência técnica, e por aí adiante? Um técnico contactado por nós asseverou que só em pessoal das diversas categorias serão no mínimo cem funcionários. Mais consumíveis e outras despesas correntes, não será nada barato. E quais as receitas? Só as da mini-hídrica e pouco mais. As pessoas pouco frequentam os museus e os alunos entram sem pagar. O Convento de Cristo, com trinta e tantos funcionários e entradas a 5 euros, não consegue um saldo anual positivo, apesar dos apregoados 150 mil visitantes...
Nestas condições, não seria melhor para para pensar? Conversar com a população para tentar descobrir outras soluções? Ser mais modestos, limitando-se para já a consolidar o existente e assegurar a sua manutenção? Ou vamos ter ali a réplica tomarense do TGV?
11 comentários:
Há muito alertei para o perigo que seria a Câmara de Tomar assumir o destino do património industrial da Mendes Godinho localizado entre a Ponte Velha e o Quartel 2 incluído. Digo isto porque a convite dum meu amigo funcionário da Mendes Godinho visitei há alguns anos todo aquele espaço (excluída a fracção correspondente à Fundição Tomarense), tendo ficado com uma real ideia do grau de responsabilidade que alguém teria de assumir se pretendesse dar futuro àquele espaço depois de findo o seu ciclo activo.
Falou-se em transformar tudo aquilo num museu de arquelogia industrial. Concordo que a ideia é interessante, desafiadora, e existe matéria para dar corpo a essa pretensão.
Mas não basta dizê-lo. É preciso passar à acção, mas para isso é necessário ter gente especializada capaz de dar um bom e digno caminho a todo aquele acervo.
Infelizmente as práticas actuais e o que se tem visto um pouco por todo o lado levam-me a temer pelo pior, porque a moda é atribuir cargos a pessoas do aparelho político, uns já instalados, outros vindos das "jotas". Tudo gente com pouca ou nenhuma experiência de trabalho, armados apenas dum canudo insípido ou de uma suposta experiência pretensamente adquirida nos corredores da política.
Seja como for não asseguram a necessária e imprescindível qualidade que tal serviço exige.
Falar do custo que será recuperar toda aquela infraestrutura, não para a pôr a trabalhar como é evidente, mas para lhe conferir um aspecto muito próximo ou idêntico ao que tinha em tempo e laboração, é quase uma saga. A minha opinião na altura era para uma estimativa a rondar o milhão de contos (an«inda não existia o euro). Agora, a preços actuais, não se conseguirá fazer a festa com menos de 15 milhões de euros. Lembrem-se que estão em jogo o espaço do antigo arquivo geral, o refeitório, a central eléctrica que forneceu electridade pública a Tomar antes de Lisboa a ter, a moagem e o moínho. Só quem já visitou aquilo percebe o que eu estou a dizer.
Tem razão o autor da peça quando se refere a "Elefante Branco". O pior da história é que a Câmara de Tomar não reconheceu isso.
Para mal de todos os pecados, devido à conjuntura que vivemos, será difícil estabelecer parcerias com vista à recuperação daquilo.
É pena.
Parabéns pelo texto.
Ninguém liga a isso. Recordações da treta. Continuem a viver do parôlico passado ( sécs XVII a XX) ao invés do glorioso passado (1160 até Frei António de Lisboa (chulo e Inquisidor tacanho).
O Ricardo Salgado é que foi esperto.
Entregou cedeu gratuitamente os prédios (arruinados) à Cãmara, com a obrigação dela os recuperar e usufruir durante x anos.
O Paivão caíu que nem um patinho (chico-esperto) até fez uma homenagem pública e agraciou o homem pelo presente (envenenado) que deu a Tomar.
Arranjou um monte de sarilhos (e dívidas, claro) para a Cãmara, porque não assegurou o financiamento suficiente para a massa a avançar dos cofres municipais (parece que o QREN vai dar algumas verbas, aí uns 45%).
Enfim mais uma trapalhada à la Paulino!!!!! que os do costume irão pagar, com língua de palmo!
Gente fina é outra coisa!
Toma que é democrático!
É a vida!
Habituem-se!
É so elefantes - BRANCOS, PRETOS, AMARELOS...TODOS INCAPAZES.
"1350. FENÓMENOS
Chegou-nos aos ouvidos que os Independentes por Tomar andam a tentar desmotivar outras eventuais candidaturas. Parece que andam nervosos. Bem se podem juntar às outras nervoseiras em curso na autarquia. A do PSD, que mais parece não ter candidato (será que tem mesmo?...) e a do PS, que pese a simpatia e abertura do candidato, não só não descola como vê abater-se a onda nacional de descrédito do Governo sobre a sua cabeça. Antigamente era o Entroncamento a terra dos fenómenos. Agora parece que é Tomar. Imaginem só onde é que independentes podem ter medo de outros independentes? Em Tomar, pois claro. Bastam uns simples rumores de que os Independentes que já existem não terão o monopólio das independencias nas próximas eleições autárquicas para as mentes se toldarem. De que terão medo, eles?..."
In Nabantia
Mas aquilo interessa a alguém?
A melhor solução será a demolição e o aterro da vala e consequente alargamento da Rua Everard.
Caro Senhor Anónimo das
17 de Junho de 2009 20:05
Presumo que ache que eu sou uma besta e incapaz de navegar na Internet, mas fique sabendo que ainda sei ir ao "Nabantia" e ler o que o seu autor lá escreve.
Vender aquilo para hotel de charme?
Pois não! Há o Convento de Santa Iria para isso...
Vender aquilo para hotel de charme?
Pois não! Há o Convento de Santa Iria para isso...
Ficava bem melhor abrir o espaço, com esplanadas para o rio e um único museu do lado virada para a Levada.
Seria um excelente local para as famílias passearem e apreciarem a beleza paisagística. Mas esta é a humilde opinião de um rapazinho de 21 anos...
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