Jornal de Leiria, 12/04/2012, Página 6
Era para escrever sobre este tema só amanhã. Depois, pensando melhor, teve de ser hoje. Amanhã é sexta-feira 13, pelo que nunca fiando. Claro que não acredito em bruxas! Mas lá que as há, há! E tendo nascido numa sexta-feira 13 e em Tomar, sei bem do que estou a falar. É certo que não tenho qualquer razão de queixa em relação aos meus conterrâneos. Sempre me acarinharam e continuam a gostar muito de mim. Mas há Tomar e Tomar, há viver e habitar. Faço-me entender? Certamente que sim.
Dito isto, com licença que lá vai água. A autarquia leiriense é como se sabe uma câmara modesta e pobre, que administra um concelho de apenas 112 mil eleitores. Por isso se tem visto forçada a reduzir despesas, de resto com muito sucesso. De acordo com a ilustração supra, só em 2010 poupou 1,2 milhões de euros com pessoal e reduziu os subsídios às colectividades na ordem dos 1,7 milhões de euros. Tudo = a 2,9 milhões de euros = 560 mil contos de economias. O que permitiu liquidar mais alguns calotes a fornecedores.
Já a câmara de Tomar, que administra um concelho de 38 mil eleitores, tem outra importância. É uma autarquia rica, ou pelo menos comporta-se como tal. Por isso vai aumentando as despesas com pessoal e outras. Ainda há pouco tempo nomeou um chefe de gabinete do sr. presidente Carrão, que estava a fazer cá uma falta! Mas enfim, também são apenas mais 3 mil e tal euros mensais. Coisa ínfima, num orçamento inchado até aos 60 e tantos milhões de euros. Mas há mais casos.
Murmura-se por aí que determinada assessoria embolsa 2500 euros mensais por uma colaboração que alguns seus colegas qualificam como medíocre. Pois veio-se agora a saber que tal mediocridade tem a sua razão de ser. A pessoa em causa presta outros serviços de assessoria a outras entidades, nomeadamente na área da arquitectura. Quem muitos burros toca, algum fica para trás. Mas mesmo assim, ainda bem. Caso contrário como é que a infeliz criatura conseguiria governar-se com a miséria de 2 mil e quinhentos euros por mês? Mais a mais agora, que cortaram os subsídios de férias e de Natal. E fora o que ainda aí vem...
Resumindo e concluindo: Câmara rica é outra coisa. Os credores que vão aguardando melhores dias. Exactamente como os eleitores concelhios. Todos se fiaram na Virgem em vez de correrem, de modo que agora é cada trambolhão que até mete dó. Só a alguns, claro! Em democracia plena nunca há unanimidade.
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