Mais papistas que o Papa? Ou simplesmente desorientados? Eis duas perguntas que me ocorrem após a triste prestação tomarense no recente Prós & Contras sobre a reforma hospitalar. A qual até já leva a que alguns amigos dos concelhos vizinhos façam chacota com os tomarenses: "Andam com medo que roubem o hospital?! Comprem cães!"
Entretanto, O PÚBLICO de hoje inclui noticiário detalhado sobre o assunto:
Fica-se assim a saber que o Porto terá mais uma urgência polivalente nocturna em relação a Lisboa, sem que os lisboetas, que se saiba, já tenham marcado qualquer manifestação ou outra forma de protesto. Na mesma linha, Torres Vedras, no distrito de Lisboa, passa a urgência básica, tal como Tomar, no distrito de Santarém. Torres Vedras tem 66 mil eleitores e Tomar apenas 38 mil. Alguns tomaristas, que se julgam tomarenses, pretendem o quê? Ópera a 2 euros o bilhete? E quem paga a diferença?
"Na região do Médio Tejo, os autarcas ( Tomar, Abrantes e Torres Novas) apoiam as alterações já concretizadas no âmbito da reorganização do centro hospitalar", lê-se na acima reproduzida notícia. Assim sendo, qual a justificação para a anunciada manifestação de utentes no próximo dia 15? Mais papistas que o papa?
Mais estrambótico ainda, um actor secundário da cena política local, com experiência e que até já foi cabeça de cartaz no século passado, na sequência do supra referido programa da RTP1, resolveu ir para a Rádio Hertz dizer cobras e lagartos sobre a atitude política de Carlos Carrão, afirmando nomeadamente que o por agora presidente "está a mais".
Que o autarca laranja esteja a mais, não tenho qualquer dúvida. Acrescento até que, quiçá sem disso se dar conta, está a prejudicar seriamente os tomarenses. Por isso venho insistindo desde há meses para que os quatro oposicionistas do executivo renunciem em bloco, conjuntamente com todos os outros membros das respectivas listas, como forma de forçar a relativa maioria PSD a convocar eleições intercalares. Sem resultado até agora. Tem sido só blábláblá inconsequente da banda dos independentes.
Vir agora com mais declarações alarmistas incendiárias e deslocadas, cheira a mais uma manobra oca para ir mobilando a patética cena política local. Revelando outrossim que alguns eleitos estão a necessitar seriamente de mudar de lentes, como forma de passarem a ver melhor a realidade em que vivem.
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado. Cantado e dobrado.
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